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    Home»EUA»Relatos de um gato em trânsito para os EUA
    EUA

    Relatos de um gato em trânsito para os EUA

    Jenny RosénBy Jenny RosénNovember 4, 2017Updated:November 4, 20173 Comments6 Mins Read
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    Fonte: foter.com
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    “Quando o carro branco estacionou na frente da minha casa, já imaginei que seria um
    problema. Feeling felino, sabe? Quando aquele moço simpático começou a me chamar
    com uma voz muito boazinha, então eu tive certeza. Ele me carregou gentilmente e me
    colocou numa habitação espaçosa. Era bem maior do que a outra caixa que eu conhecia.
    Lá dentro estavam um cobertor que eu gosto muito, um pano fofo e água. Um
    bebedouro horroroso. Insistem que eu tome essa água limpa, sem gosto, quando a única
    que condiz com meu paladar é a da piscina. E claro, a água quente da banheira da minha
    dona, que é meu chá da tarde.

    A minha irmã mais nova, Mia, já está na caixa dela, igualzinha a minha. Ela nem liga.
    Entra em qualquer lugar e acha graça. Coisa de gente jovem sabe? Acha que tudo é uma
    festa. Logo tiram um monte de fotos nossas, e outro moço carrega a minha caixa. Tá
    bom pessoal, já deu, me soltem, tá um solzinho lindo e quero me espreguiçar na
    varanda. Mas não, eles parecem nem escutar o que eu falo. Nos colocam no carro e
    fecham a porta. Já vi tudo.

    Um tempo depois, chegamos num lugar movimentado, grandioso, onde nos colocam ao
    lado de caixas variadas, de todos os tipos e tamanhos, que chamam de CARGA. Muita
    gente olha para dentro da minha habitação. Fico bem no fundo, não olho para ninguém.
    Já a Mia faz festa para todos, e ainda consegue relaxar e dormir. Como assim? Dormir
    com essa balbúrdia toda nem pensar! Colam etiquetas em nossas caixas, e a chamam
    de transporte de CARGA VIVA.

    Transporte. Que eu saiba existe carro e bicicleta. E só. Eu não gosto dessas de duas
    rodas. Minha pequena dona já tentou me levar na bicicleta dela, mas eu não curti e saltei
    do cestinho no meio do passeio. Muita ousadia. Após mais um tempo, falam algo de
    embarcar a CARGA VIVA. Embarcar para onde, meu Deus? Percebo outros dois gatos
    e um cachorro em caixas iguais às nossas, e nos colocam todos num carrinho, que vai
    dirigindo entre máquinas com asas gigantescas, brancas e de outras cores, maiores que
    qualquer pássaro que já vi. Até maior do que o último presente que trouxe para minha
    dona, que por sinal deu bastante trabalho para caçar, e que no fim das contas ela jogou
    no lixo. Que desperdício. Humanos nunca vão entender o prazer de saborear uma boa
    caça.

    Aliás, já estou com fome. Mas nem sinal de comida. Aliás nem sinal de qualquer coisa.
    Nos colocaram num compartimento escuro DENTRO de um dos pássaros! Sei que a
    Mia está do meu lado, e o cachorro está do outro. O que será isso? Fecham a porta do
    pássaro e por um tempo tudo fica calmo. Bom ao menos está tranquilo e quem sabe eu
    consiga relaxar e finalmente cochilar. Até que de repente está tudo vibrando e andando
    rápido, estou espremido no fundo da habitação e parece que uma força invisível me
    empurra lá para atrás. Vamos cada vez mais rápido e de repente me sinto flutuando!
    Meu corpo fica estranho e meu ouvido também.

    Eu só sei que não gosto nada disso. Está ficando mais frio, a Mia se enroscou na coberta
    e dormiu. O cachorro está mordiscando a porta da casa dele. Eu quero ir embora, já deu,
    não gosto mais desse passeio. Quero dormir no meu sofá sem barulho e sem sacolejos.
    Quando minha dona aparecer, vou dizer que isso não é aceitável, e ela vai brigar com
    todos que me colocaram nessa situação.

    Não sei quanto tempo passou. Tenho fome e sede, mas me recuso a tomar essa água em
    gotas. Quero meu leite. Exijo. De novo começa a sacolejar, mais barulhos, e então um
    ruído alto e seco. Nossas casas tremem. O cachorro late mais alto, e subitamente todos
    os movimentos e ruídos cessam. Tudo em silêncio. E então abrem a barriga do pássaro!
    E entra aquele ar… Esqueço de todo frio que passei na vida. As noites que fiquei fora de casa no inverno não eram nada comparadas ao ar congelante que invadiu minha caixa!
    Foi a coisa mais paralisante que já senti. Aquilo sim era frio. E os cheiros? Eu não
    reconhecia mais nada.

