Eu, como muitos outros que saem do Brasil para fazer intercâmbio, nunca pensei que não fosse voltar. Não vou mentir dizendo que nunca sonhei em morar em outro país, meu coração sempre parecia me chamar para uma terra distante. Mas naquele momento em que embarquei para Dublin, essa decisão não estava mesmo nos meus planos.
Eu estava, sim, infeliz com a carreira que tinha construído tão bem, e com uma série de dúvidas emocionais e existenciais. Eu precisava crescer, me descobrir. Mais do que isso, eu precisa me distanciar daquilo tudo para ver o cenário com mais clareza. Feito isso, eu voltaria e edificaria a vida que eu queria viver dali em diante.
E foi com esse pensamento que entrei naquele avião há 5 anos atrás, com a certeza de que um intercâmbio de 1 ano seria unir o útil ao agradável. Só que conheci alguém, me apaixonei e acabei ficando e ficando. Ainda assim, o grande baque só veio mesmo quando decidimos aplicar para o visto de união estável (de facto relationship), o que me faria deixar de ser intercambista para me tornar imigrante.
E chegou a hora de cair na real
Acreditem ou não, essa mudança de título está fazendo uma grande diferença, psicologicamente falando. Quando tudo é temporário, você vive mais o presente e planeja pouco o futuro. Por isso, apesar de já ter entrado na casa dos 30 anos, eu tinha passado os últimos anos cuidando apenas do que era obrigatório por lei e ponto final.
Hoje eu me encontro às voltas, tentando entender como o mundo dos adultos funciona por aqui. Como ainda não tenho cidadania – na Irlanda, só é permitido solicitar cidadania após 5 anos de residência para quem tem visto de união estável, e o tempo com visto de estudante não conta -, algumas coisas seguem regras diferentes para mim.
Além disso, o visto de união estável irlandês não garante os mesmos direitos de um casamento. Por exemplo, na hora de pagar impostos, sou considerada como solteira, e isso restringe meu acesso a certas deduções. Mas na hora de ter acesso a benefícios sociais, sou considerada como casada, e a renda do meu namorido passa a entrar na conta – e eu acabo perdendo certos benefícios também (pois é, fazer o quê).
E isso é só o começo.
Assim, para você que está passando pelo mesmo, aqui vai uma seleção de coisas que estou tentando organizar na minha vida, mente e conta bancária (!), por conta desse novo status de imigrante:
Conversar com a família
Como eu ia voltar logo, não me despedi de ninguém, e sempre jurei de pé junto que era temporário. Então, assim que decidimos aplicar para o visto de de facto relantionship, o primeiro passo foi anunciar para a minha família que eu iria imigrar de vez. No meu caso, eu já estava fora há três anos e morando com o namorido há quase dois, então eles meio que esperavam. Mesmo assim, dizer isso com todas as letras não foi fácil.
Organizar o que ficou no Brasil
Tive que correr atrás de contas bancárias, cartões de crédito, documentação e outras coisas burocráticas que estavam pendentes no Brasil. Mesmo assim, não consegui resolver tudo, já que os bancos estavam em greve (argh!) e tive que deixar uma procuração com a minha mãe para que ela cuidasse do restante – aliás, essa medida é altamente recomendável em qualquer caso, porque nunca se sabe quando a sua assinatura vai ser necessária em algum papel.
Retomar a carreira (ou criar outra)
A era de empregos temporários e casuais teve que acabar. Fiz um bom exame de consciência neste caso, já que trabalho foi um dos motivos da minha viagem, mas acabei por entender que o meu problema não era tanto o que eu fazia, mas o como e o onde. Assim, decidi me manter bem longe do ambiente corporativo, e me estabelecer como jornalista, tradutora e escritora freelance.
Uma lista para o futuro
E tem mais:
-
Carteira de motorista: ainda estou me batendo com as delícias de dirigir do outro lado da rua (socorro!)
-
Aposentadoria: aposentadoria governamental tem valor baixo na Irlanda, principalmente para autônomos. Então, o negócio é investir em previdência privada, somada ao que talvez restou da aposentadoria brasileira.
-
Casa própria: para a hipoteca, além de renda estável e papelada, os bancos pedem cerca de 20% do valor total do imóvel como entrada. Hora de economizar!
-
Carro próprio: só rico compra carro zero aqui, e financiamento é raro. A maioria compra usado mesmo, acompanhado do NTC, certificado obrigatório de qualidade e segurança. Acrescente na conta a taxa de rodagem e o seguro, também obrigatórios.
