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    Home»Argentina»O alto custo de vida e a pobreza na Argentina
    Argentina

    O alto custo de vida e a pobreza na Argentina

    Ina de OliveiraBy Ina de OliveiraJuly 31, 2016Updated:October 25, 20178 Comments7 Mins Read
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    No ano passado, em junho, escrevi o post sobre o custo de vida (veja aqui), e como muitos perguntam sobre o assunto depois da mudança de presidente, pensei que seria melhor atualizar um pouco as informações porque apesar de termos acesso livre à Internet, são muitas as pessoas que querem vir morar ou estudar no país e que não se informam sobre a atual realidade – e depois reclamam que vieram e não imaginavam que seria tão difícil e tão caro. Também é chato ler algumas pessoas falando que estamos desencorajando quem quer morar fora, quando nós tomamos essa mesma decisão e para estas pessoas só posso dizer: os tempos mudam, governos mudam, a vida, por si, tem diversas fases e o momento que é ideal para um não necessariamente vai ser para outro.

    Hoje, estudar na Argentina é caríssimo. Quando alguém fala que veio estudar aqui porque no Brasil é mais caro, eu desconfio. Os valores das faculdades privadas mudam todos os meses; conseguir alugar um apartamento ou quarto e bancar os custos dos transportes e alimentação, que são altos, muito altos, sai, em muitos casos, de longe, mais caro que pagar uma faculdade no Brasil.

    Algumas coisas que foram escritas no post anterior sobre o assunto, vou manter aqui. Primeiro, não caia no lugar comum de fazer comparações de câmbio, afinal, quando moramos num país, vivemos e gastamos o dinheiro do lugar. Ou seja, se uma pessoa ganha cinco mil, ela vai sobreviver gastando este valor e não com o valor de outra moeda.

    Um aluguel de apartamento na capital – e na província não está muito diferente – atualmente custa a partir de 6.500 pesos. Encontrar um “monoambiente” (conjugado, no Brasil) ou quitinete pequeno vazio por 4.500 mil é ter muita, mais muita sorte, mesmo. Por causa da inflação tão alta, estão pedindo qualquer valor; o mercado imobiliário está completamente descontrolado e o governo atual permitiu que os contratos sejam renovados com reajuste de 35% e, no início de junho, também autorizou o aumento de todos os condomínios em 39%. Os “monoambientes” mobiliados estão custando agora entre 7.900 e 11 mil pesos. E o aluguel de um apartamento de um quarto e sala mobiliado está entre 13.500 a 18.500 mil pesos, dependendo do bairro!

    Para um estrangeiro ou mesmo argentinos alugar está muito difícil, pois estão exigindo, além dos dois meses de depósito, um mês de aluguel adiantado e mais um mês de comissão para a imobiliária intermediária, e não apenas um, mas dois fiadores! Sim, dois e muitos exigindo que um seja familiar. Para estrangeiros, as chances são mínimas; se não veio através de uma transferência de trabalho, que se encarregue você mesmo. No entanto, há outra forma que muitos estão adotando para alugar aos estrangeiros: alugam desde que seja adiantado o pagamento de seis meses de aluguel por um contrato de um ano. E isso é muito dinheiro.

    Desde março, o governo reajustou todos os valores dos gastos mensais em até 500%, já que os subsídios foram retirados. Tenho amigos que pagavam 80 pesos de conta de luz e agora pagam 1.900 pesos. A água e o gás sofreram o mesmo aumento. O transporte público também dobrou de valor. A passagem mínima de ônibus, que era 3,25 pesos, agora custa 6,25. Os trens passaram de 2 a 4 pesos, e o metrô subirá o valor em agosto de 4,50 para 7,50. Foi criada uma tarifa social para as pessoas que não conseguem ganhar o suficiente para cobrir os novos valores dos transportes. Posso garantir que foi um baque e tanto, todos esses aumentos. Muitos que tinham gastos de nove mil pesos por mês, dois meses depois de todos os aumentos têm que pagar treze mil pesos.

    Alguns teatros independentes, por exemplo, pagavam 1.200 pesos de luz e agora o valor foi para 3.900 pesos. Por ser inviável assim,  tiveram que fechar as portas.

    Usando para cálculos um “monoambiente” vazio no valor de 4.500 pesos, vamos somar os outros gastos mensais para uma pessoa.

    Condomínio: 1.500 pesos (junho/2015: 600 pesos)

    Internet, TV e telefone (da companhia Telecentro): 985 pesos, mensais (junho/2015: 539 pesos, isso já sem os canais em HD, com o pacote básico + HD o valor é de 1.100 pesos)

    Gás, água e luz agora são pagos mensalmente e muitos perderam os subsídios/ ajuda do governo. É muito difícil saber qual seria a média atual, mas colocarei aqui uma média que fiz entre as minhas contas e a que alguns amigos pagam, e seria:

    Gás: 200 pesos (junho/2015: 80 pesos)

    Luz: 500 pesos (junho/2015: 300 pesos), mas comentei acima o caso de um amigo que agora paga 1.900 pesos.

