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    Home»Áustria»Desafios na Áustria
    Áustria

    Desafios na Áustria

    Fernanda StorteckyBy Fernanda StorteckyApril 5, 2019No Comments7 Mins Read
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    Foto: acervo pessoal
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    O doce é mais doce quando se sabe o gosto do amargo.

    Essa é uma das minhas frases favorita. Ela nos lembra que os momentos bons, apenas são bons porque existem os momentos ruins. E exatamente por existirem os momentos ruins que conseguimos sentir que estamos vivendo um momento bom. A experiência do amargo nos torna grato pelo sabor doce que hoje sentimos. Essa frase me encanta porque ela descreve de um modo tão preciso e ao mesmo tempo tão simples, o que acontece comigo, quando um momento difícil é superado.

    Em 2014 eu estava planejando a minha mudança para a Áustria. Lembro da euforia. Lembro da felicidade misturada com medo. Lembro da curiosidade enorme em saber como os meus próximos anos iriam ser. Lembro daquele estranho sentimento de entusiasmo com um toque de tristeza consequente da saudade antecipada da minha família. Lembro da sede em conhecer os lugares que estavam lá no meu roteiro. Cidades, países, pessoas e culturas que eu conheceria pela primeira vez na minha vida.

    Leia também: Viajar é conhecer a si mesma

    Lembro de sentir uma coragem um pouco ingênua, que me fez simplesmente não dar muita bola para as dificuldades que estavam por vir. E elas vieram. Chegaram muito antes do que eu estava esperando e me pegaram desprevenida. Fizeram os meus primeiros meses na Áustria serem duros e plantaram aquelas pequenas sementinhas de dúvidas e questionamentos. Será que eu fiz a escolha certa? Eu pensava. Eu sempre gostei de me planejar e organizar qualquer plano futuro que eu tenha. Descobri que a maioria das dificuldades que passei aqui não foram nem sequer imaginadas e elas me mostraram que não importa o quanto você se planeje, elas virão.

    Eu morei sozinha durante o meu primeiro ano em Viena e foi uma das experiências mais enriquecedoras que tive, aqui. Talvez mais do que as aulas de psicanálise que eu assistia toda semana na universidade. Essa foi não só a minha primeira experiência morando sozinha num novo país, como também a minha primeira vez morando sozinha. Eu deixei a casa dos meus pais, em São Paulo, para morar num país onde eu não sabia falar a língua local e não conhecia ninguém. Sabe toda aquelas novidades dos primeiros meses morando sozinha? Pagar as primeiras contas de luz, fazer o supermercado, comprar produtos de limpeza que você nem sabia da existência. Tudo foi feito tendo como pano de fundo a língua alemã! E eu não entendia absolutamente nada!

    As contas chegavam na minha casa e eu não conseguia entender o que estava escrito. Não entendia o que significavam aquelas porcentagens e todas aquelas informações totalmente diferentes de uma conta no Brasil. Nem com a ajuda do Google Translate eu conseguia entender, pelo fato de muitas vezes o significado de uma palavra ser perdido ou trocado, ou não ser levado em conta o contexto. A tradução não fazia sentido e a minha saída foi levar as minhas contas para a universidade e pedir para alguém traduzir para mim. Fiz isso por alguns meses.

    As tarefas mais simples do dia a dia se tornavam um desafio enorme. Quando não solucionadas, era uma frustração gigantesca. Quando solucionadas, sentia uma alegria tão forte que era até desproporcional à situação. Desde não entender o que a moça do caixa do supermercado falava até chegar em casa com a compra e perceber que eu comprei alguma coisa errada. Exatamente por não entender o que estava escrito na embalagem!

    Tive que comprar alguns móveis e aqui na Áustria a cultura do “Faça você mesmo” é aplicada até na entrega e montagem. Ou seja, se você quiser que alguém venha fazer o trabalho de entregar e montar o móvel que você comprou, você terá que pagar caro por isso.