-
Seguro de saúde: pessoas de baixa renda têm direito à atendimento gratuito. Todos os outros têm que pagar seguro de saúde privado, o qual cobre emergências e casos graves – consultas de rotinas são pagas do próprio bolso.
-
Título de eleitor: aqui não tem este documento, basta se registrar . E quem não é cidadão irlandês pode votar nas eleições locais.
-
Idioma: agora que vou ficar mesmo, tornou-se essencial investir mais no idioma local (principalmente no meu caso, que vivo de escrever), com a ajuda, quem sabe, de um professor particular.
Essas são as coisas com as quais estou envolvida neste momento. E você, está passando por isso também? Que outras atitudes e decisões você está precisando tomar, agora que virou imigrante?
65 Comments
Amei sua experiencia, Luciana. Muito interessante saber da existencia desse visto! Queria muito que tivesse aqui nos E.U.A tbm.. Ja namoro ha mais de 2 anos mas nao pensamos em casar ainda, e esse visto de uniao estavel seria uma otima opcao. Bjs
Ah, que pena que não tem visto de união estável nos EUA…entendo bem o que vc diz. Tomara que vcs encontrem outra solução em breve! Obrigada pelo elogio, pelo comentário e boa sorte!
Minha experiencia foi parecida no sentido de chegar aqui para estudar e depois continuar. A diferenca eh que consegui um emprego e pude ficar.
Excelente texto sobre o que fazer ao decidir ficar por mais tempo que o periodo inicial!
A unica coisa que sempre me deixa confusa eh a previdencia. Como ainda estou “temporaria”, mesmo que seja por um periodo mais longo, nao consegui decidir se vale a pena investir em uma ou vou acabar “perdendo” este investimento caso tenha que sair do pais. Sao realmente varias coisas para aprender!
Pois é, Daniela, muitas coisas mesmo. No seu caso, a empresa para qual vc trabalha deve estar pagando o PRSI para vc, e esse imposto é para cobrir a sua aposentadoria na Irlanda, se vc ficar até lá. Mas, como vc deve saber, o valor é pouco, então fica esse dilema da previdência privada. Quando eu resolver minha vida sobre isso, escrevo um post sobre isso, pode deixar. Obrigada pelo elogio e pelo comentário!
Que bom que ver que esta tudo tao bem contigo! Sai do Brasil em 1998 e sei muito bem o que e passar por tudo isso. Best of luck!
Tudo indo bem sim, Gustavo! Nossa, vc já está fora, e adaptado, há 17 anos?! Quem sabe eu tb poderei dizer o mesmo algum dia 🙂 E obrigada por ler o texto e pelas boas vibrações!
Adorei o artigo Lu! Falou tudo!
Obrigada a você, Lilian, por ler os artigos!
Luciana, gostei muito do seu depoimento. Estou fora do Brasil desde 2003, meu primeiro destino foi Barcelona com o objetivo de me pós-graduar em Pscicologia da Educacao, área de estudo muito pouco desenvolvida na UFBA nessa ocasião. Entretanto, conheci meu marido como colega de curso e em vez de voltar ao Brasil imigrei para o Chile, o país dele. Hoje estou terminando um Doutorado em Educacao, entrei em contato com a minha Diretora de Tese através de meus professores de Barcelona. Além disso, o mais relevante, temos um filho de 6 anos chamado Lucas. Ele é chileno como o pai.
Obrigada por compartilhar sua história, Mari! Admiro vocês que já ultrapassaram a barreira dos 10 anos fora do Brasil com a cabeça erguida, mas sem desrespeitar de onde veio. Parabéns para família linda e pelo doutorado, quem sabe não me animo um dia também? Bjos
Adorei o depoimento, me identifiquei muito…. estou com a uma lista de futuro bem parecida….rsrsrs
Sucesso! bjos
Obrigada, Priscila. Boa sorte pra vc tb, e se tiver outros itens para acrescentar à lista, fique `a vontade 🙂
Eu consegui meu Stamp 4 ano passado e acho que ainda não parei pra pensar muito. Acho que pra mim o que tá mais pesando eh a carreira, que tô meio que sem saber pra onde ir. Preciso começar a olhar alguns direitos tb… A gente tem direito a algum benefício? E fiquei triste de saber que podia votar e não me registrei pra votar no referendum… Todo mundo que perguntei falou que eu não podia e no link sobre o registro não achei nada especificando imigrantes.
