Coisas que eu não gosto em Lima.
Se você é leitora ou leitor dos meus textos, já percebeu que sempre falo bem de Lima porque, realmente, aqui tem muita coisa incrível pra fazer e conhecer.
Quando eu visitava Lima pra turistar, achava tudo maravilhoso e diferente, como é, de fato, quando você conhece um novo país, uma nova cultura. No entanto, quando você toma a decisão de mudar-se, nem tudo são maravilhas.
Hoje, trago verdades: Coisas que eu não gosto em Lima
Umidade
Lima é uma cidade que fica praticamente no deserto, não chove. Não chove mesmo. Chuvisca, mas chuva de verdade, não. Tanto que nem existem bueiros na cidade. Porém a umidade fica entre 80% e 99% o ano inteiro. Eu me sinto morando num aquário gigante. Você respira e sente a umidade. No inverno, as temperaturas mais baixas são 15 graus, mas parece que tá fazendo muito menos, exatamente por causa da alta umidade. A roupa guardada no armário há 1 semana mofa, as coisas oxidam na velocidade da luz, suas meias estão sempre úmidas, mesmo que você esteja com botas ou algum calçado impermeável. Sua cama vai estar sempre fria, seu cabelo sempre vai ter frizz. Se no cerrado (eu sou de Goiás) a gente tinha que colocar um umidificador de ar, aqui a gente usa o desumidificador. Em 24hs ele “suga” até 1,5 litros de água!
Cadê o Sol?
Lima fica linda no verão. É cada pôr-do-sol mais espetacular que o outro e, como a temperatura máxima chega aos 30 graus, é uma delícia. Porém não se deixe enganar, esse sol não bronzeia, ele queima, arde, e a radiação é altíssima, então sempre use protetor solar. Mas, falando em Sol… durante o outono, inverno, e um pedacinho da primavera, o astro raramente aparece. A maioria dos dias são cinzentos, parece que são seis da tarde, mas são nove da manhã.
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Trânsito
Esse todo mundo vai concordar comigo (turistas, moradores, brasileiros, peruanos etc). O trânsito de Lima é uma das poucas coisas que consegue me estressar na cidade: a sinalização é péssima ou nunca é respeitada, os motoristas são egoístas e só pensam neles, não respeitam ninguém, não dão seta pra virar, nem pra mudar de faixa. Se você precisa atravessar a rua, na faixa de pedestre, caso não se arrisque vai ficar ali esperando um longo tempo, até uma alma civilizada parar pra você. Eu paro pra todo mundo e atrás de mim vira aquele “buzinaço” infernal. Ah, o limenho parece que nasce com a mão na buzina, um horror! Neste texto eu explico, com maiores detalhes, como é “O Trânsito de Lima”.
Salão de Beleza
Brasileiras estão super acostumadas a irem ao salão de beleza no mínimo uma vez ao mês (ouso dizer que até uma vez por semana), seja pra fazer as unhas, uma escova, uma depilação, um corte de cabelo, um tratamento… Quando mudei pra cá, vi que existiam vários salões de beleza, desde os mais simples aos mais “chiquetosos”, no entanto, cobram caro e o serviço que prestam deixa muito a desejar. A manicure é só uma “pintadinha” de unhas, literalmente. Não tiram cutícula, não lixam as unhas, nada disso. Os cortes de cabelos, a depilação e as famosas “luzes” ou “ombré hair” também deixam muitíssimo a desejar.
Conto uma história que aconteceu comigo. Fui ao salão fazer uma escova pra um evento, cheguei lá e perguntei o preço: “com lavado ou sem lavado?”. É isso mesmo que você entendeu: eles cobram à parte pra lavarem seu cabelo, seja pra fazer uma escova, ou depois de um corte de cabelo, e isso vale pra homens e pra mulheres. Depois de 4 anos, finalmente encontrei um salão onde posso confiar de olhos fechados Daniel Olivo Artisan Salón. Daniel é um profissional brasileiro que tem uma equipe maravilhosa (não é merchan, mas ele merece!). Se você conhece algum outro profissional, brasileiro ou não, que faça um serviço nota 10, deixa nos comentários!
Fone de ouvido?
Não posso generalizar, mas MUITA gente parece que não sabe o que é, e nem pra quê serve, aquele fiozinho estranho com dois mini autofalantes nas pontas que vem junto quando você compra um celular. É na rua, no supermercado, no transporte público, sempre tem um “Zé” escutando cumbia no volume mais alto da caixinha de abelha dele. Eu acho uma falta de respeito sem tamanho.
O preço é dado segundo o seu sotaque
O peruano acha que é esperto e, em cima de gente inocente, eles são mesmo e abusam disso. Pra você pegar um táxi na rua ou nos mercados de artesanato, o costume é negociar o valor (os táxis não têm taxímetro) e é ali que um abridor de garrafas pode te custar 3 ou 15 soles, tudo vai depender do seu sotaque. Como turista você não vai saber o preço real da corrida ou do artesanato, procure sempre negociar. Sempre.
Correios
Não confie em mandar ou receber pelos correios do Peru. O serviço de entrega é péssimo, é caro (não tão caro quanto DHL), demora demais, e você pode receber sua mercadoria ou não. Mandei uma mochila pro Brasil, que pesava menos de 200gr e ela demorou 1 mês pra chegar. Uma amiga comprou duas botas no Brasil, que demoraram mais de um mês pra chegar e ela teve que pagar S/.100,00 (cem soles) pra retirar as botas (fora o frete que já tinha pago quando efetuou a compra). E se você gosta de comprar no Ali Express, por exemplo, compre e esqueça que comprou, porque demora no mínimo 4 meses!
Na sua cidade também acontecem coisas desse tipo?
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