Vinte e cinco anos depois.
Quando deixei meus pais na porta da minha casa, em um dia ensolarado de abril, em 1990, nunca poderia imaginar que um dia viria a escrever um texto como esse. Na minha doce ilusão, do alto dos meus lindos e inocentes 18 anos, achava que ia ali e já vinha (quem não?); portanto, vinte e cinco anos se passaram e, para mim, ainda parece que foi ontem… Ô meu pai, como a vida passa rápido! Onde está o break da minha vida, ando me perguntando ultimamente.
Muitas pessoas se surpreendem quando sabem que moro fora há tanto tempo assim, e têm curiosidade em saber como eu me sinto. A verdade é que não sei. Me resumo em um misto de emoções e pensamentos sem muita resposta. Para mim não sou de lá, mas também não me sinto de cá, se é que faz algum sentido. A sensação que tenho é que cada ano que passa fico mais à deriva, nessa vida que escolhi (ou será que fui escolhida??). Apesar de gostar e me sentir em casa onde estou, afinal já são quase 20 anos de Inglaterra, sei que aqui está longe de ser o meu lugar. Mas e o meu lugar onde é então? Boa pergunta, passo a vida tentando decifrar essa questão.
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Chega a ser engraçada a maneira como me sinto, ainda mais sendo filha de imigrantes. Minha mãe, que era portuguesa e foi para o Brasil com 14 anos, abraçou o país que a acolheu com todo o seu ser e alma. Casou-se com um nordestino do agreste pernambucano, amava a família do meu também saudoso pai e idolatrava a terra que eu não sei se amo mais, a minha terra. Ela amou a sua pátria escolhida e em retorno foi amada e aceita por ela, apesar de ter sido sempre “a dona Lurdes portuguesa”. Comigo, porém, nunca existiu esse processo de amor e aceitação da terra que escolhi para ser a minha “casa” e o país dos meus filhos. Aqui sempre me sinto uma outsider. Ainda ontem mesmo me disseram pelo telefone: “Você está longe de casa!” Mas que casa é essa que as pessoas se referem quando sabem que sou brasileira?
“Foram então aprender que, não se estando distraído, o telefone não toca, e é preciso sair de casa para que a carta chegue, e quando o telefone finalmente toca, o deserto da espera já cortou os fios.”
―Clarice Lispector
Apenas morei 18 anos dos meus quase 44 por lá, mas me tornei adulta, responsável (forçadamente) e mãe aqui, me descobri como pessoa – ou melhor, vivo tentando diariamente – também aqui, então porque então essa sensação de não pertencer a lado nenhum? E ainda tenho que ouvir perguntas como: “Você não vai voltar?” “Não tem saudade?”
A verdade é que não é mais o meu lugar. Como já perdi meus pais e minha irmã mora em Lisboa, o Brasil faz parte de um passado bonito, distante e muito saudoso. É engraçado como apesar de todos esses anos fora ainda sou capaz de lembrar de vozes, cheiros e tenho lembranças tão fortes de pessoas e acontecimentos que marcaram a minha vida.
Saudade, como não ter? Estaria mentindo se dissesse que não. Ela é tão forte, às vezes, que a única alternativa é me deixar ser levada pelas lágrimas e a dor de saber que nunca mais poderei viver um dia a alegria que senti enquanto crescia em Santos, que naquela época nada mais era do que uma pequena e linda cidade litorânea, sem essa loucura dos dias atuais, e mais, rodeada pela minha família.
E valeu a pena? O que tem aprendido?
- Aprendi que podemos nos mover, afinal como dizem por aí, “não somos árvores”. E morar fora, conhecer e viajar faz parte da mente inquieta do ser humano. Às vezes certas oportunidades que se apresentam no dia a dia de quem mora fora têm tanto ou mais valor do que uma aula de História, Geografia, Cultura e Conhecimentos Gerais, portanto, impagável, ao meu ver.
