Sistema de Saúde na Noruega.
A Noruega é um dos países mais caros do mundo, onde se pagam impostos altíssimos sobre praticamente tudo que é consumido, sejam produtos ou serviços. Em geral, vemos que o dinheiro dos nossos impostos é bem aproveitado e o Transporte Público é da melhor qualidade, com ônibus, bondes, trens e metrôs adaptados para cadeiras de rodas, carrinhos de bebê e etc.
O mesmo se refere à Educação, e o governo ajuda os pais a pagarem pelas creches para seus bebês à partir de um ano (desde o nascimento a criança recebe mensalmente dinheiro do Estado, este é depositado na conta da mãe) e o ensino fundamental, ensino médio e o ensino superior têm oferta gratuita do governo com educação de qualidade, onde o aluno aprende além do inglês outro idioma que pode ser (geralmente) espanhol, francês ou alemão. Os alunos com dupla nacionalidade também tem a oportunidade de aprender a língua do pai (ou mãe) estrangeiro.
E depois do Ensino médio, se o estudante desejar frequentar uma faculdade particular, seja na Noruega ou em qualquer outro país, recebe apoio financeiro do governo em forma de um empréstimo, a ser pago apenas após o fim dos estudos e de maneira suave, de modo a não prejudicar a economia pessoal.
É compreensível que as pessoas não gostem de entregar até 37% de seu salário para o governo, mas eu pessoalmente, talvez por ter vindo de um país onde as coisas quase nunca funcionam, pago meus impostos sem reclamar.
Dito isso, acredito que o sistema de saúde ainda precisa ser aperfeiçoado. Em Oslo, existe no centro da cidade um hospital emergência responsável por atender a todos os habitantes, mas se você não sofre de algo urgente, o mais prático a fazer é marcar uma consulta com seu médico de família, o fastlege.
Breve explicação sobre o fastlege: Quem se muda para a Noruega, recebe seu visto e depois consegue o número pessoal. Esse número que é o dia, mês e ano de seu aniversário mais cincooutros dígitos, é a sua identidade aqui. Você precisa desse número para abrir conta no banco, para se matricular em alguns cursos e para pedir um fastlege. Com a ajuda de um website, o Helfo, você recebe a lista com todos os médicos que atendem na cidade onde você mora, e pode escolher qualquer um deles que tenha disponibilidade de vagas. Nesse outro website, Legelisten, é possível ler o que os pacientes têm a dizer do médico, como avaliam seu trabalho. Podemos trocar de
fastlege duas vezes por ano. Não importa se você está com problemas de pele ou se sofre de conjuntivite, por exemplo. Você tem que passar pelo fastlege e só aí vai ser encaminhado a um especialista.
Não sei exatamente como funciona nas cidades menores, mas em Oslo é comum que os médicos tenham o chamado “Private Practice” e que dividam seus pacientes entre si. Por causa disso, não é estranho encontrar alguém que tenha se consultar com todos os médicos da clínica antes de se encontrar com seu médico. Não é incomum ouvir relatos de pessoas que são pacientes de um médico há um bom tempo, mas nunca o viram pessoalmente.
Como paciente, a única coisa positiva do “Private Practice” é a possibilidade de ter o pronto atendimento. Você liga e consegue uma consulta para o mesmo dia, mas com qualquer médico que esteja disponível. Não é incomum que uma clínica tenha um médico muito bem conceituado e respeitado, este tenha vários pacientes, que na verdade são atendidos por qualquer um, menos ele.
A outra opção é ter um médico que não divide sua lista de pacientes, mas nesse caso, é preciso estar preparado para esperar várias semanas até conseguir um horário. E enfrentar atrasos. É claro que esse pode ser um problema de cidade grandes, mas é uma queixa comum entre as pessoas.
No que se refere a saúde bucal a situação não é muito diferente. Até os dezoito anos as consultas com o dentista são gratuitas, mas depois disso não há nenhuma ajuda por parte do governo e até mesmo as emergências são pagas. Os tratamentos dentários são tão caros que não é incomum que as pessoas viagem para a Polônia, por exemplo, para realizar procedimentos dentários lá, onde os preços são muito mais em conta.
É por isso que para os brasileiros que vivem aqui, vale a pena aproveitar as férias no Brasil para ir ao médico ou ao dentista, por exemplo. O serviço é o mesmo, mas sai muito mais barato.
6 Comments
Oi Denise querida, Universidades voce mencionou que podem ser pagas com financiamento do governo no pais ou no exterior, mas existem também universidades do governo que são de qualidade né? são minorias que optam estudar em universidades particulares ou nao? Imagino que voce falara de custos para seguro de saúde no próximo post. E quanto a qualidade dos médicos? pois eu por exemplo não teria problema de ir a uma Private Practice, uma vez que os médicos sejam todos bons e confiáveis. Importante mesmo é a qualidade. Imagino que na cultura norueguesa as pessoas não são muito de criarem laços pessoais em situações profissionais, devido a isto o fato de ter um médico que seja funcional, mais importante que ter uma que seja meu amigo ou conhecido não? Bjus e obrigada pelas infos. Namasté
Pingback: Noruega – Sistema de Saúde – Parte 2
Pingback: Noruega – Crime de Páscoa – ”Påskekrim”
Matéria excelente!
Gostaria de me aprofundar sobre o sistema público de saúde da Noruega para desenvolver um artigo. Alguém pode me ajudar com indicação de sites que possa ser lido em inglês ou português?
Obrigada,
Luciene
Para morar ai preciso de seguro saúde ?
Olá…adorei a matéria.
Você saberia informar se existe algum site para recrutamento de estrangeiros para trabalhar na área da saúde?
Obrigada