Halloween na Nova Zelândia.
Em 2016, passei meu primeiro Halloween na Nova Zelândia e em solo estrangeiro. Havia me mudado há pouco tempo – como sempre achei a data muito interessante, algo bacana que só tinha visto em filmes como E.T. e outros tantos de suspense e terror – estava super empolgada.
Origem e Tradições
De acordo com o site KiwiFamililes, o termo “Halloween” é uma abreviação do “All-Hallow-Even”, que significa a noite antes do Dia de Todos os Santos (em inglês “All Hallows Day”) e costumava marcar (no hemisfério norte), o final do verão, a época de colheitas, o começo da escuridão (já que escurece mais cedo no inverno), o frio e a morte (porque muitas pessoas morriam neste período do ano).
A celebração surgiu nas ilhas britânicas e foi levada aos Estados Unidos por imigrantes, onde se fundiu com a cultura local. Para saber mais sobre a data e uma esclarecedora explicação sobre o Halloween, visite o post da Lorrane Sengheiser de 31 de Outubro de 2014, EUA – Halloween.
Os celtas acreditavam que na noite anterior ao Dia de Todos os Santos haveria uma “brecha” que permitiria aos espíritos dos mortos retornarem à Terra. Com medo de serem possuídos por esses espíritos, as pessoas se vestiam de maneira horrível para afugentá-los de volta para o mundo dos mortos. Por isso que até hoje as pessoas se vestem de maneira assustadora e fazem decorações igualmente aterrorizantes em suas casas.
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Uma parte igualmente interessante da data foi a incorporação de outras tradições (e tudo isso está explicado detalhada e ricamente no site site KiwiFamililes que já mencionei acima, mas estou resumindo aqui para dar um contexto). O “Doce ou Travessuras” que as crianças falam quando batem à porta das casas (em inglês, “trick or treat“) surgiu na Inglaterra em festividades do Dia de Todos os Santos, onde famílias doavam alguns bolos chamados de “soul cakes” (bolos das almas, em tradução literal) para as pessoas mais pobres, com a promessa destes rezarem por seus parentes mortos. Com o tempo, as crianças foram assumindo esta função e por isso batem à porta das casas dizendo “Trick or Treat” e coletando doces.
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Como aqui na Nova Zelândia há muitos imigrantes europeus e norte-americanos, não sei dizer exatamente como, nem porque, mas a data acabou sendo incorporada pela população, sobretudo em Auckland. O importante é que – finalmente – eu pude ter esta experiência. E se eu já estava muito empolgada, as crianças estavam ainda mais.
Preparativos
Cerca de 2 a 3 semanas antes da data, as lojas começaram a vender itens de Halloween: fantasias, máscaras, facas de mentira, maquiagens, sangue de mentira, “enfeites” horripilantes (inclui partes de corpos, ratos, aranhas, para citar alguns), abóboras de plástico para coletar os doces (“treats”) e até algumas decorações fofas de morcegos, fantasminhas e abóboras.
Os fabricantes de doces também produzem balas, pirulitos, marshmellows, chicletes e chocolates em formatos nada usuais, especialmente desenvolvidos para o Halloween: balas em formato de olho, chocolates em formatos de monstrinhos e coisas do tipo.
(Uma curiosidade: o que nós costumamos chamar de doces do tipo chicletes, balas e pirulitos, incluindo até chocolates e marshmellows ou “porcarias” como as mães costumam dizer, por aqui não falam “candies”, mas sim, “lollies” na gíria local.)
Em alguns bairros o pessoal se empolga pra valer e se organiza para comprar e também receber doações de doces e abre o convite para os moradores da região. A divulgação destas “ruas festivas” é feita nas comunidades do bairro em grupos do Facebook. Foi assim que descobri a do meu bairro. Mas notei que alguns estabelecimentos e até livrarias comemoram a data.
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O Halloween na Nova Zelândia
Na data (dia 31/10), por volta das 5 horas da tarde a brincadeira começa.
As casas participantes são fáceis de serem identificadas: estão sempre muito bem enfeitadas. Pra falar a verdade, não sei quem se diverte mais: se são os pais, enfeitando a casa, ou as crianças coletando doces pelas casas. Alguns pregam peças (dão o maior susto) na criançada. Outros entregam os doces em trajes assustadores.
A criançada vai toda a caráter. Há fantasias de arrasar, outras mais simples, algumas engraçadas e fofas. As maquiagens também são caprichadas.
Eles carregam suas bolsinhas (ou baldinhos em formato de caveira ou abóbora) e saem às ruas em busca de casas participantes. Visitam o máximo que conseguem e o importante é ganhar um montão de balas e encontrar os amiguinhos da escola e do bairro. Os pais vão junto com as crianças somente para fotografar e supervisionar (ao contrário do que acontece nos EUA, os adultos daqui não costumam se fantasiar – com algumas exceções, claro).
Algumas casas preparam alguns sustos como aranhas penduradas em árvores com cordinhas para surgirem num momento inesperado e assustar os passantes, ou preparam cenários como o da foto que ilustra este post.
Em pouco mais de uma ou duas horas, tudo termina e todos voltam para casa carregados de delícias. A segunda parte da festa começa com a criançada devorando tudo aquilo que ganhou nessa noite assustadora e açucarada (para ser sincera, é tanto doce que eles duram mais de um mês).
O Veredito
Eu adorei o Halloween na Nova Zelândia e meus filhos já estão contando os dias para o deste ano. Achei que a data tem um clima muito legal de evento em comunidade e de diversão.
Também achei uma delícia caminhar pelas ruas, encontrar alguns rostos conhecidos e ver uma festa tão positiva.
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