Dicas de turismo em Machu Picchu e Cusco.
Desde que me mudei pro Peru, muitas pessoas me escrevem interessadas em visitar Machu Picchu. Já fiz itinerários pra várias pessoas e, baseado nisso, resolvi publicar toda minha “pesquisa” pra quem mais se interessar em fazer essa viagem mágica.
Engana-se quem pensa que Machu Picchu fica pertinho de Lima (sabe de nada, inocente). A cidadela Inca construída no século XV, mas descoberta em 1911 pelo professor americano Hiram Bingham em uma expedição feita pela Universidade de Yale, fica no departamento de Cusco (a capital também se chama Cusco) e está a 1.500 km de Lima.
Às pessoas que vão a Machu Picchu eu sempre digo que vale a pena fazer um tour por Cusco, já que você vai ter que ir pra lá mesmo, e recomendo 6 dias de viagem (se você for fazer todos os tours, incluindo Machu Picchu).
Vamos aos detalhes?
De Lima pra Cusco você pode ir de avião pelas seguintes companhias aéreas que não cobram preços diferentes para estrangeiros: Star Peru, Peruvian Airlines, LC Peru e Avianca.
O voo dura em média 1h30, e vale muito a pena. A viagem de ônibus é muito cansativa (em média 20hs) e também perigosa: você sobe a cordilheira que tem inúmeras curvas sinuosas e penhascos.
Chegando a Cusco, você pode pegar um táxi do aeroporto pro seu hotel/hostel/Airbnb. Do aeroporto até a “Plaza de Armas” fica em média S/. 25,00, lembrando que no Peru você pode negociar com o taxista porque não existe taxímetro.
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Em Cusco, tem hospedagens de todos os valores e em diversos locais. Isso você pode pesquisar em sites como Trivago e Airbnb.
Eu sempre fico nos hotéis da rede Pirwa ou no La Casa de Fray Bartolomé. Eu indico a ficarem nas proximidades da Plaza de Armas porque em bairros como San Blas, se você não está acostumado a praticar exercícios físicos, a subida é cruel, isso somado a altitude.
Ah, é importante lembrar que Cusco fica a 3.399 m acima do nível do mar e você pode sofrer do mal de altura, mais conhecido aqui como “soroche”. Recomenda-se caminhar devagar, comer comidas leves, e respirar com calma. Também tem umas pastilhas pra mal de altura que você encontra em qualquer farmácia do país. Sempre tomo uma no avião antes dele pousar em Cusco, e uma todo dia de manhã durante a estadia por lá. Tomar muito chá de coca e mastigar a folha de coca (apesar de amarga) também te ajudará.
Obs.: converse antes com um médico se você sofre de pressão alta.
Estando em Cusco, compre o Boleto Turístico Integral, para estrangeiros custa S/.130,00 e te dá o direito de entrar nas seguintes atrações: Museo Histórico Regional, Museo de Arte Contemporáneo, Museo de Arte Popular, Museo de Sitio de Qorikancha, PukaPukara, Tambomachay, Pisac, Ollantaytambo, Centro Qosqo de Arte Nativo, Chinchero, Monumento al Inca Pachacutec, Moray, Sacsayhuaman, Tipon, Q’enqo, Piquillacta.
Obs.: todos os museus ficam em Cusco.
Você pode até optar por fazer todos esses tours através de uma agência de turismo, o que eu, inclusive, recomendo, mas vai pagar bem mais barato se já tiver o Boleto Turístico Integral. Pergunte na agência o valor do boleto e veja se bate com o valor que está no link que coloquei acima. Você também tem a opção de comprar: boleto para estudante estrangeiro e boleto turístico parcial (dividido em 3 circuitos).
Os tours mais comuns são:
City Tour – Se visita: Qoricancha, Sacsayhuaman, Quenqo, Pucapucara, e Tambomachay (todos esses são sítios arqueológicos)
Valle Sagrado – Se visita: Pisac (sítio arqueológico), Mercado de Pisac, Ollantaytambo (sítio arqueológico), e Chincheros. Obs.: Muitas agências incluem no valor desse tour um almoço tipo buffet, onde se come à vontade.
Tour Maras e Moray – Se visita: Moray (sítio arqueológico), e as Salineras de Maras. Pra entrar nas salineras se paga o ticket a parte, pois todo o dinheiro arrecado com essas entradas vai para a comunidade de Maras, custa S/.10,00.
