Facebook Twitter Instagram
    BrasileirasPeloMundo.com
    • Home
    • Sobre o BPM
      • Time do BPM
      • Autoras
      • Contato
      • Na Mídia
      • Blogs
    • Colabore
    • Custo de Vida
      • Quanto custa
      • Cheguei e agora?
      • Custo de Vida Pelo Mundo
    • Países
      • Alemanha
      • Austrália
      • Áustria
      • Canadá
      • EUA
      • Espanha
      • França
      • Inglaterra
      • Itália
      • Japão
      • Polônia
      • Portugal
      • Suécia
    • Mais
      • Dicas para viajar sozinha
      • Relacionamentos online
      • Turismo Pelo Mundo
      • Vistos
    • Intercâmbio
      • Intercâmbio pelo Mundo
    Facebook Instagram
    BrasileirasPeloMundo.com
    Home»Psicologia»Saúde Mental dos imigrantes
    Psicologia

    Saúde Mental dos imigrantes

    Vanessa Coelho TrajanoBy Vanessa Coelho TrajanoNovember 18, 2017Updated:March 4, 20186 Comments6 Mins Read
    Facebook Twitter Pinterest LinkedIn Tumblr Email
    Fonte: pexels.com
    Share
    Facebook Twitter LinkedIn Pinterest Email

    Ao pesquisar sobre a saúde mental dos imigrantes, percebi o quanto esse tema é pouco explorado. As poucas pesquisas existentes são basicamente da Europa, muitos desses estudos em Portugal, que também já conta com serviços  específicos de acolhimento psicossocial para “imigrantes”. Na Nova Zelândia, os estudos, ainda pouco aprofundados, voltam-se mais às estatísticas de cidadãos de origem asiática e ilhas do Pacífico, quanto ao uso de serviços específicos de saúde mental.

    Esse tema segue pouco esgotado e de longe muito pouco discutido. Os imigrantes se encontram em toda parte, alguns grupos étnicos em maior quantidade, outros nem tanto, mas o fato é que estão espalhados pelo mundo, e alguns países contam com importante contribuição econômica e de mão de obra de pessoas vindas de outros lugares, como aqui na Nova Zelândia.

    Quem são os imigrantes?

    Em linhas gerais sabemos sobre processo de imigração do ponto de vista econômico, político e administrativo. Sabemos o impacto da presença de imigrantes no mercado de trabalho, nos serviços de educação e saúde. Estamos nas estatísticas, somos um grupo facilmente generalizável pelos números.

    Muito pouco se fala do aspecto da subjetividade do imigrante e esse tem sido identificado com um dos principais fatores de risco para a saúde física e mental. Além da quebra com os principais referenciais que constituem nossa identidade, precisamos lidar com a perda do reconhecimento enquanto uma pessoa única para se tornar uma estatística, mais um representante de um grupo étnico. Alguns autores usam a expressão “morto-vivo” ou então “recém-nascido” para descrever esse processo de imigração em seu período mais desafiador.

    Existe um luto no processo de imigração, na verdade vários. São inúmeras mudanças e a perda de um pertencimento social que nos define. Estamos suspensos entre dois mundos e numa luta constante e solitária da reinvenção de si próprio. Nos tornamos órfãos da nossa própria cultura e identidade.

    Por que imigrar?

    Podemos nos questionar, mas por que então imigrar? Essa pode ser uma reflexão espontânea especialmente a quem contempla esse processo como mero espectador, porém a resposta não é tão simples. Inúmeros são os motivos que levam as pessoas a romperem essa barreira territorial e cultural, desde convicções pessoais até sobrevivência. O fato é que sempre o fizeram, as migrações são tão antigas quanto a própria história da humanidade. Fenômeno complexo e até hoje pouco compreendido.

    Essa visão que a princípio pode parecer negativa é na verdade o aprofundamento de uma visão muito reducionista sobre os imigrantes e que seria um dos maiores motivos de surgimento de problemas de saúde mental após a imigração. As experiências de imigração são muito diversificadas assim como existem diferentes maneiras de “ser imigrante”, pois atrás de cada um existem histórias de vida absolutamente diferentes, com convicções e valores muito pessoais atribuídos à própria imigração. Em outras palavras, generalizar um imigrante é desconsiderar todo um histórico de vida e suas principais motivações para a imigração.

    A Síndrome de Ulisses, também conhecida como síndrome de imigrantes com o estresse crônico e múltiplo é um grande exemplo da forma generalizada como imigrantes são vistos e identificados. Essa expressão foi criada pelo professor e psiquiatra catalão Joseba Atxotegui ao se referir aos inúmeros lutos com suas perdas e separações que os imigrantes enfrentam em sua experiência de imigração e o sofrimento que pode estar associado a esse luto. O maior problema dessa visão é que desconsidera a verdade de cada sujeito, sua história e o que veio a desencadear aquele sofrimento.

