Muita gente pensa que a hora mais difícil para quem vai morar em outro país é dizer adeus àqueles que estamos deixando para trás. Pode ser, para uma grande maioria das pessoas. Para mim, penso que o momento mais difícil será quando eu tiver que dizer adeus às pessoas e aos lugares que conheci na minha nova pátria.
Não sou imigrante, sou expatriada. Portanto, quando vim para a Holanda, não arrumei as malas com o intuito de estabelecer vínculos, comprar casa, criar raízes, morar aqui o resto da minha vida. Sabia que seria um período com começo, meio e fim; e que eu tinha uma data específica para ir embora.
Na época, pareceu-me um ótimo arranjo: passar quatro anos em um país com uma cultura completamente diferente da minha, ter a chance de aprender um novo idioma, ter a facilidade de visitar outras cidades, outros países e voltar para a minha casa com uma bagagem cultural imensa. Certo? Errado. Absolutamente… errado!
Passada a fase inicial, quando quase tudo é desafio e ou deslumbramento, comecei a perceber que eu me encaixava (e me identificava profundamente) mais com a cultura local (ainda que não compreendesse de todo o que se passava ao meu redor!) do que com a cultura que eu chamei de “minha” a vida toda.
Comecei a notar que eu já era “holandesa” em vários aspectos muito antes de me mudar para cá. O mais assustador de tudo: com o passar do tempo, comecei a notar aqui e ali uma certa perda da minha “brasilidade”, embora eu ainda mantenha muitos traços incontestáveis.
Passei a não me sentir tão “em casa” a cada nova ida ao meu país de origem. E o mais engraçado (ou triste) disso tudo: passei a achar curioso e a estranhar certos comportamentos e situações até com os meus amigos mais chegados, mais antigos.
Comecei a perceber em mim a mania recorrente de justificar certas coisas e determinadas atitudes como “parte da cultura”, numa tentativa de evitar críticas, julgamentos e desconfortos desnecessários. De certa forma, até para continuar tendo a sensação de que nada havia mudado, que continuávamos os mesmos, apesar da distância geográfica e temporal.
Não vou negar: ainda amo muitas coisas brasileiras. Ainda me visto de verde e amarelo na Copa do Mundo, ainda vibro com as boas notícias. Tenho total consciência de que me divirto genuína e verdadeiramente com os meus amigos brasileiros e que, apesar de falar fluentemente outros idiomas, é tagarelando em Português e com meus conterrâneos que me divirto profundamente. Gosto da música, da comida, das piadas, do humor… gosto do povo brasileiro.
Então, por que esta angústia? Por que esta sensação de que estou deixando o baile no melhor da festa? Por que a tristeza de saber que ficarei de fora de inúmeras histórias? Por que o medo de voltar é maior do que foi o medo de arriscar, de largar uma vida boa em um lugar conhecido para tentar uma nova em um tão distante?
Será que se eu tiver que ir para outro lugar inédito a hora da partida será menos dolorida? Será que, quando a hora chegar eu terei me livrado do pensamento de que o momento da despedida pode ser o derradeiro, o definitivo e que muito provavelmente não encontrarei nunca mais pessoas que fizeram parte de uma época tão importante da minha vida?
Será que afastarei o pensamento incômodo de que nunca mais pegarei tal ônibus ou trem, de que nunca mais passarei por certos lugares de que tanto gosto? Será que superarei o sentimento de perda?
Nestas horas, eu sinto que minha vida seria tão mais fácil se eu fosse como algumas pessoas que conheci, e que nunca quiseram estar aqui, que só estiveram aqui “geograficamente”, que sempre sonharam em voltar.
Confesso, nunca consegui entender este apego, esta necessidade de voltar, esta incapacidade de viver o momento, mas agora vejo que passo pelo mesmo processo, em sentido reverso! Não consigo deixar de pensar que, para elas, a volta foi apenas a conclusão de uma etapa, enquanto que para mim, certamente será um período de (re)adaptação enorme, cheio de desafios e saudade.
Conto ainda com algumas “dificuldades técnicas”: ao longo do caminho, quando me mudei para a Holanda, éramos quatro e assim achei que voltaríamos “para casa”. Com o passar dos anos, viramos cinco. Família feliz e completa com a chegada de um cãozinho.