- Aprendi que saudade não mata, não. No começo pode até parecer, mas com o tempo ela passa a ser parte de você e se manifesta nos seus atos e maneira de encarar a vida.
- Aprendi que infelizmente as pessoas não podem nos esperar para sempre. A vida e o destino seguem o seu rumo e vamos nos adaptando a ele, aceitando as opções que tomamos.
- Aprendi que amizade pode ser mantida à distância, lembrada e celebrada com pequenos gestos, e que o carinho por algumas pessoas será sempre eterno.
- Aprendi que a vida te da várias oportunidades em épocas diferentes na vida, que apenas o fato de estar morando fora proporciona.
- Aprendi que o mundo não é esse “bicho papão” que achava quando ouvia conversas dos adultos, na adolescência; é preciso apenas saber onde pisar e por onde caminhar, para alcançar o seu destino, sem arrependimentos.
- Aprendi que as pessoas vem e vão da nossa vida, mas sempre deixam uma marca, uma lembrança, e quando as reencontramos, pelo menos algumas delas, é como se nunca tivéssemos nos afastado.
- Aprendi que decisões devem ser tomadas na vida, e se uma delas foi sair de casa e conhecer o mundo, então, que essa viagem nos preencha e nos faça crescer, para valer a pena toda a saudade, distância e vazio que também vêm junto no pacote.
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Deixo aqui como presente para mim mesma e para todos os que passam pelo mesmo que eu, mundo afora, uma das minhas músicas favoritas do cantor português António Variações, mas na minha versão favorita, cantada pela Lena D’Água, e que descreve lindamente o que venho sentindo nesses 25 anos, desde que deixei a minha “terra”.
“Não consigo dominar
Este estado de ansiedade
A pressa de chegar
P’ra não chegar tarde
Não sei de que é que eu fujo
Será desta solidão
Mas porque é que eu recuso
Quem quer dar-me a mão
Vou continuar a procurar a quem eu me quero dar
Porque até aqui eu só
Quero quem
Quem eu nunca vi
Porque eu só quero quem
Quem não conheci
Porque eu só quero quem
Quem eu nunca vi
Porque eu só quero quem
Quem não conheci
Porque eu só quero quem
Quem eu nunca vi
Esta insatisfação
Não consigo compreender
Sempre esta sensação
Que estou a perder
Tenho pressa de sair
Quero sentir ao chegar
Vontade de partir
P’ra outro lugar
Vou continuar a procurar o meu mundo, o meu lugar
Porque até aqui eu só
Estou bem
Aonde não estou
Porque eu só quero ir
Aonde eu não vou
Porque eu só estou bem
Aonde não estou
Porque eu só quero ir
Aonde eu não vou
Porque eu só estou bem
Aonde não estou”
https://www.youtube.com/watch?v=ZugsHqRRDJQ
34 Comments
Ann, que bom foi ler o seu texto, pois eu sei bem como é essa sensação de não-pertencimento. Também sinto o mesmo que vc e pude comprovar recentemente quando estive no Brasil por três meses. Me senti deslocada, inadequada lá, porém não morro de amores pelo país onde vivo. A Polonia não se encarnou em mim e acho que dificilmente se encarnará. Não odeio, mas também não amo. É apenas o lugar onde moro e espero que não seja por muito tempo. Minha alma e minha mente já estão com as malas prontas pra bater asas pra outro lugar. Espero que seja breve!
Oi Viviane, boa sorte na sua busca. Só entende quem passa por isso. Um sentimento difícil de ser explicado, a busca. 🙂
Estou perdida!
Ola Valquiria, perdida nunca estamos, não se preocupe rs. Mas a busca para algumas pessoas é constante. 🙂
Ahhhhh que lindo Ann até chorei…mesmo não morando tantos anos fora como você, já tenho essa sensação de não pertencimento, nem cá – nem la..onde então ??? Bjs
Oi Cintia, essa é a minha pergunta diária rs. Só o tempo e o destino sabem a resposta, acredito. bj
Eu sempre acompanho os artigos desse blog/site. Eu termino conhecendo um pouco de cada país, como se já tivesse estado neles na maioria das vezes.
