Não tem coisa mais gostosa do que festa de criança. Eu simplesmente adoro tudo: as comidas (coxinhas, brigadeiros, bolo confeitado), a decoração, as mesas enfeitadas etc. Gosto tanto de festa em casa no padrão “faça você mesmo”, como em casa de festas ou com buffet, que você tem toda a comodidade de não fazer nada e estar lá só para curtir e aproveitar.
No aniversário de três anos do meu filho, fizemos um piquenique no Parque do Povo, em São Paulo, e tivemos que providenciar tudo, além de, depois, levar todas as coisas de volta para casa. Foi a festa mais trabalhosa e a melhor de todas!
Já que eu gosto tanto de festa, este deveria ter sido o primeiro tema da minha coluna, mas minha demora em encarar o assunto se deu simplesmente porque as festas infantis na Suíça são muito diferentes das festas brasileiras. Em tudo!
Aqui, poucas crianças são convidadas e geralmente o número de convidados é a idade do aniversariante, ou seja, se está fazendo quatro anos, convida quatro amiguinhos, se estiver fazendo cinco anos, convidará 5 amiguinhos e assim por diante. Mesmo que as festinhas que não sigam à risca essa “regra”, pode ter certeza de que serão poucas crianças, somente os amiguinhos mais próximos do aniversariante. Quando a criança for um pouco maior, apenas ela é convidada para a festa, sem os pais.
Não temos na Suíça nenhuma casa de festas parecida com os buffets infantis que conhecemos no Brasil. O que existe são parques indoor (locais fechados) que alugam o espaço. Alguns deixam você levar a comida para servir, outros servem a própria comida. Esta é uma ótima opção, já fomos a festinhas nesses parques e as crianças se divertem muito.
Quando comemoramos o aniversário de seis anos do meu filho já estávamos morando na Suíça. Mas era o período de férias escolares e fomos para o Brasil, onde ele teve uma grande festa, à moda brasileira, com muitos amigos e convidados. Quando retornamos, fizemos a comemoração na escola. Para a festinha, a professora me pediu para levar apenas o bolo, não seria necessário mais nada. Perguntei se poderia levar brigadeiro, explicando que é um doce típico brasileiro e a resposta dela fechou a questão: se é muito doce, melhor não levar. Conclusão: festinha sem brigadeiro. Para compensar a ausência do doce, fiz um bolo de chocolate Kit Kat (isso mesmo, exagerei no bolo) e todos gostaram muito. Não sobrou nenhum pedacinho, ufa!
A festinha foi muito legal. Eu e o meu filho mais novo também participamos. O aniversariante acende a quantidade de velas referente à idade que está completando, depois senta numa cadeira decorada especialmente para ele. Cantamos “Parabéns para Você” em alemão, inglês e português, foi muito interessante! Após o Parabéns, ele escolheu três entre seis opções de atividades. A primeira foi a leitura de um livro; a segunda uma brincadeira com música; a terceira uma brincadeira com as cores. Todas as crianças participaram, até eu e meu mais novo. Foi uma experiência diferente e meu filho gostou muito. Nessas horas em que nos deparamos com uma cultura diferente da nossa, penso como essa experiência de viver na Suíça está sendo enriquecedora para a nossa família.
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Já com o meu filho mais novo a experiência foi diferente. Ele frequenta o Kinderkrippe e a professora me pediu para levar apenas um pão. Oi??? Como assim um pão? Isso mesmo! Era para levar o Zopft, um pão trançado super conhecido aqui na Suíça, que lembra vagamente o nosso pão sovado. Desta festinha, não pude participar. É uma festa exclusiva para as crianças e, pelo que me explicaram, eles cantam “Parabéns” e brincam com as crianças mais ou menos do mesma forma. Quando eu fui buscá-lo, ele trouxe alguns desenhos que os amigos fizeram para lhe desejar um feliz aniversário. Ele também curtiu bastante.
De qualquer forma, como eu gosto mesmo de festa, fizemos também uma comemoração bem brasileira para ele em casa, com vários amiguinhos e muito brigadeiro.
Não quero dizer que o tipo de festa brasileira é melhor que a outra ou vice-versa. Se por um lado as festas infantis suíças poderiam ser um pouco mais animadas, por outro as festas brasileiras poderiam ser mais simples. Mas o que eu aprendi é que cada país e cada cultura têm a sua maneira de celebrar a vida e, o que realmente importa, é que criança é criança em qualquer lugar do mundo e todas adoram um bolo com parabéns, não interessa em qual idioma.