Brasileiras na República do Congo.
Nessa vida de expatriadas, normalmente vemos mais mulheres indo morar em outro país devido à nova oportunidade de trabalho do marido. Com isso, nós mudamos completamente de hábitos e precisamos nos adaptar à nova vida com a família e ao novo ritmo de trabalho dos esposos.
No mês das mulheres, vou falar daquelas que escolhem aceitar uma oferta de trabalho em outro país, às vezes sozinhas ou muitas vezes com as suas famílias, ou que se mudam para o exterior com muita coragem e vivem um nova aventura, dando um novo rumo as suas vidas. Assim como não é algo fácil escolher um novo país para morar com a família, é ainda mais complicado chegar sozinha em um local em que você não conhece ninguém e, muitas das vezes, nem mesmo a língua nativa.
Eu conversei com duas brasileiras que vieram morar aqui, uma a trabalho e a outra por amor. Por mais que nem tudo tenha sido um pouco programado, o desfecho da vida delas está sendo diferente, e elas souberam tirar proveito do que o Congo tem as oferecido.
Uma oferta de emprego e uma nova vida que surge!
A carioca Kely Sousa, 32 anos, formada em administração, moradora de Pointe Noire há quase 5 anos, veio para o Congo após ter recebido uma proposta de trabalho de uma empresa brasileira, a qual não hesitou em aceitar. Chegou sozinha e sem nenhum familiar que morasse por aqui. Kely disse: “Eu senti medo, pois estava vindo para um país totalmente desconhecido para mim, mas ao mesmo tempo alegria por poder avançar profissionalmente”. Ela confessa que o que mais a assustou foi não saber falar a língua francesa na época em que chegou e que sentiu dificuldades para se expressar, porém se adaptou com facilidade ao país e às pessoas. Quando eu a perguntei o que a faz continuar a morar neste país, ela me respondeu com precisão: “Em primeiro lugar, o meu trabalho. Em segundo lugar, um homem maravilhoso que eu conheci e que hoje é o meu atual marido.” Então ter vindo morar no Congo foi uma ótima surpresa que a vida a reservou. Kely faz questão de dizer que adora a sua vida no Congo, que tem facilidade de adaptação e que acha esse país extraordinário, com lugares lindos e com uma cultura bastante diferente da qual ela está habituada. Neste momento, Kely não se vê deixando a República do Congo, devido ao seu trabalho e à família que se encontram aqui. E diz: “Enquanto tudo correr bem, minha família e eu continuaremos por aqui”.
A cidade de Pointe Noire é a capital econômica do país, e o que não faltam por aqui são estrangeiros. Apesar da crise, as oportunidades não estão tão escassas. O site Expat é uma plataforma de ofertas de empregos, na qual você pode encontrar uma oportunidade de trabalho em Pointe Noire.
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Tornando-se empreendedora em Pointe Noire
Maria Eduarda Gomes tem 26 anos, nascida em São Bernardo do Campo – SP, veio para Pointe Noire com o namorado em setembro de 2016. Anteriormente eles moravam em Sydney na Austrália e resolveram vir tentar a vida aqui, pois o seu namorado é metade congolês e metade francês. Ela diz: “Ele sempre quis voltar às raízes e investir aqui no Congo, e eu decidi vir com ele, óbvio porque queria estar com ele, mas também pela oportunidade de morar na África.” Quando estava vindo para o Congo, Maria Eduarda diz que se sentiu bastante tranquila, no entanto curiosa, pensativa e empolgada com a nova aventura que estava por vir. Ela me conta como foi a vinda para cá: “Vim sem falar francês e sem proposta de trabalho, mas depois de um mês e meio comecei a trabalhar numa escola internacional britânica, na parte administrativa e contábil. Também lancei uma marca de sabonetes artesanais e naturais de aloe vera.” Maria Eduarda é formada em Relações Internacionais e tem mestrado em Negócios. Com a sua visão empreendedora, ela montou a sua marca de sabonetes, chamada Saboni (@saboni, no Instagram). Soube tirar proveito da grande quantidade de babosa que podemos encontrar aqui no Congo, já que, como ela mesmo me disse, nasce em qualquer lugar. Ela e o namorado utilizam o tempo livre que têm para se dedicarem a esta produção e de pouquinho em pouquinho estão conquistando o comércio local, assim como os expatriados.
Eu a perguntei quais foram as primeiras impressões que teve ao chegar. Ela relembra: “Me senti como um passarinho fora do ninho nos primeiros dias, mas logo me acostumei. E também me surpreendi positivamente em relação a algumas coisas. Acho que minhas expectativas estavam baixas demais“ (Risos). Maria Eduarda cita aspectos que gosta e não gosta daqui: “Eu gosto muito do clima e das praias. O que eu não gosto é da falta de infraestrutura básica, como por exemplo ruas asfaltadas, calçadas, transporte público.” O que a faz continuar a morar aqui é a experiência de vida, desafios, aprendizado e oportunidades. Que apesar do alto custo de vida, ela sente que dá para viver muito bem aqui, e acrescenta, que é possível de ter uma vida confortável e tranquila. Termina dizendo que pretende continuar morando no Congo por ora, pois ela e o namorado têm projetos a desenvolver em Pointe Noire. No entanto, ela está aberta a novas oportunidades e desafios.
Essas duas mulheres são exemplos de garra e coragem. Elas souberam abraçar novas oportunidades que a vida as ofereceu e são capazes de se sentirem felizes em qualquer lugar. Apesar de toda a fama dos países africanos, elas não se deixaram abater pelo medo do desconhecido, correram atrás e souberam construir um lar e histórias para o futuro, e as experiências que elas ou nós estamos tendo são muito enriquecedoras.
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