Esse foi o artigo que me fez entrar no meu lado oculto de perguntas e respostas. Me sinto igualzinho a você em relação a tudo. Incrível que, mesmo eu sendo completamente brasileiro e sem parentes estrangeiros, nunca me senti como se o Brasil, mas precisamente Salvador, fosse a minha casa, ou mesmo meu lar. Talvez esse sentimento tenha surgido pela forma na qual fui criado, ou ele sempre fez parte de mim inconscientemente.
Eu ainda estou em buscas de todas essas respostas, mesmo sentindo que não vou poder ter todas elas, mas esse tal sentimento é o que me faz lugar pelos meus objetivos como imigrante brasileiro pelo mundo.
Gostei muito do artigo, e devo continuar acompanhando. 🙂
Olá Anders, algumas pessoas são assim, como nós, eternos inquisidores e curiosos além do que nós é oferecido. Te desejo muito boa sorte na sua busca e que você tenha a chance de viajar e conhecer o mundo. Obrigada por seguir o blog, vejo sempre seus comentários em outros textos. 🙂
Ann que post lindo. Estou emocionadíssima, com lágrimas nos olhos olhos.
Da um vazio e ao mesmo tempo uma sensação de estar no lugar certo… Mix feelings
Beijos Aline
Oi Aline, te desejo boa sorte na tua caminhada e que você se sinta mais “em casa” na Austrália rs. Bj
Oi Ana, sou a Cintia. Senti cada palavra do seu texto. Tbm deixei o Brasil aos 21 e ja se completam 15 anos. Vive nos Estados Unidos, Portugal, Inglaterra , embarcada como tripulante da Disney Cruise Lines e agora estou em Bali na Indonesia. Parece que em todos esses anos vivi de malas prontas para o proximo destino. Não tenho patria. Gosto das minhas aventuras mas tbm sofro com isso… Essa sensação de não pertencer. Em todas as minhas tentativas de regressar a viver no Brasil, não duraram mais que 3 meses. Não tenho filhos… Gosto dessa sensação de liberdade, mas pago um preço por isso! Essa ansiedade, inquietude… Ha dias que me sinto feliz, mas ha outros que me sinto vagando pela vida, tenho casa mas não tenho um lar!!! A grande verdade é que tenho saudades de um lugar que não existe mais! O Brasil onde eu vive ate partir… Adorei ler seu texto, me trouxe conforto de saber que não estou só na maneira como eu me sinto! Um forte abraço Ann.
Oi Cíntia, como mencionei acima, algumas pessoas são assim, como nós, sempre na busca de algo, que as vezes até desconhecemos. Te desejo muita sorte para encontrar o teu lugar e se sentir melhor. Bj
Ann, que lindo texto! Me fez chorar…
Eu também me sinto assim. Como se pertencesse ao mundo e não pertencesse a lugar nenhum… É uma sensação complicada e, muitas vezes, me sinto isolada, como se ninguém mais no mundo se sentisse como eu. Então, obrigada por compartilhar esse texto lindo, cheio de alma, que fez com que me sentisse um pouco menos… Descolocada nesse mundo enorme!
É… Realmente os anos se passam e a gente nem percebe. Mas, como dizem por aí, acho que home is where the heart is…
Love you!
