As similaridades da Costa Rica e do Brasil.
Quando visitei a Costa Rica em 2010 pela primeira vez, não sabia nada sobre o país, tudo foi uma grande surpresa. Portanto, quando chegamos aqui em junho de 2013, eu ainda conhecia muito pouco e tinha somente o olhar da turista que queria esquecer todo o stress da cidade grande.
Logo nos primeiros dias já comecei a ver muitas similaridades com o Brasil. A primeira delas foi durante nosso primeiro almoço. Fomos a uma soda logo que chegamos – soda é como eles chamam os restaurantes estilo buffet do Brasil, a única diferença é que quem serve são eles – e as opções eram arroz, feijão, carne com molho, frango, porco, peixe frito, purê de batatas, legumes e salada. Opções bem parecidas as oferecidas em restaurantes brasileiros. No primeiro momento pensei que a cada dia teria uma oferta diferente de opções, mas em seguida vi que mudava muito pouco e que o arroz e o feijão faziam parte do cardápio “tico” (maneira carinhosa como os costarriquenhos se chamam), igualzinho ao Brasil.
Nos restaurantes que não são sodas existe, inclusive, o “famoso PF”, chamado aqui de “casado”; vem com arroz, feijão, salada, um tipo de carne e plátano. O arroz e o feijão estão presentes até no café da manhã típico da Costa Rica, o famoso Gallo Pinto, que nada mais é do que arroz frito, refogado com cebola, coentro e o molho Lizano (molho a base de vegetais) misturado com os grãos de feijão sem molho. Uma delícia! Claro que é uma refeição pesada e num primeiro momento é estranho pensar em comer arroz e feijão no café da manhã, mas com o tempo nos acostumamos e acaba sendo um café reforçado pós surf/esportes em geral. Tenho a impressão de que na Costa Rica as pessoas comem mais arroz e feijão do que no Brasil, por incrível que pareça.
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Outra similaridade é a paixão pelo futebol. Em 2013, a seleção da Costa Rica estava participando das eliminatórias para a Copa do Mundo do Brasil. Logo que chegamos teve um jogo da “sele” (forma carinhosa como é chamada a seleção costariquenha) contra os EUA, em que eles jogaram dando o sangue. Era apenas um jogo de eliminatórias, mas a cidade parou para que todos se reunissem com suas camisetas da seleção para assistir ao jogo.
Isso continuou até a tão esperada classificação para a Copa do Mundo do Brasil. Nós, eu e meu marido, realmente ficamos bem surpresos com o tamanho da paixão pelo futebol. Essa surpresa só aumentou durante os jogos da Copa. Realmente foi uma grande emoção visualizar a festa que os costarriquenhos fizeram. Tudo parou durante os jogos. Após os jogos, tudo parou também, pois era hora da festa! E a festa foi grande, era simplesmente um jogo, mas parecia a comemoração de um título. Todos sempre muito humildes e sempre sonhando em jogar com a Seleção Brasileira, seus grandes ídolos (pelo menos escutávamos isso antes da Copa).
Foi lindo de ver, a cada jogo que passava a multidão aumentava, o assunto era só futebol. Todos pelas ruas com a camiseta da sele (claro, só os turistas que não). A comemoração era contagiante. A chegada da delegação no aeroporto parou o país todo. Depois de viver tudo isso por aqui, descobri o porquê da quantidade de campos de futebol. Há muitos! E olha que vários deles têm um tamanho considerável, além, é claro, da localização, pois diversos campos estão localizados com vista para o mar. Como o futebol não seria a paixão por aqui desse jeito?
Não dá para comparar o tamanho da Costa Rica com o Brasil, mas guardada as proporções podemos dizer que sua geografia é muito similar. Possui uma natureza exuberante, muito verde, o clima é tropical, possui planícies litorâneas, além de serras e montanhas. Muitos turistas brasileiros que aqui visitam comparam algumas regiões com o litoral norte paulista e outros com o litoral catarinense.
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O Brasil é muito adorado pelos ticos, eles possuem uma admiração muito grande pelo país e interesse pela nossa cultura. A procura por aulas de português por aqui é grande, considerando que a segunda língua é o inglês.
Em San José, a capital do país, há um Centro de Estudos Brasileiros (CEB), onde além de aprender português é possível conhecer um pouco mais sobre a cultura com atividades, exposições, além de um cardápio repleto de delícias do Brasil que não são fáceis de se encontrar como: pão de queijo, brigadeiro e a famosa feijoada.
Logo que chegamos conhecemos um costarriquenho que aprendeu português no CEB e ficamos muito surpresos quando ele perguntou se eu sabia fazer pão de queijo, pois ele havia experimentado lá e havia se apaixonado, nos perguntou também sobre algumas dúvidas sobre a história do Brasil e contou sobre os artistas brasileiros que gostava de ouvir. Com o tempo, fui conhecendo outras pessoas que tinham muita curiosidade sobre o Brasil e sempre expressavam o enorme carinho pelo país.
O melhor disso tudo é viver em um país que é pura vida, onde o povo é caloroso, recebem super bem os estrangeiros, além de sempre perguntarem sobre o Brasil com um sorriso no rosto, demonstrando ter orgulho do país onde nasci. Mesmo estando a muitos quilômetros de distância do Brasil, por diversas vezes tenho a sensação de estar em casa, o que acaba sendo muito gostoso e mata um pouquinho a saudade da minha terra.
3 Comments
Parabéns, adorei conhecer mais sobre a Costa Rica.
Obrigada!Que bom que você gostou 🙂
Em breve estarei ai e contando com seus serviço. E olha temos o mesmo sobrenome Reis.