Como eu moro na cidade de Jacarta, na maioria dos textos sobre a Indonésia falo a respeito da cidade grande ou lugares próximos daqui. Mas quem é que quer saber de Jacarta, da cidade de pedras? Pois é.
Já falei também sobre o meu casamento em Bali, que aconteceu há um ano, neste texto aqui. Agora, se o texto do casamento ainda não te convenceu a vir passear na Indonésia e especialmente em Bali, hoje vou contar a vocês um pouco mais sobre esta ilha tão mágica que os turistas não se cansam de visitar: Bali, a ilha dos deuses.
Bali tem uma energia que magnetiza seus visitantes. É um sentimento difícil de entender apenas por palavras, quem já esteve lá sabe do que estou falando. Uma vez que você visita Bali, a vontade de voltar é grande e é por isso também que tantos estrangeiros acabam chamando a ilha de sua segunda casa. Não sei se por causa da beleza, de seus habitantes simpáticos, dos estúdios de yoga e pilates à beira da praia ou até mesmo por causa da energia e do clima tropical super agradáveis.
Bali é uma ilha com mais de 5 mil quilômetros quadrados (cerca de 140 quilômetros de leste à oeste e 80 quilômetros de norte à sul) e possui pouco mais de 4 mil habitantes, fora os milhares de turistas que vão e vêm a todo momento. Está localizada entre as ilhas de Java (onde eu moro) e Lombok.
A maioria dos turistas que vão à Bali, acabam ficando hospedados no sul da ilha, o que faz sentido, próximo ao aeroporto e ainda hoje a área mais desenvolvida da ilha.
Destinos bem comuns são as praias de: Kuta, Legian, Seminyak e Canggu, na costa oeste; Nusa Dua e Uluwatu, no buquê ao sul de Bali; Sanur na costa leste, dando acesso de barco à Lombok e às ilhas Gili e Ubud, um pouco mais ao centro, onde se encontram os arrozais e cachoeiras deliciosas.
Obviamente que essas praias mais badaladas estarão cheias de turistas e não será tão fácil de ver a “real Bali” dos balineses… O dia a dia dos balineses é culturalmente ligado a satisfazer e acalmar os deuses, espíritos e demônios no meio de panoramas de tirar o fôlego e campos de arroz super bem cuidados, vulcões impressionantes e praias desertas (se não estiver na “muvuca” de Kuta e Seminyak!). Falando sobre os vulcões, o mais alto deles (3.142 metros) é conhecido por Gunung Agung. Ainda está ativo apesar de ter entrado em erupção pela última vez em 1963, e é considerado um lugar sagrado entre os locais – que acreditam ser o centro do universo.
O clima na Indonésia, em geral, é tropical com altas temperaturas durante o ano todo, ou seja, pode tirar férias a qualquer momento e vir para cá curtir essa ilha deliciosa! Durante o dia a temperatura gira em torno de 30°C e possui apenas duas estações: seca (de maio a setembro) e úmida (de outubro a abril), onde a umidade chega a 80% e a chuva em média de 150mm a cada dois dias.
Como eu disse anteriormente, Bali é conhecida como “a ilha dos deuses”, devido à sua beleza tropical e seus habitantes extremamente artísticos, que criaram uma sociedade dinâmica, cheia de rituais, danças e cerimônias especiais.
Falando sobre as danças e rituais balineses, as danças tradicionais, em geral, têm um papel historicamente importante na sociedade balinesa. Pela dança, as pessoas aprenderam sobre os contos de Ramayana, Mahabarata e outros fatos históricos da história balinesa. Abaixo vou contar o pouco que sei sobre algumas dessas conhecidas dance-dramas que são apresentadas regularmente em Bali:
Barong e Rangda – Essa é basicamente a história sobre a luta entre os espíritos do bem (Barong) e do mal (Rangda). A dança Barong e Rangda se transforma numa apresentação balinesa hinduísta poderosa e não é tomada levemente por seus participantes, muito menos pela audiência. Apresentações diárias são feitas em Ubud.
Kecak – Foi desenvolvida em 1930, no vilarejo de Bona. Esta apresentação conta a história de Rama, que com a ajuda do exército de macacos tenta resgatar a sua esposa Sinta das garras do (malvado) rei Rawana. É uma dança linda de se assistir, apresentada por um grupo grande de homens, que sentam em círculo, cantando e movimentando os braços, balançando para os lados e para frente em conjunto. Apresentada todos os dias no Templo Uluwatu.
Legong – Esta dança conta a história da princesa Rangkesari, que foi mantida em cativeiro, contra a sua vontade, pelo reio Lakesmi. Ela é apresentada por três pessoas, dois “legongs” e um atendente, conhecido como “condong”. Legong é uma dança clássica, e mais graciosa do que as anteriores. Um fato interessante é que esta dança é sempre apresentada por meninas pré-adolescentes, normalmente entre 8 e 9 anos de idade. Também é possível assistir em Ubud, porém não todos os dias.
Gostou? Então vem para cá curtir Bali também!