Os filhos cresceram e alçaram seus próprios voos “solo”. Não querem voltar. Nem cogitam a possibilidade e organizaram-se para tal. Um fica por aqui, mesmo. Totalmente inserido na cultura. Um verdadeiro cidadão do mundo. O outro, vai concretizar um sonho antigo em um novo e distante país. O Brasil, para eles, será “a casa dos pais”. Para mim, o lugar para o qual eu tenho que voltar…
Engraçado, as pessoas sempre falam que criam os filhos para o mundo. Porém, neste momento de transição, eu não consigo me livrar do sentimento atordoante de que sou eu quem vai sair de cena. Sou eu quem vai ficar longe de tudo: filhos, amigos, lugares preferidos…
A grande pergunta, que atormenta o meu coração, que ecoa na minha cabeça e que não quer calar: uma vez que eu esteja lá (seja este “lá” onde for), lembrarei com uma nostalgia gostosa e saudável desta pátria tão gentil e que me acolheu tão bem, por tantos anos e seguirei tocando feliz a minha vida ou viverei cada dia sonhando com o momento em que poderei voltar para a terra onde eu não nasci, mas que eu chamo de lar?
48 Comments
Regina, eu voltei para o Brasil depois de 30 anos na Inglaterra. ja sao cinco anos e nao me adapto. Nao vejo a hora de voltar. Boa sorte pra voce.
Nossa, Vera… eu imagino. Estive algumas vezes na Inglaterra e gostei muito de tudo. Eu imagino a falta que você sente de lá. Muito obrigada pela leitura e comentário. Grande abraço!
Nossa, como me identifiquei…. Costumo dizer que minha alma é asiatica
Oi, Elaine! Muito obrigada pela leitura e comentário. Também tenho alma asiática (o Oki do meu nome é japonês)… Grande abraço!
Regina seu texto me tocou profundamente….Eu ainda não tive a oportunidade de sair do Brasil, mas sonho com isso mesmo se for a passeio…Mas aprendo muito com.os textos do BPM….E mesmo sendo brasileira e amando a minha Patria…me sinto fora de contexto…e muitas vezes me encontro em muitas experiências aqui compartilhadas….aprendi a valorizar as coisas simples da vida…rs..
Desejo a você um excelente retorno…sei que será dificil sair de um pais onde acredito eu, que ao menos a maioria das coisas funcionem…mas de certa forma vc com sua experiência trará muitas coisas boas para o Brasil…
Um forte abraço…
Linda Ramos
Querida Linda, muitíssimo obrigada por suas palavras de apoio e incentivo! Eu torço para que você consiga realizar o seu sonho. Tenho certeza de que você não irá se decepcionar. Há muita coisas boas e que funcionam pelo mundo e acho, mesmo, que devemos aprender com elas e perpetuá-las. Estou voltando para o Brasil com o coração apertado de saúde da Holanda, mas com o peito aberto para receber boas energias e experiências no Rio. Grande beijo! Sucesso com sua meta de conhecer o mundo!
Ola Regina eu consigo entende você um pouco. Eu moro em Londres já ha algum tempo. Nos meus primeiros 10 anos eu não conseguia enquecer o Brasil por nada.Vim para cá 2003 com a intenção mesmo de trabalhar. Tinha plano de ficar por 5 anos e depois voltaria para a minha pátria amada. Mas o destino reescreveu a minha história. Em janeiro de 2006 conheci um inglês com o qual sou casada. Tive quê aprender a cultural , língua , os modos e as leis daqui . Hoje sou totalmente inserida na cultura britânica. Minha família costuma dizer eu já não ajo como uma brasileira .Agora voltar para o Brasil pra mim a idéia ficou um pouco remota. Acho que teria um pouco de dificuldade em aceitar a forma de como as coisas funcionam por lá. A empresa que meu marido trabalha abriu escritório no Rio e em São Paulo. Se meu marido falasse o português teria uma grande chance do meu rotorno. Mas esta não é a minha vontade. Será mesmo pra passear e rever familiares e amigos. Resistir muito em me acostumar aqui. Agora já não me enxego vivendo no Brasil.
