Eu moro na Dinamarca – terra de Hamlet, de Hans Christian Andersen, de LEGO, de Carlsberg, dos Vikings e de hygge. Essa última palavrinha virou moda e está estampada em diversas publicações mundo afora, sendo representada quase que como uma marca de ‘made in Denmark’ para o resto do mundo. Mas o que é, de verdade, o hygge?
Modéstia, pontualidade e acima de tudo, equidade, são aspectos muito importantes no modo de vida dinamarquês. As Leis de Jante, Janteloven em dinamarquês, são o código de conduta que rege as sociedades escandinavas. Segundo esse código, as pessoas devem demonstrar seu respeito aos demais e assegurar a todos: homens, mulheres, crianças, idosos os mesmos direitos e deveres; portanto, tentativas deliberadas de destacar-se de algum modo, seja no modo de se vestir, seja em posses materiais ou outros meios são vistas com maus olhos. Equidade e respeito são palavras-chave na cultura dinamarquesa.
Essa terra de 5 milhões de habitantes, apesar de seu clima temperado de verões amenos e de ventos fortes e constantes tem uma população considerada em diversas pesquisas por anos consecutivos como ‘o povo mais feliz do mundo’ – possivelmente você já deve ter lido algum artigo a respeito.
E qual o segredo dessa felicidade toda? Políticas bem-sucedidas de bem-estar social e mesmo as Janteloven são parte da resposta. A outra parte eu atribuo a uma característica exclusivamente dinamarquesa. “Hygge” (lê-se ‘rîgue’) é uma palavra que, numa tradução simplista, significa aconchego, conforto. Porém, para um bom dinamarquês, hygge é muito mais que isso: é um estilo de vida.
Tudo que traz conforto, sensação de bem-estar, prazer sensorial e visual pode ser considerado como hygge. Decorar a casa com flores da estação, obras de arte ou mesmo artesanato; acender velas ao entardecer, para manter uma luz baixa e aquecer o ambiente; reunir os amigos para assar uma carne, tomar cerveja ou simplesmente para um bate-papo com café e bolo: tudo isso é hygge. O conceito de hygge é tão forte no país que mesmo nas reuniões de negócios, o tal do hygge está presente: sempre haverá uma velinha acesa, mesmo que seja de dia, água fresca, café e chá e uma guloseima – geralmente doce – para transformar a ocasião num momento acolhedor e prazeroso.
Relaxar com os amigos e as pessoas amadas, desfrutando de boa comida e bebida em uma atmosfera agradável e amigável, isso é hygge. Estar num ambiente bonito e aconchegante ao redor de pessoas que nos querem bem e fazendo o que nos dá prazer: certamente, isso faz as pessoas felizes.
Ultimamente tem-se discutido a questão de o hygge ser excludente, já que entre suas características principais está a questão de ele só poder existir em determinadas condições como, por exemplo, em companhia de um grupo fechado onde todos se conhecem. A participação de um estranho tornaria a reunião do grupo desconfortável, já que o desconhecido é um elemento externo, não pertencente. Esse fator afetaria principalmente os estrangeiros vivendo na Dinamarca.
O hygge é muito importante para os dinamarqueses. Para se ter uma ideia, um dos maiores elogios que se pode fazer a uma festa, evento, encontro, ambiente social ou público – ou outras coisas do gênero – é dizer que é ou estava ‘hyggelig’; já o termo contrário, ‘uhyggelig’, representa algo realmente horrendo e catastrófico.
Conversas sobre temas considerados inadequados para a ocasião são frequentemente denominadas de ‘uhyggelig’. Portanto, recomenda-se discrição: falar sobre doenças, assassinatos, escândalos ou problemas pessoais em ambientes festivos é extremamente ‘uhyggelig’ e passará uma impressão ruim a respeito de quem trouxe o assunto à tona.
Curiosamente o hygge se tornou especialmente popular na Grã-Bretanha, onde o clima basante parecido com o daqui pode explicar o fenômeno da popularização do hygge. Hoje em dia até parece que muita gente usa a expressão quase que como um sinônimo de auto-ajuda para sobreviver ao pesado e escuro inverno dos países do norte europeu. Apesar disso, o conceito não é válido apenas para o inverno.
