Esta é uma continuação do meu texto “10 coisas que você precisa saber antes de visitar o Peru…”
Altitude
A maioria das pessoas que vêm a Lima vão pra Cusco/Machu Picchu e é importante você saber que a altitude lá não perdoa ninguém. Lima fica no nível do mar, então por aqui tá tudo bem. O problema é quando você vai pra cidades como Cusco (3.399m), Arequipa (2.335m), Puno (3.819m), ou Huaraz (3.050m). Nessas cidades altas você pode sofrer do “mal de altura”, mais conhecido como soroche, por causa da menor pressão de oxigênio.
Os sintomas mais comuns são dor de cabeça, dificuldades pra respirar, enjoos e vômitos. Nesses casos os locais recomendam que você reserve o primeiro dia que chegar à cidade para descansar, pro seu corpo ir acostumando à altitude e tomar bastante chá de coca que ameniza esses sintomas e é um santo remédio pro estômago. Há pastilhas que podem ser compradas sem prescrição médica nas farmácias. Quem sofre de pressão alta, é muito importante consultar o seu médico antes!
Cuidado com notas falsas
Infelizmente é muito comum se deparar com notas falsas no Peru. Por isso, recomendo que você sempre ande com dinheiro trocado para quando for pegar um táxi, por exemplo, e nunca, em hipótese alguma, troque dinheiro pra ninguém. Quando for fazer câmbio, prefira as casas de câmbio e peça um recibo, caso alguma nota que tenham te dado seja falsa, você pode reclamar apresentando o recibo (a maioria das casas de câmbio carimbam as notas que te dão, um carimbo bem pequenininho). Também existem cambistas nas ruas e a maioria é legal, mas por via das dúvidas, procure uma casa de câmbio.
Duas moedas
Aproveitando que estamos falando em casas de câmbio… no Peru é comum locais que aceitam o Sol (moeda peruana) e o Dólar. Na maioria dos supermercados e restaurantes é permitido pagar em qualquer uma das duas moedas. Se você vem do Brasil, não precisa comprar dólares por lá: aqui existem muitas casas de câmbio que fazem o câmbio de Reais a Soles tranquilamente. Ah, as casas de câmbio não cobram “taxa de câmbio”!
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“Yo te invito”
Se algum peruano te convidar pra um restaurante/bar/cinema e disser: “No te preocupes, yo te invito”, quer dizer que ele é quem vai pagar o total da conta (invitar=convidar). Assim, se você convidar/invitar um peruano, se prepare porque você vai ter que pagar a conta! (risos)
Artesanato barato em Lima?
Saia de Miraflores e vá pra San Miguel. A maioria dos turistas se hospedam em Miraflores, Barranco, San Isidro ou Centro de Lima, então é comum comprarem lembrancinhas por esses lugares. É certo que em Miraflores existem vários mercados de artesanatos, mas os mais baratos estão em San Miguel. Na Av. La Marina (fica a 20 minutos de Miraflores), onde você encontra vários mercados com ótimos preços, e ainda pode negociar.
Qual a melhor época pra ir ao Peru?
Se você quer desfrutar das praias ao Norte do Peru, ou de uma Lima com um sol lindo, venha no verão ou começo de outono (janeiro a abril). Se você quer ir pra Cusco/Machu Picchu, é melhor vir no outono/inverno (de abril a setembro), que são épocas com temperaturas mais frias, mas que você não corre o risco de pegar chuvas por lá. No verão chove bastante na serra e na selva do Peru. É importante ressaltar que em Lima não chove. Não chove mesmo. Garoa, aquela chuvinha fininha no começo da primavera e, dependendo do El Niño, no verão também. Pra visitar Arequipa, Huaraz, Cajamarca, e demais cidades que ficam na serra do Peru, a melhor época é no outono e no inverno: faz bastante frio, o ar é seco, mas tem um sol lindo. Cidades da selva peruana são as que têm o clima mais parecido com o do Brasil: muito sol, muita chuva e terra vermelha. Até os mosquitinhos são parecidos por isso, traga repelente!
Suco de milho roxo?
Isso mesmo. No Peru existe, aproximadamente, 3.000 espécies de milho! Alguns são para consumo humano, outros só para os animais, e outros só servem como enfeite mesmo. Tem milho grande, pequeno, amarelo, branco, vermelho, vermelho com branco, e roxo, o maíz morado. E é do milho roxo que se prepara uma das bebidas mais importantes do Peru: a chicha morada. A chicha é extraída do cozimento do milho roxo e, nessa água, é misturado canela e limão. Alguns agregam também o abacaxi mas, de todas formas, eu acho uma delícia e o sabor é inigualável. Só experimentando pra saber.
Lhama e alpaca não são animais de estimação
Por incrível que pareça, muita gente pensa que no Peru o pessoal cria lhama e alpaca nos quintais de casa ou que vai encontrá-las em qualquer esquina. Só que não. Lhamas e alpacas são mais comuns na serra do Peru e, antigamente, eram animais que serviam para transporte de carga (as lhamas). Já as alpacas têm um pelo muito apreciado. Aqui você pode encontrá-lo em casacos, cachecóis, luvas, gorros etc, mas, prepare o bolso: são bem caros.
Peruanos X Chilenos
Sabe essa rixa que temos com os argentinos por causa do futebol? Aqui no Peru existe a mesma rixa, só que com o Chile e por algo muito mais sério que o futebol: território (cidades como Arica, que hoje pertence ao Chile, mas antes da Guerra do Pacífico pertencia ao Peru. Atualmente já não existe essa briga) e o pisco. Pisco? O pisco é um destilado de uva, parte da família dos brandys, produzida no Peru desde o século XVI. Existe uma “briga” entre os dois países pra saber quem é o “dono” do verdadeiro e mais antigo pisco. Pra mim, é o Peru, já que temos uma cidade e um rio que se chamam Pisco, muito antes da bebida aparecer. Nunca, em hipótese alguma, confunda o Peru com o Chile, ou um peruano com um chileno.
Se você é amante e protetor dos animais, não aceite comer “cuy”
Uma das primeiras coisas que queremos fazer quando chegamos a um novo destino é comer, e o Peru é o paraíso pros amantes da gastronomia, ou seja, todo mundo. E, quando chegamos a novos países nos deparamos com uma nova cultura, novos hábitos de comportamento e costumes. Pois bem, no Peru é comum comer cuy. Do que se trata o cuy? Cuy é, nada mais, nada menos, que o nosso porquinho da Índia. Isso mesmo. Aqui eles comem porquinho da Índia, que pra nós, brasileiros, é uma bichinho de estimação. Quando eu soube disso fiquei encabulada, pra mim, Janayna, seria o mesmo que comer um cachorro ou um gato. Há pessoas que gostam de experimentar algo novo e outras que são como eu e nem passam perto desse prato, porém, é sempre importante respeitar a cultura e quem come e, quando te oferecem, faça como eu: seja gentil, agradeça e recuse.