Se você acha que existe algum glamour em andar de metrô em Nova Iorque, esqueça. A maioria das estações e vagões são sujos. Há muitos ratos e, apesar dos inúmeros cartazes espalhados nos trens, as pessoas continuam jogando lixo nos trilhos, provocando pequenos incêndios que paralisam o serviço com frequência. O lado bom é que o metrô, como a cidade, não dorme. Está sempre funcionando. Não é à toa que mais de cinco milhões de pessoas utilizam esse meio de transporte em Nova Iorque diariamente.
Ultimamente, o metrô de Nova Iorque tem sido alvo de críticas dos meios de comunicação e dos usuários pelo mau funcionamento. Uma investigação feita pelo jornal New York Times revelou que o sistema envelheceu muito e apresenta duas vezes mais problemas com os sinais e com as composições do que há dez anos. O resultado? Trens lotados, atrasos cada vez mais frequentes e mais gente impaciente.
No total, são 27 linhas e 472 estações pela cidade, então, dá para ir praticamente a qualquer lugar. Nos fins de semana e, às vezes, à noite, o sistema sofre modificações por causa das obras programadas no trilhos e nas plataformas. Moradores e turistas precisam ficar muito atentos aos cartazes pregados sem muito capricho nas colunas velhas. É lá que sempre estarão as alterações.
Como são muitas estações, o ideal é programar o trajeto que for fazer ainda na superfície, antes de entrar no metrô. Para saber para onde o trem vai, na maioria das vezes basta notar, na entrada, se o trem vai no sentido uptown (norte de Manhattan) ou downtown (sul). Também é preciso verificar se é o trem é local (para em todas as estações da linha) ou express (pula algumas estações). Ter o mapa do metrô sempre na bolsa ou o aplicativo instalado no celular é um baita adianto.
O preço da viagem não varia, não importa se você vai do sul para o extremo norte de Manhattan ou da ilha para os cafundós do Queens. O cartão MetroCard avulso custa US$ 3 dólares. Você também tem a opção de comprar passes ilimitados semanais ou mensais, dependendo de quantas vezes pretende usar o trem.
O metrô foi inaugurado em 1904 e funciona melhor no eixo norte-sul da ilha de Manhattan. Para ir de leste a oeste, o melhor são os ônibus chamados CrossTown. Eles fazem o que o metrô não faz, mas prepare-se porque o trânsito aqui é intenso, há pontos muito próximos uns dos outros e a viagem pode ser demorada. Se tiver pique, a temperatura ajudar e o trajeto for próximo, acredite: melhor fazer a pé.
Para pagar, é muito simples. Use o mesmo cartão do metrô. Na maior parte dos ônibus, o bilhete é validado junto ao motorista. Em outros, na rua, em máquinas especiais nos pontos. Agora, se não tiver com o bilhete, é preciso ter o valor exato da passagem.
Grande parte dos novaiorquinos não tem carro. Dirigir na cidade pode ser um exercício de paciência e não é incomum ver motoristas esbravejando por causa do estresse no trânsito. Também é difícil encontrar lugar para estacionar e muitos prédios não têm garagem. Alugar carro, então, é uma péssima ideia. Além dos preços exorbitantes (mais de 300 dólares por dia) e a chance de você terminar como o protagonista do filme Um Dia de Fúria, uma garagem pode custar de US$ 30 a US$ 60.
É fácil encontrar táxi na cidade. Não custa os olhos da cara, claro, se você não converter o valor para real. Lembre-se do ditado: quem converte não se diverte. E não se esqueça também que a gorjeta aqui é uma entidade e eminência que precisa ser respeitada. É falta de educação não dar. A regra também serve para os taxistas: de 15 a 20% da corrida.
Nos últimos anos, as bicicletas estão ganhando cada vez mais espaço na cidade. Ciclovias estão sendo construídas e, mesmo em dias frios, usadas. É possível alugar as magrelas em vários pontos de Manhattan. Há passes de um dia, três ou de um ano. Para mais informações, é só acessar o aplicativo CityBikeNY. Parar nos semáforos é lei e não ande nas calçadas. Tem sempre um policial que se materializa na sua frente para lhe lembrar das regras com uma advertência que vai doer no bolso.
Também há balsas conhecidas como NYC Ferry que conectam Manhattan ao Brooklyn, Queens e Long Island City. E, sim, muita gente não usa para passear, usa como transporte do dia-a-dia. Há três pontos positivos se você optar pelos barcos: a paisagem ganha disparado dos túneis escuros do metrô, se houver algum cheiro ruim no barco, dá para chegar na varandinha e respirar ar puro e, por último, em alguns casos, as balsas chegam a lugares que o trem não chega. O preço é o mesmo do metrô. Clique aqui se quiser saber as rotas do NYC Ferry.
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Pensa que acabou? Não. Para compensar os ratos do metrô, em Nova Iorque existe um teleférico que também é usado como transporte público, só que vai de Manhattan para a um único lugar: Roosevelt Island, uma ilhota residencial entre Manhattan e o Queens. Então, se você não mora em Roosevelt Island, pouco vai usar. Mas vale a pena o passeio. O cartão do metrô também pode ser usado aqui.
Eu, particularmente, prefiro usar a bicicleta e os meus pés por essa cidade. Claro que nem sempre é possível, já que muitas vezes o inverno e as longas distâncias não permitem. Mas, um bom par de tênis e a disposição de flanar pela cidade garantem dias de deleite para quem mora e para quem vem visitar.