Segundo Susanne Nilsson, professora de dinamarquês no colégio Morley em Londres, o conceito se torna especialmente importante nessa época devido ao fato de as pessoas passarem mais tempo em casa no inverno por conta de os dias serem mais curtos, e por isso as atividades acolhedoras, com pessoas próximas e em espaços restritos se tornam tão importantes. A ideia principal é relaxar o máximo que puder e esquecer-se das preocupações.
E embora tenha toda essa conotação de benesses e seus defensores, há também quem critique o tal do hygge com severidade. Curiosamente, dois dos autores em evidência tanto do lado negativo quanto do positivo são britânicos e possuem laços fortes com a Dinamarca.
Helen Russell, jornalista britânica que tem vários livros escritos sobre o país é uma das defensoras. Ela considera que os dinamarqueses evitam se privar forçadamente das coisas e que essa flexibilidade praticada através do hygge os ajuda a viver com mais plenitude. Já Michael Booth, também jornalista e britânico, escreve que o hygge é excludente e que em termos gerais, a utopia da felicidade escandinava é, na verdade, uma forma de disfarce para a perpetuação da mediocridade.
Seja como for, o conceito de hygge pode e deve ser aproveitado, seja com amigos e família, seja consigo mesmo. Afinal, o mundo de hoje anda tão perturbador que momentos de tranquilidade, fazendo algo que dá prazer são preciosos – e necessários.
Que tal também tentarmos adicionar um pouco de hygge ao nosso cotidiano?
55 Comments
Agora entendi… tenho duas amigas dinamarquesas aqui em Shanghai e sempre que vamos na casa delas, para um café ou um jantar tem as velas acesas na mesa de centro, ou num cantinho da sala. Agora vou gastar meus conhecimentos dinamarqueses na próxima vez que encontrar com uma delas…hehehe.
E uma vez ao andarmos por umas vielas pobres bem chinesas, que lembram muito nossas favelas, uma delas ficou inconformada com a falta de condições de vida daquelas pessoas. E eu tentava explicar o inexplicável, pois nada a convencia que era possível sim. Infelizmente já havia visto coisas até piores no Brasil. Tá explicado. Ela nunca havia saído da Dinamarca. Então deveria ser algo meio abstrato a questão da pobreza nas esquinas de uma das cidades mais caras do mundo!
Adorei seu post e bem vinda ao grupo!
Christine, que bom que gostou! E realmente, aqui na Dinamarca o conceito de equidade social é tão grande que é muito difícil ver extrema pobreza como vemos na China, no Brasil e em outros lugares pelo mundo afora. Não que não exista pobreza na Dinamarca, mas em geral as pessoas têm condições básicas para manter sua vida com dignidade. Beijos
Eu AMO o hygge ❣ Tudo aqui Em Århus é lindo de se ver , de olhar e sentir ????????
Obrigada por ler e comentar, e continue nos acompanhando! 🙂
acho muito pertinente suas colocações sobre o lado bom e o lado ruim de se morar na Dinamarca,por exemplo,para que fique claro ,sobretudo para quem quer mudar de País,justamente por achar que nos países de primeiro mudo, tudo é maravilhoso,e na realidade não é bem assim.
È claro que no Brasil, o fator corrupção é o que temos de pior, e por sí só ja justifica a maioria de todos os males que assolam o Brasil..
Sem dúvidas é muito bom viver em um país onde temos nossos direitos respeitados,segurança, educação, etc e tal.,porém, tudo há um preço a ser pago.
Obrigada por ler e comentar e continue nos acompanhando!
Adorei conhecer um pouquinho da cultura da Dinamarca. Lendo seu texto fui entrando no clima, imaginando e relaxando…adorei! Obrigada por dividir sua experiencia!
Bjs, Daphne!