    A experiência de “desconexão” com seus principais referenciais pode ser bastante dolorosa, mais para uns menos para outros, porém uma visão fria e generalista acerca do sofrimento não será a solução e sim a manutenção deste. A construção de um caminho de reconhecimento e validação da subjetividade, que seria o inverso da visão da Síndrome de Ulisses, parece ser o resgate e o caminho pra essa cura. O compartilhamento da identidade e o acolhimento através de novos enlaces sociais permite que o imigrante saia dessa condição de mera estatística e suspensão entre dois mundos para a verdadeira inserção comunitária.

    Cuidados com a saúde mental

    As metas graduais podem ser um excelente caminho para resgatar esse senso de pertencimento social. Pode existir uma pressão interna ou externa para que ocorra rapidamente um resgate dos antigos referenciais e conquistas, porém a flexibilidade e a manutenção dessas metas vão permitir que se tenha o tempo necessário para cada passo, levando em conta suas características pessoais e não um prazo a ser seguido, o que pode gerar muita ansiedade.

    Procurando por psicólogas brasileiras pelo mundo?

    A construção de novos enlaces sociais será determinante para esse processo, porém precisam ocorrer de forma natural e autêntica. A pressão por pertencer a um grupo pode gerar desagradáveis decepções e não irão suprir e ajudar no luto do processo de imigração. Planejar atividades, explorar hobbies, mesmo que pela primeira vez pode ser o caminho para as conexões sociais mais autênticas e verdadeiras. Pessoas que compartilham dos mesmos gostos e hobbies podem construir mais facilmente uma relação genuína de amizade e principalmente baseada na reciprocidade.

    Saber identificar em si mesmo um momento de vulnerabilidade é muito importante para prevenção e também melhora de algum sofrimento emocional ou de algum quadro de stress, relacionado à adaptação a vida de imigrante. Sabemos que existe uma fantasia muito negativa, reforçada socialmente acerca da saúde mental. Em um processo de imigração pode ser ainda mais delicado devido à falta do background com profissionais locais ou ainda pela visão reducionista da síndrome de Ulisses. Independente disso, procurar ajuda de um profissional preparado pode ser um excelente caminho para um período mais crítico e não há nada que desabone essa decisão. Pessoas que identificam a necessidade de ajuda numa situação crítica como essa tendem a ter desfechos muito positivos.

    O maior sucesso nesse processo ocorre com as pessoas que genuinamente passaram pelo “limbo” da imigração e vivenciaram sem medo e vergonha o doloroso luto ou os “lutos” do caminho.

    Atravessar as fronteiras do país e da identidade não será fácil, mas negar essa complexidade não irá ajudar, viver com plenitude essa mudança poderá ser a melhor forma de se reinventar e encontrar novos significados na vida.

    Textos relacionados

    • Imigrantes, quem somos nós?
    • Terceira idade na Nova Zelândia
    • 10 dicas para entrevista de emprego na Nova Zelândia
    • Por que há tanta tristeza em países felizes?
    • Por que morar na Nova Zelândia?
    • Além do arco íris
    Clique aqui para ler mais artigos da mesma autora
    impacto na saúde mental após imigração luto da imigração saúde mental de imigrantes sindrome de ulisses
    Share. Facebook Twitter Pinterest LinkedIn Tumblr Email
    Vanessa Coelho Trajano
    • Website

    Vanessa é gaúcha de Porto Alegre, psicóloga clínica com vasta experiência em Saúde Mental na realidade do SUS nos hospitais brasileiros. Apaixonada pelo ser humano, nas suas relações, suas potencialidades e angústias. Olhar atento a questões sociais relevantes, essencialmente os que nos desafiam, como mulher, mãe e cidadã. Atualmente desenvolvendo trabalho na área da saúde como Community Support Worker. Mora em Auckland, na Nova Zelândia, com o marido e o filho.

    Related Posts

    Quando a dúvida paira no pensamento do imigrante

    April 7, 2021

    As angústias sobre o futuro e o agora

    March 20, 2021

    Reflexões sobre o Inverno

    February 12, 2021

    6 Comments

    1. Marcela C M Ramos on November 22, 2017 7:54 am

      Olá, Vanessa.

      Que alívio eu senti ao ler seu esclarecedor artigo. Muito obrigada, de coração!

      Fico feliz ao saber que estou no caminho certo. Antes de imigrar para a Nova Zelândia, eu procurei ajuda profissional, li diversos testemunhos e alguns escassos artigos sobre o assunto. Mas estou seguindo as orientações da psicóloga e tenho permitido-me errar, frustrar-me e me reerguer – após um período de reflexão.