    Água: 400 pesos (junho/2015: 200 pesos)

    Supermercado: entre 2.500 a 3 mil pesos (por pessoa – junho/2015:  mil pesos)

    Saúde: como todos pagamos “Obra Social” (veja mais sobre isso aqui) e o valor também varia, a média seria: 600 pesos (junho/2015: 300 pesos)

    Transporte: 440 pesos (um ônibus + metrô por dia, ida e volta do trabalho. Não estou contando os fins de semana. Junho/2015: 250 pesos)

    O total até aqui é de 11.652 pesos (junho/2015: 6.479 pesos). Se somarmos saídas como restaurantes, cinema, teatro e bares, deveremos acrescentar muito mais – e aqui também estou falando o mínimo, pois, para que tenham uma ideia, jantar ou almoçar em qualquer lugar mais econômico não sai por menos de 300 pesos. Fazendo o cálculo com alunos e amigos, se saírmos num fim de semana, na sexta e no sábado para um bar, ou bar e jantar, gastamos em média 800 pesos num lugar econômico. Num bar mais badalado, por noite, podemos gastar 500 pesos. Se ainda contar os churrascos de fim de semana que muitas famílias e amigos aqui fazem, o fim de semana pode chegar a um gasto de 1.200 pesos por pessoa. Vou acrescentar como gastos com lazer o valor de 3.500 pesos por mês e assim teremos um total de 15.152 pesos.

    Sair com amigos e família aqui é cultural, todos fazem, porém diminuiu muito. Mesmo os encontros em casa mudaram um pouco, porque muitos estão cozinhando e levando, pois pedir delivery também ficou salgado. Em um encontro com amigas, há meses, pedimos quatro pizzas e duas dúzias de empanadas e a conta final foi de 1.600 pesos!  E todas levamos bebidas. O jeito é fazer as empanadas e pizzas em casa, mesmo.

    O valor das saídas são gastos à parte, mas que também estão incluídos em nossas contas no final do mês, bem como o celular. No mês de julho haverá aumento de 15% nas tarifas de celular e de Internet.

    Na última pesquisa realizada sobre isso, os analistas disseram que, atualmente, é considerado pobre (lembrando mais uma vez que a ideia de “pobre” varia de país para país) na Argentina quem gasta menos de 13.500 pesos por mês. Ou seja, com os valores atuais, dá para entender porque o índice de pobreza do país subiu, afinal muitos de nós estão vivendo neste limite de gastos. O governo está tentando frear os empresários e supermercados que aumentam ainda mais os valores dos produtos. A verdade é que estamos soterrados com tantos aumentos e estremecemos a cada vez que sabemos de mais um. A esperança é que todos esses ajustes surtam efeito e segurem a inflação no segundo semestre deste ano. Estamos em junho e até agora a inflação continua firme e forte.

    Já estão cogitando também a emissão de duas novas notas: a de duzentos e de quinhentos pesos, uma vez que a de cem pesos já perdeu o valor. Acreditam ser esta uma boa medida para controlar a inflação.

    Vale salientar que, para quem tem filhos, a situação é bem diferente. Há escolas públicas, mas quem quer colocar o filho em escola particular precisa saber que o valor mínimo para uma criança numa escola mais barata é de três mil pesos. Uma boa escola privada atualmente está cobrando cinco mil pesos por aluno. Então, antes de pegar suas coisas e se aventurar por aqui, é bom fazer algumas continhas.

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    Ina de Oliveira

    Ina mora em Buenos Aires, Argentina, é historiadora, arquivista e professora de português.

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    8 Comments

    1. Marianna Roldan on July 31, 2016 11:12 pm

      Muito bom texto amiga! Muito claro e com as informações bem atualizadas!
      Marianna Roldan

      Reply
    2. Adriene on September 12, 2016 3:44 pm

      Ola, tenho interesse em me mudar pra Argentina e confesso que o seu blog me assustou um pouco. Os custos que vc colocou sao os mesmos para cidades vizinhas, cidades do interior?

      Reply
      • Ina de Oliveira on September 13, 2016 9:02 pm

        Oi Adriene,
        A verdade é que sim, os custos estao muito altos em outras províncias também. As que estao na regiao de Petróleo no sul tem custos bem mais altos que na capital, porém em diversas aulas tenho feito cálculos com alunos que moram pelas províncias próximas e a diferenca é pequena.

        Reply
    3. Danielle Ribas on September 19, 2016 8:12 pm

      Gostei muito do conteúdo.
      Estou pensando em mudar para a Argentina, e é sempre bom estarmos atualizados em relação ao custo de vida.
      Obrigada!

      Reply
      • Ina de Oliveira on September 21, 2016 8:36 pm

        De nada Danielle,
        Continue nos acompanhando aqui no blog. 🙂

        Reply
    4. Saulo Selga on March 23, 2017 10:31 pm

      Hello professora, foi ótimo ler esta explanação.
      Nestes dias, tenho pensado em mudar para Argentina
      a qualidade de viva, não tem preço!

      Reply
    5. Isabella M S on June 12, 2017 3:57 am

      Olá!
      Estou pensando em mudar para a argentina e em busca de como anda o custo de vida por ai.
      As coisas melhoraram ou continuam do mesmo jeito?

      Reply
      • Ina de Oliveira on June 20, 2017 12:03 am

        Oi Isabella,
        Infelizmente, só tem piorado. Tudo está caríssimo. Alugar é uma meta bem difícil porque os preços estão nas alturas, em abril a inflação subiu mais 3%! e estamos acima de 30% de inflação (oficial) sem previsão de queda. A taxa de desemprego subiu muito. Tenho um aluno que desde março está procurando um emprego e até agora nada e isso porque é argentino, passou um tempo viajando por outros países e mesmo assim, nada até agora. Está complicado para quem quer vir trabalhar.

        Reply

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