Bom, boa sorte pra nós na nossa vida de semi-irlandesas! 😉
Olá Nina! Temos direitos com Stamp 4 sim, mas eles são um pouco diferentes a depender da sua modalidade – se vc é casada com irlandês, ou com outra nacionalidade, se é de facto relationship com irlandês ou outra nacionalidade, se é civil partnership (same sex), se é dupla cidadania, se é mãe de bebê irlandês, etc. Sugiro que vc vá ao Citizens Information e pergunte sobre isso direitinho. No caso do voto, quem não é cidadão (não importa o visto) só pode votar em eleições locais (city council), então no referendo não podemos, infelizmente. Mas isso não nos impede de fazer campanha por direitos iguais! Boa sorte!
Ola Luciana,
adorei o texto, me identifiquei bastante, pois como vc tb vim para a Irlanda estudar e estava de saco cheio do meu trabalho rss. Tb tenho o visto de uniao estavel, e um bebe de 10 meses rss. E eu pensei que seria um ano de intercambo e so, ja se passaram 4 anos. Bjos
Que fofo deve ser o seu bebê! E não é que a vida dá voltas mesmo? Obrigada por compartilhar sua história e boa sorte na sua jornada!
Luciana, adorei o seu post! Eu também moro na Irlanda (há dois anos) e estou morando com o namorado pois pensamos em aplicar para o partership lá na frente – foi muito bom ler o seu relato porque encontro poucas informações de pessoas que passaram pelo que passarei em breve – preparações, mudanças, tudo! Muito obrigada!
Verdade, Bárbara, também sinto falta de informações sobre imigrantes brasileiros na Irlanda. Tem muito mais sobre estudantes, não é mesmo? Vou continuar escrevendo sobre isso na medida do que for aprendendo (para não falar besteira), e fique à vontade para mandar sugestões. Obrigada por compartilhar sua história e boa sorte!
Olá Luciana! Que legal o seu post! Me encontro em situação parecida. Fui pra Irlanda em 2013 e no mesmo ano vim pra Espanha de férias, e acabei conhecendo alguém. Aquele tipo de paixão fulminante que tira a sua razão. Rs Fiquei 10 longos meses ilegal, até que finalmente casamos e regularizamos a minha situação. Aí começa toda essa correria mesmo. Cartão de residente, filiação a segurança social, cartão de saúde, troca da habilitação… São formularios e documentos que não acabam mais. Fora tudo o que se ten que resolver no Brasil. Realmente, depois que a gente termina todos esses trâmites é que cai na real. No meu caso eu também tinha uma carreira como jornalista no Brasil e os motivos que me trouxeram foram os mesmos que os seus. Passei por todos os tipos de empregos que um intercambista pode passar, mas agora que a situação mudou não se faz mais fácil entrar no mercado, pelo menos na Espanha. Fatores como a recessão e a preferência deles por empregar a compatriotas influem muito! Aqui a cidadania pode ser solicitada depois de 1 ano de casamento, mas demora pelo menos dois anos e meio pra ser resolvida. Estou voltando a aplicar para todos os tipos de trabalhos imagináveis, enquanto penso em outra carreira pra seguir. Talvez programação ou algo ligado à informática. Também já pensei em fazer uma revista independente que se mantenha a base de anúncios, mas como eu disse, a situação econômica aqui tá bastante complicada, então é necessário pensar mil vezes antes de investir em algo. Bom ler relatos de quem tá na mesma situação que a gente! Um abraço e sorte!
Olá Marcus, obriga por compartilhar a sua história. As coisas tb não estão muito fáceis aqui, mas, tudo é uma questão de persistência e decisões sábias, não é mesmo? Boa sorte aí na Espanha!
Oi Luciana!
Me identifiquei muito com o seu texto, na verdade com vc, com a sua vida. Também moro em Dublin há 5 anos e também estou me re-inventando aqui na terra do duendes após meu casamento final do ano passado. Passando pelos mesmos processos de tirar carteira de motorista, estudar algo diferente… A vida nos traz surpresas que nem se quer imaginaríamos viver e é cheia de incríveis descobertas. Temos que aproveitar ao máximo todas as oportunidades que nela apareçam. Vivendo o agora mas sempre pensando no futuro! Escreva mais sobre isso!
Obrigada Fabiana, e por compartilhar o que está passando também. Concordo com vc, são fantásticos desafios e portas que se abrem de uma forma tão nova! Vou escrever mais sim, assim que tiver novidades, e boa sorte para você também!
