Entre idas e vindas na vida de expatriado.
Quando recebemos a notícia dos nossos maridos que vamos morar fora do Brasil, que vamos ser expatriados, em nossos corações sempre sentimos aquele misto de emoções!!!
A animação por estar tendo a oportunidade de conhecer outros países, vivenciar no dia-dia sua cultura e claro aquela animação e emoção por estar tendo a oportunidade de embarcar em uma aventura totalmente desconhecida, mas que com certeza será inesquecível!!
Por outro lado, vem aquele sentimento de perda, de estarmos deixando para trás as pessoas que amamos, nossa família, nossos amigos.
Muitas de nos quando decidimos embarcar nessa aventura, muitas vezes, acabamos deixando para trás nossa vida profissional, nossos sonhos profissionais e em algumas situações dependendo do país em que vamos morar, temos que inclusive abrir mão da nossa tão sonhada carreira.
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Para algumas de nos isso pode ser um problema, ou até mesmo gerar uma grande frustação…
Mas olhando pelo lado positivo, muitas vezes como disse a colunista Cristina Hélcias em seu texto: “Repensando a sua carreira como esposa de expatriado”. Esse pode ser o momento da gente se reinventar como profissional. Afinal porque não?
Com isso vamos abrindo o nosso leque, descobrindo muitas coisas em que somos boas, e que as vezes por falta de tempo nunca havíamos tentado, algumas vezes acabamos inclusive descobrindo e exercendo uma nova profissão nesses países que nos acolheram.
Quando optamos por seguir nossos maridos, ou até mesmo, por ter uma vida sozinha em outro país, temos que estar preparadas para lidar com esse tipo de situação, ou melhor, sermos fortes para aprender a lidar com todas essas escolhas que temos que fazer pois muitas delas não são fáceis.
Mas sem sombra de dúvidas depois de 3 anos nessa vida o que eu ainda não consegui me acostumar e ainda não aprendi a lidar é: com a saudade e com as despedias. Pois por experiência própria elas serão muitas…
Em nossa cabeça, sabemos que não vamos criar raízes nesses novos países que vamos passar a chamar de casa. Que vai chegar uma hora em que vamos ter que dizer adeus, seja para voltar para o Brasil ou para nos aventurarmos e cair na estrada novamente.
Como gostava de brincar minha professora de Espanhol que eu tinha na Argentina, nós expatriados, sentimos tudo demais, choramos demais, rimos de mais, sentimos saudade demais, carência demais, nos apegamos demais, ou seja, sentimos tudo para mais…
E hoje pensando bem acho que ela tem até um pouquinho de razão.
Quando optamos por esse estilo de vida, nos apegamos muito aos amigos que vamos fazendo por esse caminho e muitas vezes eles acabam se tornando nossa segunda família. Pois são eles que vão estar aí no dia-dia com a gente, nos auxiliando, compartilhando nossos medos e nossas angústias e muitas vezes até mesmo nos ajudando a segurar a barra quando a saudade de casa apertar. Iremos passar por algumas situações, que apenas eles irão nos compreender, pois por compartilharem do mesmo estilo de vida que a gente, podem já ter passado por situações parecidas com a que vivemos no momento. Nossos medos, nossas dúvidas e incertezas…
Muita gente pensa que ter uma vida de expatriado é fácil, mas é uma vida que exige a renúncia de muitas coisas, temos que abrir mão dos nossos empregos para acompanhar nossos maridos, da nossa família, dos nossos amigos. Assim como qualquer vida, é uma vida cheia de altos e baixos, cheia de idas e vindas. Eu inclusive me arrisco a dizer que para encarar esse estilo de vida e preciso ter muita coragem. Pois como diz um texto que li recentemente e me identifiquei muito: “ é se orgulhar da escolha que te ofereceu mil tesouros e se odiar pela mesma escolha que te subtraiu outras mil pedras preciosas”.
Duro é saber que essa vida de expatriado que escolhemos, significa que vamos estar sempre entre essas idas e vindas. E sem sombra de dúvida entre todas as idas e vindas as mais difíceis são as despedidas dos amigos que fazemos durante a nossa caminhada.
Apesar de toda essa agitação emocional, da vida de expatriado, há um valioso benefício que obtemos com essas despedidas eternas: os verdadeiros amigos que fazemos e que acabam se tornando nossa segunda família!!
Pois como diz William Shakespeare “Depois de um tempo você aprende que verdadeiras amizades continuam a crescer mesmo à longa distância. ”
2 Comments
Muito importante seu texto,com certeza irá fortalecer muitas outras que passam por esta mesma situação.Mas tenha certeza que sua família fica feliz com seu crescimento e te espera com todo amor.
Obirgada!! Isso é que faz tudo valer a pena!