Bons motivos para visitar o Bronx, em Nova Iorque.
Uma dica de ouro para quem visita Nova Iorque é a seguinte: não fique só em Manhattan. Pegue o metrô e vá até os outros distritos da cidade, como Queens, Brooklyn, Staten Island e o Bronx, facilmente acessíveis através do transporte público. Os turistas costumam ficar apinhados em Manhattan e acabam perdendo as jóias que existem fora da ilha principal.
O Bronx é o berço do hip hop, gênero musical que acompanhou a cultura que surgiu nas comunidades locais, formadas por latino-americanos e negros nos anos 70. Todos sofriam com a pobreza, violência das gangues, pouca infraestrutura e a falta de educação do norte de Nova Iorque da época.
A Nova Iorque dos anos 70 era uma cidade à beira da falência, que lutava para sobreviver. Tinha problemas por todos os lados e precisava lidar com a luta de gangues que dominavam quase todas as esquinas do distrito. Até a Polícia tinha medo de ir ao Bronx e, em muitas partes, nem entrava. As gangues eram a lei e faziam o papel do Estado.
O tempo passou e depois de um acordo entre gangues, trabalho ostensivo de segurança pública e gentrificação urbana, o Bronx foi perdendo a fama de lugar violento. No entanto, ainda hoje é a parte mais pobre de Nova Iorque.
São 1,4 milhões de pessoas que vivem aqui. A maioria dos moradores ainda é composta por latinos e negros. Apenas 10% são brancos, segundo o último censo.
O nome Bronx vem do seu fundador, um sueco chamado Jonas Bronck, que adquiriu as terras no século XVII. A região passou a ser conhecida com “as terras do Bronck”. Logo, virou apenas o Bronx.
Chegar não é difícil. As linhas do metrô B, D, 1, 2, 4, 5, e 6 passam pelo distrito.
Como o Bronx é enorme, é preciso saber com antecipação as prioridades. Abaixo, enumero alguns pontos que podem valer a pena, segundos o gosto de cada um, claro:
Grand Concourse
Passear pela Grand Concourse é bom pelo simples fato de sentir a vibração do Bronx: muita música e sabor, carrocinhas de comidas e sobremesas latinas por todos os lados, imigrantes africanos com roupas coloridas, um mundo de experiências.
É uma avenida imensa, inspirada na Champs-Elysées de Paris, que foi inaugurada em 1909. Vale observar os edifícios em art déco enfileirados. Não é elegante como a original francesa, mas tem o seu toque próprio. Os locais mais conhecidos são The Loews Paradise Theatre, antigo cinema que, como tantos outros, virou uma igreja, e o Museu de Arte do Bronx. Os edifícios mais bonitos estão entre as ruas 167 e 145.
Jardim Botânico do Bronx
É o maior dos Estados Unidos, com mais de um milhão de plantas. Há jardins de ervas perenes, cactos, flores tropicais, plantas aquáticas, carnívoras. São mais de 50 biomas de diferentes partes do mundo. Não deixe de visitar a estufa vitoriana. As melhores épocas para ir são a primavera e o verão, no auge da floração. Melhor ainda se a visita for durante o festival das cerejeiras.
Para quem viaja com crianças, a pedida é ir ao Everett Children’s Adventure Garden, um jardim mágico que trabalha todos os sentidos da garotada. Se a visita for durante as festas de fim de ano, há um show de trens de miniatura.
O ingresso custa US$ 23 dólares nos dias de semana e US$ 28 para os fins de semana.
Zoológico do Bronx
É o maior dos Estados Unidos e um dos maiores do mundo. Vá preparado para caminhar longas distâncias. Durante os meses mais quentes, há carrinhos que facilitam o transporte dentro do zoológico, mas não no inverno.
O complexo foi aberto em 1899 com o objetivo de preservar animais nativos. Hoje abriga 6 mil animais dos quatro cantos do mundo. Eu, particularmente, não gosto muito de zoológicos. Não lido bem com animais – selvagens ou não -, em ambientes restritos, mas sei que a organização que administra o parque, a Wildlife Conservation Society, é muito respeitada e tem um trabalho incrível de preservação em mais de 65 países.
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Visitar o zoológico é também uma oportunidade de ensinar às crianças um pouco sobre a vida selvagem, a importância de preservar a fauna e cuidar dos animais. Dá, inclusive, para programar a visita de acordo com o horário de alimentação dos bichos. Na página do zoológico, eles colocam a hora que cada um come. As crianças adoram!
O ingresso custa US$ 28.95 para adultos e US$ 20.95 para crianças de 3-12 anos, mas às quartas-feiras é completamente grátis.
Little Italy
Recomendo ir só se tiver tempo sobrando e estiver precisando de uma ingestão de açúcar e carboidrato urgente. Tem muita gente que gosta do lugar, por isso, incluí na lista. Mas, quando fui, não achei lá grandes coisas.
Existem dois bairros tipicamente italianos em Nova Iorque: em Manhattan e no Bronx. Dizem que o de Manhattan é mais para turistas. O do Bronx, apesar de pequeno, tem algumas padarias e restaurantes que valem a pena visita só para provar as delícias, como os canolis da padaria Madonia ou os pães da Addeo’s.
Tem também o Arthur Avenue Retail Market, um mercado com queijos italianos, carne de diversos tipos, frutas, verduras e mesinhas para provar salgadinhos, sanduíches e pizzas. É pequeno, mas faz sucesso por aqui.
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Estádio dos Yankees
Essa dica é só para quem gosta de esportes: visitar a casa do time New York Yankees. Se tiver um jogo de beisebol na cidade e quiser ver como os americanos fazem desse esporte um espetáculo, esse é o lugar certo para ir.
O estádio é de 2009 e custou mais de US$ 1,5 bilhão de dólares, uma das instalações esportivas mais caras do mundo. A antiga casa dos New York Yankees, construída em 1923, ficava bem pertinho.
Também organizam tours em dias que não há jogos. Os turistas podem visitar o museu, com troféus e objetos importantes. Muitos têm até a oportunidade de ensaiar uns lançamentos em campo.