Como saber que é hora de morar fora.
Tomar uma decisão como essa pode exigir uma dose grande de coragem por diversas razões como distância, dinheiro/câmbio, ter ou não um parceiro, parceira ou amigo que tope a aventura com você, cultura, culpa e a principal delas, o medo.
Sim, dá muito medo de não se adaptar, medo de não aprender a língua, medo de não conseguir “se virar”, medo de não fazer novos amigos e, especialmente, de dizer até logo às pessoas que mais amamos. O nosso corpo se adapta com muita facilidade a coisas novas, a pegadinha está no pensamento!
A hora certa
Quando você começar a sentir aquele comichão de curiosidade, começar a se perguntar “e se”, e se pegar dando uma olhadinha nas passagens aéreas, essa é a hora! E é geralmente nessa hora que um daqueles medos entra em cena e toma conta. “E se eu não conseguir me recolocar quando eu voltar?”, “e se…?” Por isso, a minha dica é: pesquise. Pesquise bastante, pois quanto mais você se abre para essa possibilidade, mais os medos vão perdendo a força, ficando apenas o que for realmente importante para a tomada de decisão.
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Agora imagine se todos os medos sumissem, o que sobraria? Sobraria a experiência de se conhecer melhor, conhecer uma nova cultura, novas pessoas que foram criadas totalmente diferentes de você, provar novos sabores, conhecer outras paisagens, aprender uma nova língua e se tornar ainda mais independente. Imagina se de repente você, como eu, descobre que finalmente aprendeu a gostar de comidas que não gostava, e agora entende a sua mãe porque, afinal de contas, a casa estava mesmo uma bagunça?
Não existe hora certa para morar fora, pode ser antes da faculdade, depois, pode ser que nem exista faculdade e a saída seja fazer um curso legal em alguma instituição fora do país que te ajude na sua área de atuação. O ideal é avaliar seu momento de vida atual e seguir seu coração. No final, as respostas que precisamos estão sempre no nosso coração, e com planejamento até os planos mais audaciosos acontecem!
Do que você vai abrir mão
Você com certeza vai abrir mão de encontrar seus amigos toda sexta naquele barzinho, e vai perder alguns aniversários também. Os almoços de domingo vão ficar por sua conta e não vai dar para ir naquele restaurante que você sempre vai…
Você também vai abrir mão do seu emprego, é importante olhar com cautela quais são as suas reais chances de crescimento e aprendizado se você ficar.
Quanto tempo ficar?
Essa é uma boa reflexão. Da primeira vez que saí do país, fiz a minha documentação para ficar 7 meses, pois fiquei com medo de encarar 1 ano direto, mas no final das contas acabei estendendo e dobrei! Então, pense em qual é a sua maior motivação para ir, se são os estudos, se é um trabalho, o importante é não se deixar levar pelo pânico de mudanças, e ter em mente o tempo que você quer ficar é muito bom para controlar a ansiedade, mas lembre-se que é só alterar se necessário!
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A parte burocrática
Dinheiro é relativo de pessoa para pessoa, então pesquise os custos de uma pessoa que tenha uma vida similar à sua, desde aluguel e contas até o chocolatinho da tarde e os passeios que você com certeza vai querer fazer! Pesquise também a possibilidade de trabalhar no lugar para o qual você quer ir. Pesquise também sobre os documentos necessários para tirar o visto, além das regras também.
Por fim, deixe essa sensação de apreensão combinada com vontade tomar conta de você, é uma delícia planejar todos os detalhes, se imaginar em determinadas situações e lugares, e antes de você perceber, estará com as passagens em mãos!