Amada, cada um com sua história não é mesmo? Uns mais contentinhos (sortudos rs) e outros sempre na procura (nós rs). Mas um dia a gente chega lá, será? rs
Love you too! xx
Ann, o pertencimento é um sentimento intimo, de felicidade, de realização e de memória emocional. Pertencemos a muitos lugares ao mesmo tempo e mal nos apercebemos disto… Somos partes de varias historias em vários lugares ao longo de nossas vidas…. Feche os olhos e pense em Santos, e terás certeza de pertencer àquele cantinho do mundo, mas basta pular para Portugal e sentirá tantas saudades de lá, dos avós, das comidas e do tempo que lá esteve que passarás a ter certeza que lá é o seu lugar…. Ao abrir os olhos e ver a sua casa, seus filhos e a sua vida talvez como tenha sonhado um dia então entenderás que afinal pertences a este lugar…. Na verdade você (como eu) é dividida emocionalmente em pedacinhos … Cada pedacinho nos coloca em um lugar e dá uma importância única a este lugar. Mas achamos que isto não é resposta e então nos sentimos “perdidas” e sem conseguir explicar
Oi Rita, o ser humano é bem complexo mesmo. Conheço algumas pessoas que moram fora tanto tempo quanto eu e não passam por isso, se sentem bem, decisão foi tomada agora não há nada a fazer, não sofrem de melancolia, a saudade é mantida “at bay” e seguem contentes. Já algumas outras pessoas, é um questionamento constante. Coisas da vida. 🙂
Ann que texto lindo…… me emocionei!!!! 🙂
Ju querida, obrigada. Espero que você em breve ponha o pé na estrada novamente, em busca de mais aventuras. 🙂 x
Ann, Adorei seu texto – descreveu o que muitos de nós sentimos de uma forma leve, mas emocionante! Esta questão do “pertencer” faz parte de mim todos os dias!! Tirou lágrimas de mim e vários outros, pelo jeito! Bj e parabéns!
Oi Monica, obrigada. Algumas pessoas são assim mesmo, sempre se questionando, faz parte da natureza de cada um. Espero que um dia, a gente encontre o nosso lugar ao sol rsrs. 🙂 x
Eu só tenho 5 anos fora e já começo a me sentir assim! òtimo texto, obrigada por compartilhar seu ponto de vista e sentimentos conosco, sei que não é fácil!
Oi Luciana, acho que nem todas as pessoas passam por isso. Mas já que você está no meu “time”, então te desejo boa sorte na caminhada e que você se encontre e se sinta bem na Irlanda. 🙂
Chorei.
Cristina, também me emociono sempre que leio algum comentário sobre alguém que se sinta como eu. Esse sentimento de não pertencimento é um pouco solitário, quando dividimos e descobrimos que não estamos sozinhos, chego a me sentir “overwhelmed”. Difícil de explicar. 🙂
Oi Ann, que texto lindo!
Moro fora há apenas 4 anos e meio e já sinto muito dessa melancolia explicada no seu texto. Nem sequer consigo imaginar o que pensarei em 20 anos.
Me lembro como se fosse hoje quando, logo após ter mudado aos EUA, meu vizinho me perguntou: ‘quando vai voltar para casa?’ E eu mais que depressa respondi: ‘essa é minha casa’.
Bem, por mais que sejamos bem-vindos, sempre seremos ‘os estrangeiros’.
E a saudade? Bem, só sentimos saudades das coisas boas.
P.S.: impossível não se emocionar com seu texto.
XOXO
Oi Cleo, te desejo sorte morando nos EUA. Que o país te trate bem, para que vc se sinta cada dia mais “em casa”. xx
So conhece este sentimento quem ja nao pertence a lugar algum, mesmo sem sair do Brasil ja me sentia assim. Moro ha mais de 17 anos fora do Brasil Inglaterra, Irlanda e de volta para Inglaterra, tentei retornar por um periodo ao Brasil e ja nao me encaixava mais. A verdade e que ja nao somos mais de la e nao pertencemos a terra alguma. O que sinto mais falta e da minha familia e amigos verdadeiros .Sempre soube que sou uma estrangeira neste mundo e que um dia terei um lugar que chamarei de CASA.
Ann voce expressa muito bem este sentimento, nunca ninguem me perguntou quando voltaria me contextualizei muito rapido e senti muito aceita neste pais foi como tivesse encontrado minha segunda casa. Se pararmos para refletir ja nao temos um lugar para chamar-mos nosso e sim dois.
