A ajuda da internet e redes sociais para quem mora em Toronto.
Há quase 20 anos eu passei pela minha primeira experiência em morar fora. Foram oito meses fazendo uma pós-graduação em Boston, EUA, e me lembro bem de todos os caminhos que tive que percorrer para conseguir informações corretas sobre faculdade, visto, trabalho, ou simplesmente pegar dicas de lugares legais para passear no fim de semana.
A internet já existia, mas ainda engatinhava e, mesmo que muitas empresas e organizações já tivessem seus sites, ainda não existia uma cultura de massa em buscar informações na rede. E nem existia o Google! Então, dá para imaginar como algumas simples tarefas eram bem mais complicadas, né?
Hoje posso dizer, com total convicção, que a internet me trouxe até o Canadá. Desde a primeira “pulguinha atrás da orelha” sobre a vida nesse país, praticamente tudo o que fiz e passei para estar aqui está ligado à internet. E, mais ainda, às redes sociais. Não teve um dia em que eu não tivesse acessado um blog, um grupo de Facebook ou feito uma busca no Google sobre algum assunto relevante.
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Sou bastante ativa nas redes. Tenho blog, portfólio online, loja virtual, Facebook, Instagram, WhatsApp, etc. e vejo a tecnologia como uma grande aliada. Acredito que todas estas são ferramentas que ajudam nos mais diversos momentos: seja na solidão, na pesquisa, na divulgação de um trabalho ou simplesmente no lazer.
Tenho diversas experiências positivas, por exemplo, com o uso do Facebook nesses meus quase 12 meses de Canadá. Nele, faço parte de diversos grupos temáticos ligados à vida em Toronto: “Toronto para Brasileiros”, por exemplo, é um desses grupos que reúne as mais diversas tribos, mas onde você sempre acha alguém para te dar uma dica bacana ou tirar uma dúvida.
Ou ainda “Best Age Canadian”, voltado para a galera mais madura que decidiu imigrar e o “The Brazilian Housewives of Canada”, que me dá uma bela mãozinha ao tirar inúmeras dúvidas sobre situações domésticas, diferentes daquelas que estava acostumada no Brasil.
Existem outros também mais específicos, como os voltados para assuntos maternos como o “Mães Brasileiras em Toronto GTA” ou os ainda mais focados como o “Willowdale Moms” e “North York Moms”, esses em inglês, para mães que moram na mesma área que eu.
É claro que não dá para confiarmos em tudo o que vemos ou lemos. Como em qualquer lugar do mundo, físico ou virtual, existem pessoas mal intencionadas e é sempre bom estarmos atentos e termos uma dose extra de cautela. Há alguns meses, aqui mesmo no BPM, eu escrevi um post sobre golpes aplicados aqui no Canadá e, alguns deles, funcionam pela internet.
Grupos de WhatsApp também se propagam com muita rapidez. Confesso que para esses eu não tenho muita paciência, pois os assuntos se dispersam e nem sempre são do meu interesse. Ainda assim, sabendo escolher, encontramos pessoas que estão no mesmo barco e dividem os mesmos sonhos e angústias. E também, como no Brasil, existe o famoso grupo de pais da escola, que por enquanto tem me parecido mais organizado e menos reclamão.
A rede também está lotada de blogs e youtubers que falam sobre o Canadá. Claro que nem todo conteúdo vale a pena, mas muitas dessas páginas e canais são bem completos e passam informações importantíssimas a quem está por aqui. Posso citar como exemplo a “Gaby no Canadá”, “Baianos no Polo Norte” e a “Kitty no Canadá, três excelentes fontes de informação para quem quer visitar ou morar por terras canadenses.
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Aliás, o canadense usa bastante a rede. Se você tem uma dúvida sobre alguma loja, normalmente basta entrar na página do Facebook ou no Instagram, mandar uma mensagem e receber resposta em poucos minutos. Eles levam a sério essa coisa de estarem conectados.
Uma outra coisa muito bacana, é a forma de comunicação dos professores nas escolas dos meus filhos. Todos usam aplicativos para contato com os pais. São uma espécie de rede social fechada apenas para uma turma específica, onde é possível saber sobre as próximas provas, trabalhos de casa ou ainda ver vídeos dos pequenos aprendendo a ler. Detalhe: não existe uma regra e cada professor escolhe qual aplicativo quer usar. Homeroom, Class Dojo e Remind são alguns deles.
Não posso deixar de mencionar o quanto estar bem conectado virtualmente nos aproxima das pessoas queridas, quando se está tão distante. Não falo somente do contato diário (e gratuito, ufa! Palmas para os vídeos do WhatsApp!) com familiares e amigos próximos, mas de uma maneira geral esse contato, mesmo que distante fisicamente, nos aproxima e nos traz aconchego.
Aliás, esse é um assunto curioso, pois me vejo, às vezes, mais afastada de quem parecia mais próximo no dia a dia corrido do Rio de Janeiro e muito mais em contato com àquelas pessoas com quem há muito eu não falava. Independente da maneira, vejo com bons olhos a aproximação, pois torna possível nos redescobrirmos e revermos nossas raízes.
Em resumo, através das redes sociais já obtive tanta ajuda e informação útil, que fica até difícil mensurar: fiz amigos (de verdade, daqueles que frequentam a minha casa!), comprei bicicleta para toda a família, descobri passeios em lugares incríveis que eu nem fazia ideia que de que existiam, tirei dúvidas importantes sobre burocracias do país, conheci minha quiroprática e minha contadora, obtive indicações valiosas na hora de comprar carro e alugar apartamento, meu marido conseguiu emprego, etc.
Então, um viva para todas essas plataformas que nos aproximam e nos fazem crescer. Está aí o Brasileiras pelo Mundo, que entrou na minha vida através do Facebook, para confirmar essa parceria que amo e que só me ajuda a crescer, entre a internet, redes sociais e o meu dia a dia no Canadá!