Olá Luciana,
Parabéns pela sua história. Tenho uma parecida, porém as coisas estão acontecendo muito rápido na minha vida. Eu sou educador físico, nutricionista esportivo e analista comportamental através da programação neutro-linguística, joguei futsal profissionalmente dos 14 até os 22 anos. E parei devido a uma lesão grave no quadril. E em Junho do ano passado tive umas decepção quando eu estava trabalhando com um grupo de atletas de vôlei profissional que eu preparava fisicamente e apesar de ter uma quantidade boa de clientes de Personal, que me dava uma renda mensal muito boa, eu estava muito descontente com essa rotina de trabalho das 6 ate as 22 todos os dias. Entao quando comecou a copa do mundo do brasil, Eu encontrei o presidente da confederação Irlanda de futebol em minha cidade natal, ele era muito amigo de um conhecido meu. E ele me viu jogar num torneio de um clube local. Após o jogo brincou comigo “se vc jogar bem assim todo jogo eu vou levar vc para Irlanda comigo”, motivo de risada para todos. E após uns dias ele tornou essa brincadeira em realidade, com um convite para vim estudar inglês e jogar futsal num time semi-profissional. E quase ao mesmo tempo chegou um e-mail do consulado italiano dizendo que eu poderia ir legalizar meus documentos para realizar o reconhecimento da minha cidadania, que eu tanto esperava a mais de 5 anos. Achei coincidência demais, porém um sinal que minha vida ia mudar, e eu estava disposto a isso. Agora para encurtar a história, estou a quase um ano aqui, acabei meu curso de inglês, comecei um curso que sempre foi meu sonho, esporte massagem, estou trabalhando na Energie Gym como Personal trainer com alguns clientes, e também fazendo estágio na área de esporte massagem. E ainda treinando e jogando futsal, se tudo der certo, dia 30 de maio temos final aqui na Irlanda para saber quem vai representar a Irlanda na UEFA league. Muitos falam que tive muita sorte, mas eu não acredito em sorte, acredito em força de vontade, dedicação, disciplina. Quanto mais vc tem, mas sorte terá. Desejo a você muita atitude para querer, buscar e conquistar seus objetivos. Não podemos voltar atrás e fazer um novo começo, mas sim podemos começar agora e fazer um novo final. Parabéns de novo.
Maravilha sua história, Guilherme, obrigada por contar aqui pra gente! Com certeza, nem vale a pena falar em sorte, vc está realizando seus sonhos e vendo portas se abrir por conta do seu talento, mas também porque correu atrás e colocou-se no lugar certo na hora certa – isso não tem nada a ver com o acaso, e sim com saber identificar oportunidades e saber aproveitá-los. Obrigada por ler o texto e espero ver você jogando aqui na Irlanda! Boa sorte!
Guilherme vc fez o curso de personal ai ou ed fisica aquo no brasil ? Quanto ganha um perso al na irlanda e luciana vc sabe onde posso me i formar de valores de curso de persoal? Grato desde ja
Oi Carlos, obrigada por ler o artigo e comentar. Essa não é a minha área, então não sei te dizer muito, infelizmente. Mas, sugiro que vc verifique as escolas nesse link http://www.repsireland.ie – a certificaçao que mais vejo por aqui é a do NCEF – e entre em contato com elas para saber preços etc. Boa sorte!
Oi Guilherme,
Gostaria de tirar algumas dúvidas com vc! Sua formação aqui no Brasil é educação física, como fazer para trabalhar legalmente na área, no caso em academias, meu noivo também é educador físico. Poderia nos passar informações?
Oi Luciana, adorei o blog!
Retornei há dois meses de um intercâmbio de um ano na Irlanda e acho que a síndrome do regresso me pegou feio. Tenho tido crises constantes de choro e não consigo dormir nem comer direito.
O fato é que eu também não estava satisfeita com a profissão e quando voltei percebi que a mudança de foco seria mais difícil do que eu imaginava e que minha mudança interna tinha sido tão grande que eu também já não penso em seguir o caminho que havia pensado em seguir quando retornasse ao Brasil.
Eu tenho a possibilidade de tirar cidadania Italiana ou Alemã, mas mesmo com a cidadania tenho receio de jogar tudo para o alto aqui e ir definitivamente para a europa novamente, pela questão da crise e receio de permanecer para sempre apenas com os subempregos, sem perspectiva, tendo que morar na casas dos outros ou dividindo com muitas pessoas…
Você acha que mesmo tendo cidadania é difícil conseguir empregos melhores? Para quem tem cidadania como funciona para fazer um faculdade aí? Eu havia pensado em retornar a Irlanda, então nesse caso eu não teria a cidadania Irlandesa, seria Italiana ou Alemã.