Ola Silvia, que bom que vc se sente em casa aqui. Como mencionei acima, é um sentimento muito intimista e individual como nos sentimos em determinado lugar onde moramos. Eu vivo constantemente a procura de algo ou algum lugar que ainda não conheci. Obrigada pelo comentário, 😉
Oi Ann! Poxa, li seu texto e já estava muito feliz de ter mais alguém a compartilhar desse meu sentimento de “não pertencimento”, e aí comecei a ler os comentários…é muito bom saber que não se está sozinha na busca. E que busca né! Já morei fora algumas vezes e o lugar onde me senti melhor foi na Alemanha. Agora de volta ao Brasil é difícil explicar a todos que você quer deixar o país novamente, é um daqueles sentimentos difíceis de se colocar em palavras e difíceis de serem compreendidos. Acho que nem nós mesmo entendemos, na verdade. Amo minha família, mas amo também minha liberdade de escolhas.
Espero conseguir voltar novamente à Alemanha, onde deixei amigos queridos. Desejo a nós uma busca cheia de surpresas e boas emoções.
Beijos
Ola Mariana, te desejo muita sorte na sua busca também e que vc volte para a Alemanha para viver mais momentos felizes. Obrigada pelo comentário 🙂
Muito Obrigado pelo texto Ann, exprimiu um sentimento muito forte, também sou de santos e vivo em Florianópolis hoje em dia, a saudade da família é constante e intensa, mas como você mesma disse “Para mim não sou de lá, mas também não me sinto de cá”.
Ola Everton, esse sentimento constante de não pertencimento é muito complexo. Só que sente entende. Obrigada pelo comentário e boa sorte em Floripa 🙂
Olá, Ann. Parabéns pelo texto! Me identifiquei em vários pontos que você mencionou.
Passei minha infância toda no Brasil, minha adolescência nos EUA, me tornei adulta nos EUA e depois aos 26 retornei ao Brasil. Hoje com 32 sou casada com um britânico e existe uma possibilidade grande de nos mudarmos para a Inglaterra nos próximos anos.
Quando mais jovem, já deparei muito com a questão de quem sou eu, da onde sou, onde é minha casa, pra onde vou e como muitas crianças de imigrantes, já sofri muito para encontrar minha identidade.
Só quando fui morar sozinha em Nova York aos 18 anos que eu comecei a aprender a apreciar todos os aspectos dessas duas culturas diferentes e, finalmente, reconheci em mim mesma uma identidade “transnacional”. Dali em diante foi um processo interno muito pessoal e muito difícil, quando comecei a aceitar que ambos os países são partes profundamente arraigadas e inseparáveis dentro de mim. Hoje valorizo demais as minhas experiências de sair e depois voltar e agora talvez sair novamente do Brasil. Isso que fez com que minha visão do mundo seja bastante ampla, uma vez que tudo que eu vejo é a partir do ponto de vista de um imigrante e de uma pessoa que nunca verdadeiramente pertenceu a um único local ou a uma única identidade. Com a globalização de hoje, sinto que sou valorizada profissionalmente não somente pelo que faço mas também por onde já passei, pois sou adaptável e maleável em tudo.
Que sorte temos de sermos pessoas que temos tantas casas, raízes, identidades e principalmente tanto amor em partes completamente diferentes neste mundo, sendo que existem pessoas que passam a sua vida inteira sem conseguir sair do seu estado. Modéstia parte, ser “transnacional” é muito especial. 🙂
Sempre encontro um tempinho pra ler os textos do Blog e hoje escolhi este que me sinto totalmente identificada apesar de morar na Costa Rica ha 08 anos e cheguei aqui com 29, passei metade da minha vida lá mas aqui passei anos muito intensos que mudaram muito minha vida e tenho essa sensação de não estar em casa e já não ser de casa, cada vez que vou visitar minha família e amigos já é mais difícil reunir todos encontrar todos e volto frustrada com mais saudade, saudade esta de algo que já foi passou a vida mudou pra todo mundo mas me identifico muito também com o que escreveu a Adriana Caton temos sorte de ter esta oportunidade na vida.