A Lonely Planet, maior editora de guias de viagem do mundo, faz um ranking todos os anos de melhores destinos de cada ano, e em 2017, a cidade que lidera esse ranking para a surpresa de muitos, é Zagreb, capital da Croácia. Surpresa, em primeiro lugar porque a Europa possui muitas cidades mais famosas até mundialmente, segundo porque pelo menos no Brasil, poucas pessoas sabem onde fica a Croácia e menos ainda o nome da capital do país (eu mesma era uma delas antes de morar lá), e terceiro que se você já ouviu falar muito bem sobre algum lugar na Croácia que alguém visitou, muito provavelmente esse lugar é um parque nacional ou uma praia ou uma ilha, sendo que Zagreb fica na área mais continental do país.
Por esses pontos listados, podemos começar a tentar responder à pergunta do título desse texto.
Como escrevi em outro texto daqui do blog, trabalhei por um mês na cidade de Dubrovnik, na costa croata, e lá pude perceber que não só pela grande beleza natural que o país tem, os turistas são atraídos também por uma “cultura do diferente”. Diferente, porque além do país não ser um pólo econômico e também por não ser mundialmente conhecido, a Croácia localiza-se na região central da Europa e faz parte da Região do Mediterrâneo. Ou seja, há uma mistura entre toda a história de conflitos que o território presenciou, mas também há uma grande potencialidade de beleza natural, gastronômica e cultural. Isso nos faz pensar: Se a localização do país é tão boa, por que nunca o notamos no mapa europeu?
Eis um ponto muito delicado. É comum associarmos a Croácia ao Leste Europeu, e portanto, associamos o país às culturas que julgamos conhecer dessa área da Europa. O ponto importante é que, mesmo a Croácia tendo uma grande história principalmente com os países Bálcãs, o país também sofre uma forte influência de países do Oeste Europeu, como a Itália e a Alemanha. Sendo assim, a cultura, estrutura e paisagens croatas é uma mescla desses dois “mundos” adicionada às tradições croatas/eslavas.
Zagreb, para mim, é um grande exemplo disso. A estrutura urbana da cidade remete à de algumas cidades do Oeste Europeu, enquanto as tradições culinárias, hábitos de lazer, etc., são parecidos aos das sociedades e países do Leste Europeu. Isso torna a cidade única e diferente de tudo o que se pode visitar na Europa, e falo isso não só por mim, mas por ter ouvido várias vezes essas opiniões durante o um ano que vivi lá.
Para exemplificar e colaborar com essa nossa viagem imaginária para a capital croata, pedi para que alguns amigos nascidos em outras cidades da Croácia que moram em Zagreb por causa da universidade, escrevessem sobre a cidade e esse reconhecimento turístico que a mesma está ganhando.
“Se você conhece um croata que não é de Zagreb e ele lhe diz algo ruim sobre isso, ele provavelmente está com ciúmes. É a capital e a maior cidade da Croácia. Perto da costa, perto das montanhas. Hmm, talvez eu também seja um pouco ciumento. No entanto, há coisas para fazer durante todo o ano. Se você gosta de antigos centros da cidade europeia e de arquitetura, você os têm. Se você gosta de parques e natureza, você os têm. Se você gosta de vida noturna, há algo para todos. Se você não confia em mim, pergunte às pessoas do Erasmus (programa de intercâmbio acadêmico), eles estão bêbados o tempo todo. Ter cada vez mais estudantes de intercâmbio e turistas torna a cidade mais especial a cada ano. Talvez você possa ser um deles também!” Davorin J. nascido em Osijek. Texto escrito em julho de 2017.
“Croácia como um dos mais populares pontos turísticos no mundo, sempre oferecia somente mar e as praias como atrações turísticas. Agora, a capital ‘apareceu’ no mapa turístico do mundo como um dos lugares que valem a pena conhecer. Para mim, Zagreb representa muito mais do que cidade turística. A capital croata é influenciada por várias culturas (socialista, austríaca, húngara, etc) e eu adoro as diferenças que a cidade oferece. Há lagos, rio e montanha. Há museus, restaurantes e cafeterias de qualquer tipo e as pessoas são absolutamente incríveis. Zagreb é capital, mas não é grande, você deve conhecer todas essas misturas e perceber como elas são equilibradas! Acho que Zagreb foi escolhida porque não é um ponto turístico típico. O lado turístico da cidade é muito intrigante e novo. Bom, agora a Croácia tem muito mais pra oferecer do que praias e o mar!” Jasmina O. nascida em Grubišno Polje – Croácia. Texto escrito em julho de 2017.
O parque Jarun é uma ótima opção para um domingo, assim como a rua Ulica Ivana Tkalčića é o local perfeito para um clássico café com os amigos ou para comer comidas típicas croatas, sem falar da super charmosa Praça Ban Jelačić – principal praça da cidade a qual dá acesso ao famoso mercado aberto Dolac, onde se pode comprar frutas, legumes e peixes frescos todos os dias.
Se você gosta de astronomia, há a representação dos planetas do Sistema Solar em escala de tamanho e distância de uma bola central que representa o Sol. As igrejas, principalmente na parte antiga e alta da cidade, são belíssimas, e por falar em áreas altas, há a montanha Sljeme, palco até de competições de esqui no inverno e também ótima opção de contato com a natureza através de um acesso facilitado.
Eu sei, dá vontade de comprar uma passagem para amanhã conhecer a cidade, mas aí vai mais uma informação: os voos para o Aeroporto de Zagreb geralmente são caros, porque as empresas aéreas que ofertam passagens extremamente baratas para voos pela Europa ainda não se instalaram nesse aeroporto. Não que isso seja um problema, porém, em alguns casos dificulta a possibilidade de fazer conexões para as capitais dos países próximos e até com as grandes metrópoles europeias.
E você, já visitou Zagreb? Se sim, por favor comente o que achou especial na cidade.
Espero ter colaborado de alguma forma. Até a próxima!