Gravidez na Costa Rica.
Este mês contarei um pouco sobre a experiência de ter filhos na Costa Rica.
Como ainda não vivi a maravilha da maternidade, convidei uma grande amiga para dar seu depoimento. Ela se chama Luciana Komeroski e estudou no mesmo colégio que eu, em Porto Alegre. Além disso, jogávamos futebol juntas e acabamos nos tornando grandes amigas.
Por coincidência do destino, escolhemos o mesmo país para viver. A Lu conheceu a Costa Rica em 2011, durante uma viagem com 3 amigas, se apaixonou pelo David, um Costa Riquenho, voltou para o Brasil, pediu demissão, arrumou a mala e veio de “mala e cuia” para a “Pura Vida”, de encontro ao seu amor! A grande mudança foi rápida, depois de um ano casaram-se e, em 2013, ela engravidou.
Luciana conta sua experiência:
Parei o uso de anticoncepcional e quinze dias depois já estava gravida! Fui descobrir 2 meses depois: um dia me senti muito cansada e resolvi fazer o teste de farmácia em casa, junto com minha mãe, que recentemente tinha vindo morar aqui também, e deu positivo! Nós nos abraçamos e começamos a chorar. Um sentimento estranho; uma mistura de felicidade e medo. O David chegou do trabalho e ficou sabendo da grande notícia. Surpreso disse: – Que rápido!”
A saúde pública aqui na Costa Rica é administrada pela instituição “Caja Costarricense de Seguro Social” (CCSS). Todos têm direito de utilizar o sistema, mas é necessário ser assegurado e, para isso, é obrigatório que se faça uma contribuição mensal cujo valor irá variar de acordo com a renda de cada um. Assim, o cidadão pode utilizar os serviços médicos e hospitalares sem custo extra. Algumas cidades menores não possuem hospitais, mas centros de saúde que não oferecem todas as especialidades médicas e não realizam cirurgias.
A Luciana também mora em Jacó, uma das cidades de praia com mais infra-estrutura do país e, ainda assim, uma cidade sem hospital. Como era sua primeira filha e por ser estrangeira, ela se sentiu mais segura indo a um médico conhecido da família de seu marido. Por isso, foi até Alajuela, cidade da região metropolitana, distante uma hora e meia de Jacó, para ver um médico obstetra particular, o mesmo de sua sogra.
No decorrer dos meses e do pré- natal, ela acabou optando pelo médico do centro de saúde de Jacó pela facilidade e conveniência. Naquele ano, a cidade ainda não contava com clínicas para a realização de ecografias, portanto, Luciana as realizava em Alajuela. Hoje, no entanto, já é possível realizar ecografia na cidade. Ela afirma que todo o acompanhamento feito durante sua gravidez foi excelente.
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Na Costa Rica, o hospital é definido de acordo com o endereço das pessoas. No caso deles, seria o de Puntarenas, mas como toda a família de seu marido mora em Alajuela, também havia a possibilidade de escolher o hospital de lá. E foi essa a preferência deles.
Com 40 semanas, de acordo com a contagem do médico do pré-natal, Luciana foi para o hospital San Rafael de Alajuela, onde foi consultada e solicitado que aguardasse mais duas semanas, pois diferente dos médicos do pré-natal, segundo os médicos do hospital, Luciana estaria com 39 semanas de gestação e não 40.
“Esse foi um momento muito delicado, os médicos me deixaram super confusa e eu não sabia mais em quem acreditar, mas como sempre pensei no bem estar da bebê Sofia, voltei para a casa da minha sogra e aguardei mais duas semanas. Fiz outra consulta particular com o obstetra, tudo estava ótimo com a bebê, ele me pediu para caminhar bastante e disse que já estava quase na hora de conhecermos a Sofia Del Mar.”
Na Costa Rica os hospitais públicos internam depois de 41 semanas, exatamente o que aconteceu com a Luciana. Quando ela chegou na 41ª semana, de acordo com os médicos do hospital, foi internada e lá ficou durante 3 dias, antes de dar à luz. Nesses dias ficou em um “cubículo”, como é chamado em espanhol o quarto de espera antes do parto, onde ficam até 6 grávidas caminhando e sendo monitoradas constantemente.
No hospital tive um pequeno sangramento e os médicos acharam melhor induzir o parto. “Tomei soro para indução durante algumas horas e por não ter alcançado dilatação suficiente, optaram por cesárea para o bem estar da Sofia. Gostaria muito de ter tido parto normal, era um sonho, mas as dores eram tantas que ao final já estava implorando por uma cesárea!”
Na Costa Rica os hospitais públicos só realizam cesáreas em caso de emergência ou risco, por esse motivo todas as mulheres estão preparadas para o parto normal.
A Sofia nasceu no dia 18 de maio de 2014, à 1h da madrugada, com 2.445kg e 47cm. Foi considerada com baixo peso pelos padrões da OMS e, por isso, os médicos pediram que fosse utilizado o método “canguru” com ela durante a primeira semana de vida. Canguru é um procedimento que deixa o bebê em contato direto com o peito da mãe ou do pai, pele com pele, sem roupas, para aquecê-lo e ele escutar as batidas do coração. Com o uso do método, o bebê ganha peso mais rápido. Para ajudá-la com o canguru, Luciana foi liberada para ter um acompanhante no quarto 24hs, já que a regra do hospital é ter acompanhante somente nos horários de visitas.
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“Saí do hospital no terceiro dia, passamos essa primeira noite na casa dos sogros e no segundo dia viemos para Jacó. Minha mãe estava nos esperando com a casa limpa e a comida pronta, e sempre, até hoje, 2 anos depois, me ajuda muito, muito mesmo! Meu pós-parto foi super tranquilo e a Sofia começou a ganhar peso rápido. De toda a experiência vivenciada, achei ótimo o atendimento do hospital, assim como as instalações super limpas e a comida excelente! A única chateação foi a confusão em relação ao tempo de gestação, acredito que em uma próxima procurarei mais de um médico no princípio da gravidez para indicar exatamente quando foi o inicio.”
O acompanhamento médico da Sofia foi feito no posto de saúde de Jacó, uma vez por mês, com um clínico geral, pois o posto não conta com pediatra todos os dias, e de 6 em 6 meses Luciana e David levam sua filha a um pediatra particular.
Sofia completou 2 anos no último mês e já está louca por um(a) irmãozinho(a).
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ADOREIIIIIIIIIIIIIIIII!!!!!!!!!!!!!!