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    Home»Romênia»A história do comunismo pelas ruas de Bucareste – Parte II
    Romênia

    A história do comunismo pelas ruas de Bucareste – Parte II

    Cristina HélciasBy Cristina HélciasFebruary 5, 2018No Comments7 Mins Read
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    Palácio do Parlamento - Foto: acervo pessoal
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    A história do comunismo pelas ruas de Bucareste

    Dando continuidade à Parte I, voltemos ao nosso tour pelas ruas de Bucareste, desvendando o seu passado comunista.

    O Palácio do Parlamento

    Academia de ciências romena – Foto: acervo pessoal

    Conhecido como a última grande megalomania do ditador, o Palácio do Parlamento ocupa o coração da cidade, do alto dos seus 84m de altura e 365.000 m2 de área construída. Com essas dimensões, é o segundo maior prédio público do mundo, perdendo apenas para o Pentágono, em Washington DC. A princípio denominado como Casa Poporului (a Casa do Povo), a construção colossal começou em 1984 e serviria de escritório para o então presidente, que não chegou a vê-lo terminado.

    Acontece que para entendermos o tamanho do projeto, precisamos visitar os seus complementos, no caso, a Academia de Ciências romena e o hoje Bulevardul Unirii. Comecemos pela primeira. A Academia abrigaria o escritório de sua esposa, Elena Ceaușescu. Separado do Palácio pela Calea 13 Septembrie, o prédio de tamanho mais modesto hospeda, atualmente, alguns escritórios, mas nunca chegou a ser concluido, como podemos ver na foto que abre o artigo.

    Entra as duas construções, projetos de túneis subterrâneos ligando uma a outra, além de abrigos antiatômicos aptos a preservar a vida da Intelligentsia. Abrindo alas para o Palácio, o hoje Bulevardul Unirii, na época batizado como Bulevardul Victoria Socialismului, era a resposta comunista para a pujança capitalista: Ceaușescu o desejava maior do que a Champs-Élysées.

    Como veremos mais adiante, a obra faraônica foi iniciada em tempos de pobreza generalizada pela Romênia. O ditador bancava o seu sonho à custa de fome e privação do povo, contando também com o trabalho forçado de parte dos operários. Isto porque entre os milhares que construíram o Palácio, muitos eram presos políticos, trabalhando sob o olhar atento da polícia repressiva. Estima-se que 3.000 operários morreram durante as obras.

    Findo o comunismo, o Palácio ainda não estava acabado. Em consulta, a vontade do povo, que dele pouco gosta, era pela demolição. No entanto, dado o avançado do projeto, concluiu-se que seria menos dispendioso terminá-lo. Funcionando, hoje, como casa para o Parlamento romeno, o Palácio se tornou parte importante da memória da cidade.

    Nesse artigo aqui, conto como é possível visitá-lo.

    Fome e frio

    Mercado de alimentos da época comunista, marcado com a letra “A”, na entrada, em Unirii – Foto: acervo pessoal

    Nos anos 1980, sob o pretexto de saldar a dlvida externa do país, Ceaușescu inicia um intenso programa de exportação da produção agrícola romena, deixando para o mercado interno apenas as sobras de alimentos. O resultado da política econômica foi a escassez de produtos, gerando fome e contrabando.

    Como na época da guerra, os cartões de alimentação voltaram a ser distribuídos, não sendo possível adquirir além da quantidade nele indicada, isso quando aparecia comida para vender. Assim que informados sobre a chegada de alguma mercadoria em uma das lojas autorizadas, os romenos corriam para as filas, especialmente crianças e idosos, muitas vezes sem saber exatamente o que encontrariam.

    Outra falta constante era a de gás e eletricidade. A energia era cortada após às 21:00 e água quente só aparecia nas torneias aos domingos, num país de invernos rigorosos, cuja temperatura chega, facilmente, a -20.

    Não bastasse a penúria, os cidadãos eram regularmente espionados pela polícia do Estado, a Securitate, considerada uma das mais repressoras do bloco. Durante os 40 anos do regime, a Romênia abrigou cerca de 206 prisões e campos de trabalho forçado ocupados, em sua maioria, por presos políticos. A fiscalização era intensa e a penalidade, pesada sob possíveis opositores.

    Colaborando com a repressão, prática comum e incentivada eram as denúncias espontâneas, quando qualquer um, fosse o seu marido, esposa, vizinho, ou colega de trabalho, informava à polícia sobre as suas ideias contrárias ao comunismo. Possuindo fundamento ou não, era o suficiente para criarem um dossiê a seu respeito, passando a ser observado mais de perto pelas autoridades.

