Biblioteca de mão. Levando a biblioteca para passear.
Ao programar uma viagem longa, a primeira coisa que faço – acredito que outras pessoas, também – é recorrer ao agente de viagens Dr. Google e pergunto sobre dicas do local. Como resposta encontro, geralmente, alguns blogs com experiências pessoais e, confesso, foi assim que vim parar no Brasileiras Pelo Mundo.
Como próximo passo procuro buscar algum livro sobre a história do país ou sobre seus personagens ilustres, já preparando minha biblioteca particular. De acordo com uma pesquisa em curso nos laboratórios Haskins para ciência da palavra falada e escrita, a leitura dá ao cérebro mais tempo para parar, pensar, processar e imaginar o narrativo.
Há quem fale que a leitura é para a mente o que o exercício é para o corpo porque ler é um pouco como pensar, meditar ou conversar.
E assim vou formando minha biblioteca, armazenando-a no Kindle. Hoje não vou à praia, à montanha, à piscina sem ele. Mas no dia que o recebi fiquei um pouco decepcionada, pois acabara de adquirir o meu primeiro e único iPhone, grande e colorido. E o Kindle, coitadinho, todo bicolor, parecendo analógico, uma mini TV dos anos 70!
Mas nem tudo que é velho é ruim e logo me apaixonei pela minha biblioteca vintage. Passei a me sentir mais moderna, atualizada, curiosa em minhas viagens mais divertidas e culturais. Penso que ser viajante é como ser um leitor do mundo e estar sempre disposto a ver e aprender algo mais.
Leia também: o direito e o prazer da pausa
A Easyjet, companhia aérea europeia, também compartilha com essas ideias e está lançando o projeto Flybraries que leva alguns dos principais clássicos de literatura infantil a bordo de 300 aviões com 17500 cópias traduzidas em 7 idiomas, incluindo o português (site comunidade cultura e arte). De acordo com o diretor de marketing da empresa trata-se de uma iniciativa que une entretenimento e pedagogia, não apenas pensando nos filhos, mas também nos pais. De acordo com ele, Pedro Sousa, voar deve ser uma experiência enriquecedora, divertida e memorável, assim como viajar, acrescento eu.
Durante a estadia no México me deliciei com a biografia de Frida Kahlo, cheia de detalhes e curiosidades. Ao visitar sua casa/museu, parecia já ter estado lá antes e andando pela vizinhança à procura de um restaurante, eu me senti quase vizinha dela, andando pelo Jardim America, em São Paulo.
Na ida à África do Sul, procurei ler sobre Nelson Mandela e um pouco sobre a história do país. Acabei descobrindo ótimos relatos de viajantes, como – De Cape Town a Muscat – do Guilherme Canever e outras escritoras pelo mundo, como Letícia Mello – Do For Love – que viajou pela Tailândia, Camboja e Vietnã; e a simpática e aventureira Marisa Ferraz (que já cuidou da minha gata, uma vez, enquanto viajava) que viajou sozinha a bordo do expresso transiberiano e dividiu suas experiências no livro Pisando nos 7 continentes.
Também descobri O homem livre, a emocionante história de Danilo Perrotti Machado que, durante três anos, três meses e três dias percorreu 50 mil quilômetros ao redor do planeta em uma bicicleta, buscando conhecer o mundo e a si mesmo. Todos livros dinâmicos e envolventes.
Leia também: de casa em casa pelo mundo
Mas é sobre a Ásia que encontramos mais e mais relatos de aventureiros e apaixonados por viagens e destaco Mayke Moraes, com o livro Viajar eu preciso; e como o casal de viajantes Romulo e Mirella dizem: A estrada dá tudo que você precisa (também nome do livro ) que virou série na TV com outro nome.
VIAJAR É MUITO MAIS QUE VISITAR LUGARES E FOTOGRAFAR PAISAGENS. VIAJAR, DE VERDADE, É CONHECER PESSOAS E COMPARTILHAR EXPERIÊNCIAS, disse Mirella Rabelo.
E como é importante compartilhar e poder ajudar outras pessoas; ou simplesmente registrar experiências para eternizar; ou, quem sabe, fazer um livro, no futuro, e abastecer a biblioteca de alguém…