Me lembro bem quando meus amigos dinamarqueses moravam em Londres…ir na casa deles era o mesmo que estar na Escandinavia sem ter saido de Londres rs…era so ela abrir a porta, para sermos transportados…uma sensacao deliciosa e dificil de explicar ao mesmo tempo..Acho que mesmo que quisesse copiar, nunca conseguiria rs…Quando fomos ao casamento deles, em Esbjerg, sentimos na pele a mesma vibracao, festa linda, lugar encantador, com muito “hygge”, em frente a um fjord, regado a muito queijo maravilhoso rsrsr…Sou fa da Escandinavia sem culpa nem vergonha nenhuma hahaha. Bem vinda ao grupo 🙂
Muito bom o texto! Aqui na Noruega temos um termo parecido “koselig” é tudo que é divertido, aconchegante, romântico… Tudo que os noruegueses gostam é koselig. Acho que o termo é diferente, mas a idéia e a mesma, não é? Bjs, 🙂
Exatamente! O conceito é o mesmo, Denise: tudo o que faz a gente se sentir bem e acolhido é “hyggeligt”. Beijos 🙂
Oi Cristiane, adorei o “hygge”! Achei o máximo conhecer um pouquinho mais sobre a cultura dinamarquesa, sobre essa terra dos Vikings! O Janteloven me deixou um pouquinho assustada: isso quer dizer uma standardização (não sei a palavra em português, sinto muito!) da forma de viver? Porque entendo que isso é muito legal por uma esfera política e social, mas acho um pouco complicado se vamos aplicá-lo ao estilo individual… Bom, você, quando puder, me explica melhor!
Mas o hygge… Amei esse estilo de vida! Achei o máximo a forma carinhosa que os dinamarqueses recebem em casa! É tão… Carinhoso! E isso, provavelmente, tem origem no meio de vida viking, não é? No estilo de vida de viver em comunidade e fazer todos se sentirem em casa! Ou estou enganada?
Parabéns pelo texto e bem vinda! Um beijo
Oi Tati, e obrigada pelos comentários. Na verdade as Janteloven servem para parametrizar a sociedade escandinava em geral, e não como forma de ‘padronização’ (era essa a palavra em português que você procurava, hehehe). Como eu expliquei, por aqui o conceito de respeito ao outro também é muito forte: as pessoas são diferentes entre si mas há um respeito social implícito que permite essas liberdades, mesmo porque há muitos imigrantes na Dinamarca e seria impossível conviver numa esfera multicultural se não houvesse respeito pelo outro. A equidade é um dos pilares da vida na Dinamarca: paga-se muito imposto (como em toda Escandinávia) mas as pessoas veem para onde ele vai. Em breve vou escrever sobre as políticas para imigrantes na Dinamarca e como é ser um imigrante/expatriado aqui, com suas dores e delícias. O governo pega pesado às vezes, mas acredito que por uma boa razão, e vou explicar tudo no meu próximo post. Beijos!
No Brasil, pontualidade já é um problema. As pessoas marcam uma festa às 10 e começa às 11.
Abraço!
Pois é, André. Aqui, se você convida as pessoas pra jantar às 18h, pode contar que elas vão estar na sua porta precisamente às 18h… A Índia tem os mesmos problemas de falta de pontualidade do Brasil… Abraços!
Cristiane, gostei bastante do seu texto; definiu muito bem o conceito de hygge! Melhorou o meu próprio conceito, que estava meio abstrato… hehe. Refletindo sobre, constatei que até com o inverno é mais fácil de lidar, mesmo com o frio e a escuridão (que na verdade nem penso serem tão desesperadores), apenas por conta das sensações que o hygge traz. Me sinto mais confortável mesmo. Este é realmente um ótimo segredo de felicidade! Vou atualizar o post em meu próprio blog sobre o assunto, disponibilizando um link para o seu texto. Um abraço!
Pingback: Hygge | brasilidansk - Brasileira na Dinamarca
Christiane, adorei seu texto e também me senti transportada a esta atmosfera tao gostosa e escandinava, eu trabalhei mais de 12 anos em Telecom com a Ericsson que é Sueca e a Nokia que é Finlandesa, de forma que ia quase que semanalmente as vezes aos paises escandinavos, eu sou fa de carteirinha das culturas escandinavas, amo estes paises e a Dinamarca sempre achei sempre tao moderna e criativa! E um ais lindo!!!!!! Adorei seu texto e com certeza vamos trocar muitas figurinhas ainda! rsrsrrs Seja bem vinda ao grupo querida! Bjus
Pingback: Primeiro Aniversario – Parabens Brasileiras Pelo Mundo!
