Curiosidades sobre a cultura indiana.
Falar do jeito indiano é muita responsabilidade e ainda vai faltar muita coisa a ser dita. Quando falo nos meus textos sobre a Índia ou sobre outra experiência a respeito de morar na Índia, jamais generalizo nada. Tudo é incerto, cada pessoa vai ter a sua interpretação desse país tão diverso.
Quando saímos do nosso país, não podemos esperar uma vida fácil, porque se adaptar a uma nova cultura exige muita paciência e flexibilidade, mas se você estudar a cultura com antecedência, souber escutar a sua intuição, observar com olhos gentis, der a oportunidade para o novo e para as pessoas que cruzarem o seu caminho, você terá belas surpresas nessa louca aventura que se chama vida. Estar na Índia ou em qualquer outro lugar do mundo é apenas um detalhe. Nada será fácil.
A primeira vez na Índia é sempre desesperador, acho que essa é a palavra; você pode se divertir alguns dias como turista, vai achar a Índia um país exótico, vai tirar fotos diferentes, mostrar aos amigos e, no máximo depois de uma semana, vai querer voltar correndo para casa e talvez nunca mais retorne. Alguns falam até de amor e ódio. Sim, todos seus sentimentos vão vir à tona.
Morar na Índia é diferente. O país vai testar os seus limites, vai ter muitos perrengues, e será uma experiência transformadora. Você que quer visitar esse país pode saber mais um pouquinho do jeito indiano, e para quem mora aqui, fique à vontade para comentar o que você mais gosta ou não gosta desse “jeito indiano” de ser. Cito abaixo o que mais noto no dia a dia e assim como eles, não tenha pressa e venha comigo.
Curiosidades sobre a cultura indiana
1- O jeito apimentado de ser (não apenas na comida)
Os indianos são pessoas muitos gentis, simpáticas, acolhedoras e intensas. Quando amam, amam demais, e quando são amigos, você vai poder contar com eles em qualquer momento. Eles vão te seduzir com palavras doces e aquele olhar lindo de quero você para sempre.
Quanto à comida, ela é famosa por ser apimentada, muito condimentada para dar cor, sabor e aroma. Eles amam pimenta e são acostumados desde criança a comer porque não é uma leve pimentinha, é algo que quando você coloca na boca já queima e quando chega no estômago é aquela sensação de queimação. Pelo menos para mim é assim, muito picante! Mesmo você falando para não colocarem pimenta, sempre vem um pouquinho. Agora sempre que vou a algum lugar falo que sou alérgica, tem funcionado.
2- Os mestres da arte da enrolação (Não acredite em tudo o que lhe dizem)
Da mesma forma que te seduzem, eles mentem muito. Sim, isso existe em todo lugar do mundo, mas na Índia a maioria sempre está atrasada; te enrolam, marcam e não cumprem, marcam e te deixam esperando. Percebo que são poucas as pessoas que cumprem com o que falam.
Sou o tipo de pessoa que marco um compromisso ou se marcam comigo estou lá 20 minutos antes da hora marcada. Odeio esperar, odeio atrasos. Imaginem então essa pessoa “chata” na Índia onde todos pensam ser natural atrasar ou falar algo e não cumprir. Brincar com o tempo das pessoas é algo grave. Isso é cultural deles, sei lá. Quase ninguém é pontual neste lugar, e eles riem disso, e sempre colocam a culpa no trânsito mesmo não sendo o trânsito o culpado.
Programe-se, enfim, é algo cansativo e chato. Indianos são os reis da enrolação. Eles adoram falar “daqui a 5 minutos”, “amanhã”; prometem, falam, e depois, nada acontece. Os famosos 5 minutos, meu Deus, podem ser uma, duas horas depois. A promessa de que algo será cumprido amanhã, esqueça! Chega amanhã eles vão te enrolar de novo e prometer que amanhã, certeza! E se você não ficar em cima é uma novela sem fim.
