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    Home»Japão»O que o Kobe Luminarie nos ensina sobre a resiliência dos japoneses
    Japão

    O que o Kobe Luminarie nos ensina sobre a resiliência dos japoneses

    Hasu KikuchiBy Hasu KikuchiDecember 5, 2019Updated:December 5, 2019No Comments6 Mins Read
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    Foto: arquivo pessoal
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    Dezembro, um mês cheio de significados para quem mora fora do país. Mês de reflexões, em que muitos pesam os prós e os contras de terem deixado sua terra natal para se aventurar mundo afora. E nesse balanço pesam muitas saudades, lembranças, nostalgias. Sabores que há muito tempo não provamos, pessoas que não abraçamos, músicas que deixamos de ouvir e uma vontade imensa de cruzar os céus para, mais uma vez, ainda que por breves momentos, sentirmos tudo isso.

    Aqui no Japão muitos se queixam da frieza das comemorações de fim de ano, em parte culpa do inverno (que pode ser extremamente rigoroso em alguns lugares) mas muito pela cultura local, cujas tradições são bem diferentes das nossas, levando muitos a trabalhar no Natal e Ano Novo como em outro dia qualquer. No entanto nem tudo são espinhos, e a chegada dessa estação nos brinda com seus regalos típicos, como estações de esqui, paisagens deslumbrantes e eventos maravilhosos como as iluminações especiais de inverno. E aqui quero falar especificamente do Kobe Luminarie.

    Luzes da esperança

    Este belíssimo evento (um dos mais antigos do Japão), que costuma ocorrer em meados de dezembro na cidade de Kobe, atrai milhões de visitantes todos os anos, desde que começou a ser montado em 1995, em homenagem às mais de 6 mil vítimas do Grande Terremoto de Hanshin-Awaji, que devastou a região em janeiro do mesmo ano. As luzes, pintadas à mão uma a uma, perfazendo mais de 200 mil pontos, foram doadas pelo Governo Italiano (daí a origem de seu nome) como fonte de esperança e recuperação para a população que sofreu durante o frio do inverno com a falta de recursos básicos como luz, gás e água, além da arrecadação de fundos para ajudar a cidade a se reerguer.

    Mas afinal, o que o torna tão especial em relação aos demais? Quem já teve a oportunidade de visitar o Memorial do Grande Terremoto de Hanshin-Awaji (onde os visitantes podem andar por cenários que imitam o pós terremoto, assistir a vídeos, ouvir e ler testemunhos dos sobreviventes, conhecer o acervo fotográfico e participar de um simulador de terremotos, entre outras atividades) ou testemunhou este que foi um dos mais violentos tremores da história da ilha nipônica, conhece o grau de destruição que ele provocou.

    A cidade de Kobe mantém até hoje vários monumentos espalhados por ela, para que as pessoas nunca se esqueçam dessa tragédia e das lições que ela ensinou, muito embora a sua reconstrução impressionante, ao ponto de torná-la a Cidade do Design segundo a UNESCO, em nada nos lembre todas as suas cicatrizes e traumas. Tanto que o Luminarie, apesar de dedicar alguns minutos de orações silenciosas, com muito pesar para homenagear os mortos do terremoto, possui um ar festivo e, para os que desconhecem a sua história, é provável que seja mesmo um momento de puro encanto e magia.

    O que não chega a ser um demérito, pois na verdade esse é o espírito que seus organizadores desejavam despertar: de que mesmo diante das adversidades, o sorriso, a gentileza, a leveza e  a gratidão pela vida devem ser cultivados, pois é através deles que podemos superá-las e nos refazer melhores e mais fortes. E que isso não significa que você se esqueceu ou deixou para trás pessoas e acontecimentos importantes da sua história, mas que você pode (e deve) seguir em frente honrando sua memória e o que eles representam para você, dando um real sentido e valor a tudo isso.

    Não a toa Kobe é vista por muitos como a cidade Fenix, renascida das próprias cinzas e o Luminarie, que deveria ter sido uma edição única, a pedido da própria população, tem se renovado a cada ano.

    Leia também: Em busca de uma vida mais simples e plena

    Essa é uma lição importante, que eu procuro trazer para a minha vida e demonstra o nível de resiliência do povo japonês em lidar com sucessivas tragédias, causadas por terremotos, tsunamis (maremotos), tufões (como a mais recente passagem destruidora do Hagibis) e vulcões, em uma ilha cujas condições geográficas, por si só, já demandariam das pessoas uma boa dose de organização, de trabalho coletivo e preparo, quanto mais construir um país tão rico em vários sentidos e não apenas econômico. Características essas que nós, enquanto imigrantes, se soubermos desenvolver, podem levar nossa experiência longe de casa a um novo patamar. Inclusive na formação de uma comunidade forte e próspera neste país que agora chamamos de lar.

    Olhar para os japoneses sob esse novo prisma me trouxe, não apenas uma compreensão maior de seu modo de ser, agir e pensar, mas uma melhor capacidade de adaptação à sua sociedade e costumes, tão rigorosa, metódica e dedicada ao trabalho e ao perfeccionismo. O que certamente se reflete na maneira como me relaciono com eles e exerço meu trabalho, através de laços de empatia que em troca me trouxeram mais harmonia, paz de espírito e aceitação.

    Ainda que isso não signifique que eu tenha fechado meus olhos para o seu lado negativo e tenha minhas próprias críticas, posso dizer que isso transformou minha vivência. De modo que eu só posso recomendar a todos que encontram dificuldades nesse processo, não apenas aqui no Japão mas em outros países, que busquem conhecer a fundo a história e os motivos que levaram a população local a terem seus costumes. Eles não surgem por acaso e muitas vezes, foram a maneira que ela encontrou para sobreviver e erguer seu país. E que isso lhe traga soluções e meios inteligentes e sensíveis para lidar com aquilo que vocês não aceitam e contornar os problemas.

    Leia também: O Japão é o lugar certo para você?

    Este ano o Kobe Luminarie tomará lugar dos dias 6 a 15 de dezembro. Para aqueles que planejam passar pela cidade neste período, recomendo a visita não apenas a este belo espetáculo de luzes e cores (que também tem por finalidade arrecadar fundos para caridade e ajudar na recuperação de outras áreas igualmente atingidas por desastres, bem como a continuidade do evento em si), mas ao Memorial do Grande Terremoto de Hanshin-Awaji para que vejam com seus próprios olhos e, mais importante, possam sentir o que estou escrevendo e quem sabe, assim como eu, sair dessa experiência enriquecidos com mais gratidão, generosidade e empatia em seus corações. Afinal, esse não é o espírito de Natal que tanto valorizamos?

    Desejo a todos um excelente fim de ano e espero que encontrem o que buscam e façam do ano que se inicia um recomeço real de suas vidas, com mais vontade e determinação ainda, para lutarem por aquilo em que acreditam. Onde quer que estejam.

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    Hasu Kikuchi
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    Hasu é paulista, nikkey de terceira geração, dentista do trabalho e mãe solo. Tudo junto e misturado em uma mulher que busca a própria verdade vida afora, tentando deixar a bagagem mais leve sem os preconceitos, rótulos e padrões, com mais empatia e respeito pelo Universo particular dentro de cada um. Mora no Japão com a filha.

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