Estamos vivendo momentos difíceis com essa pandemia, e aqui na Arábia Saudita as medidas preventivas adotadas foram bem restritivas.
A estratégia de quarentena do governo começou a ser implantada antes mesmo do país apresentar 500 casos diagnosticados de COVID-19 e a adesão do setor privado e da população, de modo geral, tem sido bem alta, mantendo o crescimento linear da doença, o famoso “achatamento” da curva.
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No dia 14 de março a Arábia Saudita suspendeu todos os vôos internacionais e fechou as fronteiras terrestres do país, a princípio por 15 dias, mas algum tempo depois declarou que o país será mantido fechado até segunda ordem.
Com isso, brasileiros que estavam na Arábia, em especial os de forma transitória, ficaram “retidos” no país e estão tentando, por meio da embaixada brasileira em Ríade, auxílio do governo brasileiro para retornar ao Brasil.
Como é o caso do Filipe Cruz estudante da Universidade de Medina que relata:
“Quando estava resolvendo as coisas para voltar ao Brasil pois minha esposa está com 36 semanas de gravidez, veio a suspensão dos vôos.”
Em contato telefônico, a embaixada informou que está trabalhando incansavelmente a fim de buscar soluções para prestar assistência aos brasileiros.
A capacidade da embaixada é pequena, até pela demanda de brasileiros que é baixa, a maioria dos brasileiros são residentes no país e estão aqui com visto de trabalho e em situação segura e estruturada, o que caracteriza uma maior necessidade de prestação de serviços consulares e não assistenciais.
Além disso existem brasileiros com visto de visita familiar ou visto de negócios, nesses casos estão sendo assessorados por familiares ou pela empresa.
O visto de turismo é recente no reino, começou a ser emitido em setembro de 2019 o que faz dessa situação ainda mais atípica.
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Contudo, a embaixada relata que está em contato direto com o grupo de brasileiros que está em situação de maior exposição. Como é o caso do mochileiro Rafael Dallacqua que está dependendo da ajuda de amigos para se manter no país.
A embaixada relata ainda: “Ninguém ficará desassistido”.
Até o momento não temos informações de brasileiros em situação de desvalimento, o que caracterizaria, a partir de comprovada declaração de hipossuficiência econômica, a obrigatoriedade da embaixada em proceder a repatriação.
Apesar disso, o agenciador de atletas Marcelo Pinheiro, que chegou na Arábia a trabalho com o intuito de ficar 12 dias, tinha seu retorno programado para 17 de março, porém teve seu vôo cancelado no dia 14 de março, está na casa de amigos e precisa retornar ao Brasil onde tem 3 filhas e uma esposa que está em tratamento médico.
O grupo está em constante comunicação com membros do CDC (conselho de cidadãos) da Arábia Saudita, e que na medida do possível tem prestado auxílio e informação a comunidade.
A situação é tensa, atípica e difícil de ser resolvida e precisaremos de muita paciência, apoio mútuo e auxílio das autoridades para superarmos esse momento.