Tour Valle Sur – Se visita: Tipon, Pikillaqta (ambos são sítios arqueológicos), e Andahuayllas.
Montaña de 7 colores – Esse tour é bem recente e é o queridinho do momento, vocês já devem ter visto várias fotos dessa famosa montanha por aí. Pra chegar até lá são entre 4 e 5 horas de caminhada, mas você também pode fazer a cavalo. É cansativo, mas vale a pena.
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Você pode contratar as agências de turismo em Cusco mesmo. Na Plaza de Armas tem aos montes e dos mais diversos preços. Vale a pena pesquisar.
Pra fazer os tours City Tour, Valle Sagrado (com almoço), Moray e Salineras de Maras, incluindo transporte, paguei S/.130,00 + o Boleto Turístico Integral (que pago S/. 70,00 porque tenho nacionalidade peruana).
Agora, vamos a Machu Picchu?
Quando fui a Machu Picchu fiz tudo por conta própria, sem contratar agência de turismo e recomendo se você fala espanhol ou inglês, exceto o transporte de Cusco a Poroy (paguei S/.40,00) ou a Ollantaytambo (isso você pode conversar direto na agência onde fará os outros tours).
Recomendo ir para Aguas Calientes um dia antes de subir a Machu Picchu: chegar, descansar e subir a Machu Picchu no dia seguinte, pela manhã. Ficar por lá até o fim do primeiro turno, e regressar a Cusco no trem da tarde (depois das 15hs).
A primeira coisa a se fazer é comprar suas passagens de trem (faça isso, no mínimo, 1 mês antes da sua viagem, mas você também pode arriscar comprando tudo – passagem de trem e ingresso a Machu Picchu – em Cusco mesmo, o que eu não recomendo). Existem duas companhias que fazem o trajeto: Peru Rail e a Inca Rail.
Os preços variam bastante, dependendo do ponto de partida (se será Poroy, que fica a menos de 1 hora de Cusco, ou se será de Ollantaytambo, que fica a 2h30 de Cusco), e vão desde USD 60 dólares a USD 500 dólares (ida e volta), depende também da classe que você quer viajar (econômica, vip, com almoço, sem almoço). Isso tudo você pode consultar nos sites. Obs.: Peru Rail é sempre mais barata. Quando fui pra Machu Picchu fui no trem “Expedition” e voltei no “Vistadome”.
Depois de comprar seu ticket do trem, você compra seu ingresso a Machu Picchu, aqui , este é o site oficial do governo, e custa S/. 152,00 para estrangeiros. Você pode escolher se vai no 1º (manhã) ou no 2º (tarde) turno. Eu prefiro o 1º turno, porque ver o sol nascer em Machu Picchu é sensacional!
Onde ficar em Aguas Calientes? Aguas Calientes é um pequeno povoado aos pés da montanha onde fica Machu Picchu, e é aonde os trens chegam. Ali tem, praticamente, só hotéis e pousadas de todos os tipos e valores. Quando fui, fiquei no Pirwa e gostei bastante: limpo, confortável, café da manhã incluído e a um bom preço (USD 38,00, mais ou menos S/. 125,00 para duas pessoas em um quarto “matrimonial” com suíte).
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Pra “subir” de Aguas Calientes pra Machu Picchu você pega um ônibus na estação que fica perto da estação de trem, você pode comprar o ingresso lá mesmo, quando chegar a Aguas Calientes, custa em média USD 24,00 (ida e volta) para adulto estrangeiro.
Como vocês observaram, algumas coisa são em Soles (S/.) e outras em Dólares (USD), isso é normal no Peru, pois trabalhamos com as duas moedas.
Espero que vocês tenham gostado das minhas dicas e, se tiverem alguma dúvida, podem deixar nos comentários.
A disfrutar!
2 Comments
amei as dicas ….estamos.querendo ir em.17 de dezembro de 2018 até dia 10 de janeiro de 2019…o que acha é uma data Boa?…nao vi vc comentar sobre o mês que é bom ir.
Oi Solange! Que bom que gostou do texto 🙂
É verdade, esse é um bom ponto. Respondo: A melhor época pra ir pra Machu Picchu é de maio a outubro, no outono/inverno, porque raramente chove nessas épocas por lá.
De novembro a abril, é arriscado você pegar chuva, mas nada que estrague a beleza de visitar Machu Picchu. A chuva não dura o dia todo.
Boa viagem! Abraços!