Diversos levantamentos destacam este pequeno país central europeu como um dos países mais caros do mundo para se visitar ou se viver. Nada novo até ai. O que muitas pessoas não sabem é que existem maneiras de aproveitar a Suíça sem se quebrar financeiramente. É escapar do caro e grudar nas oportunidades do barato ou gratuito. Simples assim. Economia e prazer garantidos.
Água
A água suíça vem das montanhas e de suas fontes cristalinas. É potável no país inteiro. E é gostosa, saborosa mesmo.
Com a calefação ligada por quase meio ano, o ar suíço é seco, muito seco. Precisamos nos hidratar, o corpo pede. A pele agradece.
Todo mundo anda com uma garrafinha que vai sendo completada com água fresca nos banheiros, fontes e torneiras que se encontram pelo caminho. Aqui funciona assim: quando a água não é potável, eles sinalizam. Sem sinal, pode beber!
Nos restaurantes, os suíços franceses pedem uma “carafe d’eau”, ou uma jarra de água, que vem diretamente da torneira para sua mesa, com custo zero e economia garantida. Agora, se você quiser torrar dinheiro, peça uma garrafa de água mineral e prepare-se paga pagar de R$ 15 a R$ 25 a garrafa. Eu não caio nessa.
Em St-Prex, onde moro, amostras da água de torneira foram analisadas. Constataram que a água daqui tem as mesmas propriedades da água Evian, que fica do outro lado do lago Genebra. Uma provável corrente de água subterrânea explica as características similares. Eu, que já gostava da água de torneira, virei mais fã ainda.
Pensando bem, é chiquérrimo lavar roupas, tomar banho e até dar descarga com genérico da Evian.
Museus e eventos culturais
Todo primeiro sábado do mês, alguns dos mais importantes museus suíços ficam abertos para o público a custo zero. Oportunidade de ouro para visitar algumas exposições sem gastar nada.
E para os outros dias do mês, existem diversos pacotes transporte + ingresso que oferecem descontos quando comprados juntos. Acho genial. Uma maneria de incentivar o uso do transporte público, diminuir o trânsito no local do evento e tornar a cultura mais acessível para todos.
Para comprar esses bilhetes a dica é ir até a bilheteria do trem e pedir o bilhete combinado. Vale a pena!
Vinho e refrigerante
Eu não gosto de refrigerantes. Nunca gostei. Sorte dobrada a minha, pois os refrigerantes estão listados entre os alimentos mais nocivos para a saúde humana e, na Suíça, o refrigerante custa uma nota.
O vinho… Ah! o delicioso e despretensioso vinho suíço, este é vendido aqui por decilitros, dl, ou seja, a décima parte de um litro, em 100 ml. As pessoas pedem em bares e restaurantes 2 dl de vinho branco e recebem uma jarrinha com o equivalente a dois copos de vinho. Excelente opção para quem não quer beber uma garrafa inteira, tem que trabalhar ou mesmo dirigir depois da refeição.
Algumas curiosidades que aprendi: o limite alcoólico para dirigir não é zero e sim 0,5%. Não dá para abusar, mas um copinho é permitido. Outra curiosidade é que é culturalmente aceito beber vinho nos almoços, mesmo quando se trabalha depois. Algumas empresas oferecem em suas cafeterias bebida alcoólica. Incrível, não?
E o melhor, o copo do vinho geralmente custa a metade de uma garrafinha de refrigerante, e claro, traz muito mais alegrias!
Pratos do dia
Os restaurantes suíços geralmente oferecem o “Plat du Jour”, ou prato do dia, no horário do almoço. É uma opção que muda diariamente nos cardápios e que, como é feita em grande escala e com produtos sazonais, custa muito mais barato que os pratos tradicionais.
Mesmo restaurantes famosos, alguns mesmo premiados com estrelas pelo guia Michelin, oferecem o Plat du Jour, o que torna viável degustar a cozinha de restaurantes com preços proibitivos.
Em Lausanne, o famoso restaurante Anne Sophie Pic, premiado com 2 estrelas pelo Guia Michelin, oferece um menu executivo no almoço que custa 70% menos que o preço do menu tradicional. Ainda uma fortuna, cá entre nós, mas uma opção inesquecível para os apaixonados pela alta gastronomia.
Clubes x Praias e montanhas
O tradicional clube, aquele que a gente se associa e frequenta por uma vida inteira, não existe na Suíça no formato do modelo brasileiro. Existem, sim, alguns lugares que cobram ingressos, como piscinas ou mesmo quadras de tênis, e onde os usuários entram conforme querem. Muito democrático, acho eu.
As pessoas podem comprar ingressos para visitas individuais ou passes, com acesso para uma estação inteira. As ofertas têm descontos progressivos, é claro. Vai quem pode e quando quer.
Mas quem não quiser comprar nada e desfrutar da natureza desbundante da Suíça, é só se vestir, calçar um sapato confortável e sair para explorar.
As montanhas geralmente têm trânsito liberado e demarcado para caminhadas e escaladas. São mais de 66 mil trilhas espalhadas pelo país. Pode-se passar um dia inteiro gastando calorias e se deliciando com paisagens de tirar o fôlego, sem gastar absolutamente nada.
Passear a pé pelos vinhedos, pedalar em lugares espetaculares, nadar em lagos naturais, escalar montanhas, ou simplesmente dormir no gramado de um topo de montanha são experiências inesquecíveis e acessíveis a todos. Não aproveita quem não quer.