Pingback: Dinamarca – Dinamarqueses e o Amor
Pingback: Dinamarca – Dez Primeiras Lições
Pingback: Primeiro Aniversário – Parabéns Brasileiras Pelo Mundo!
Pingback: Especial – Dez Razões Para Morar na …”Dinamarca”
Eu estive por 4 dias em Roskilde, que foi a antiga capital dinamarquesa, e simplesmente fiquei apaixonado. Uma terra de muita educação, de pessoas do bem, que se preocupam, visivelmente com o próximo, além de ser um lugar muito limpo. Cheguei pelo dia 18 de abril de 2013, ainda um pouco frio, mas já quente para os padrões, ou seja, 12 ou 13 graus, e meu amigo que nos acolheu já usava camiseta de manga curta, e me mostrou a cidade, o supermercado, um pouco da simpática cidade, que nos encantou. Algo me chama atenção ao estar uns 30 passos da faixa de pedestres para atravessar a rua num cruzamento, um carro que vinha devagar, parou já do outro lado, a mais de 20 metros de onde estávamos, e sem pressa alguma, esperou que atravessássemos a rua, isto é pouco sim, mas, comparado à pressa do brasileiro em empurrar os pedestres para fora da rua, é algo fantástico.
Parabens, excelente blog, grande introducao aa vida na Dinamarca. Voce escreve muito bem, tem um insight fabuloso, alem de muita paciencia em responder a tantas perguntas. Li o de outros paises, mas nao sao tao bons quanto o seu, que mostra coisas positivas e negativas, que todo pais e culturas tem. Um toque talvez pra editoria geral: tem que ser mais seletiva com quem escreve pro blog. Algumas contribuidoras tem uma visao fantasiosa da realidade dos paises onde vivem; ate as fotos que exibem contradizem o texto. Valeu por vc! Boa sorte e sucesso em sua vida na Dinamarca.
Olá! Agradeço por ler o blog, e também pelos elogios. A gente que escreve para o grande público sabe que é difícil agradar, mas eu pelo menos fico muito feliz quando encontro alguém pra quem meus textos possam ser úteis…
Eu penso que todas nós que colaboramos aqui no BPM tentamos, da nossa maneira, escrever de acordo com nossa experiência pessoal e sendo as pessoas diferentes entre si, acredito ser natural que as percepções sejam diferentes. Isso não significa que sejam melhores ou piores: diferenças são apenas diferenças. A percepção do mundo ao nosso redor é algo muito pessoal; as meninas que escrevem pro blog sabem que é difícil agradar a todos, e acho bacana que não se preocupem tanto em ‘tentar agradar a todo custo’; elas focam na vivência delas, assim como eu procuro, nos meus textos, transmitir o modo como vejo o mundo e como ‘experimento’ a Dinamarca, sob uma ótica minha, com dados de fontes que possam corroborar com essa visão. Nem sempre se tem a mesma visão e parâmetros, e nem sempre duas pessoas percebem um país da mesma forma, por isso tenho que afirmar que os textos do BPM são, antes de qualquer outra coisa, relatos pessoais e portanto, diferentes entre si. E como é bonito ver as diferenças e saber que somos seres únicos no mundo! Infelizmente o que se nota mundo afora é que as pessoas têm facilidade em criticar e muitas vezes, dificuldade em lidar com as críticas. Acho que as críticas, sejam positivas ou negativas, servem para enriquecer e aprimorar nosso trabalho. Mas é importante, dentro da crítica, respeitar o ponto de vista de cada um, e respeitar as diferenças sobre como vemos o mundo, tolerando quem pensa diferente de nós. Se a gente soubesse lidar melhor com as diferenças o mundo seria um lugar mais harmonioso, né? Mais uma vez obrigada pelas dicas e se tiver sugestões para matérias sobre a Dinamarca, avise! Abraços
Obrigado Cristiane,,mas um aprendizado cm vc.Gostei muito do seu texto,vc faz uma grande introdução na vida na Dinamarca e vc faz muito bem .Parabéns o seu blog tem me ajudado muito,que estou a 2 meses na Dinamarca pois meu noivo e Dinamarques ,esta ea razão pela qual estou aqui.. o seu blog me ajuda muito mesmo a enfrentar as dificuldades diárias .