    Os meu primeiros móveis. Fonte: acervo pessoal

    Quando precisei comprar um micro-ondas eu não queria pagar a mais pelo transporte e decidi carregá-lo sozinha por mais ou menos sete quarteirões. Logo no primeiro quarteirão eu não tinha mais forças e tive que arrastar o micro-ondas até chegar no meu apartamento, onde não havia elevador, é claro. A tarefa foi cumprida com sucesso. Rendeu braços e mãos vermelhas, muito esforço físico e uma boa dose de raiva das pessoas na rua que não ofereceram ajuda para carregar o bendito micro-ondas.

    Leia também: Tudo que você precisa saber para morar na Áustria

    No meu segundo mês, aqui em Viena, tive uma crise de cólica renal decorrente de pedras nos rins. Eu estava na universidade e fui pega de surpresa com a dor da crise. Tiveram que chamar uma ambulância, pois eu não conseguia me movimentar. Acho que esta foi a situação em que o fato de eu estar totalmente sozinha mais me machucou. Neste dia, o arrependimento bateu forte e tudo o que eu mais queria era estar perto de algum rosto familiar. Se você nunca teve pedras nos rins e gostaria de entender um pouco o nível da dor, imagine que a única dor que se assemelha à esta, é a dor do parto. Repito: a dor do parto!

    Antes de entrar na ambulância, fui informada que precisava dar o contato de algum familiar ou conhecido, em caso de emergência, e que uma pessoa deveria me acompanhar até o hospital. Por sorte, uma moça da Romênia que estava na minha sala se prontificou a ser minha acompanhante. Até aquele dia, eu nem sabia qual era o seu nome, mas lembro que ela segurou minha mão até chegarmos ao hospital. Com certeza foi um dos anjos que conheci aqui em Viena.

    Alguns meses depois, teve um vazamento no teto do meu banheiro. Numa quarta-feira, às 20h. Um vazamento que começou bem fraco e em poucas horas encheu o balde que eu havia colocado para “segurar” a água que caía. O corredor começou a ser inundado. A água estava quase chegando na sala e o meu desespero só aumentando. Aqui não há porteiro nos prédios. Não há recepção, não há síndico ou algo do tipo. Para quem pedir ajuda? Para onde ligar? Decidi chamar os bombeiros, o que me pareceu um tanto exagerado para apenas um vazamento, mas de acordo com eles, foi a atitude mais certa. Aquele simples vazamento era sinal de que todo o encanamento de água do apartamento acima do meu estava quebrado. A água foi desativada em todo o prédio naquela mesma noite. Problema típico de prédios antigos, eles me disseram.

    Estes foram só alguns dos “momentos-bastidores” das fotos bonitas do Instagram. Quando olho para trás e lembro desses dias, sinto um orgulho muito forte. Passei por tudo sozinha. Apesar dos questionamentos, das dúvidas, dos medos, daquela incerteza, eu nunca pensei em desistir. Aos pouquinhos, fui construindo o meu espaço e a minha vida, aqui. Determinada de que tudo iria se encaixar, no seu tempo certo. E não é que isso aconteceu, mesmo?

    O doce é mais doce quando se sabe o gosto do amargo. Talvez seja essa a razão do meu encanto por desafios. Após superá-los, eu me sinto muito mais consciente das coisas boas que tenho, por mais simples que sejam. A gratidão não precisa ser relembrada e não precisa ser trabalhada. Depois dos momentos amargos, a gratidão se torna a sua melhor amiga. Ela simplesmente se incorpora no seu olhar e na sua atitude para tudo a sua volta. E isso é transformador!

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    Fernanda Stortecky
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    Fernanda deixou o Brasil quando tinha 25 anos de idade pronta para conhecer cada cantinho do Velho Continente. Morou em Dublin, em Malta e se apaixonou pela Áustria, país onde mora desde 2015. Paulistana, psicóloga e coordenadora do departamento de Psicologia de uma universidade privada em Viena. É ex-bailarina e mantém um carinho pela dança. Escreve e cozinha por prazer. É apaixonada por pessoas, por culturas diferentes e por tudo que lhe traz novos desafios.

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