Como comprar roupa na Coreia do Sul?
Os coreanos são vaidosos, valorizam muito a aparência. Conheço pessoas que gastam mais da metade do que ganham em compras de cosméticos, roupas e sapatos. E como o povo pede, o mercado atende. Em Seul, capital da Coreia do Sul, você pode encontrar centros comerciais dos mais variados estilos e valores.
Em Gangnam estão as lojas de marca, grifes como Louis Vuitton, Channel, Calvin Klein e outras muitas com peças que valem mais do que o meu salário. Myeongdong é conhecida por ter a maior concentração de lojas de cosméticos, mas também tem lojas de vestuário, que vão de grifes às famosas lojinhas de ₩10.000,00 (dez mil won), as mais baratas que podemos encontrar. Hongdae e Ehwa são bairros universitários que possuem ruas cheias de lojas onde os preços tendem a ser mais acessíveis devido ao público jovem: são os meus locais favoritos para fazer compras.
Seul pode ser um verdadeiro paraíso para quem é consumista, mas isso só terá um final feliz se você tiver um biotipo parecido com o dos coreanos.
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Não há nada mais triste do que você entrar em uma loja, bater o olho em um vestido, ter certeza de que é ele que você quer usar na próxima sexta-feira à noite, e, ao experimentá-lo, descobrir que não consegue respirar. Você chama a atendente com a esperança de ter uma segunda chance, mas ele é tamanho único. Isso não aconteceu uma, duas ou três vezes comigo, foram várias. Por isso, decidi compartilhar com vocês a dificuldade que uma brasileira pode ter para fazer compras na Coreia do Sul.
A dificuldade não está no idioma ou na moda coreana, muito menos na forma de pagamento. Ela está no simples fato de entrar ou não na roupa.
Vocês já tiveram a oportunidade de conhecer uma mulher coreana pessoalmente? A estrutura corporal delas é bem diferente das ocidentais, perceptível à primeira vista: estatura baixa, bem magras e sem curvas, enquanto as brasileiras possuem quadris largos, seios e bumbum pouco mais desenvolvidos, em geral.
Essa diferença corporal não era um problema para mim (eu sequer havia pensado sobre isso) até o dia em que fui fazer compras pela primeira vez na Coreia do Sul e nada me servia. A largura e comprimento das calças não eram suficientes, não passava metade da perna. Isso se repetia com toda e qualquer peça de roupa inferior, de calça jeans à saias, não fechavam no quadril. Os vestidos belíssimos ficavam no comprimento de uma blusa longa, devido a diferença de altura. Foram dias difíceis até que eu finalmente aceitei que eu não me encaixaria (literalmente) nas roupas coreanas. As únicas que se salvam são as peças de roupa superiores que, graças ao meu bom Deus, não são problemas.
A solução que encontrei foi comprar e trazer (por correio ou conhecidos que fazem viagem Brasil-Coreia) as calças, shorts e leggings do Brasil, porque contra a natureza corporal não podemos lutar.
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Tudo isso complica mais com o fato de que nas lojas coreanas não é permitido experimentar as peças, seja camisa, calça ou vestido. É proibido tanto para homem como para mulher. A desculpa que eles usam é para não sujar a roupa. Então, basicamente, você precisa adivinhar com o poder de percepção da sua mente que aquela peça vai entrar e ficar perfeita em você. Claro que isso já me rendeu vários problemas financeiros, já perdi as contas de quantas vezes comprei algo que não me serviu.
Outra dificuldade que encontrei ao morar na Coreia do Sul foi comprar sapatos. Meu número de calçado brasileiro é 38 (fora da média já entre as mulheres brasileiras, imagine entre as coreanas) e o número coreano é 255. O único detalhe é que os calçados femininos coreanos são feitos, no máximo, até o número 250. Resultado? Eu só consigo comprar sapatos masculinos, o que resume os meus calçados em botas e tênis. E assim aprendi a viver. Tentando me encaixar aos poucos nas poucas roupas que me vestem. Deixo aqui um link onde você pode calcular o número do seu calçado coreano.
Com esse texto eu quis alertá-los sobre a dificuldade de fazer compras de roupas e sapatos em outro país. Pode parecer algo irrelevante a princípio e passar despercebido quando vamos nos mudar, mas dará muita dor de cabeça depois. Quando viajamos, levamos as roupas certas para aquele período de tempo e pouco nos preocupamos em comprar roupas novas. Mas quando decidimos morar fora, a coisa muda de figura.
Para os homens não seria diferente, eles também teriam dificuldade. A nova geração de jovens coreanos é bem alta, com uma média de 170 a 180 cm de altura. Existem os homens musculosos, mas a grande maioria é bem magra e, na moda atual, adoram vestir calças e blusas bem coladas, o que imagino não ser o gosto da maioria dos brasileiros. Por isso, já alerto: caso venha fazer compras nas estilosas lojas de Seul, não se assuste se tiver que prender a respiração para entrar em uma camisa, mesmo que ela tenha numeração máxima.
Vocês também tiveram dificuldades de encontrar peças de vestuários nos países em que moram atualmente? Realmente gostaria de saber se fui a única.
5 Comments
Oi amanda! Aqui na Arabia Saudita também não podemos provar as roupas! Temos que comprá-las e depois voltar na loja pra trocar ou pregar o dinheiro de volta.
Em alguns banheiros dos shoppings tem uma área de provadores. Então da pra provar e ja na sequencia retornar à loja. Ou temos alguns dias pra fazer isso.
Pra mim o chato é que dei uma engordada e troquei a numeração e tbm mudei um pouco o estilo de me vestir e as vezes quero provar alguma modelagem nova que não faço ideia de como ficaria no corpo. Ai fica complicado ter que comprar varias pecas só pra saber se elas ficam bem…
A solucao eh esperar alguma viagem e provar as roupas em outros lugares rsrs
Adoro o seu canal e os seus posts aqui no Brasileiras pelo Mundo! 😀 Nossa, deve ser bem complicado. Comprar pela internet em lojas internacionais estava fora de cogitação? Por que acho que só assim mesmo hein, difícil! É uma pena que as coreanas sejam tão diferentes de nós, por que eu adoro a moda de lá!
Beijos!
Olá Amanda! tenho a intenção de ir à Coréia do Sul no ano que vem, me informei que brasileiros não necessitam de visto, caso não ultrapasse os 90 dias (não sei se a informação esta errada) mas tenho muitas dúvidas, como por exemplo:
custo de vida, moeda coreana x real, a diferença é muito grande certo???
idioma, coreano ou inglês???
hospedagem, aí existe os albergues como em outros países, ou qual seria a melhor opção ???
Bom, nãos ei se seu blog seria para responder isso, mas agradeço se puder.
Olá Amanda. Como todos tem dúvidas eu também sou uma. Então o meu problema não e tanto o idioma , mas sim se tenho alguem na Coreia que fala o mesmo idioma que eu. Só o fato deu não me sentir perdida. Alguma dica para mim?
E quem usa P no Brasil usa oque na Coreia do Sul