O Natal é diferente para todo mundo.
Qual é a origem do Natal? Por que oferecemos presentes para aqueles que amamos? De onde os ramos de visco, guirlandas e outras decorações de Natal vêm? A natividade tinha muitas origens pagãs, inclusive o solstício de inverno, que deu origem aos hábitos e costumes conhecidos hoje e o aspecto tradicional que tanto amamos.
História do Natal
A coisa é antiga! Em 800, Carlos Magno é coroado imperador pelo papa no dia do Natal. Em 1066, Guilherme, o Conquistador, foi coroado rei da Inglaterra na Abadia de Westminster também no Natal. No século V, sob o pontificado de Gregório Magno, a missa da meia-noite foi celebrada. No século VII, o costume foi estabelecido em Roma para celebrar três missas: a vigília na noite de 24 de dezembro, a madrugada e a missa do dia 25 de dezembro. Tradições são mantidas e relembradas desde então.
Os mercados de Natal, não só na França, mas na Europa de modo geral, são incríveis. Geralmente, contam com bebidas e comidas típicas, artesanato local e decoração de Natal. Algumas vezes, esses mercados de Natal têm atrações incríveis, como pistas de patinação no gelo ou concertos ao ar livre (e gratuitos). O mais legal é descobrir o que há de interessante e típico na culinária e história do país onde você vive ( ou pretende visitar). Esta é, quase sempre, uma descoberta muito interessante.
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Em alguns lugares – entende-se, em algumas casas – o Natal, ou Noël, como chamamos por aqui, é tipicamente uma festa cheia de rituais: toalhas brancas, castiçais e pires de trigo não são, apenas, decoração. Eles fazem parte de uma proposta muito peculiar e ritualística, assim como os presépios, bolos de Natal, velas e calendário de l’avent (uma contagem regressiva para o Noël).
A partir do século IV, os preparativos para a festa de Noël começam a ser celebrados no dia 1º de dezembro. Isso é chamado de Advento. Este festival considera o desenvolvimento de muitas tradições, cujos hábitos e costumes variam dependendo da região. Existem também vários símbolos que definem o Natal. Um deles é o calendário do Advento que é composto por 24 portas para abrir durante os dias antes do Natal. Cada porta inclui uma imagem, citação bíblica ou um pequeno doce ou chocolate (há alguns mais sofisticados com itens de cosméticos, joias e o que mais a criatividade permitir). Eu adoro! Acho aquela experiência de abrir as portinhas tão fofa! Adoro ter a oportunidade de encontrar uma surpresa nos dias anteriores ao Natal.
Todas as casas são assim? Claro que não. Exatamente como no Brasil, há o povo do peru e do bacalhau, e tem a galera do “churras”, coxinha de galinha e salgadinhos variados. O fato é, como em qualquer lugar do mundo, o Natal é uma oportunidade de escolher como celebrar, ou não. E é isso mesmo: carregamos o Natal dentro dos nossos valores, princípios, cultura e coração.
Posso contar mais sobre o lado de cá.
Comemoração na França
É comum que, no dia 24, alguns franceses se encontrem nas igrejas para a missa e, depois da cerimônia, celebrem o momento em casa, em um jantar que conta com muitos pratos típicos da culinária francesa como o foie gras ostras, champanhe e o escargot. Há uma peculiaridade para cada região da França, mas acredito que todas contem com a büche de Noël que pode ser um bolo (mais tradicionalmente) ou um sorvete, sempre no mesmo formato de “tronco”, com decoração típica. Procurem receitas ou me peçam por aqui (vale a pena!).
A árvore de Natal – sapin du Noël – é um adereço decorativo onde as pessoas depositam seus presentes. Na minha experiência por aqui posso garantir que esta é uma data muito menos comercial do que a nossa brasileira. Compra-se muito menos. Celebra-se muito mais. Percebo que o momento é muito esperado e desejado, e não pelos presentes (que podem ser uma bobagem – mesmo!), mas pela oportunidade de estar com mais pessoas.
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Presépios, decorações típicas, luzes… tudo típicamente natalino. O que eu acho mais interessante é o fato de que, nesta época, há inúmeros concertos – mesmo nas menores villages da França – com música clássica da melhor qualidade. Há, também, concertos populares, com canções de Natal e outras mais. O melhor de tudo: a maioria deles é gratuito! O Quebra-Nozes de Tchaikovsky é qualquer coisa de comum por aqui! Se tiver por aqui, por favor, aproveite!
Mas o fato é que cada região conta com uma característica diferente e uma forma distinta de celebrar o dia. Seja por acreditar nos aspectos cristãos do dia ou pela festa do papai Noel, há infinitos tipos de festa. E você, também, pode criar a sua.
Na Normandia, há a prática de queimar um tronco na chaminé. Na Lorraine, o papai Noel distribui guloseimas para crianças durante a noite! Na Alsácia, é celebrada a festa no início do Advento, isto é, durante as quatro semanas antes do Natal, e até o dia 6 de janeiro são acendidas as velas da coroa do Advento, emblema da expectativa do nascimento de Cristo. Na Provance, há a festa de 13 sobremesas, simbolizando o número de convidados da Última Ceia (última refeição de Jesus com seus doze discípulos). Na Champagne, é comum desfrutar de waffles antes da meia-noite. Na Borgonha, a ceia conta com caracóis salgados, fricassê e ovos. Na Bretanha, antes de partir para a missa da meia-noite, o pop star é um tronco embrulhado e salpicado com água benta e sal. E por aí vai…
Independentemente do que você deseja para o seu Natal – se uma mesa farta, amor da família, presentes ou seja lá o que for – há uma forma de celebrar que pode ser exclusivamente sua. Aproveite a data para criar novas tradições em família ou para reunir-se consigo. Não importa. Celebre com o seu coração. E, se for possível, construa o Natal bem dentro do seu coração: em janeiro, fevereiro, março… até novembro, ele poderá continuar brilhando dentro de você.