Que bom, Gerusa. Comentários como o seu me dão mais ânimo de seguir com o trabalho aqui no blog. Continue nos acompanhando e se tiver alguma sugestão de matéria sobre a Dinamarca, fique à vontade para sugerir! Um beijo
Sou apaixonada por esse post! Não canso de lê-lo. Além de mostrar a vivência a observação, o aprendizado no país, ainda reflete e muito uma visão muito positiva, perseverante e agradável da Vida. Lindo post. Parabéns!
Muito obrigada! Continue nos acompanhando! 🙂
Pingback: Vamo do começo? | Traduzindo Hygge
Eu moro em São Paulo e fiz um amigo intercambista dinamarquês. Tô me sentindo mal por tê-lo “arrastado” para uma festa que rolou durante toda uma madrugada, principalmente porque, agora, percebo que foi totalmente o oposto do conceito de “hygge”. Vi que não é mesmo o jeito que os dinamarqueses curtem a noite. Eu sinto que ele odiou, sabe? Mas é que eu queria mostrar para ele como era uma festa na minha faculdade. Não sei como avaliar. Por um lado, acho que foi okay/suportável, porque foi uma experiência muito diferente do que ele está acostumado. Mas, por outro, fico me perguntando “por que eu fiz isso?!” hahahaa Ele acordou 6h da manhã na sexta e foi embora as 4h30 de sábado – foi a hora que voltou a ter ônibus.
Agora eu não sei o que faço. Queria chamá-lo para fazer uns passeios mais light, para recompensar essa noite estranha. Não sei se peço desculpa e explico o que estou sentindo/pensando (meu jeito que fazer as coisas), mas sinto que ele também não curte esse drama todo. Ou se simplesmente finjo que não aconteceu (hahahaha). Ou se pergunto o que ele achou (porém, medo da resposta). 🙁
Oi Mariana. Acho que você devia falar com ele e perguntar como foi a experiência pra ele. Talvez nem tenha sido assim tão chocante quanto você está imaginando! Não sei qual a idade do seu amigo, nem a cidade de onde ele veio na Dinamarca, mas esses dois fatores podem influenciar bastante. Normalmente os jovens dinamarqueses na faixa dos 16 aos 20 anos adoram sair à noite e beber todas, fazer algazarra na rua, enfim… Converse com ele, essa é a única maneira de saber como ele se sente a respeito! E acho que você deve, sim, convidá-lo a fazer passeios mais light, idas a museus… Por exemplo, se ele for fã de futebol, vocês podem combinar um passeio ao Museu do Futebol no Pacaembu, onde a entrada é gratuita nas quintas-feiras. O MASP também tem entrada grátis na terça, e a Pinacoteca, se não me engano, no domingo. Um passeio de bicicleta no Ibirapuera pode também ser uma boa pedida, já que na Dinamarca todo mundo pedala desde pequenininho. Fale com ele e não tenha medo da resposta – sugiro parar de pensar a respeito e deixar o que for, ser. Apenas converse numa boa, perguntando o que ele achou, e sugira outros passeios mais tranquilos. Boa sorte pra você e obrigada por ler e comentar!
Pingback: Dinamarca – Cinco razões para não morar na Dinamarca
Olá Cristiane. Tudo bem? Seguinte, vou ser bem claro, talvez você possa me ajudar. Tenho 41 anos, sou divorciado e namoro uma garota de 34. Sou advogado (há 19 anos); ela, publicitária. Ambos somos extremamente sociáveis e cansamos dessa loucura aqui no Brasil, particularmente no que pertine à ausência de honestidade e confiança na relações entre as pessoas. A ânsia por ostentação e a arrogância também nos encheram, e temos procurado viver mais “light”, porém sempre nos debatemos com estas características “do brasileiro” e estamos quase que como “ETs”. Eu mesmo, quando passei a dizer que só usaria da verdade na advocacia, passei a ser praticamente ridicularizado, e meu escritório, óbvio (para a realidade brasileira) esvaziou. Fala sério? Você acha que podemos (eu e a namorada, com quem pretendo me casar) nos encaixar profissionalmente por aí? Digo isso pensando em nossa formação (em especial a minha, já que as leis daqui não vão servir para quase nada aí). Aguardo um contato e uma primeira impressão sua, e se pudermos conversar mais diretamente, agradeço muitíssimo! Abraços. Hélio.
