Sempre que alguém me pede dicas sobre lugares para conhecer na Espanha gosto de recomendar aqueles pouco conhecidos por brasileiros. Acho que quem vem uma primeira vez para cá deve conhecer Madrid, Barcelona e outras capitais, mas depois que você conhece essas cidades maiores, há outros lugares bonitos para serem explorados e diferentes de tudo que vemos e conhecemos no Brasil. Um desses lugares diferentes que conheci e me apaixonei é a região de La Garrotxa, na Catalunha.
Em seu post de “Turismo de Inverno na Catalunha”, Juliana mencionou algumas das cidadezinhas que compõem essa região, e hoje vou compartilhar minha experiência durante minha visita. Para aqueles que têm interesse é possível ir ao local de ônibus ou então alugar um carro, o que facilitaria a locomoção entre as cidades da região.
Decidimos conhecer a região de La Garrotxa; pois, precisávamos ir a uma pequena cidade francesa na fronteira com a Espanha e, para não fazermos uma longa viagem de volta para Valência, decidimos dormir em Girona e no dia seguinte passear pelas cidadezinhas próximas. Nosso único arrependimento é não ter passado mais dias em Girona. Ficamos apenas uma noite e conhecemos o centro da cidade, muitíssimo bonito.
Não se assustem ao viajar por essa região. O catalão é o idioma predominante e é difícil você encontrar até mesmo um cardápio em espanhol. Todos os lugares que fomos éramos atendidos em catalão e os cardápios eram apresentados em catalão, inglês ou francês.
Mas o que há de tão interessante nessa região? La Garrotxa (em espanhol seria La Garrocha) é uma região vulcânica situada em Girona e formada por diversos pueblos (essas cidadezinhas que mencionei acima) bem antigos e com ares muitas vezes medievais. De todos esses pequenos lugares que compõem a região, conhecemos as cidades de Castellfollit de la Roca, Santa Pau e Banyoles, que não é uma cidade que forma esse local mas é bem próxima e estava em nosso caminho de volta à Valência.
Começamos nosso tour por Castellfollit de la Roca, um pueblo de 1 km² de superfície localizado acima de uma Roca. Muitas casas têm as janelas e até mesmo varandas voltadas para o precipício, onde logo abaixo passa um rio. Essa área mantém, ainda, uma parte de seu aspecto medieval e desde o alto do campanário de sua igreja, que data do século XIII, é possível tirar as mais belas fotos desse ponto.
De Castellfollit de la Roca seguimos para Santa Pau. Assim que cheguei neste lugar tive a sensação de retornar as minhas aulas de história no colégio. Senti-me dentro de um feudo, na Idade Média, devido a sua estrutura preservada. O castelo deste local data do século XIII e foi declarado um monumento histórico artístico. É possível perceber essa estrutura feudal devido às pequenas ruas, edifícios e igreja que circundam o castelo.
No município de Santa Pau há, também, a maior superfície de Parque Natural e reservas naturais da região de La Garrotxa e neste parque estão localizados os vulcões de Santa Margarita, Croscat e Fageda d’em Jordà.
Infelizmente nosso tempo na região era curto e não pudemos conhecer mais cidades. A região de La Garrotxa conta com 21 municípios e o Parque Natural da Zona Vulcânica de Garrotxa tem 40 vulcões com uma idade compreendida entre 10.000 e 700.000 anos.
Quando saímos de Santa Pau, decidimos procurar um local para comer, já que ainda teríamos um longo caminho até Valência. Por acaso, paramos na cidade de Banyoles, a 31 km de Santa Pau. Antes tentamos comer algo na cidade de Mieres, que também faz parte da região da Garrotxa, mas não conseguimos lugar. Aos que pretendem visitar esses locais, fiquem atentos aos horários de almoço na Espanha. Sempre, em torno de 13:30 e 14 horas, os locais costumam ficar cheios. As pessoas aqui têm o costume de almoçar mais tarde.
Fiquei muito surpresa quando adentramos a cidade de Banyoles. O local é muito bonito, limpo e organizado. Embora não faça parte da região de La Garrotxa, não fica muito longe das cidades que mencionei e nela está um dos maiores lagos naturais da Península Ibérica, o Lago de Banyoles. É possível almoçar ou jantar com uma linda vista para esse lago, pois seu entorno está cheio de restaurantes. Mais uma vez, esteja preparado para ser atendido em catalão. O nosso caso, tivemos que pedir ao atendente para nos traduzir; pois, o cardápio não contava com mais nenhuma opção de idioma. Essa cidade também tem uma série de lugares para se conhecer, como o casco antigo, construído em torno do Monastério de Sant Esteve, a partir do século IX.
Como as demais cidades, Banyoles também mantém preservada sua estrutura medieval, além das ruas do centro antigo da cidade. É possível visitar a muralha que servia de proteção à cidade entre os séculos XII e XV, cujas portas se fechavam pela noite e somente eram reabertas na manhã do dia seguinte.
A Espanha tem uma história muito rica e muitos locais preservados que valem a pena visitar, além das grandes capitais. Sou apaixonada por essas cidadezinhas medievais tão cheias de histórias para nos contar. Acho que vale a pena, ao menos uma vez, que as pessoas venham conhecê-las e viver um pouco essa parte da narrativa que tanto estudamos na escola e nos parecia algo tão distante.
6 Comments
Ótimos passeios pra quem gosta de caminhar né? Lindos os locais!
Olá Marina, realmente alguns desses destinos requerem um pouco de preparo físico, mas sempre podemos parar um pouco e observar as paisagens. Abraços!!
Amei o post. Os posts sobre a Espanha são minha seção preferida no site!
Obrigada Laíse, volte sempre ao blog para acompanhar os posts da Espanha e dos outros países também. Abraços!!
Delícia de post. O q eu acho mais legal em viagens e a descoberta. De repente se depara com pueblo na Espanha, e tudo é uma paixão. Obrigada por disponibilizar.
Olá Daisy, obrigada por acompanhar o blog. Adoro descobrir novos lugares na Espanha, talvez não tão conhecidos por todos, para poder dividir minhas experiências aqui posteriormente.
Abraços,
Thais