Acho que essa “mania” cultural deles foi o que mais tive dificuldade e foi o que mais me irritou na primeira vez que estive aqui. Ainda me irrito, porém hoje já estou mais flexível, desenvolvi muito a minha paciência aqui (testes diários, hahahaha!), porque não adianta se estressar. Você vai ter um infarto e eles não estão nem aí, estão bebendo um chai (chá indiano) e ainda vão te perguntar “por que você está tão nervosa?”. Então relaxe e procure não se estressar porque isso, infelizmente, faz parte do dia a dia na Índia.
Leia também: qual o idioma oficial na Índia?
3- Os famosos tuck tucks ou rickshaws (ou “oto”, como eles chamam)
Os motoristas desses triciclos motorizados são como certos taxistas em qualquer lugar do mundo: vendo você, turista, alguns vão querer te “passar a perna”; alguns são bem espertinhos, para não dizer outra palavra. Mas é claro que tem muitos honestos e que trabalham direitinho.
Para os indianos, o tuck tuck é como coração de mãe: sempre cabe mais um, e cabem até bichos; já vi porcos, cachorros, cabras. Para turistas, o permitido são três pessoas por corrida. Em Mumbai eles calculam o valor da corrida pelo aparelho chamado “meter” (se lê míter); já em Delhi, sempre queriam combinar o preço da corrida antes, poucos os que usavam o aparelho. E o mais curioso dos motoristas dos tuck tucks é que você primeiro tem que falar aonde você quer ir, e eles vão decidir se te levam ou não. Sim, muitos se negam a te levar e você tem que com jeitinho convencer algum. Mas não se preocupe e não fique triste com um, não. O que não falta na Índia é tuck tuck. Eu adoraria tê-los no Brasil, é um transporte rápido, barato, e a cada viagem você tem muitas histórias para contar. E não se preocupe se ele parar umas 5 vezes para perguntar o endereço, os endereços em Mumbai não fazem o menor sentido. Estar perdido é só uma questão de opinião, sempre se chega ao destino.
“Mitter” Aparelho que marca o valor da corrida.Falar do jeito indiano é muita responsabilidade e ainda vai faltar muita coisa a ser dita. Quando falo nos meus textos sobre a Índia ou sobre outra experiência a respeito de morar na Índia, jamais generalizo nada. Tudo é incerto, cada pessoa vai ter a sua interpretação desse país tão diverso.
Quando saímos do nosso país, não podemos esperar uma vida fácil, porque se adaptar a uma nova cultura exige muita paciência e flexibilidade, mas se você estudar a cultura com antecedência, souber escutar a sua intuição, observar com olhos gentis, der a oportunidade para o novo e para as pessoas que cruzarem o seu caminho, você terá belas surpresas nessa louca aventura que se chama vida. Estar na Índia ou em qualquer outro lugar do mundo é apenas um detalhe. Nada será fácil.
A primeira vez na Índia é sempre desesperador, acho que essa é a palavra; você pode se divertir alguns dias como turista, vai achar a Índia um país exótico, vai tirar fotos diferentes, mostrar aos amigos e, no máximo depois de uma semana, vai querer voltar correndo para casa e talvez nunca mais retorne. Alguns falam até de amor e ódio. Sim, todos seus sentimentos vão vir à tona.
Morar na Índia é diferente. O país vai testar os seus limites, vai ter muitos perrengues, e será uma experiência transformadora. Você que quer visitar esse país pode saber mais um pouquinho do jeito indiano, e para quem mora aqui, fique à vontade para comentar o que você mais gosta ou não gosta desse “jeito indiano” de ser. Cito abaixo o que mais noto no dia a dia e assim como eles, não tenha pressa e venha comigo.
1- O jeito apimentado de ser (não apenas na comida)
Os indianos são pessoas muitos gentis, simpáticas, acolhedoras e intensas. Quando amam, amam demais, e quando são amigos, você vai poder contar com eles em qualquer momento. Eles vão te seduzir com palavras doces e aquele olhar lindo de quero você para sempre.