      Compreender o processo histórico da migração humana, como você mencionou, também ajudou-me. O conceito de territorialismo (o qual foi e é a origem de muitas guerras, infelizmente) teve de ser, para mim, desmistificado e substituído pelo conceito de me tornar cidadã do mundo e de estar aberta a desbravar novas culturas, experiências e relacionamentos agregando-os à minha base, à minha história. Esse foi um processo que eu levei (e ainda estou levando!) tempo para deglutir pois fui educada em um círculo patriótico muito forte. E vários outros exercícios mentais seguiram-se, inclusive o apuramento da sensibilidade para me antever a uma queda emocional drástica. Tenho experienciado que ter a ferramenta emocional certa à diaposição é um fator de sobrevivência.

      Enfim, imigrar e permanecer imigrante é se permitir mutar. E tal qual a borboleta, não dá para negar que é um processo dolorido.

      Obrigada, mais uma vez!

      Reply
    2. Vanessa Coelho Trajano on November 28, 2017 7:31 am

      Olá Marcela! Adorei seu relato e achei muito bonita sua trajetória, parabéns! Obrigada pelo seu retorno, é muito gratificante e muito importante para todos nós! Estou na torcida por vc! Grande Abraço!

      Reply
    3. andre on September 9, 2019 12:25 pm

      Olá Vanessa!! Parabéns pelo artigo. Meu nome é André Wink, iniciei Psicologia há pouco tempo, e quero muito explorar as temáticas que referem-se à refugiados e imigrantes. acredito que nosso papel na psicologia é compreender a subjetividade, contribuir cientificamente, desmistificar o senso comum, mas a partir disso, deixar um legado. Passei muito tempo em outros caminhos. Quero poder ajudar pessoas nessas condições subjetivas a (re) construirem uma identidade, a superarem seus lutos, ajudar quanto à saude mental destas, pois a sociedade não está preparada para ajudar essas pessoas que tem as mesmas necessidades, sonhos e desejos que qualquer outro sujeito inserido em uma cultura e crença diferentes. Desde a falta de estrutura para acolhimento, a dificuldade na comunicação, da língua e do atendimento à saúde, enfim… a lista é muito grande e é uma questão preocupante no mundo todo, veja que países desenvolvidos também não estão sabendo lidar com a situação de vulnerabilidade destas pessoas. E finalizando, se você puder enviar algo sobre a questão do luto na imigração ou perda da identidade, trocar algumas informações nesse sentido. Agradeço. Abraço.

      Reply
      • Liliane Oliveira on September 9, 2019 2:06 pm

        Olá Andre,
        A Vanessa Coelho Trajano, infelizmente, parou de colaborar conosco.
        Obrigada,
        Edição BPM

        Reply
    4. Fabiana on November 14, 2019 8:20 pm

      Olá,

      Gostaria de aber qual a linha de tratamento em psicoterapia mais usada na Nova Zelândia.

      Parabéns pelo artigo!!

      Reply
      • Liliane Oliveira on November 15, 2019 1:49 pm

        Olá Fabiana,
        A Vanessa Coelho Trajano, infelizmente, parou de colaborar conosco.
        Obrigada,
        Edição BPM

        Reply

    Leave A Reply Cancel Reply

    This site uses Akismet to reduce spam. Learn how your comment data is processed.

    • Facebook
    • Instagram
    Curiosidades Pelo Mundo

    Novas gírias e expressōes faladas nos Estados Unidos

    By Alessandra FerreiraMarch 1, 20230

    Olá! Mais um ano se passou, agora o Covid-19 e a pandemia ficaram cada vez…

    Terremoto na Turquia

    February 10, 2023

    Natal em tempos de guerra

    December 21, 2022

    10 fatos mais chocantes ao mudar para Turquia

    October 25, 2022
    Categorias populares

    Green Card e Residência permanente após o casamento

    April 26, 2015

    Como morar legalmente na Espanha

    August 7, 2015

    Como estudar no Ensino Superior em Portugal

    August 14, 2014

    Como é morar em Santiago no Chile

    June 28, 2014

    Validação do diploma brasileiro nos EUA

    May 20, 2016

    Cinco razões para não morar na Dinamarca

    April 19, 2015

    É brasileiro e reside no exterior? A Receita Federal ainda lembra de você!

    February 9, 2017

    Passo-a-passo para fazer mestrado ou doutorado com tudo pago nos EUA

    March 2, 2016
    BrasileirasPeloMundo.com
    Facebook Instagram
    • Sobre o BPM
    • Autoras
    • Na Mídia
    • Anuncie
    • Contato
    • Aviso Legal
    • Política de privacidade
    • Links
    © 2012-2023 BrasileirasPeloMundo.com

    Type above and press Enter to search. Press Esc to cancel.