Oi, Jozete! Muito obrigada pela leitura e por compartilhar conosco sua história de vida. Eu lhe entendo profundamente. Imagino que para quem é casada com estrangeiro, é ainda mais natural estar inserida em outra cultura. Eu, que sou casada com brasileiro, fui envolvida totalmente pela cultura holandesa!… Estou enxergando a minha nova fase como um período da minha vida que poderia ser em qualquer outro lugar mas que, coincidentemente, será em um terreno que já conheço. Sei que haverá desafios, estranhezas, mas que no fim, tudo ficará bem. Grande abraço para você!
Absurdamente docante seu texto. Também vivo expatriada e cheia de questionamentos que não sei se um dia serão respondidos. Sigo tentando descobrir se volto pra casa um dia ou se já estou nela.
Parabéns pelo texto e por compartilhar sua história.
Oi, Aline! Eu é que lhe agradeço pela leitura e pelo comentário. No momento, penso que o melhor é aproveitar cada instante. Se acabar, foi bom enquanto durou. Se continuar, teremos mais coisa boas para lembrar. Fique bem: no final, tudo se resolve. Grande abraço!
Alo Regina,
Li este texto com um nó no coracao. Este sentimento é o mesmo que senti quando pensei em talvez um dia deixar esta segunda pátria que escolhi. Todavia nao o fiz e nem sei se algum dia o farei. Mas a vida é assim mesmo. Caminhar sempre para frente, mas carregando a bagagem que nos foi agregada, é o que nos resta fazer… Que voce seja feliz onde Deus lhe plantar!
Querida Eliane, que lindas palavras! Das coisas boas que levarei da Holanda, certamente, suas palavras vão comigo. Sei que sentirei uma falta absurda e tudo que aqui vivi e dos amigos queridos que fiz, mas a vida é um processo de eterna mudança e temos que nos adaptar a tudo isso. Com a meta de ser feliz onde for, aceito de peito aberto a tarefa de voltar ao Brasil. Grande beijo! Espero poder lhe reencontrar por este mundão…
Querida amiga! Um texto que comove muito. Não tenho experiência de morar fora do Brasil, mas posso imaginar como se sente . Desejo que esse “recomeço” seja de novas conquistas e realizações. E, saiba, que Deus sempre tem planos para a gente. Não importa onde, nem como. Uma parte dessa “missão” foi cumprida por ti, na Holanda. Agora, aceite esse “novo desafio”, que Ele te propõe. E, acredite tudo que Deus faz para nós é para que fiquemos bem. Bom retorno! Beijo grande.
Su
Querida Susana, muito obrigada pelas palavras carinhosas de incentivo! Fiquei comovida, também… nós que só nos conhecemos virtualmente e através de nossos textos…de nossas visões e impressões de viajantes! Que a vida nos leve de peito aberto aonde for e que nos propicie bons momentos e encontros. Quando você for turistar no Rio, faço questão de ir lhe dar um abraço!
Boa sorte onde a vida te levar. espero poder continuar lendo seus textos. Abraço e Deus te guarde!
Muito obrigada, Lucilene! Com certeza, os textos continuarão pintando no blog… e ficarei feliz com a sua leitura. Grande abraço!
Querida Gi, estou sabendo por aqui de seu retorno e espero que você consiga processar tudo mantendo seu alto astral sempre, pois na real não é bem assim que acontece. Passamos sim pela “síndrome do retorno”, pelo julgamento de quem nunca passou pelo processo, pela comparação que a todo momento fazemos (até sem querer) com o que vimos. Sentimo-nos muitas vezes num ninho vazio, sentimos que estamos perdendo algo quando vemos nossos amigos postam algo interessante no Face, ou quando vemos uma reportagem do local que aprendemos a gostar como se fosse nosso.
Eu sempre falo que não existe retorno, pois nunca retornaremos ao nosso estado original, já estamos tão modificados pelo que vivemos que apenas “vamos” , mesmo que seja para o mesmo lugar de onde partimos um dia. Vamos e escrevemos uma nova história, temos um novo começo, novas descobertas, novos desafios, encontraremos os amigos e agregaremos muitos outros que a nova etapa nos apresenta. Teremos que aprender os novos códigos que o local propõe, enfim, acabaremos sendo eternamente Turistas Fulltime ….rsrsrs
Boa sorte amiga….tenha certeza de que com seu espírito aventureiro e as rodinhas acopladas em seus pés, você não conseguirá permanecer em casa por muito tempo e o Galeão será um lugar muito bem frequentado.