Quanto à comida, ela é famosa por ser apimentada, muito condimentada para dar cor, sabor e aroma. Eles amam pimenta e são acostumados desde criança a comer porque não é uma leve pimentinha, é algo que quando você coloca na boca já queima e quando chega no estômago é aquela sensação de queimação. Pelo menos para mim é assim, muito picante! Mesmo você falando para não colocarem pimenta, sempre vem um pouquinho. Agora sempre que vou a algum lugar falo que sou alérgica, tem funcionado.
2- Os mestres da arte da enrolação (Não acredite em tudo o que lhe dizem)
Da mesma forma que te seduzem, eles mentem muito. Sim, isso existe em todo lugar do mundo, mas na Índia a maioria sempre está atrasada; te enrolam, marcam e não cumprem, marcam e te deixam esperando. Percebo que são poucas as pessoas que cumprem com o que falam.
Sou o tipo de pessoa que marco um compromisso ou se marcam comigo estou lá 20 minutos antes da hora marcada. Odeio esperar, odeio atrasos. Imaginem então essa pessoa “chata” na Índia onde todos pensam ser natural atrasar ou falar algo e não cumprir. Brincar com o tempo das pessoas é algo grave. Isso é cultural deles, sei lá. Quase ninguém é pontual neste lugar, e eles riem disso, e sempre colocam a culpa no trânsito mesmo não sendo o trânsito o culpado.
Programe-se, enfim, é algo cansativo e chato. Indianos são os reis da enrolação. Eles adoram falar “daqui a 5 minutos”, “amanhã”; prometem, falam, e depois, nada acontece. Os famosos 5 minutos, meu Deus, podem ser uma, duas horas depois. A promessa de que algo será cumprido amanhã, esqueça! Chega amanhã eles vão te enrolar de novo e prometer que amanhã, certeza! E se você não ficar em cima é uma novela sem fim.
Acho que essa “mania” cultural deles foi o que mais tive dificuldade e foi o que mais me irritou na primeira vez que estive aqui. Ainda me irrito, porém hoje já estou mais flexível, desenvolvi muito a minha paciência aqui (testes diários, hahahaha!), porque não adianta se estressar. Você vai ter um infarto e eles não estão nem aí, estão bebendo um chai (chá indiano) e ainda vão te perguntar “por que você está tão nervosa?”. Então relaxe e procure não se estressar porque isso, infelizmente, faz parte do dia a dia na Índia.
3- Os famosos tuck tucks ou rickshaws (ou “oto”, como eles chamam)
Os motoristas desses triciclos motorizados são como certos taxistas em qualquer lugar do mundo: vendo você, turista, alguns vão querer te “passar a perna”; alguns são bem espertinhos, para não dizer outra palavra. Mas é claro que tem muitos honestos e que trabalham direitinho.
Para os indianos, o tuck tuck é como coração de mãe: sempre cabe mais um, e cabem até bichos; já vi porcos, cachorros, cabras. Para turistas, o permitido são três pessoas por corrida. Em Mumbai eles calculam o valor da corrida pelo aparelho chamado “meter” (se lê míter); já em Delhi, sempre queriam combinar o preço da corrida antes, poucos os que usavam o aparelho. E o mais curioso dos motoristas dos tuck tucks é que você primeiro tem que falar aonde você quer ir, e eles vão decidir se te levam ou não. Sim, muitos se negam a te levar e você tem que com jeitinho convencer algum. Mas não se preocupe e não fique triste com um, não. O que não falta na Índia é tuck tuck. Eu adoraria tê-los no Brasil, é um transporte rápido, barato, e a cada viagem você tem muitas histórias para contar. E não se preocupe se ele parar umas 5 vezes para perguntar o endereço, os endereços em Mumbai não fazem o menor sentido. Estar perdido é só uma questão de opinião, sempre se chega ao destino.