    Nos levaram a uma sala quentinha. Vários caixas, gaiolas e uma moça médica. Então
    era veterinário mesmo, eu sabia! A doutora me tira da caixa, estou desconfiado, mas ela
    fala mansamente e me acalma. E fala enrolado, nossa, nunca vi alguém usar palavras tão
    diferentes. E me chama de Keilou! Que porcaria de nome é esse? Não curti. Ela me
    olha, me aperta, me faz um carinho na cabeça e diz “good boy”. Sei lá o que significa.
    Depois é a vez da Mia e dos outros. Nos colocam comida, mas por algum motivo perdi
    o apetite. Não gosto de comer nessa baderna. Passa o tempo, e um a um os pets vão
    sendo levados. Só resta eu e a Mia. Porque tudo demora mais para nós?? Cadê a nossa
    dona?

    Colocam mais papéis e etiquetas nas caixas e finalmente é a nossa vez. Já estou feliz em
    ver o sol e vou até me espreguiçar, mas não gosto nada do que vejo. Outro pássaro não!
    Prometo, juro, jamais caçarei outro ser voante, mas por favor me mandem para casa!
    Ninguém me ouviu. Escuridão, caixas adentro, portas fechadas e barulhos de novo.
    Dessa vez só eu e a Mia. Até para ela que é festeira, já perdeu a graça. Definitivamente
    não gostamos mais desse passeio.

    Pelo menos dessa vez foi rápido. Mal passamos medo e já nos tiraram da barriga do
    pássaro. Acho que foi minha promessa. Já é fim de tarde, e nos levam a outro depósito.
    Outras pessoas. Mais frio. Já estou fraco de fome. Acho que o cansaço vai me vencer.
    Não quero dormir, estou infeliz e entristecido. Por que fizeram isso comigo?

    Escuto mais vozes. Estou cansado, mas algo me alerta. Vozes, sons agudos e Caillou!
    Opa, esse é meu nome. Mas como sabem? E falam parecido com os pequenos donos,
    mas eles estão tão longe. Caillouuuuuuuuuuuuu!! Um rostinho familiar se cola na grade
    da minha habitação. É meu pequeno dono! Como eles vieram parar aqui? Será que o
    pássaro gigante pegou a família toda? Minha pequena dona quase chora! Ela está
    abraçada na casa da Mia. Como é bom ver vocês! Minha família amada!

    Só voltei a ronronar dentro do carro, no colo da minha dona, o lugar onde mais gosto de
    estar no mundo. Que bom que nos resgataram! Que bom que vamos voltar para nossa
    casinha! Certeza que o frio vai passar e ainda hoje vou dar um rolê e caçar umas baratas.
    Espera aí!

    Que casa é essa??”

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    levando animais para os EUA transporte de animais pelo mundo
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    Jenny Rosén
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    Jenny é brasileira de origem sueca. Nascida em São Paulo, se formou em Arquitetura mas escrever é sua grande paixão. Tem dois livros publicados em português e mora nos EUA desde 2015 com o marido e os filhos. Viajar em família conhecendo o mundo é o que ela mais gosta de fazer. Também adora gatos, boa culinária e os extremos: neve e praia.

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    3 Comments

    1. Daiane Noble on November 5, 2017 4:49 pm

      Adorei o artigo, Jenny! Moramos nos EUA e temos 2 gatos que foram adotados aqui. Pensamos nos mudar para o Brasil no futuro, você poderia nos dar informação do processo de transporte? Obrigada!

      Reply
      • Jenny Rosén on November 24, 2017 1:23 am

        Oi Daiane! Claro, quando precisar me avise! Tenho o contato de uma empresa no Brasil (que trouxe meus gatos para cá) e outra americana, que provavelmente levará os 3 (adotei mais um aqui) de volta. Essa opção através de empresa é mais cômoda mas também mais cara, a outra é você viajar levando o gato com vc na cabine, em companhias aéreas como a Delta que aceitam animais. Se precisar de mais detalhes é só perguntar! Um abraço!

        Reply
    2. Dalva Huttunen on February 15, 2018 7:51 pm

      É, Jenny, seu dom de escrever é mesmo demais! Escrever como se fosse o gato é muito lindo e interessante! Eu simplesmente amei! Que dom maravilhoso, porque para ser sincera eu acho que escrever muitos aprendemos, más ter esse dom, deve ser limitados à pessoas especiais e voce é uma delas! Amei o livro que sua tia à Jill escreveu dos ” cinquenta Viralats,” creio que é o titulo. Também achei que ela tem um dom. Amei o livro e à maneira como foi escrito! Agora ler sobre o transporte dos gatos do Brasil para os USA, foi mesmo legal!
      Tudo de bom e estou aqui anciosa para ler mais e mais textos!
      Uma leitora super fâ sua! Dalva

      Reply

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