Vacina do Covid-19 no Canadá.
O dia 14 de Dezembro de 2020 passou a ser conhecido no Canadá como “V-Day” (Dia da vacina). É que nessa data o país entrou na lista daqueles que começaram a imunizar seus habitantes.
As primeiras doses foram ministradas em um pequeno grupo de pessoas com prioridade nas províncias de Quebec e Ontário, onde moramos e, nos dias seguintes, espalhou-se pelas outras províncias.
Plano para a vacinação
A vacina utilizada pelo Canadá, nesse primeiro momento, foi a da Pfizer-BioNTech e a fase inicial contempla pessoas que mais estiveram expostas ao vírus no país: trabalhadores e moradores de casas de repouso para idosos e profissionais da linha de frente da área de saúde.
A escolha foi bastante óbvia, já que estima-se que cerca de 80% das quase 16 mil mortes que o país enfrentou até o momento estejam nas “long-term care homes” (algo que podemos, de forma geral, traduzir como “asilos”).
Duas semanas após o inicio dessa primeira etapa o governo canadense anunciou que também contará com vacina Moderna, a mesma marca que está sendo utilizada nos Estados Unidos.
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O mais interessante sobre o uso da Moderna é que ela demanda armazenamento e manuseio bem mais fáceis do que a vacinação da Pfizer, o que vai facilitar muito a distribuição em comunidades isoladas e remotas, incluindo os territórios do norte do país.
Nesses territórios, inclusive, estão parte dos adultos de comunidades indígenas, que também estão na lista dos primeiros a serem vacinados.
A agência reguladora de saúde no país está monitorando de perto a aplicação das vacinas em todos o país e segue bastante atenta a qualquer situação atípica.
Sabe-se, por exemplo, que pessoas com alergias severas não devem ser imunizadas pela Pfizer. Nem todas as informações ainda são claras, já que esse é um assunto novo para todo mundo, mas a população vem sendo informada quase que diariamente pela mídia e pelos canais oficiais do governo.
Imunização até o final de 2021
O país pretende ter toda a sua população imunizada até o final de 2021. Muitos especulam, com otimismo, que até o fim do verão (setembro de 2021) a vacinação estará completa.
O que sabemos até agora é que nessa primeira fase, até março de 2021, cerca de 3 milhões de canadenses devem ser vacinados – 8% da população do país.
Numa segunda etapa, entre abril e junho, o governo pretende alcançar um número entre 15 e 19 milhões de imunizações, o que equivale a praticamente metade das pessoas em todo o país.
Depois, acredita-se que até o final do ano, todos os 38 milhões de habitantes do país estarão finalmente imunizados contra o Covid-19.
Esses números baseiam-se em projeções do governo de acordo com a entrega das vacinas e suas regularizações. Importante mencionar que todo o processo será gratuito, inclusive para residentes temporários.
No total, o governo canadense assinou contrato com sete diferentes empresas e laboratórios, garantindo acesso a mais de 400 milhões de doses de vacinas, o que seria mais do que suficiente para imunizar a população do país diversas vezes.
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Isso tudo, é claro, depende de testes, aprovações, regulações, etc. Mas mesmo que nem todas as marcas acordadas prossigam, é um numero bastante animador para quem está ansioso para se livrar do Covid-19 e mostra o comprometimento das autoridades em cuidar do assunto o mais rápido e seriamente possível.
Acredita-se que a palavra de ordem para que essa campanha de vacinação em massa dê certo é “transparência”.
A mídia tem batido na tecla de que é necessário que o acompanhamento das fases de vacinação, bem como a listagem de quem vai ser imunizado em cada fase seja bem claro, para que não haja dúvidas da população.
Atualmente, é possível monitorar as doses administradas por província através do site “Vaccination Tracker”, que conta com dados atualizados e bem detalhados sobre o assunto.
Vale ressaltar que a vacinação contra o Covid-19 não será obrigatória, mas extremamente divulgada e encorajada.
É claro que, como em qualquer lugar do mundo, existem aqueles que não acreditam no potencial das vacinas e podem optar por não tomá-las, mas acredita-se que existirão proibições de toda sorte para quem não tomá-las, desde não frequentar escola, passando por proibir a entrada em eventos e shows, não permitir viagens aéreas. Especula-se até que empresas não contratarão não-vacinados.
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Enquanto a vacinação não é uma realidade para todo mundo, o país segue com regras para evitar a disseminação do vírus, que já atingiu mais de 600 mil casos até o início de janeiro.
Fronteiras seguem fechadas com os EUA, o país só recebe de fora residentes permanentes, cidadãos ou parentes próximos desses. Ainda assim é necessário apresentar PCR negativo.
Existe até um aplicativo de celular para a pessoa colocar se está com Covid-19 de forma anônima, facilitando assim que pessoas que estejam no mesmo raio tenham mais cuidados.
Além disso, províncias seguem com severas restrições, sem aglomerações e com boa parte do comércio fechado. Depois de um verão com normas mais flexibilizadas, vimos aumentar demais os números de casos no fim de ano e projeta-se um mês de janeiro bem complicado.
Nesse momento o que nos resta é aguardar ansiosamente a nossa vaga na fila da vacinação (que deve ser na última fase) e continuar com todos os cuidados que já tomamos há quase um ano.