Hélio, obrigada por ler o blog e pelo seu comentário. Entendo seu ponto de vista e suas motivações para querer deixar o Brasil, e buscar informações antes de se decidir pela mudança é um passo muito importante. Escrevi dois textos interessantes sobre trabalho na Dinamarca: o primeiro é uma entrevista com Dagmar Fink, criadora do Worktrotter.dk e experta em assuntos de recolocação profissional na Dinamarca para estrangeiros; o outro texto, mais genérico, fala sobre mercado de trabalho local e onde procurar emprego. Procure os textos no blog, os títulos são: “Dinamarca – Trabalhando: Parte 1” e “Dinamarca – Trabalhando: Parte 2”. Como advogado, para trabalhar na sua área eu acredito que você terá que fazer testes de revalidação do seu diploma por aqui, por se tratar de profissão regulamentada. Não sei informar precisamente como se dão esses testes mas o que posso dizer é que tenho conhecidos brasileiros morando aqui e que são advogados de formação e, no entanto, custaram a encontrar emprego, sendo que alguns trabalham em áreas fora do Direito. A área de publicidade não é muito forte por aqui mas há chances em marketing e vendas, se for do interesse e competência dela. Eu sugiro vocês darem uma lida nos demais textos que escrevi aqui no blog para se familiarizarem um pouco mais com o estilo de vida da Dinamarca e suas peculiaridades. Aqui também há dificuldades, o desemprego também está grande (mesmo para pessoas altamente qualificadas, que somam uma boa parcela da população) e falar dinamarquês é um diferencial para viver no país. No mais, estou ao seu dispor caso tenha outras perguntas.
Abraços e continue nos acompanhando!
Olá Cristiane, adorei eu blog, estive recentemente em Copenhague, adorei, muito bonita, agora entendo o estilo de vida deles, nós que somos brasileiros, no meu caso nordestina, pois sou de São Luís Maranhão, estranhamos o comportamento fechado e nada receptivos, sei que é cultural, lamento que considerem os brasileiros de classe inferior, na verdade é um povo vitima do sistema político, isso sim.
Olá e muito obrigada por acompanhar o nosso trabalho aqui no Brasileiras Pelo Mundo.
Gostaria de fazer uma ressalva em relação à generalização que você fez no seu comentário que diz que ‘lamento que considerem os brasileiros de classe inferior’. Não são todos os dinamarqueses que se posicionam dessa forma, deixo bem claro. É uma pena que o partido que ganhou com a maior bancada no plenário do Parlamento dinamarquês nas últimas eleições se manifeste dessa forma – o partido é conhecido por suas políticas xenófobas e racistas e ganhou popularidade justamente em cima de uma campanha populista baseada num pseudo-nacionalismo que prometia devolver ‘a Dinamarca para os dinamarqueses’. Como sempre deixo claro em todos os meus textos, todos os países têm seus prós e contras e a Dinamarca definitivamente também tem aspectos positivos e negativos.
Obrigada pelo comentário e continue nos acompanhando! 🙂
Pingback: Janela. Abrir ou não Abrir? Eis a questão! – Deixe de Agonia
Olá Cristiane,
Estou encantada com esse estilo “HYGGE”, enquanto li seus relatos me senti abraçada e com aquela paz na alma.. difícil explicar! Meu namorado é dinamarquês, um verdadeiro príncipe, você não imagina o quanto tem ajudado com o que escreve.. Logo estarei na Dinamarca e já estou conhecendo um pouco sobre as coisas por ai.
Muito obrigada e felicidades em todos os setores de sua vida, continue nos escrevendo.. rs
Beijos e abraços!! ( brasileiros podem!)
Olá, Kelly, e obrigada por ler o Brasileiras Pelo Mundo.
Comentários como o seu são de aquecer o coração. Fico super feliz em poder ajudar aos que procuram informações sobre a Dinamarca.
Desejo a você em dobro tudo aquilo que desejar pra mim 🙂
Beijos e continue nos acompanhando!