Desejo a vocês um excelente caminho de vinda, que vocês consigam redescobrir a Pátria Mãe e encontrem muitas alegrias por aqui, O período econômico e político não é dos melhores, mas o Rio de Janeiro continua lindoooo!
Beijos com muita saudade.
Ah, minha amiga… que sábias palavras! Você que é mestre no ir e vir! Pura verdade! Acho que você sintetizou tudo ao dizer que não retornamos… apenas “vamos”. O espaço geográfico pode continuar o mesmo que deixamos, mas a mudança dentro de nós, faz com que ele seja reinventado. E é isso que pretendo fazer: (re)descobrir o Rio, com o olhar de viajante… de Turista Fulltime. Colocar em prática alguns projetos antigos, resgatar boas e antigas amizades… não tenho dúvidas de que será um período de grande efervescência. Te espero lá! Grande beijo! Saudades…
Lindo o seu texto, sua declaração, me coloquei no seu lugar e me emocionei. Mas pense que você sempre poderá voltar pelo menos em férias porque um dos filhos fica aí pelo que entendi. Então sempre haverá um elo ligando você a esse país que você aprendeu a amar. Bom retorno.
Sim, minha querida amiga, o elo com a Holanda será eterno… Muito obrigada pelas suas doces palavras. Grande beijo!
amei teu texto……..te entendo perfeitamente mesmo morando no brasil…e a cada viagem pra europa ou mesmo p eua…chego mais revoltada com nosso país e com nosso povo..com a insegurança e a falta de qualidade…..é este o sentimento que deve estar te tocando.largar a europa pais de primeiro mundo holanda….por nosso paisinho..boa sorte pra tua adaptação
Querida Marcinha, muito obrigada pela sua leitura e comentário. É, exatamente, a questão da insegurança o que mais me preocupa e desanima. O Brasil seria um país bem melhor se conseguíssemos resolver essa questão… Grande abraço!
É cunhada me arrepiei…
Não queria estar na sua pele, mas posso dizer que sei o que sente em relação aos rapazes, ontem crianças hoje jovens adultos. Difícil bem difícil ficar longe da cria.
Uma coisa a vida me ensinou, tudo muda o tempo todo e a certeza do hoje não será amanhã. Então pegue suas malas e venha pro verão da Cidade Maravilhosa nem tanto maravilha assim kkkkkkkk
Beijos e Fica com Deus!!!!
Minha querida… adorei suas palavras. Você sabe o teor delas… pois é, mas tudo na vida tem o lado bom. O melhor de todos, vai ser ficar mais próximo de vocês e poder curtir (de novo e juntos) a Cidade Maravilhosa, Santos, os Natais. em breve, estaremos rindo disso tudo! Grande beijo e fique com Ele, também. Saudade grande!
amei ler seu texto…significante ler sua alma revelada com pedaços do mundo…imensamente inserida e mergulhada em culturas diversas.As mais recentes estão tatuadas com uma energia profunda em sua alma manifestando sua forma de identificar o mundo contudo a sua essência guardada em seu porão rapidamente se fundira a outras novas vivencias trazendo outras aprendizagens outros querer outros prazeres…basta estar sempre aberta ao mundo que segue…bjx e bos vivências nesta nova etapa
Muito obrigada, minha querida, pela sua leitura e pelas doces palavras. Não tenho dúvidas de que será um novo tempo, de muito aprendizado e (re)descobertas, num território conhecido, mas sob um novo olhar. Um grande beijo!
Regina Oki, estive a ler alguns textos do blog e achei lindo, sou portuguesa já vivi na Holanda dos 20aos 24 anos altura que engravidei e voltei para Portugal, em Fevereiro deste ano com 28anos voltei a sair e vim para a Escócia já com família. Em pouco tempo acabo por compreender o local e me ajeitando por aqui mesmo e até gostar, o marido é que está sempre a falar em voltar para Portugal e pondo defeito em tudo.
Procurei algum post de Portugal no seu blog, gostaria de ler sobre Portugal aos olhos de um brasileiro, Portugal e Brasil tem muita história em comum além da língua, muitas cidades brasileiras parecem ter sido tiradas do Norte de Portugal o que é normal, mas hoje em dia e passado centenas de anos o Brasil é livre e intendente, mas continuamos com tanto em comum no meu ver. Existe milhares de brasileiros lá em Portugal , não há um post sobre Portugal? será que Portugal é assim tão desinteressante aos olhos do povo brasileiro? Gostaria de ler alguma coisa tem?