Obrigada desde já!
Tenho ouvido falar nesse baque que muita gente sofre quando volta ao seu país de origem – fique tranquila que não é só com você. Respondendo à sua pergunta, voc~e pode traballhar sem restrições na Irlanda com qualquer cidadania da União Europeia, ou seja, tanto a italiana quanto a alemã te dariam o direito a trabahar em tempo integral. Mas não vou mentir pra vc, traballho está difícil pra todo mundo, mesmo com cidadania e visto. É como em qualquer lugar: conseguir um emprego dependerá da sua área (se o mercado precisa de alguém como vc), da sua fluência no idioma, da sua experiência local na área (não adianta ter experiência no Brasil ou em outro país, muitas empresas querem experiência na Irlanda) e na sua capacidade de fazer networking e se dar bem em entrevistas. Mesmo assim muita gente consegue sim, só vai depender de você, e de você se preparar para isso, quem sabe trabalhando de graça aqui por um tempo para ganhar experiência, etc. De qualquer forma, o importante agora é vc se dar um tempo para essa síndrome passar, quem sabe, com auxílio de amigos, familiares e mesmo terapia. Assim, você terá melhores condições de tomar uma decisão de cabeça fria. Boa sorte!
Olá Luciana! Obrigada por compartilhar sua história. Eu também sou jornalista e moro no Acre, Norte do Brasil. Acho que nós jornalistas somos meios nômades..risos. Então, eu estou fazendo o contrário de muita gente que primeiro estuda, conhece o mundo, para depois se estabelecer na carreira, formar família. Eu construir a família, tenho cinco filhos, o mais novo já tem 18 anos. Sou jornalista em Televisão deste 1994 e há 16 anos estou na TV Acre, afliada da Rede Globo. Também sou funcionária pública da Educação há 25 anos. Tenho minha casa, filhos se formando, gosto de viajar, estudo inglês, mas não consigo ganhar fluência no idioma. Então estou pensando em fazer um intercâmbio de um ano a partir de agosto de 2016. Estou fazendo várias pesquisas de países, que me permitam trabalhar e estudar. Nas agências de intercâmbio, até agora o destino mais barato é IRLANDA, também estou analisando a possibilidade de fazer um mestrado na espanha, ou simplesmente cair na estrada e fazer um ano sabático conhecendo outros países, outras culturas, outras línguas. Mas, para isso tenho que deixar meu emprego na TV, tirar uma licença da escola por um ano. O que você me diz desse meu desejo aventureiro?
Oi Kátia! Olha só, eu acredito que a gente deve viver a vida intensamente. E isso pode ser feito em qualquer lugar, seja no seu quarto ou na Antártica. Então só vc mesma para saber o que o seu coração está pedindo. Pese os prós e os contras direitinho, e lembre-se de que tudo tem um lado bom e um ruim – ficar longe da família e da nossa terra não é brinquedo não. Boa sorte na sua decisão, e obrigada a você por compartilhar a sua história conosco!
Olá Lu, muito legal seu relato! Boa sorte e muitas felicidades na sua nova fase!
Moro no Brasil e este ano estou decidida a morar na Europa, quero fazer uma pós graduação. A Irlanda está na minha lista de possibilidades, pois os valores dos cursos são mais acessíveis. Li que na Irlanda, após a conclusão da pós, você pode estender o visto por mais um ano e tem permissão para trabalhar. Como está o mercado de trabalho aí para imigrantes qualificados? (sou da área de projetos). Uma outra dúvida… como é o custo de vida aí? Com quantos $ por mês se consegue viver em Dublin, eu li que para um estudante, uma média de 800 por mês dá para viver. É isso mesmo?
