Temos um universo gigantesco de informações geradas e veiculadas pela internet e qualquer tipo de notícia se espalha como fogo. Seja esta informação real ou não, a última eleição presidencial nos Estados Unidos provou o poder da mídia social propagando notícias que dividiram e polarizaram a comunidade. As fontes pareciam confiáveis, mas não eram.
A campanha abriu a caixa de pandora com notícias controversas desencadeando muita discórdia. Muitas amizades se desfaziam ou distanciavam, familiares brigavam, desconhecidos se atacavam verbalmente revelando o seu pior lado enquanto que relatos falsos eram publicados como verdadeiros. Tudo isso ocorreu no palco do Facebook.
Descobriu-se, mais tarde, a possível influência dos russos na campanha, nos noticiários fabricados e isto está sendo investigado agora. Desde então, nunca se falou tanto sobre o impacto das notícias falsas, ou fake news. Tragicamente foi o que aconteceu com a princesa Diana, embora tenha envolvido o assédio de um paparazzi, mas a ideia central é a divulgação de suposições. Historicamente na era pré-Facebook, os relatos falsos circulam no meio social de datas longínquas.
Quando escolhi este tema me dei conta de que ele é muito amplo. O que me motivou a escrever sobre isto foi depois de ouvir uma entrevista no Planet Money com um jornalista especializado na criação de notícias. A entrevistadora descobriu o nome e depois de uma investigação obsessiva, descobriu o endereço criador. Depois de uma certa insistência ela conseguiu entrevistá-lo. O criador de relatos falsos mora em San Diego (cidade linda!!), numa casa muito bacana, é casado e tem dois filhos. Ele iniciou a carreira jornalística escrevendo artigos para uma revista especializada em iates, embora ele não soubesse nada sobre o assunto. Mas, o pagamento falou mais alto. Ele se revelou muito interessado em marketing de jornalismo. Uma de suas criações foram notícias durante as eleições sobre como pessoas no Estado do Colorado estavam usando o Food Stamps – que é uma cesta básica em forma de cartão – para comprar maconha. Isto foi veiculado em seguida pela Fox News. O fabricante desta notícia confessou que ele se divertia muito vendo a televisão veicular sem verificar a credibilidade.
A entrevistadora disse que, sua avó sempre falava sobre coisas absurdas que leu ou ouviu na mídia. Por isso, ela iniciou a sua caçada.
Recentemente, abri um artigo repostado por um amigo cidadão do mundo, tech-savvy (termo informal para especialista em tecnologia) e inteligente que morou em vários lugares no deste planeta. Este artigo “publicado” pelo The Guardian me chamou a atenção. Mas, quando abri o link o endereço do website tinha mudado, havia mais publicidade, etc.
Como evitar as Fake News?
• Não tem como evitar a proliferação deste tipo de publicação porque existe muita gente ganhando dinheiro com isso. Sabemos que muitas plataformas estão atentas e tomam as devidas providências.
O que eu posso fazer?
• Procurar ler de fontes confiáveis, já estabelecidas no mercado há muito tempo.
• Antes de compartilhar uma notícia ou um relato leia bem e veja se parece coerente. Isto ajuda a desenvolver um modo mais elaborado de avaliar e se tornar um pensador mais analítico.
• Josh, o entrevistado que mencionei acima, revelou que ele cria muitos websites para distribuição. Se você quiser saber se o URL é recente, uma dica, é verificar a data do website através da página whois.net. As empresas já estabelecidas possuem o próprio domínio, enquanto os falsificantes, não.
• Procure informações no próprio website sobre aquele meio de veiculação. Quando começou, o time, quem escreve, quem são os colaboradores, escritores e fotógrafos. Mesmo que sejam empresas virtuais é necessário ter um endereço físico para existir.
• Observe se a matéria menciona onde a informação foi coletada e se as suas imagens conferem. Assim como Josh, os criadores de fake news não saem de casa.
De acordo com um estudo recente da Universidade Stanford, seus pesquisadores constataram que é esperado que as pessoas tenham condições ou algum conhecimento mais elaborada ao navegar pela internet, mas as pessoas não estão preparadas. A realidade é que notícias falsas se parecem com as verdadeiras e autênticas, e também requerem mais paciência dos leitores.
Eu fiz uma pesquisa mais elaborada sobre este assunto. Há muitas matérias boas que acabam tocando nos mesmos pontos. Procurei fontes como BBC e NPR News. Mesmo assim, enquanto escrevia estas dicas, decido fazer meu próprio teste. Pesquisei no Google o nome da jornalista interina da NPR News, Wynne Davis, que escreveu um dos artigos de minhas fontes para elaborar esta matéria e achei seu perfil no Linkedin. Descobri que ela mora aqui na minha cidade, em Austin. Ela existe.
O objetivo aqui é trazer a tona a importância de observar com mais cuidado a veracidade das notícias antes de compartilhar. É importante desenvolver um mente mais analítica. Não é transformá-los em detetives virtuais e não curtir coisas legais que podemos encontrar disponíveis no Facebook e/ou na mídia em geral.