Bom retorno ao Brasil te desejo as maiores felicidades embora parte de seu coração fiquei na Holanda com os seus descendentes.
Parabéns adorei o seu blog.
Olá, Cláudia! Muito obrigada pela leitura e pelo comentário. Você sabe que eu estou devendo mesmo um post (ou vários!) sobre Portugal? E de maneira alguma, por não achar o país interessante, pelo contrário. É um país lindo, com ótimos lugares para visitar. O motivo pelo qual não há post no meu blog, é porque eu o escrevo há apenas dois anos e minha última ida a Portugal foi em 2010. Tenho planos de voltar e aí, sim, escrever posts atuais, com dicas e impressões recentes. Tenho várias amigas portuguesas, sendo uma delas minha companheira em viagens. Estamos planejando uma viagem em que ela será a guia do grupo… 🙂
Desejo a você e sua família um período de muita alegria e descobertas na Escócia. Grande abraço!
Oi. Embora nunca tenha morado na Holanda (sonho que espero realizar), sei o que sente em relaçäo à cultura e hábitos. Filha de pais holandeses trago isto no sangue e costumes. Amo ser brasileira. Mas certos hábitos brasileiros me incomodam. Vou lá a passeio e lá me sinto em casa e estranho muito quando retorno. Seja bem vinda!!!
Querida Margarida, muito obrigada pela leitura e por compartilhar conosco sua experiência. Faço ideia do que você sente. A Holanda é, de fato, um lugar muito especial. Ainda mais para quem tem um elo emocional, como você e eu. Tenho certeza de que seu lado holandês lhe completa e lhe faz muito bem! Torço para que seu sonho se realize. Grande abraço!
Regina Oki, você é uma escritora nata. Expressa-se muito bem. Adorável ler os seus textos. Em tempos que, a nossa língua portuguesa está sendo vítima de tantos erros, é um “bálsamo” ler seus textos. Posso imaginar seus sentimentos em deixar a Holanda e ir para o Brasil. Um pequeno país simplesmente deslumbrante. Deve ser muito difícil mesmo. Também aprendi a amar este país e sua gente. Às vezes me pego “defendendo” a Holanda como fazia em outros tempos com o Brasil. Desejo boa sorte e muita temperança na sua vida para se “adaptar” novamente na Terra Brasilis. Continue escrevendo. Um abraço e coragem!
Nossa, Ana Lucia, suas palavras me emocionaram… muito obrigada pelo retorno tão afetuoso e pelas palavras de incentivo. A maior alegria para quem escreve, é ler comentários como o seu. Certamente, sentirei uma saudade imensa deste povo e desta terra que aprendi a amar, como se eu tivesse nascido aqui. Porém, tenho o compromisso de encontrar a felicidade, seja ela onde estiver e seguirei firme neste propósito. Espero poder visitar a Holanda muitas e muitas vezes e, quem sabe, um dia até voltar de vez. Grande abraço! Guardarei suas palavras no meu coração!
Querida Regina, … me enquadrei em tantos sentimentos… obrigada!
Oi, Virginia! Eu é que lhe agradeço pela leitura e pelo comentário. Um grande abraço!
Oi, Regina! Sou Rebeca, tenho 25 anos (completados de maneira inesquecível na Alemanha) e estou encantada com seu texto. Me identifiquei bastante. Morei 6 meses na região da Bavária cursando dupla titulação do mestrado e lá me apaixonei por tudo. Cheguei com dificuldades, me adaptando aos poucos mas era uma dificuldade prazerosa de se viver e incrível de sentir o que tinha de novo. Voltei há poucas semanas para o Brasil e me sinto exatamente como você descreveu no texto. Vivo aqui com saudade e me sentindo um peixe fora d’água dentro de onde nasci e cresci. Mas a minha grande questão é: será se isso se deu porque eu passei pouco tempo? Será se eu tivesse passado mais tempo na Alemanha, não teria sentido vontade de voltar para o Brasil? Será se ainda sou muito jovem e estou tentando me encontrar? Não sei… Confesso que estou angustiada e tentando me adaptar de volta. Antes já não me identificava com algumas coisas na minha cidade e agora não encontro quase nada. Sonho com oportunidade de voltar pra lá e poder entender essa delícia de ser uma brasileira pelo mundo… obrigada por suas palavras!
