Dicas para levar seu cachorro para o Peru.
Morar longe e, ainda assim, ter um cachorro desperta muito a curiosidade das pessoas. Cães estão cada vez mais presentes em nossa sociedade e muitas vezes substituem os filhos na vida de um casal. Todos os dias, recebo várias perguntas sobre o Ozzy, meu pequeno Yorkshire, e confesso que, por vezes, tantas perguntas me chateiam um bocado. As pessoas querem saber se ele é brasileiro e como foi trazido para cá e como fazemos para transportá-lo com frequência entre os dois países.
Antes de mais nada, um cachorro se tornou membro da minha família depois da nossa mudança para Lima. Assim que eu pesquisei o aspecto pet friendly da cidade, a quantidade de locais que eu poderia estar com ele sem problemas e como era o processo para o transporte em aviões, resolvi que era hora de abrir as portas da minha casa para um morador de quatro patas (e essa foi uma das a melhores decisões que eu tomei na minha vida).
Lima é uma das cidades mais abertas para cães em que eu estive na vida. A grande quantidade de parques na cidade faz com que a vida dos bichinhos seja muito boa, basta que o dono tenha tempo para passear e gastar bastante energia com ele. Todos os parques dos distritos de Miraflores e San Isidro, por exemplo, possuem, inclusive, lixeiras especiais para as fezes dos cães. Essas não deixam que o cheiro das fezes passe para o ambiente. Tudo é muito organizado nos parques e deixar as fezes dos bichinhos no chão pode ser motivo para uma pesada multa.
Se os parques são o paraíso para os cães da cidade, estabelecimentos comercias que permitam a entrada deles podem ser o paraíso para os donos e para todos que adoram bichanos. Também não faltam opções de lugares na cidade para estar com seu amigo e até mesmo em uma das padarias mais deliciosas de Lima, o “ El pan de la Chola”, famosa por seus pais artesanais esplêndidos, cães são super bem-vindos.
Chegando na parte que desperta maior interesse, as viagens, é importante saber, antes de mais nada, que viajar com seu cachorro é extremamente estressante para ele. Evidentemente, muito mais estressante, para a grande maioria dos cães, é passar uma longa temporada sem os donos. Eu sempre aconselho as pessoas a terem bastante cuidado na hora de decidir se o cachorrinho vai junto na viagem ou fica com alguém em quem a família confie. Um cão estressado e deslocado pode acabar com as férias de uma família.
Se a opção foi levar o cãozinho, ótimo, que comecem as documentações! Para vir para o Peru, o cachorrinho vai precisar de um CZI, ou seja, um certificado Internacional Zoosanitário. O Brasil e o Peru têm acordado um modelo de CZI. Isso quer dizer que há modelos dos documentos necessários para o transporte entre os dois países. Para conseguir o CZI e sair do Brasil em direção ao Peru, o dono vai precisar providenciar um atestado de saúde feito por um veterinário credenciado e uma reserva na companhia aérea. Cães grandes não vão junto com seus donos e sim no compartimento de bagagem. Cães pequenos (em sua maioria até 5 kg, contando junto com o kennel, a casinha ‘portátil’) embarcam junto com os donos e viajam dentro da sua casinha (quase o tempo todo, dependendo muito do temperamento do cão) abaixo do assento localizado à frente do assento do seu dono. A passagem do Ozzy custa em média 100 dólares americanos e ele pesa, junto com o kennel, quase 4 quilos.
Leia também: curiosidades sobre o Peru
Todas as informações sobre como sair ou entrar no Brasil com um cachorro (ou gatinho) estão no site www.agricultura.br . O setor do ministério da Agricultura responsável pelo transporte internacional de seres vivos é o VIGIAGRO. São eles que, baseados no certificado de saúde do seu animalzinho, feito pelo veterinário, confeccionarão o CZI. Cabe ressaltar que os procedimentos, infelizmente, mudam com certa frequência, sendo sempre recomendável entrar em contato com eles (e com a companhia aérea) para se informar e fazer com que tudo saia sem nenhum problema. No Rio de Janeiro, o VIGIAGRO está localizado no setor de cargas da Infraero, na Ilha do Fundão, e o telefone deles é (21) 3398-3169.
