Cinco coisas que admiro nos americanos.
Há alguns anos, estive nos EUA, pela primeira vez, como turista. Na época, montei um roteiro incluindo lugares que tinha muito interesse em conhecer e simplesmente adorei, pois, a viagem que fiz me fez enxergar coisas completamente diferentes da imagem que pelo menos eu tinha daqui. Nos lugares por onde passei vi diversidade, comi coisas diferentes, conheci um pouco mais sobre a história americana e passei um calor que jamais imaginava que pudesse passar por essas bandas.
Agora, vivendo no país há pouco mais de 1 ano, digo que meu aprendizado continua sendo diário em vários aspectos, uma vez que vou confirmando que quanto mais inseridos estivermos culturalmente, melhor será a compreensão sobre o funcionamento das coisas, já que somente depois de morar aqui foi que pude entender melhor o significado de algumas delas. Pensando nisso, compartilharei com vocês quais são as 5 coisas que mais admiro nos americanos.
Patriotismo
Com todos os problemas que qualquer país do mundo possa ter, também sabemos que não existe perfeição. Sem entrar no mérito de qualquer questão, uma coisa que eu realmente acho interessante de observar desde que moro aqui é o patriotismo americano.
Esse amor à pátria simbolizada pela bandeira americana está presente por todos os cantos: praças, escolas, prédios públicos, adesivos com o formato da bandeira colados na parte externa de ônibus, trens, metrô, etc; e é algo que realmente considero curioso como um ícone de fortalecimento de identidade nacional – embora existam estudos indicando que “símbolos patriotas cotidianos como a bandeira dos EUA despertam nos estadunidenses um sentimento de superioridade em relação a outros países.”
Contudo, quando penso no Brasil neste aspecto, tenho a sensação de que o sentimento patriótico fica mais aflorado apenas às vésperas da Copa do Mundo. Para algumas pessoas, no Carnaval; e, dependendo da situação, quando parte da delegação brasileira prossegue com chances de fazer uma boa competição nos Jogos Olímpicos.
Prática esportiva
Mesmo sabendo que nunca é tarde para começar algo que se queira, sou uma corredora de rua amadora que aprendeu a correr na esteira depois dos 30 anos de idade. Sinto por não ter tido oportunidade de praticar esportes desde cedo, mas agora, posso afirmar com todas as letras o quanto é bom fazer exercícios físicos e como pode ser importante para a vida de qualquer pessoa no sentido mais amplo da palavra.
Fazer meus treinos de corrida pelas ruas de São Paulo, onde morava, era algo praticamente impossível pela falta de segurança e pela quantidade de buracos presentes nas ruas paulistanas, mas aqui, tenho a felicidade de ter um parque muito perto de casa onde tenho aproveitado para fazer meus treinos. Até começar a frequentá-lo, jamais poderia imaginar a quantidade de pessoas fazendo o mesmo, especialmente depois do inverno – eu realmente fiquei surpresa!
Sempre que assisto a um grande evento esportivo como Olimpíadas, por exemplo, fico impressionada com a quantidade de atletas da delegação americana prontos para participar das mais diversas modalidades esportivas. O soccer ou o futebol, como conhecemos, não é popular no país, mas independente disso, o fato é que esporte, aqui, é levado muito a sério.
Crianças praticam esportes na escola; famílias que possuem certo poder aquisitivo pagam aulas extras de alguma modalidade esportiva para seus filhos; estudantes do high school (colégio) também começam a pensar em alternativas através do esporte para conquistar uma bolsa de estudos na universidade que, normalmente, tem um custo elevado. Contudo, o aluno também precisa ir bem nos estudos. Por essas e outras, os EUA são reconhecidos nesta área. Os investimentos começam cedo e não é à toa que o país é considerado uma das grandes potências esportivas mundiais.
Praticidade
Eu realmente acho os americanos muito práticos. Para exemplificar, falarei sobre algo que nós, brasileiros, encaramos de uma forma completamente diferente: limpeza e cuidados com a casa que, por questões históricas e culturais, tive plena certeza de que somos muito mais detalhistas neste quesito.
Bem, a primeira coisa que devo dizer é que contratar qualquer tipo de serviço, de maneira geral, custa caro. Ou seja, ter uma faxineira semanalmente como muita gente tem no Brasil aqui acaba sendo mais difícil, por isso, muita gente limpa a própria casa sem ser muito perfeccionista. Outro ponto que considero importante dizer é que com a variedade e quantidade dos produtos de limpeza de boa qualidade acredito que, de certa forma, também seja mais fácil limpar a casa.
Lavar o chão jogando bastante água como se faz no Brasil, por aqui é impossível. Não existem ralos a não ser o do chuveiro, usa-se muito aquele esfregão e/ou aspirador de pó para realizar o serviço, além de panos/lenços umedecidos descartáveis para limpeza. Tanque? Não existe! Por essa razão, máquina de lavar e secar roupa fazem parte da cultura. Se por algum motivo uma residência não tiver tais eletrodomésticos, certamente haverá lavanderias espalhadas pelo bairro.
Lava-louças é outro item comumente presente nos lares americanos. Eu mesma tenho uma que sinceramente nunca usei. Minha cabeça brasileira me faz pensar que não faz sentido ligar uma máquina que usará uma quantidade absurda de água para lavar a louça de apenas 2 pessoas. Aprendi lavar louça com as mãos e, para mim, é muito tranquilo de fazer. Embora tenha clareza de que esse meu aprendizado talvez nunca tenha feito parte do dia a dia dos americanos em geral, ter uma máquina do tipo provavelmente faça sentido para eles – uma vez que vou tendo certeza de que os americanos fazem de tudo para não perder tempo.
Quer ver outra coisa que considero super prática por aqui? Quando um cliente compra um produto e decide trocá-lo ou devolvê-lo por algum motivo. Se, porventura, algo do tipo acontecer, o estabelecimento receberá o produto sem discutir com o cliente, como muitas empresas insistem em fazer no Brasil. Obviamente, há regras, mas normalmente percebo que empresas aqui estão mais preocupadas em resolver os problemas e fidelizar seus clientes.
Pontualidade
Eu gosto de pontualidade. Claro, imprevistos acontecem, mas sempre penso que se algo realmente grave não tiver acontecido não justifica o fato de alguém chegar atrasado a um compromisso, pois demonstra falta de organização, educação e cuidado com quem espera. A expressão “pontualidade britânica” não existe somente na Terra da Rainha, na Terra do Tio Sam, também. Se alguém não puder chegar a um compromisso no horário marcado, normalmente é avisado. Diga-se de passagem, 5 minutos de atraso já é motivo suficiente para ser avisado.
São diretos
Percebo frequentemente que brasileiros possuem imensa dificuldade para falar a palavra NÃO, mesmo quando necessário. Juro que nunca me embaracei por isso, ainda que já tenha sido tachada como grossa por esse motivo. Entendo que nem sempre seja tão fácil negar algo, mas sempre preferi ser mais direta a ficar fazendo rodeios para solucionar algo. Percebo que os americanos também são assim e, sinceramente, acho ótimo! Ninguém se sente ofendido ao ouvir um NÃO quando precisa ser dito – e a vida segue.
E você? O que admira nos brasileiros e pessoas de outras nacionalidades? Compartilhe sua opinião com a gente.
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Até o próximo post!