    Findo o comunismo, os arquivos policiais foram abertos à população. Curiosamente, muitos não quiseram ter acesso à informação. Preferiam continuar ignorantes de quem os havia denunciado, tamanha a decepção em descobrirem informantes entre membros da família e amigos próximos.

    A última década do comunismo foi a mais severa para a população, contudo, nela foram lançadas as sementes de seu fim. Com um país quebrado e faminto, Ceaușescu e demais membros importantes do Partido Comunista romeno não receberam com bons olhos a abertura proposta pela Perestroika do então líder soviético, Mikhail Gorbachev.

    Ao contrário dos demais vizinhos do leste que foram assimilando a mudança, a medida que abriam fronteiras, reconhecendo lideranças e partidos políticos outros que não o comunista, a Romênia se isolava, pagando o preço da pobreza posteriormente cobrado com o sangue de seu ditador.

    22 de dezembro de 1989

    A Praça da Revolução – Foto: acervo pessoal

    A Piața Revoluției, na Calea Victoriei, é hoje passagem obrigatória de turistas que dividem espaço com skatitas, casais de namorados, executivos, trabalhadores, aposentados e estudantes, gente livre e contemporânea de uma Romênia de 2018, no vai e vem de todo dia, construindo o país que desejam e merecem.

    No entanto, há quase 30 anos, a situação era outra. Após o levante de Timișoara, quando, pela primeira vez, a população se rebelou contra o regime, sofrendo forte represália, o clamor de liberdade chega a Bucareste, levando milhares às ruas, mais precisamente à sede do Partido Comunista, localizado na atual Praça da Revolução.

    É de lá que Ceaușescu faz o seu último discurso. Com promesas vazias, mas sempre aplaudido pela claque estrategicamente posicionada, a sua fala é interrompida por gritos e tiros, seguidos pelo tumulto da multidão invadindo o prédio do partido. Retirado, às pressas, juntamente com sua esposa, Elena, o casal é levado de helicóptero ao encontro da morte.

    No dia 25 de dezembro, passando por um julgamento de exceção, o líder e sua mulher são executados, em nome do povo e em razão dos seus muitos crimes, mas pelas mãos de antigos colaboradores que, tudo indica, decidiram, nos últimos momentos, seguir os ventos da situação.

    Muito se escreveu e estudou sobre o fim do comunismo na Romênia. Foi uma Revolução ou apenas um Golpe dado pelos membros do partido que, entendendo não ser mais viável manter o regime, resolveram se livrar do velho líder? Na minha (bem modesta) opinião, as duas coisas aconteceram. A pressão das ruas e a insatisfação da população eram inegáveis (haja vista o acontecido em Timișoara, reforçado pelos mais de 1000 mortos durante os acontecimentos de dezembro), as mudanças geopoliticas também, mas fica difícil aceitar que o ditador não tenha sido traído pelos seus, quando é sabido que os envolvidos em sua morte eram autoridades de sua confiança.

    Corroborando essa tese, uma vez restaurada a democracia, foram os mesmos membros do alto escalão do Partido Comunista que, criando novas siglas, candidataram-se e ganharam as primeiras eleições.

    Como bem se escuta entre os romenos, em análise àqueles primeiros anos, eles não sabiam votar em ninguém diferente de seus antigos líderes, também não existindo uma nova geração apta a fazer política. Trinta anos depois, os vícios de um Estado que se via dono de tudo ainda são sentidos na corrupção latente, grande responsável pelas atuais mazelas desse belo país.

    De resto, a importância de contar essa história reside em preservar a memória de uma época de grandes privações e repressão, em respeitoso reconhecimento a quem viveu esses anos e homenagem póstuma a suas milhares de vítimas, cujos algozes nunca foram, sequer, julgados.

    Entre os locais, há uma certa resistência em se falar sobre o assunto, como se fosse melhor esquecê-lo, mas, repetindo as palavras de alguns sábios romenos que viveram as mazelas do comunismo, para que não retorne, o autoritarismo precisa ser lembrado.

    Para saber mais:

    1989 O ano que mudou o mundo, Michael Meyer, 2009, Ed. Zahar

    Documentário da ABC News, aqui.

    Artigo meu contando sobre a atual situação política da Romênia, aqui.

    E, uma vez em Bucareste, não deixar de fazer o tour do comunismo, aqui.

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    Cristina Hélcias
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    Cristina é advogada com os pés bem fincados em mundos outros que não só o do Direito. Estudou Moda e Consultoria de Imagem e ama escrever. Após ter morado na África do Sul, Suíça, Estados Unidos e Romênia, reside atualmente em Cascais, Portugal.

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