Beijos e muito sucesso! 🙂
Oi Juliana, obrigada por comentar! Sim, é verdade que vc pode continuar na Irlanda após completar um curso de nível superior, mas, até onde eu sei tem que ser um curso de longo prazo, tipo um bacharelado ou mestrado. Uma especialização, possivelmente, não te daria essa permissão de ficar mais um ano trab 40 horas. Trabalho para imigrantes qualificados é questão de sorte e de contatos, e também de visto. Para a empresa dar um visto de trabalho a um estrangeiro sem vínculo com o país (ou seja, vc não é casada com irlandês, por exemplo), ela tem que comprovar que há falta de trabalhadores nessa área aqui na Irlanda. Ou seja, é importante que vc tenha algum diferencial, faça networking e um ótimo inglês.Dê uma olhada no http://www.jobs.ie e veja o tipo de profissional que é mais procurado por aqui – geralemnte é TI. Sobre o custo de vida, depende do quanto vc gasta e como vc vive. Dá sim para viver com 800 euros por mes, mas vc vai dividir apartamento, e talvez não tenha um quarto só seu. Dê uma olha no daft.ie para ver preços de quartos e vagas, e no tesco.ie para ter uma ideia de custo de alimentação (tem lugar mais barato que o Tesco, mas vai te dar uma ideia boa). Obrigada mais uma vez e boa sorte!
Eu, por outro lado, estou super infeliz. Meu intercâmbio na França está acabando e eu não consegui um emprego ou estágio no país que me permitisse ficar mais tempo. Muito inconformado com a falta de oportunidades neste país, e, ao mesmo tempo, totalmente desmotivado a voltar ao Brasil, considerando a atual situação do mesmo, eu sou obrigado a fazê-lo, já que dinheiro não cai do céu e o da minha bolsa está em vias de terminar definitivamente. Todos os relacionamentos que tive aqui foram esporádicos, nenhum deles resultou em algo permanente que me ajudasse a ficar, como foi o seu caso. Apesar de eu já ter excelente domínio tanto do idioma francês quanto da burocracia e da legislatura francesas – afinal, eu tive que, sozinho, resolver tudo o que tinha que ver com a minha apresentação no escritório de Imigração, Sécurité Sociale e Mutuelle Santé (seguro de saúde e seu complemento), conta no banco, contratos de aluguel, renovação de visto, carta de transporte, abonos, e por ai vai – eu fiquei muito desapontado com a imensa falta de oportunidade – ou, talvez, a forte presença de fatores discriminatórios na hora da análise de CV e Lettre de Motivation (Carta de Motivação) – que a França oferece para quem pretende ficar. Sei de gente que aqui ficou ilegalmente, recebendo ajuda dos pais no Brasil, mas não quero ficar ilegal (e não o farei), tampouco tenho alguém que me ajude no Brasil (minha mãe não pode, meu pai não quer… que se dane ele também, as promessas vazias dele não me enganam mais). Enfim, adorei a sua postagem e esta experiência internacional que eu ainda estou tendo me ensinou o que é viver num país estrangeiro – e, com certeza, na segunda vez em que eu sair do Brasil, não sendo mais marinheiro de primeira viagem. eu já estou antenado com os truques para facilitar minha vida de expatriado e as obrigações atrás das quais terei de correr de imediato e, portanto, esta minha segunda saída, seja para onde for, será definitiva. Pô, já estou com 24 anos, é hora de realizar os meus sonhos, né não?
Obrigada por compartilhar sua experiência, Matheus. Com certeza, não perca a fé se é esse o seu sonho. Tudo o que vc aprendeu não vai se perder, e outras oportunidades virão. Talvez não aconteça na França, até pq a Europa está meio que caindo das pernas e fechando as portas para imigração, mas quem sabe em outro país que precise de gente que fale francês, como o Canadá? Boa sorte e vamos em frente!
Olá Luciana, adorei o seu relato, me identifiquei muito com o que aconteceu com você no seu começo de intercâmbio, porém o que estou vivendo nesse momento está difícil de encontrar uma resposta… Meu visto (estudante) acaba mês que vem porém estou voltando para o Brasil em três dias (3 dias!) e meu namorado que é Irlandês quer que eu fique aqui morando com ele, o que significa que em breve estarei ilegal… Gostaria de saber se vc ficou ilegal e se foi possível se casar assim depois… Ser ilegal não é uma situação que desejo, principalmente se resolvermos nos casar no futuro e isso se tornar impossível! Não sei o que fazer!
Oi Michele, obrigada por ler e por compartilhar a sua história. Não fiquei ilegal e nem sugiro a ninguém a ficar ilegal. A Imigração não é boba, e vc não terá direito a nenhum tipo de visto depois se estiver em situação irregular no país. Sugiro que vc vá até a Imigração com o seu namorado e peça orientação sobre o caso de vcs. Boa sorte!
