Quando descobri que estava grávida morando em Nova Iorque, comecei a ter contatos com grávidas americanas e, passados alguns meses, notei (e estranhei!) algumas diferenças de comportamento entre elas e entre tudo o que eu sei sobre a maternidade no Brasil. Vou dividir aqui as 5 coisas que achei mais curiosas, para nós brasileiras:
- Nome Composto (“middle name”, em inglês): Ao contrário do Brasil, quase que 100% dos bebês americanos terão nomes compostos. Muitas grávidas escolhem o primeiro nome e depois ficam enlouquecidas para escolher um segundo “que combine” com o primeiro, ou até o contrário: escolhem primeiro o segundo nome e depois o primeiro. Algumas até chegam a pedir opiniões de terceiros para esta escolha, chega a ser engraçado. Uma delas me disse que além de ser cultural, há muitos americanos com o primeiro nome igual, então, o segundo nome serve para distingui-los. Uma outra me contou que o marido e o sogro têm primeiro nomes iguais e o segundo diferentes, e graças ao segundo nome diferente, o marido se livrou de uns problemas legais.
2. Baby Moon: Assim como para os recém-casados há a “Honey Moon” (Lua de Mel), para os futuros papais há a “Baby Moon” que é uma viagem feita pelo casal antes do bebê nascer, para relaxar e curtir esse momento especial. O tempo de duração da viagem e também os destinos são os mais variados possíveis, mas percebi que há uma certa preferência por locais onde haja praia. Até então, eu nunca tinha ouvido esse termo, por isso, resolvi perguntar a algumas grávidas americanas. Descobri que a Baby Moon é relativamente nova por aqui e que a maioria dos casais fazem a viagem somente durante a espera do primeiro filho, já que tendo mais filhos, a logística de viajar “a sós” fica mais complicada. Eu adorei a idéia e fiz minha Baby Moon pela Costa Amalfitana, na Itália, foi um momento realmente especial e indico para quem puder fazer.
3. Gender Party: É uma festa que as americanas fazem para a família e os amigos mais próximos para revelar o sexo do bebê. Poderíamos traduzir em português como “Festa Revelação”. Umas até fazem surpresa para elas mesmas e entregam o segredo para alguém contar, seja esta pessoa da família ou até mesmo uma confeiteira, que prepara um bolo para a festa com o recheio da cor relativa ao sexo do bebê (rosa ou azul). Eu vi que isso está começando agora no Brasil, mas nunca me passou pela cabeça fazer uma, rsrs.
A gender party normalmente acontece por volta da décima semana de gestação, já que o comum por aqui é descobrir o sexo do bebê por um exame de sangue (pago pela maioria dos convênios médicos locais), e não esperar pelo ultrassom da 16a semana ou da 20a semana, como no Brasil. O que observei é que a maioria das grávidas, assim como no Brasil, esperam até a 12a semana para contar a novidade: tanto da gravidez quanto para revelar o sexo, que é quando as possibilidades de aborto espontâneo são significativamente minimizadas.
4. Doppler: é uma máquina que os futuros papais compram para ouvir os batimentos cardíacos do bebê, em casa. Conversando com uma grávida americana, pude entender que isso é uma tendência relativamente nova; começou há uns 5 anos e a maioria das pessoas compram, principalmente para poder ouvir e monitorar os batimentos cardíacos do bebê no período que antecede os movimentos regulares que podem ser sentidos na barriga, que começam entre a 16a e 22a semana da gravidez. Um fato curioso é que esses aparelhos não são regulamentados, mas são comprados mesmo assim, pois os planos de saúde divergem bastante quanto a cobertura do pré-natal: nem todos cobrem “o mínimo” (considerado por nós, brasileiras) que é uma consulta e um ultrassom mensais e, no último mês da gestação, consultas e ultra-sons semanais. O mais comum é ter a cobertura do plano de saúde para consulta e ultrassom com 8 e 20 semanas de gravidez e depois – se a gravidez não for de risco – “só” na hora do parto. Então, o “doppler” acaba sendo uma maneira alternativa de monitorar a gravidez. O custo aproximado do aparelho é de 50 dólares e é facilmente encontrado em lojas de artigos de bebê ou em grandes comércios online.
5. Chá de bebê (“Baby Shower“, em inglês): Além do tradicional, e muito parecido com o brasileiro, chá de bebê com brincadeiras, lista de presentes e onde apenas as mulheres são convidadas, nos Estados Unidos há outros formatos para “o chá”, sempre com o objetivo final de celebrar a vida que está por nascer. São eles:
- Jack and Jill: A idéia é incluir o futuro papai na comemoração, então a família inteira é convidada e, normalmente, é feito um churrasco onde não podem faltar o bolo, brincadeiras para o casal e a lista de presentes.
- Crafting Shower: A grande atração desta comemoração é que os convidados fazem alguma peça de artesanato para o bebê durante o chá. O exemplo mais comum é a customização de macacões, onde a futura mamãe disponibiliza as vestimentas na cor branca e os convidados soltam a imaginação com tintas, fitas, bordados e etc criando, assim, peças exclusivas para o enxoval.
- Sprinkle: Este tipo de chá serve mais para o segundo filho ou, então, para quando os futuros papais já ganharam, ou compraram, bastante coisas para o bebê. É uma “mini” versão do chá de bebê tradicional, uma reunião mais informal onde são serviços petiscos e a grande diferença está na lista de presentes: que é feita apenas com pequenos ítens do enxoval como fraldas, roupa de cama, produtos de higiene, toalhinhas de boca, livros, etc.
Eu fiz uma versão “customizada”: peguei o que achei mais interessante de cada formado e, aproveitando o verão nova-iorquino, fiz um piquenique em um parque com vista para o Rio Hudson, com amigos (ambos os sexos) de diversas nacionalidades. Um por do sol mágico abrilhantou o momento e nos encheu ainda mais de alegria nesta contagem regressiva para a chegada do nosso bebê. VEM, LUCAS!
4 Comments
Gostei muito do texto, isso do “Baby moon” é interessante haha
Quando ao nome composto, não acho que seja diferente do Brasil. A maioria das pessoas aqui tem nome composto. João Vitor, Maria Eduarda, Luiz Henrique, Ana Clara etc…
Oi Brenda, obrigada pelo seu comentário! No Brasil tem alguns nomes compostos sim, mas nos EUA TODOS tem … Abraços! Debora.
Ola, tenho uma dúvida. Você mesma planejou o seu chá ou alguma outra pessoa fez pra você? Tenho essa dúvida, pois moro na Califórnia e tenho visto que é considerado falta de educação aqui, se a própria futura mãe pelnejar o cha. Soa como se a mãe estivesse interessada apenas nos presentes. Então sempre uma outra pessoa host o cha. O problema é que não tenho ninguém aqui que possa fazer isso por mim!
Beijos
Oi Fernanda, td bem? Obrigada pelo seu comentário. Eu que organizei tudo justamente por tbé não ter família morando em NY e conheço outras brasileiras que moram aqui e que fizeram o mesmo. Abraços, Debora.