Saímos da nossa terra e além da família e amigos, também deixamos para trás outros grandes companheiros: aquele cabeleireiro fiel que sabe cada detalhe dos fios do seu cabelo, a manicure e pedicure que te conhece e você não precisa nem dizer a cor do esmalte escolhido para a semana já que ela sabe a sua cor favorita, a esteticista, a dermatologista, os médicos em geral e a designer de sobrancelha – essa, admito que foi a pior para mim. Confesso que ficar órfã momentaneamente desses profissionais, é um tanto desesperador.
Resolvi falar sobre esse tema, porque assumo que ainda estou me adaptando a um novo sistema de cuidados pessoais. Mas antes de tudo, devemos lembrar: por mais que eu esteja na França e imagina-se que a alta tecnologia e a eficiência vão imperar, na minha opinião não é bem assim que as coisas funcionam por aqui. Acredito que nós, brasileiros, temos sempre a política de manter o cliente satisfeito e sinceramente, não percebo muito isso nos locais que frequento. Na minha percepção, são profissionais que não se importam em fazer muito a diferença se comparado ao que vivenciava no Brasil. Embora tudo aconteça na maneira francesa de ser, devo ressaltar que são extremamente educados e gentis. Bom, vamos ao que descobri desde que vivo em Toulouse.
Esteticista, manicure e pedicure
Primeiro teste: limpeza de pele – não gostei do trabalho e nem do valor, €68,00 (sessenta e oito euros), mas a experiência foi válida. Achei o serviço muito rápido considerando o valor que paguei, não gostei do cheiro e textura dos produtos. Para mim, o resultado final da limpeza de pele que fiz deixou a desejar. Depois disso, sai a procura de outros profissionais.
Não podemos criar uma fantasia em relação a beleza do local. Difícil encontrar um local aqui que não seja arrumadinho e, principalmente limpo, mas há outros que vão além das expectativas por isso, não se deixe iludir por esses. Às vezes, o mais simples terá uma qualidade melhor, como foi o caso da minha segunda experiência. O salão fica em um mini centro comercial, até um pouco mais escondido, mas o lugar é bem limpinho e arrumadinho. Me senti confortável e o teste foi geral: manicure, pedicure e sobrancelha, este último, era o item que mais tinha medo.

Uma curiosidade que todos têm e pude testar aqui, é que realmente não tiram cutícula como se faz no Brasil. Para mim, não foi um problema porque também não gosto, mas para as apaixonadas por uma unha maravilhosa, provavelmente ficariam incomodadas. As manicures aqui dão uma boa limpada nas unhas, afastam e lixam as cutículas que por isso levantam – é uma técnica utilizada e achei que fica razoável. Resolvi aplicar o esmalte semi-permanente, o que chamamos de gel no nosso país e a parte boa, é que dura até um mês. A parte ruim, são as cores limitadas, no entanto, achei as cores um tanto parecidas com as cores que tinham quando fiz no Brasil.
Os esmaltes “normais”, têm uma gama maior de cores além da opção do cliente poder levar o seu – talvez até para os esmaltes semi-permanentes essa opção também seja válida. Ah! Vale lembrar que aqui tudo é cobrado separado: manicure é um valor e a coloração (depende se é normal ou semi-permanente) é um outro valor. Nesse salão que eu fui, paguei €20,00 (vinte euros), pois tinha feito manicure uma semana antes e ela não cobrou essa parte. Os valores para esses serviços variam de €20,00 a €45,00 (de vinte e quarenta e cinco euros) para fazer tudo.
Para fazer os pés, gostei da parte que colocaram uma toalha quente molhada e da massagem rápida que fizeram. A pedicure me atendeu em uma maca e não sentada como costuma ser no nosso país. Foi tudo bem relaxante. O esquema de pagamento funciona da mesma forma que a manicure e, como no Brasil, fazer o pé é sempre mais caro que a mão, por isso, optei só pelo pedicure sem coloração (gosto só do incolor mesmo) e paguei €12,00 (doze euros).
Cabeleireiro (Coiffeur)
Não sei se só eu sou assim, mas tenho um certo pavor de trocar de cabeleireiro dentro de um país em que sou nativa no idioma, conhecendo as técnicas utilizadas ou achando que conheço. Imagina fazer isso falando outra língua? Pois bem, chegou um momento que precisei ter coragem para ir em busca de um profissional nessa área. Meu principal pavor era o corte porque eu pensava: será que conseguirão lidar com meu cabelo? A primeira vez que fui ao salão, fiz só um teste para lavar, secar e escovar. Achei normal, não saí de lá careca o que já foi um bom começo.
A parte boa e que amei, são os lavatórios, sim aquela cadeira onde se iniciam os processos em um salão de beleza, tudo muito automático. Você senta, a cadeira se ajusta (tipo cadeira de massagem, aquelas dos shoppings no Brasil) e a massagem corporal se inicia. Uma maravilha, já nos deixa mais à vontade e um pouco mais tranquilos. Por conta disso, começou o meu amor pelos salões daqui.
Aqui é costume cobrar pelo shampoo e condicionador que usam, portanto não se assuste. Para lavar e escovar, por exemplo, você pagará entre €20,00 e €30,00 (entre vinte e trinta euros). Descobri que os franceses se renderam à nossa progressiva ou como eles chamam lissage brésilien. Eu, curiosa que sou, perguntei do que se tratava e me explicaram que é “um banho de queratina mais profundo”, mas o processo é um pouco diferente. Eles aplicam o produto (depois do cabelo lavado), deixam a química agir, lavam o cabelo para tirar o produto, secam e aplicam a prancha.
No nosso país, em alguns lugares a ordem é invertida pelo que me lembro. Bem, como estava me sentindo confiante dessa vez resolvi encarar um corte e gostei muito do resultado, acho que valeu a aventura.
Essa foi uma parte das minhas aventuras estéticas. Sei que ainda terei muitas, mas achei interessante falar sobre isso porque somos mulheres, brasileiras e acho que jamais perderemos esse nosso lado vaidoso em qualquer lugar do mundo. Espero ter matado um pouco a curiosidade em relação a este assunto. E que venham mais aventuras!
1 Comment
Oiii vc chegou a fazer a progressiva no país da França ou não? Se sim, qual o valor e se funciona mesmo?
Obrigadaaa