Vamos começar o ano expandindo nossas fronteiras, já que ano novo é bom para recomeçar, explorar, tentar de novo. Vamos sair um pouquinho, viajar alguns quilômetros e chegar aos países vizinhos da Eslovênia, do sul, os ex-irmãos da antiga Iugoslávia.
Croácia
Nosso vizinho mais próximo é a Croácia, que costumo dizer que é o quintal dos eslovenos, no sentido que, quando querem se divertir (no verão) é pra lá que a maioria se desloca, em busca de suas belas praias.
A Croácia tem um litoral maravilhoso com praias belíssimas, além das ilhas. Vale a pena alugar um barco, para quem tem tempo, e quer conhecer bem. No verão, fica lotada de turistas europeus de todos os países. Existem praias para todos os gostos, exceto no caso de você gostar de areia. Não tem. Mas tem as “FKK”, ou praias de nudismo, tem as mais familiares e as para quem quer badalação, como Hvar. Há muitos campings e hotéis.
Não me estenderei sobre a Croácia, pois já temos no blog uma colunista que escreve sobre este país.
Bósnia e Herzegovina
Começamos a viagem na Bósnia, pequeno país com um território de 51.197 km² e uma população de apenas 3,8 milhões. A Bósnia fica ao norte e seu nome deriva, acredita-se, do nome do rio: Bosna. Ao sul está a Herzegovina, cujo nome deriva de Herzog, em alemão, Duque, e refere-se às terras que pertenciam ao Herceg, Duque Stjepan Vukčić Kosača.
Os idiomas oficias são: bósnio, croata e sérvio. O país é pouco conhecido como destino turístico e mais pelo conflito armado de 1992 a 1995, que assolou o país. Também é conhecido por fatos históricos: foi em Sarajevo, capital da Bósnia, que em 28 de junho de 1914 aconteceu o atentado ao arquiduque Francisco Ferdinando, que desencadeou a Primeira Guerra Mundial.
Mas tem história mais leve também. Gosta da banda U2? Então conhece a música Miss Sarajevo. A musa, a miss Sarajevo, realmente existe, na época era uma moça de 17 anos. Bono, inspirado ao assistir a um concurso de beleza num abrigo, onde moças, como forma de protesto, enviavam mensagens ao mundo sobre a guerra enquanto desfilavam. Deu em música.
A guerra acabou, a moça é uma jovem senhora e a Bósnia hoje exibe outras belezas ao mundo, como o premiadíssimo filme “Terra de Ninguém”, do diretor Danis Tanovic (ele mesmo tendo participado do conflito em seu país). O filme ganhou muitos prêmios e o Oscar de melhor filme estrangeiro de 2002. É ficção-documentário, mas mostra bem o absurdo da guerra.
Voltando a Sarajevo, não à miss, mas à cidade, esta tem em torno de 440 mil habitantes. É uma cidade com patrimônios culturais riquíssimos do períodos Pré Histórico, Romano, Idade Média, Otomano e Austro-Húngaro. Na Bósnia, uma das grandes atrações é Mostar, a cidade do século 16, com sua ponte em estilo otomano que conecta as duas partes da cidade. Além de Mostar, outras lugares muito visitados são as cachoeiras de Kravice e Medjugorje, esta ficou conhecida em 1982, quando seis jovens afirmaram uma aparição de Nossa Senhora. A partir de então, outras aparições aconteceram e o local atraiu mais de 20 milhões de peregrinos.
Sérvia
Continuando nossa viagem, chegamos a Sérvia, um destino ainda a ser explorado. Conta com hotéis, spas, spas para saúde, rota do vinho e muito mais. Possui sítios arqueológicos, museus, galerias de arte, parques e reservas naturais. Tem reconhecido pela Unesco como Patrimônio Histórico muitas igrejas e monastérios.
Sérvia é a terra natal de muitas figuras históricas, mais de dezoito imperadores romanos, para falar de passado e história, e de um dos maiores tenistas da atualidade, para ser contemporânea: Djokovic. Para ser popular, citarei alguém que, com certeza, se você não sabia onde ficava a Sérvia, passou a saber, ainda mais se você é flamenguista: o popular Pet, na verdade Petkovic, ídolo rubro negro entre 2009 e 2011. Voltando ao passado, se você gosta de futebol, deve saber quem foi Dragan Dzajic.
A capital Belgrado, uma das cidades mais antigas da Europa, que se encontra na confluência dos rios Danúbio e Sava, tem uma população de 1,2 milhões de habitantes. Seu nome significa “cidade branca”, nome dado pelos celtas. Os sérvios falam sérvio e utilizam o alfabeto cirílico, mas entendem também o romano. Em geral, são alegres, amantes do futebol (tem excelentes jogadores), gostam de beber sua “cachaça” típica, a rakia.
Café é assunto sério, eles adoram, e o tradicional aqui é o “Kafa”, que no Brasil conhecemos como Turkish coffee ou café turco, com uma pequena variação.
A culinária sérvia tem influências da Europa oriental, central e dos Bálcãs, sendo bastante variada. O “fast food” aqui e o “burek”, feito de massa folheada e recheado de carne, espinafre ou queijo. Mas se a fome apertar mesmo o melhor é pedir: cevapaci (espetinho de carne, geralmente de 3 tipos: de gado, de porco e carneiro), a pljeskavica (espécie de hambúrguer de carne) acompanhados de ajvar (pasta de pimentão vermelho), pão tipo árabe e salada de tomate e cebola. E ainda sarma (trouxinhas de repolho com carne). Para adoçar o paladar, o “bakla” (mil folhas de baunilha e nozes com calda por cima).
Com florestas bem preservadas, grutas, lagos, montanhas e rios é um destino maravilhoso para a prática de esportes.
Os locais mais procurados na Sérvia são: Belgrado, Novi Sad, as montanhas de Kopaonik e Slatibor e as cidades-spas de Vrnjačka Banja e Sokobanja.
Partindo da Eslovênia, é possível chegar a Belgrado de trem (10 horas) ônibus (8 horas) e carro (4 horas).
Tem beleza? Tem! E muita história também!