O Reveillón em Sydney é um dos mais bonitos do mundo. A queima de fogos na Harbour Bridge, na baía de Sydney, é tão espetacular quanto a que acontece na praia de Copacabana, no Rio de Janeiro. Tive a oportunidade de passar o Reveillón na cidade duas vezes, sendo a primeira delas numa festa na Opera House e a segunda no Jardim Botânico, que fica logo ao lado. Sem dúvida nenhuma passar o ano novo em Sydney é uma experiência que todo mundo deveria ter um dia, porém, devo ser honesta e confessar que pode ser decepcionante pra quem espera uma grande festa que dura até o raiar do dia 1º de janeiro ou pra quem não se organiza com muita antecedência. Abaixo vou explicar em detalhes como funciona o Reveillón em Sydney pra quem pretende um dia ver os fogos na baía.
Festas fechadas e pagas
Inúmeros lugares ao redor da baía de Sydney, com visão privilegiada da Harbour Bridge e da Opera House, oferecem festas fechadas. A própria Opera abriga diferentes eventos na noite do dia 31 de dezembro. Independente de ser um hotel, um club ou um parque é necessário comprar ingresso pra assistir à queima de fogos e o valor varia de acordo com o tipo de evento e o local. Meu primeiro reveillón em Sydney, na virada de 2013 para 2014, passei em uma festa que aconteceu no deck do Opera Bar, com bebida e comida liberadas. O ingresso por pessoa custou AUD 550.00 e foi uma das melhores festas que fui na vida. Teve show, muita gente bonita e estilosa e uma vista simplesmente perfeita dos fogos. A festa começou às 5 horas da tarde e terminou à 1:30 da madrugada.
Meu segundo reveillón em Sydney, na virada de 2015 para 2016, foi o oposto do primeiro. Meus pais e minha irmã vieram pra cá passar junto comigo, meu irmão e minha cunhada e por isso decidimos comprar ingressos para um “jantar 5 estrelas” que estava sendo oferecido pelo Shangri-la hotel no Jardim Botânico, também com vista privilegiada da Harbour Bridge. O ingresso custou AUD 450.00 por pessoa, nada barato. Porém, nossa experiência foi péssima. O “jantar 5 estrelas” nada mais era do que salgadinhos fritos e frios, pelos quais tivemos que esperar por mais de 3 horas, numa fila interminável. Não havia mesas e cadeiras pra sentar, o esquema era tipo picnic e tivemos que improvisar assentos na grama com nossos casacos. A fila para pegar bebidas demorava em média 1 hora e com base nisso, já dá pra imaginar como era a espera na fila dos banheiros químicos. Chegamos no Jardim Botânico por volta das 7 horas da noite e fomos embora tão logo terminaram os fogos, extremamente decepcionados. Junto com outras tantas pessoas que estavam na festa, processamos a empresa organizadora e conseguimos reaver nosso dinheiro, já que o fracasso do evento e a insatisfação de quem esteve lá foi destaque nas manchetes nacionais na Austrália no dia 1º de janeiro.
Mesmo locais públicos e gratuitos no centro da cidade, como o Barangaroo e o Luna Park, cobram ingresso pra quem quer assistir à queima de fogos e normalmente as vendas se iniciam em setembro, sendo muito importante comprar o ticket o mais cedo possível, para evitar perder a chance de ver um dos eventos mais lindos de Sydney.
A queima de fogos
As festas começam e terminam cedo, como é de costume aqui na Austrália. Diferente do Brasil, onde dá para virar a noite do dia 31 de dezembro, dançando e bebendo na rua ou em casa, aqui isso é muito pouco comum. Normalmente os eventos da noite de reveillón começam pelas 5 horas da tarde com o sol ainda alto.
Às 21h acontece o Family ou Kids Fireworks na Harbour Bridge, que é uma queima de fogos menor para as famílias que estão com crianças pequenas e não querem esperar até à meia-noite. São 8 minutos de show de fogos de artifícios sobre a ponte, sincronizados por música. Logo a seguir, os inúmeros barcos ancorados na baía se iluminam, para deixar a paisagem ainda mais bonita.
À meia-noite ocorre o espetáculo mais esperado, com um show pirotécnico nos principais pontos da baía de Sydney: Harbour Bridge, Opera House e Darling Harbour. São 12 minutos de fogos de artifício sincronizados, explodindo e colorindo o centro da cidade. É realmente sensacional e emocionante! A primeira vez que assisti, não sabia muito bem se chorava, se ria, se abraçava meu irmão e minha cunhada ou se simplesmente contemplava aquilo tudo.
Porém assim que termina, a grande maioria das pessoas vai embora. Isso mesmo, vai todo mundo de volta para casa e é bem importante planejar a viagem de ida e volta dos bairros até o centro, já que o trânsito fica congestionado e o transporte público lotado. As festas fechadas e pagas ainda duram um pouco mais, normalmente até às 3 horas da manhã dependendo do lugar, pois existem leis rígidas de horário de funcionamento dos estabelecimentos e principalmente, uma lei bem restritiva em relação à venda e consumo de bebidas alcóolicas.
Locais abertos e gratuítos pra ver os fogos
No centro de Sydney, onde fica o palco principal do reveillón, é quase impossível assistir à queima de fogos sem pagar. Há em volta da baía, entre a Harbour Bridge e a Ópera House, uma pequena área delimitada para quem não quer pagar para ir à uma festa. Entretanto para garantir uma vaguinha, é preciso chegar muito cedo, ainda de manhã ou no começo da tarde, e passar o dia inteiro esperando que chegue à noite, normalmente debaixo de um sol escaldante. Para quem tem coragem e disposição, é recomendável levar uma toalha para poder sentar no chão, além de comida e bebida sem álcool.
Em algumas praias/bairros de Sydney também há queimas de fogos próprias, como por exemplo, em Manly Beach. Não há vista para cidade, mas há um pequeno espetáculo para quem fica acampado o dia todo na beira da praia. Às 21h a polícia passa revistando todo mundo e recolhendo bebida alcóolica. Nenhum bar ou restaurante abre e não há festas pra ir.
Se você quiser saber mais sobre o Reveillón em Sydney, recomendo acessar esses sites Sydney
Whats On