Oi Luciana! Obrigada pela sua resposta! Acabei voltando para o Brasil, realmente ficar ilegal não pode ser uma opção. Decidimos que vou voltar como estudante e vamos morar juntos, assim se eu também “for ficando” solicito o visto de relacionamento estável, ou nos casamos, se for da vontade… Beijão e boa sorte para nós!
Com certeza, boa sorte!
Olá Luciana . Primeiramente parabéns pelo blog. Gostaria de saber uma coisa para que tem visto de casamento com um europeu (EEA) , não de união estavel. Para aplicar para cidadania é menos de 5 anos né. E outra dúvida vou descer em Dublin e quero ir pra Galway como faço pra chegar lá e a maneira mais econômica. Dark , Luas, trens, bode rsrs não sei. Poderiam e explicar. Um bj e sucesso no blog hein! Gostei dms
Oi Renan,
Obrigada pelo elogio, e comentário. Sim, quem é casado pode aplicar para visto após 3 anos de casamento. E de Dublin para Galway tem ônibus e trem. Dê uma olha nos sites da GoBus, CityLink, Bus Eireann e Irishrail. Boa sorte!
Oi Lu uma pergunta! É verdade que para fazer o documento de de uniao estável vc precisa estar morando com a pessoa a mais de dois anos?
Oi Gracieli! Sim, é preciso comprovar que o casal mora junto há pelo menos dois anos, de preferência por meio de contrato de aluguel no nome dos dois, além de cartas enviadas para o mesmo endereço. Não adianta ter dois anos de relacionamento sem morar juntos. Obrigada por comentar no bllog e boa sorte!
Oi Luciana. Meu nome é Débora. Gostaria de falar com você sobre assuntos meu mais particulares. Você poderia me escrever debora.artlaser@hotmail.com
Ficaria agradecida.
Obrigada
Oi Débora. Escreve, por favor, pro contactlucianadamasceno@gmail.com para ver se eu posso te ajudar ou te encaminhar para uma consultoria, a depender do caso. Obrigada!
Adorei o texto! Sou casada com um dinamarquês, estou pra pegar meu stamp 4, mas ainda estou um pouco frustrada com a carreira, está dificil arranjar um emprego. Esrou trabalhando como voluntária no momento, gostaria de saber se com o stamp 4 eu posso me candidatar para as vagas de trabalho anunciadas no fas? Tem alguma comunidade de brasileiras casadas em Dublin? Seria legal ter alguém pra coversar de vez em.quando! 🙂
Obrigada pela atenção!
Aguardo sua resposta! 😀
Karina.
Oi Karina, obrigada por ler e comentar. As vagas anunciadas no FAS são para quem está recebendo social welfare, então primeiro vc tem que se candidatar ao benefício primeiro. Mas, om o stamp 4, vcv poderá se candidatar a qualquer emprego na Irlanda, então sua vida vai ficar muito mais simples! E no facebook tem uma comunidade sim, e elas se reunem todo mes, procure por Noivas, Casadas, Gravidas e Mamaes na Irlanda. Boa sorte!
Adorei sua história, amo seu site é realmente incrível !
Estou indo para Dublin no meio do ano (2016) e para as “namoradeiras” de plantão (me) hahaha
Gostaria de saber como são os homens irlandeses e as principais diferenças entre eles e os brasileiros no quesito “relacionamento” ?
Oi Grazielle! Seu comentário chegou um pouco adiantado, pois vou escrever um post sobre isso em breve 🙂 Mas posso te adiantar que eles são bem mais tímidos que os brasileiros, mas sem perder o charme! Continue acompanhando o blog para saber mais sobre isso e outras coisas, e boa sorte nos preparativos!
Sempre tive vontade de fazer algum intercâmbio e talvez morar fora do Brasil. Andei pesquisando sobre Irlanda, e acho que esse é um País perfeito para se ter uma experiência de se Estudar Inglês e entre outros motivos. Mas uma coisa que gostaria de saber é, mesmo depois da experiência de intercâmbio, estudo, adaptação no País, caso se, o indivíduo pretende morar na Irlanda, o que é preciso fazer?