Amiga, Querida! Sou Brasileira e, gostaria de morar na Dinamarca, exclusivamente pelo respeito ao próximo, ajuda mutua, bem estar, felicidade e outros. Pretendo residir juntamente com uma mulher idosa que necessita ajuda para pequenos trabalhos e passeios, como voluntária, em troca de comida e moradia. Advoguei no Brasil por mais de 30 anos , resolvi me aposentar e aproveitar o restante da minha vida para ser Feliz, simplesmente e ser útil ao próximo..odeio ostentação e coisas fúteis… Existe algum site para contatar essas pessoas que necessitam de ajuda e aceitam uma brasileira de 57 anos , saudável, livre e amorosa para residir juntos?????? Tenho também interesse em contribuir como voluntária em Horta comunitária…adoro mexer na terra e, plantar…. Por favor, me dê algumas dicas como começar realizar meu sonho….Muito Obrigada!
Oi Roseli. O tipo de trabalho da sua expectativa é inexistente na Dinamarca. As municipalidades em geral oferecem esse tipo de ajuda para os idosos no sistema de bem-estar social dinamarquês. Além do mais, esse tipo de trabalho voluntário não dá visto para a Dinamarca, o que impossibilitaria você de morar aqui legalmente. Em breve escreverei sobre voluntariado no país e as possibilidades que existem.
Talvez uma ideia para você seria se inscrever no projeto de voluntariado do WWOOF, que consiste em trabalhar em troca de comida e alojamento em fazendas orgânicas ao redor do mundo. Os custos desse tipo de voluntariado correm por sua conta e nessa modalidade você só pode trabalhar durante um período determinado, devendo deixar o país depois do prazo estipulado, mas acho válido para ter uma ideia de como é morar por aqui. Procure mais info a respeito no http://www.wwoof.dk.
Boa sorte e continue nos acompanhando!
Abraços
Caramba!! Não consigo me ver considerada um “ser” inferior. Pretendia conhecer, passar uns 20 dias e visitar pontos turisticos mas … agora não conseguirei mais.
Não entendi o seu comentário, desculpe.
Parabéns pelas postagens, repletas de informações super úteis. Expondo tanto o lado bom quanto o ruim. Em relação à xenofobia dos Dinamarqueses até onde pode chegar, qual o nível de segregação estrangeiros podem ser submetidos?
Valdemir, tudo vai depender do estrangeiro e de como ele está buscando se integrar. Em geral, o que existe é um movimento mais midiático do que real de uma ameaça estrangeira, fomentado por partidos radicais extremistas, sobretudo de direita. É comum estrangeiros serem meio que deixados de lado em conversas onde a maioria dos participantes falam dinamarquês. No mais, leia outros textos meus para saber sobre comportamento, como o texto sobre como fazer amigos.
Obrigada por comentar e continue nos acompanhando!
Pingback: Vamos mudar para a Dinamarca? – falafrida
Muito bom, Cristiane. Tudo que eu procurava saber, inicialmente, sobre a Dinamarca. Continuarei acompanhando seus posts. Obrigada.
Helena, obrigada! Esse foi o primeiríssimo artigo que escrevi sobre a Dinamarca para o Brasileiras Pelo Mundo, e depois de quase 5 anos colaborando, tenho mais de 60 artigos publicados, dê uma passeada e vai achar muita coisa interessante 🙂
Agradeço a leitura e continue acompanhando a coluna! Abraços
Adorei os seus Posts. Cheguei ontem na Dinamarca a passeio e estou tentando entender um pouco mais da cultura local. Continuarei seguindo o Blog, adorei a forma como escreve. Muito Obrigada
Obrigada por ler e comentar, e continue nos acompanhando para saber mais sobre a Dinamarca 🙂
texto maravilhoso aprendi sobre “hygge” parabéns
Obrigada a você por ter lido e comentado tão gentilmente! 🙂
Oi, Cristiane. Amei seu texto! Como nunca tive vivência em um país escandinavo, ao ler sobre o conceito de “hygge”, curiosamente me transportei à doçura das cidades do interior daqui do Brasil, mesmo, com a simplicidade, o bolo quentinho no fim de tarde, o sol, os risos… sei que não tem muito a ver, já que nosso clima é outro, mas essa sensação de conforto e aconchego me remeteram a justamente esse calorzinho – em todos os sentidos da palavra. Obrigada pelo seu texto!
Eu é que agradeço a leitura e o gentil comentário. Volte sempre! 🙂