Aqui no Peru, o setor responsável pelo ingresso e saída dos cães e gatos é o SENASA. Para sair do Peru com o Ozzy, eu tenho que pagar uma taxa no Banco de la Nacion Peruana destinada ao Senasa. Também tenho que levá-lo a um veterinário cadastrado para uma inspeção. Depois da inspeção feita, o veterinário me dá um certificado de saúde que eu levo até o Senasa junto com o comprovante de pagamento da taxa e o pessoal do Senasa preenche a autorização de viagem internacional para ele. Essa autorização de viagem internacional é muito parecida com o CZI brasileiro. Esse, obviamente, é o processo feito quando o destino é o Brasil.
Para quem não quiser ter o trabalho de ir até o banco, ao veterinário e ao Senasa, aqui no Peru eu super recomendo uma empresa chamada PatoVet. Eles resolvem toda a questão burocrática para a saída do Peru e já fizeram os documentos do Ozzy diversas vezes. Você paga o valor que eles pedem pelo serviço (média de 500 soles), entrega os documentos necessários (carteirinha de vacinação e algum documento seu e comprovante de viagem) e eles resolvem todo o resto. No dia marcado, eles pegam seu cãozinho e o devolvem na hora marcada já com a autorização para viagem internacional.
Para ingressar com o Ozzy, chegando do Brasil, ele passa por uma rápida inspeção dentro do aeroporto, onde checam o CZI que me foi dado no Vigiagro, pagamos uma taxa de inspeção de aproximadamente 100 soles e podemos sair sem nenhum problema se os documentos estiverem corretinhos. Vale ressaltar que essa taxa somente pode ser paga na moeda local, o novo sol. Desde a minha primeira viagem com cachorros, em 2013, o processo com o Senasa é o mesmo, mas, de todo modo, não custa checar.
Sim, o processo é grande, mas a satisfação de viajar com os eu melhor amigo também é!
5 Comments
Oie, estou levando minha pequena comigo de mudança parao Perú agora em Março, agendando lá com a VIGIAGRO hoje um choque. Disseram que ela poderá não entrar no Perú porque deve estar imunizada 60 dias antes. Vc já deve imaginar a simpatia e cordialidade que me explicaram né? Não quiseram responder quase nada, falaram pra ver no site da agricultura e blablabla.
Minha pequena tem 2 anos e toda a carteira vacinas em dia, porém vencem 61 dias após a entrada no Perú.
Aqui no site diz que deve estar imunizada 60 dias antes do embarque.
Agora o que ninguém consegue me explicar é o seguinte – ela deve ser imunizada novamente faltando 60 dias para vencimento da vacina?
Para passar pelo Senasa no Perú eles verificam as datas na carteira de vacinação? ou somente olham o CVI?
Muito obrigada!
Lilian
Olá tudo bem?
Se eu sair de Lima para Sp com meu cachorro no retorno à Lima preciso refazer o czi?
Pois no caso inverso o czi tem validade de 60 dias.
Penso em ficar 30 dias em sp mas ter que refazer czi eh dor de cabeça pq só agendam com 30 dias de antecedência…
Olá! Muito Obrigada pela postagem, Rafaela! Vou para o Peru de férias, para Lima, Cusco e,claro, Machu Picchu. Sei que em Machu Picchu meu york, o Zeca, não pode ir. E em Cusco, como é a aceitação de cães? Será que poderei fazer outros passeios com ele? Penso em visitar cidades próximas também… e quanto à altitude? Será que é muito ruim para eles? Adoro viajar com ele! Super companheiro, fica quietinho quando precisa! Claro, se sair de casa sem ele, vai reclamar!!! Rsrs
Olá! Muito Obrigada pela postagem, Rafaela! Vou para o Peru de férias, para Lima, Cusco e,claro, Machu Picchu. Sei que em Machu Picchu meu york, o Zeca, não pode ir. E em Cusco, como é a aceitação de cães? Será que poderei fazer outros passeios com ele? Penso em visitar cidades próximas também… e quanto à altitude? Será que é muito ruim para eles? Adoro viajar com ele! Super companheiro, fica quietinho quando precisa! Claro, se sair de casa sem ele, vai reclamar!!! Rsrs
Olá Patricia,
A Rafaela Queirós parou de colaborar conosco, mas temos outra colunista no Peru chamada Janayna Guerra que talvez possa te ajudar.
Você pode entrar em contato com ela deixando um comentário em um dos textos publicados mais recentemente no site.
Obrigada,
Edição BPM