Oi, Rebeca! Que legal saber da sua experiência e um pouquinho da sua história… Acho que tem um pouco de tudo e falo, também, por mim. Quando a gente mora fora, tem a chance de ver que as coisas podem, sim, funcionar muito bem; que é possível, sim, viver em segurança e paz, sem ficar o tempo todo alerta a quem está do lado, a quem vem atrás de nós; que é natural confiar no outro etc. O Brasil é e sempre será o nosso país, mas como o conhecemos bem, sabemos todos os defeitos e acho que é nessa hora que voltar pra casa pesa, dói na alma e faz com que desejemos estar em outro lugar. Faz parte…Não sei se você se sente assim porque ficou pouco tempo. Eu fiquei oito anos e tenho a mesma sensação. Acho até que quanto mais tempo fora, mais difícil deve ser o regresso… vou ter que viver pra saber. No seu caso, você é jovem e vai ter uma vida inteira de oportunidades, inclusive, de voltar a morar fora do país. Torço para que você consiga ser feliz e se adaptar, onde quer que esteja. Brasileira do mundo, você já é, na sua essência. Por isso, quer desbravá-lo. Sucesso com seu objetivo! Grande beijo!
Olá Regina, também volto pro Brasil em dezembro, queria saber o processo para levar o cachorro. Com quanto tempo de antecedência preciso agendar no ministério? Obrigada!
Oi, Girlene! Como eu tenho um post específico sobre este tema (aqui no BPM), vou responder por lá para não misturar os assuntos, okay? Um grande abraço!
Oi Regina! Adorei seu texto, tocante e sensível. Imagino como é difícil essa fase de incertezas e conflitos internos. É muito do que eu escuto no meu trabalho.
Recentemente me juntei ao BPM. Sou pesquisadora na área de migrações internacionais e meu tema específico é migração internacional de retorno ao Brasil.
Achei interessante sua colocação de não ser imigrante, mas sim expatriada.
Isso foi até algo que questionei no meu texto e foi também alvo de alguns comentários no post do facebook. Falo isso porque na literatura sobre migrações internacionais migrar é tido como o ato de se estabelecer em outro país por um período de no mínimo um ano, independente das causas, que podem ser várias. E aí entram as tipologias de imigrante: imigrante laboral, imigrante de reagrupamento familiar, imigrantes qualificados – e aqui entrariam os expatriados, e tantas outras.
Sobre a concepção de migrar como algo definitivo, isso tem sido muito questionado também e inclusive se fosse definitivo, eu não teria um campo pra pesquisar hehehe já que estou trabalhando com migrantes que retornaram ao Brasil. Alguns foram com a ideia de ficar pra sempre e algo mudou lá que fez com que voltassem. Outros foram com a ideia de ir pra trabalhar, juntar dinheiro e depois de algum tempo retornaram, enfim, são várias histórias de vida!
Desejo-lhe sucesso nessa nova fase e que vc consiga contornar os desafios do retorno.
Um abraço.
Puxa, Isabela, que interessante deve ser o seu trabalho. Gostei muito de tomar conhecimento da nomenclatura, que não tinha a menor ideia de que existisse, com tantos detalhes de terminologia… então, pelo que entendi, sou uma imigrante qualificada. É isso mesmo? Como muita gente, acredito que eu, também, tenha uma ideia equivocada dos termos e acabe não os utilizando corretamente. Agradeço muito a você por me proporcionar este aprendizado, assim como agradeço a leitura e o comentário. Muito sucesso na sua pesquisa e na sua participação no BPM. Seguirei o seu trabalho, de pertinho. Um grande abraço!
Vivo na Espanha ha 10 anos, estou me preparando para voltar ao Brasil, porem sempre adiando esta volta, te entendo perfeitamente bem, vc vai deixar um filho e eu dois netos. Estou dividida entre meus filhos e netos que estao no Brasil e os que ficarao aki. E uma decisao. Dificil porem com Deus na nosss frente conseguiremos.