Olá Mateus! A Irlanda não tem um programa de imigração tão bem definido como outros países como Canadá e Austrália, e fica muito dificil imigrar para cá a não ser por casamento our arrumando um emprego que te dê um green card. De qualquer forma, sugiro que leia esse post da Karina sobre o assunto: https://brasileiraspelomundo.com/irlanda-como-se-obter-a-cidadania-irlandesa-262032070
Oi Luciana! Gostei batante do post.
morei o ano de 2015 em cork e em outubro conheci meu namorado. Voltei pois faltava apenas 1,5 para terminar a faculdade. Meu namorado vem me visitar em junho deste ano e em seguida planejaremos o próximo encontro, porém ao terminar meu curso acredito que me mudo novamente. Sabe me informar se posso entrar como turista e podemos aplicar meu visa partner em seguida no país? (Até lá teremos 2 anos de relacionamento)
Obrig
Oi Ali, obrigada pelo elogio. Infelizmente, o visto de partner é só pra quem tem pelo menos dois anos morando juntos, não apenas de relacionamento. E de qualquer forma não seria o ideal que vc entrasse como turista para aplicar pois o mesmo pode levar até 6 meses e o visto de turista é só de 3 meses. Vocês teriam que buscar por outra alternativa, infelizmente.
Oi Luciana! To passando por uma situação parecida e achei seu blog.. to adorando!
A diferença é que eu estou noiva, portanto vamos nos casar, não será união estável. Você tem alguma informação do que muda para mim sendo esposa de irlandes? Quanto aos seus planos, menina, iguaizinhos aos meus hahaha. 😀
Oi Priscila! Obrigada pelo elogio 🙂 Como esposa você terá os mesmos direitos da união estável, a diferença é que sua cidadania sai mais ráida (em 3 anos e não em 5), que você não terá que pagar pelo GNIB quando renovar, e que você não terá que renovar todos os anos, pois a imigração dá o visto em blocos de 2 ou 5 anos. Felicidades!
Cara Luciana, boa tarde. Gostei de seu post e gostaria de saber se você poderia me ajudar com uma orientação, uma vez que moras na Irlanda. Meu sobrinho de 18 anos está desde Janeiro por ai estudando mas não consegue um trabalho freelancer de jeito nenhum pois diz ele que existe uma prioridade para os Irlandeses e depois Europeus. Tem algum caminho ? Aí é mesmo difícil de se conseguir ? Tens como me ajudar ? Grato pela atenção, Romualdo.
Oi Romualdo,
Obrigada por ler o texto e comentar! Realmente trabalho não está fácil pra ninguém no momento. Só uma coisa: talvez o seu filho não saiba, mas estudante não não-europeu não pode trabalhar como freelancer aqui (self-employed). Tenho um artigo aqui sobre a permissão de trabalho para estudantes e outro sobre trabalho por aqui. Boa sorte!
Luciana, Adorei seu texto. Bom minha história é um pouco diferente pois estou indo para a Irlanda para morar com o meu namorado que é Irlandês. Já namoramos um ano a distancia e agora resolvemos morar juntos. Vou a princípio com visto de estudante. Você sabe como dizer que vou morar com ele no momento da imigração ? Seria melhor não dizer que é meu namorado ?
Muito Obrigada!
Oi Rita. Então, você tem qua apresentar uma comprovação de moradia quando chega no aeroporto e depois no escritório da imigração. E se vc vai morar com ele, é ele quem vai te dar essa carta-convite oferecendo residência na casa dele. Veja com a sua escola o procedimento legal e faça tudo conforme a lei para não ter problemas com o seu visto. Boa sorte e obrigada por ler e comentar.
Que legal seu depoimento! Estou pegando coragem para embarcar nessa!
Que bom que gostou do texto, Bruno! Boa sorte na sua jornada!
Ola Luciana..
Estou embarcando na mesma experiência que vc..mas vou com passaporte italiano…eu estava curioso pra saber sobre a aposentadoria…vc diz que eh baixa…sabe baixa quanto?? Em valores…
Obrigado
Oi Jaseel, o valor pago é por e depende do tempo de contribuição. O teto máximo é de €233.30 para quem contribuiu por 48 anos ou mais – e esse valor mal paga o aluguel de um quarto e sala em Dublin hj em dia. A maioria das pessoas paga pensão privada para complementar a renda. Veja a tabela neste site aqui. Obrigada e boa sorte!
Oi Luciana, tudo bom? Adorei o post!
Morei na Irlanda por 1 ano com visto de estudante e durante esse período conheci meu namorado (irlandês), voltei pro Brasil há 2 anos e agora estamos planejando de eu ir como estudante de inglês e depois de 1 ano morando junto aplicar pelo de facto (se tudo der certo). Você tem algum post explicando sobre o processo de aplicação do visto de facto?
Abraço!
Oi Stephane. Tem este aqui:https://brasileiraspelomundo.com/irlanda-visto-de-uniao-estavel-281827729