Este texto continua com mais curiosidades sobre a cultura indiana. Ainda há a segunda e a terceira parte. Você concorda com esses itens? O que mais você gosta ou não gosta do jeito indiano de ser? Consegue imaginar o que vem por aí? Até os próximos textos.
Namastê!
16 Comments
Joice amei o seu texto, tudo que vc disse é a pura verdade, estou morando a 6 meses em Mysore, e é exatamente como como vc escreveu. Adorei a dica da alergia a pimenta vou começar a usar! Rsrsrs.
Oi Cristine, obrigada, fico feliz que gostou… Sim, comece a usar essa tática e repita várias vezes que você é alérgica para eles ficarem com medo. Esse texto continua, tem ainda a parte 2 e 3 em breve… Continue nos acompanhando. Namastê
Oi Joyce. ..tudo verdade. ..moro no india e confirmo tudo que voce falou. …muito bom. Abracos
Oi Suzana, obrigada, espero que esteja se adaptando bem a Índia.Aguarde a continuação desse texto, teremos a parte 2 e 3 em breve… Obrigada por nos acompanhar. Namastê
Parabéns por compartilhar suas experiências conosco.
Agradeço muito a oportunidade de conhecer uma opinião diferente sobre os lugares. Isso é enrriquecedor.
Boa sorte e muita paciência zen….
Namaste.
????????????????
Muito obrigada Laurina, fico feliz em compartilhar e saber que várias pessoas podem tirar aprendizados com a experiência do outro, conhecer mais sobre esse mundo tão diverso, ter a vontade, se planejar e um dia ir a esse país para ter suas próprias experiências… Aguarde a continuação desse texto, teremos a parte 2 e 3 em breve… Continue nos acompanhando. Namastê
Oi Joice!
Nossa que bom, eu nem sabia desse aparelho “meter”, só se tiver em Chennai, pq aqui eu NUNCA vi até agora! Rsrs..
Aqui, antes de entrar no “auto”, vc diz onde vai e aí pergunta o quanto ele cobra a corrida.
Quanto ao jeitinho indiano, haja lábia e paciência!
Oi Fabi, sim o aparelho é bom, mas de toda forma é bom ficar atenta para eles não darem voltas desnecessárias, em Delhi quando fiquei por lá mesmo tendo o aparelho eles sempre queriam combinar o preço,cobrando mais caro claro. Eu prefiro o aparelho. Verdade, muito paciência e lábia com os indianos hahha. Aguarde a continuação desse texto, teremos a parte 2 e 3 em breve… Obrigada por nos acompanhar. Namastê
Cara, isso é genial!! Hahahahahah Eu estou há 1 mes e meio nesse país e vivo tudo isso que você falou! Excelente artigo haahah
Um abraço!
Oi Cadu, Muito obrigada 🙂 Fico feliz que gostou, continue nos acompanhando, Namastê.
Adorei o texto, acho o que mais me irritaria seria a questão dos horários e compromissos.. tem que aprender a relaxar.. kkk parabéns , continue..
Obrigada Sérgio, sim, é um aprendizado diário hahaha,continue acompanhando, Namastê
Oi Joice, que visão mais tranquila e querida vc me passou sobre esse país! Estava conversando com uma amiga que queria conhecer a Ìndia! Desisti por causa de coisas terríveis que ela me passou!
Gostaria de te escrever em particular, seria possível!
Um abraço, Zineide!
Oi Zineide, na primeira vez que fui tb apenas li coisas ruins… entendo. Fico feliz com o seu comentário. Me envie msg na minha página do blog: Namastê Mundo
Ou email: joicegabrielabrazil@gmail.com
Namastê
Gostaria de saber quanto a língua que vcs falam. Usam o Hindi ou inglês? Estive tentando aprender hindi e nossa, muito difícil rsrsrs
Olá Verônica,
A Joice Santos parou de colaborar conosco, mas temos outra colunista na Índia chamada Rachel Tardin que talvez possa te ajudar.
Você pode entrar em contato com ela deixando um comentário em um dos textos publicados mais recentemente no site.
Obrigada,
Edição BPM