Minha querida, desejo muita força e coragem nesta etapa. Minha mãe passou por isso: tinha dois netos pequenos no Brasil e três no Japão, onde morou por sete anos… estava sempre dividida, querendo ocupar dois espaços ao mesmo tempo. Mas a vida é assim:feita de escolhas, de momentos, de dúvidas… aproveite o melhor que puder de cada espaço, momento e permita-se ser feliz com o que (ou quem) estiver a sua volta, uma ideia que tento seguir sempre. E eu imagino tudo o que você está passando. Eu adoro a Espanha e nem moro aí… este ano, já estive aí duas vezes e ainda volto em novembro, antes de me mudar de novo para o Brasil… sempre brinco que quero passar minha aposentadoria aí. Grande abraço e conseguiremos passar por mais este desafio!
Meu Deus Regina, ler sua matéria me transportou a seis anos e meio atrás, quando como vc precisei deixar essa terra que te acolheu e me acolheu também, a sensação que senti é exatamente como a que vc senti hje, é estranho pensar que vc tem que voltar, que essa terra que no inicio é tão desafiadora e com o tempo parece que nunca deixou de estar nela, de viver, de sentir, de aprender, enfim, de fazer parte desse povo, dessa cultura,de absolutamente tudo, eu diria ser “apaborante”. Me lembro que tentei até o último momento, andando pelas ruas de Amsterdam, tentar esquecer que meu vôo sairia a três horas e meia depois e que minhas malas nem tinham sido feitas, haa minhas malas, que momento difícil foi faze-las, as lágrimas molhavam CDA objeto e roupas que entravam dentro dela e da minha boca só saia: não quero ir, não quero ir…… Afff, muito triste, mas emfim, voltei e até então tendo me adaptar, a saudade de tudo sempre bate na minha memória, mas espero um dia poder rever tudo que um dia deixei p trás aí nessa terra que me fez tão bem. Te desejo boa sorte e que vc seja feliz aqui, como vc é aí! Grande abraço!
Ah, Ina… então você sabe exatamente como eu estou me sentindo. A ideia de fazer as malas me apavora, mesmo. E quando minhas amigas me dizem que temos que ter várias festas de despedida? Dá vontade de chorar… saber que todas continuarão por aqui e que eu ficarei sabendo dos eventos através de fotos e mensagens, doida de vontade de me teletransportar… rsrs… mas, enfim, a vida segue e a gente tem que se acostumar com a nova realidade e com os novos desafios. Tédio? Rotina? O que é isso??? O lado bom é saber que a vida é dinâmica e que do mesmo jeito que tivemos que partir, pode chegar de repente o momento de empacotar a mudança de novo! Muito obrigada por compartilhar conosco a sua história, muito obrigada pelas palavras de incentivo e eu também desejo, do fundo do coração, que possamos voltar para a nossa velha e amada Holanda. Grande abraço!
Oi Regina! Boa sorte na sua volta ao Brasil!
Lembre-se que para todo game over há um play again! Muito sucesso e felicidade nessa nova fase.
Beijos!
Muito obrigada, Fabiana! Adorei a comparação… Grande abraço e muita felicidade para você, também!
Olá Regina !!!!!!
Nossa, você praticamente me fez chorar !!
Moro no Brasil más, todas as minhas férias vou para a Europa no trecho ( França, Alemanha, Suíça, Áustria e Itália ) kkk depois de tantas idas e vindas meu sonho é morar na Europa ( Alemanha ou Áustria ).
Mesmo sendo só férias muita coisa em mim mudou e sofro a cada dia com coisas que já não mais aceito ou não me fazem bem por aqui !!!
Como você bem sabe morando na Holanda. Dinheiro não é tudo, qualidade de vida sim !!!!
Bem, te desejo tudo de maravilhoso e que a dor do retorno seja amenizado por fortes abraços.
Se sentir muita muita saudade da Holanda é porque seu coração ficou lá !!!
Beijo
Nádia
Querida Nádia, muito obrigada pelas lindas palavras… Agora quem ficou emocionada, fui eu…Eu imagino o que você sente, pois mesmo em viagens, podemos perceber como lugares lindos podem ficar ainda melhores se bem administrados. Não tenho a menor dúvida de que sentirei muita falta e que meu coração sempre estará dividido… parte lá, parte cá… Grande beijo e muitas viagens para você!