Quarentena em São Paulo.
O estado de São Paulo, onde moro, entrou oficialmente em quarentena no dia 24 de março, fechando as portas de todos os serviços não essenciais visando conter a aglomeração de pessoas por, pelo menos, 15 dias.
O decreto assinado pelo governador também recomenda que a população não circule além do necessário pelas ruas, sendo quase um toque de recolher, visto que as escolas já se encontravam fechadas.
Então, a cidade está aprendendo a desacelerar e muitas pessoas estão tendo que reaprender a ser donas de casa e mãe 24 horas, já que não estão podendo contar com empregadas ou avós.
Tenho visto relatos de pessoas com dificuldades para organizar a casa em função do não conhecimento dos produtos para limpeza doméstica.
Minha vizinha da casa ao lado está à beira de um colapso nervoso, chegando ao ponto de falar para o filho de 2 anos que iria expulsá-lo de casa. Que falta faz uma avó…
E uma revolução social vem ocorrendo na cidade, escancarando as diferenças gritantes do estado mais rico do país.
“Nas duas maiores favelas da cidade de São Paulo, os moradores estão se organizando para conter os efeitos da pandemia do novo coronavírus. Segundo a prefeitura paulistana, existem 1,7 mil favelas na capital com 391,7 mil domicílios” – segundo a Revista Veja SP.
Na comunidade de Paraisópolis, por exemplo, tem aproximadamente 100 mil pessoas distribuídas em 21 mil domicílios com muitos moradores em uma mesma casa, dificultando bastante o isolamento social recomendado.
Não bastassem esses problemas sociais e econômicos os paulistas também estão enfrentando uma guerra de vaidades de poder entre o governador João Doria, com suas recomendações e determinações; e o presidente Bolsonaro .
‘No momento em que o país precisa de racionalidade, calma e coesão entre as lideranças políticas nos deparamos com um quadro extremamente preocupante – essa tragédia mundial, a pandemia transformada num instrumento de disputa política. A questão eleitoral tem sido colocada acima dos interesses nacionais’ – jornalista Boris Casoy.
Estamos assistindo a uma polarização entre a quarentena vertical ou horizontal; a saúde ou a economia.
O presidente chamou o governador de exterminador de empregos e nas palavras da empresária Luiza Trajano, que comanda a rede de lojas Magazine Luiza, em entrevista ao jornal Valor Econômico, dependendo do tempo de quarentena, muitas empresas poderão, sim, desaparecer ou demitir.
O empresário José Galló falou a revista Exame que entende a crise em 4 etapas: a primeira é a do pânico, quando as pessoas estão perdidas; depois é a do realismo – o que podemos fazer com funcionários, fornecedores. Depois, entramos na fase de solidariedade, da compreensão; e, por fim, a negociação.
Também vivenciamos essas etapas nos grupos de WhatsApp através dos compartilhamentos de vídeos. No início, havia pânico; e agora, há piadas. Hoje mesmo recebi uma figurinha, dizendo: Estamos presos há 10 dias. O previsto eram 2 meses, portanto já cumprimos 1/6 da pena. Segundo a lei brasileira podemos ir para o semiaberto a partir de amanhã.
# FICA EM CASA
Enquanto políticos tentam fornecer um respiro econômico, estamos em casa, aprendendo a relaxar ou simplesmente não pirar.
Eu, como aposentada e com a sorte de ter sido adotada por uma gata, posso dizer que ela tem me ensinado muito o verdadeiro sentido de serenidade, bem-estar, prazer e felicidade.
FAÇA COMO O GATO: DÊ-SE TEMPO PARA CURTIR A VIDA – (do livro Agir e Pensar como um gato, de Stephane Garnier, baixado gratuitamente no Scribd).
A psicóloga Marilene Kehdi orienta manter a calma e a paciéncia. Ter entendimento de que a situação é assustadora, mas passageira. Vai passar – disse ela.
Para os mais ansiosos, existe até mesmo um aplicativo chamado Calm; e entre uma respirada e outra apresento algumas dicas:
1 – Fazer um curso de línguas através do DUOLINGO ou BABBEL.
2 – Buscar uma atualização online na FGV, Harvard, PUC online, etc.
3 – Incorporar a Marie Kondo e organizar os armários, lavar os cobertores…
4 – Apagar contatos não mais desejáveis da agenda – let it go!
5 – Manter contato diário com amigos e parentes idosos. Afinal, o distanciamento é social e não emocional.
6 – Ler mais, aproveitando para baixar livros, pois a Amazon está oferecendo muitos descontos e aumentou a oferta de livros gratuitos pelo Kindle. A Scribd está disponibilizando baixar os livros, sem assinatura, por 30 dias.
7 – Arrume seu jardim. Faça uma horta.
8 – Mude a decoração da casa. Troque os quadros de lugar.
9 – Cozinhe receitas do mundo. Aproveite que a ida ao supermercado está liberada e procure temperos diferentes. A combinação de um pouco de curry indiano com açafrão fazem um frango delicioso.
10 – Faça visitas virtuais a museus: MoMA, d’Orsay, Rijksmuseum, etc., através do site GOOGLE ARTS & CULTURE.
11 – Organize suas fotos de viagem. Crie uma revista digital e receba por correio.
12 – Não se prenda com o número de casos mortos e casos suspeitos. Não é uma alienação, mas sim uma proteção existencial. É muito cruel pensar que os velhinhos estão se despedindo dessa forma.
13 – Assista à série da GNT com Monja Coen e Fernanda Lima, CAMINHO ZEN.
14 – Aceite dicas saudáveis. Aguardo as suas nos comentários!!
15 – Fique em casa, se puder!
Por fim, ficar em casa não deve ser um treinamento e sim uma jornada de aprendizado. Como diz a Monja Coen, no livro A SABEDORIA DA TRANSFORMAÇÃO: aceite o desafio da vida humana, complexa e simples. Reveja valores e conceitos. A prática e o treino da paciência se dão somente através da prática e do treino da paciência.
Sim, a tempestade passará e a humanidade sobreviverá – completa o professor Hariri, em entrevista ao FINANCIAL TIMES, em 20 de março.
A maioria de nós, BRASILEIRAS PELO MUNDO, estaremos vivas, mas habitaremos em um mundo diferente. Com certeza, bem mais limpinho. E viva o álcool em gel!
SAÚDE, PAZ, SERENIDADE E FÉ.