Cruzeiros: ou você ama, ou você odeia. Até hoje não conheci uma pessoa que tenha uma opinião meio termo com relação a este tema.
Quando pergunto para as pessoas o que elas acham dos cruzeiros, existem as mais diversas respostas dividas pela turma a favor e a turma do contra.
Os que gostam, falam sobre a vantagem de não se preocupar com dirigir, pular de lugar em lugar ficar o tempo todo andando e ter tempo para descansar e fazer só as visitas que interessam. Não estão preocupados em conhecer os lugares profundamente, estão preocupados em ter um momento de descontração e aproveitar para conhecer vários lugares diferentes.
Os que são contra, falam que só passam algumas horas nas cidades de parada, não dá tempo de ver nem descobrir nada, ficam presos no navio a maior parte tempo sem ter o que fazer, além do navio lotado e filas.
Eu sou da turma a favor, principalmente com crianças e vou dar o meu depoimento pessoal do porquê.
Para nós, os cruzeiros foram a solução dos nossos problemas para as viagens de férias.
Quando viemos para França minha filha tinha 1 ano e 8 meses, fizemos o primeiro cruzeiro dela com quase 3 anos e o segundo com 4 .
Quem tem criança pequena sabe que é possível fazer viagens longas, com muitos pontos de paradas e visitas a várias cidades, mas é cansativo e sempre adaptado. Quando ela era pequena, não conseguíamos ficar mais de 15 dias fora, na realidade ela reclamava que queria voltar para casa antes do fim da primeira semana.
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Lugares que precisavam caminhar muito, tinha que ver se dava para levar o carrinho (já quebramos mais de um em paralelepípedos) e o mais importante: não podemos esquecer que chega uma hora que a criança não aguenta. No final, a viagem é sempre válida, mas nunca conseguimos ver o que planejamos e fica muito cansativo para a criança.
Quando eu vim para França em 2008 para um treinamento de 4 meses, fazia viagens de final de semana onde saíamos sexta à noite, pegávamos até 6 horas de estrada e voltávamos domingo à noite. Conheci vários lugares dessa forma e viajava quase todo final de semana. Quando você passa a morar na França e com criança pequena, este tipo ritmo não é mais viável, pelo menos para nós.
Como a minha situação hoje é outra e ainda queremos conhecer lugares novos, apareceu a ideia do cruzeiro.
Queríamos conhecer o máximo de lugares diferentes possíveis, mas vimos na prática que era difícil fazer este tipo de viagem com criança pequena sem ser muito cansativo para todos.
O que nos fez decidir tentar o cruzeiro ?
O cruzeiro nos permite conhecer em media 4 a 5 cidades diferentes (é claro que não é profundamente, mas com uma criança de 3 anos posso te dizer que é no ritmo dela), e ainda descansar, não se preocupar em trocar de hotel a cada 3 dias e na prática, menos reclamação de querer voltar para casa, pois o ambiente é totalmente novo e com muitas opções para crianças.
A partir de 3 anos dependendo do navio, a criança já tem acesso ao clubinho infantil e eles adoram.
Experiências
Fomos a 2 cruzeiros, um pequeno da Croisières de France e um maior da Costa.
Croisières de France, roteiro de 8 dias pelo Mediterrâneo: Espanha , Itália e Córsega saindo de Marselha, pacote com tudo incluído, inclusive bebidas.
Costa cruzeiros: Roteiro de 13 dias saindo de Marselha passando por França, Espanha , Portugal e Marrocos. Sem bebidas no pacote, mas podíamos comprar pacotes de bebidas alcoólicas ou não . Considerando que água e suco eram disponíveis.
O cruzeiro menor, é mais intimista, o clubinho é simples, mas funciona. Tivemos a impressão que eles não estavam muito preparados para crianças menores. O clubinho era a partir dos 3 anos e como toda criança pequena, ela chorava no início , ficávamos la para ver e logo devolviam ela ou ligavam dizendo que ela estava chorando, mesmo sabendo que passava logo.
O da Costa, pegamos o Cruzeiro da Peppa Pig. Clubinho super preparado para as crianças, com almoço e tarde dançante com a Peppa, brincadeiras temáticas por idade e ainda teve o dia de princesa. Foi ótimo.
No primeiro Cruzeiro ainda não tínhamos as astúcias e penamos um pouco nas excursões (lembrando que estávamos com uma criança de praticamente 3 anos que ainda fazia a soneca da tarde de 3 horas) quando levávamos o carrinho, nem sempre era adaptado ao lugar e tínhamos que subir e descer escadas com eles e quando decidíamos andar, no meio da excursão a criança cansava e dormia no colo.
No segundo Cruzeiro, depois da primeira excursão que andava muito e a criança não aguentou, descobrimos que ela podia ficar no clubinho nas paradas com programação especial e assim foi nas paradas que sabíamos que ia ser cansativo, como Roma ela ficava e nas mais tranquilas, como Lisboa ela ia conosco.
Maior vantagem: conhecemos cidades diferentes, descansamos, brincamos, passeamos pelas cidades ou fizemos excursões relâmpagos para uns, mas para nós estava exatamente na medida das nossa possibilidades e limites da criança. E depois do dia passeando, voltávamos para o navio e seguíamos viagem. Além da programação interna do próprio navio, que era bem variada.
Os dias em alto mar, o que para uns significa prisão, para nós era tranquilidade.
Dicas:
- Se você tem flexibilidade de datas, vale a pena pesquisar bem e conseguir ótimas preços. Tem cruzeiros de 8 dias até por 300 euros por pessoa, mas em outubro, ou reservando no último minuto. Se você quer verão, é mais caro mesmo, mas às vezes encontra promoções legais – o que foi o nosso caso.
- Deve-se ficar atenta às taxas de séjour (utilização), geralmente por volta de 70 euros por adulto e 50 por criança . Esta taxa é cobrada no final do cruzeiro, dependendo do pacote e oferta. Como no primeiro cruzeiro foi oferta, não prestei atenção e levamos um susto no final que tínhamos mais 200 euros para pagar.
- Verificar se o clubinho infantil funciona nas paradas. Se funcionar, é uma excelente opção nas paradas que são cansativas (como as ruelas no Marrocos , Mônaco e Roma).
- Verificar bem as excursões oferecidas para ver se vale a pena, às vezes só o transfer para a cidade vale.
O Cruzeiro para nós foi uma ótima experiência, minha filha, hoje com quase 6 anos ainda lembra e pede para irmos de novo. O que vocês acham? Já foram? Ou topariam a experiência?