Pula a fogueira iá iá, pula a fogueira iô iô…
Gente, eu preciso contar um segredo para vocês.
De um monte de coisas que eu sentia falta longe de casa, há uma que era imbatível. A saudade das festas juninas!
Eu tentava, imitava, fazia festas estilizadas e “obrigava” os pobre coitados dos visitantes a usar roupa típica, mas por mais que eu me esforçasse em trazer o clima da roça para o mundo lá fora, faltava o cheiro de fogueira, o frio e o sereno, as prendas cafoninhas nas barracas de pescaria e argola.
Quando cheguei ao Brasil no ano passado, depois de quase nove anos fora era fim de julho, mas frente à loucura da mudança eu não consegui aproveitar os últimos momentos das festas por aqui. De qualquer modo eu vivia umas festas juninas meio “mais ou menos”.
Sou de Santos e tínhamos uma grande festa junina, conhecida por inverno quente, mas chegando a Brasília, descobri algo que não imaginava, a capital Federal é uma terra que respira o ambiente junino.
Aliás, diz a lenda que aqui as festas vão de junho a agosto. E são FESTAS com F maiúsculo. Com shows de gente boa como Alceu Valença, Elba Ramalho e outros.
Por que tanta badalação?
Bom, Brasília é uma cidade jovem, construída por muitas mãos. Há gente de todo Brasil por aqui, mas em especial há muitos nordestinos, goianos e mineiros, por isso o que se vê é um mix de culturas intenso demais. Pode-se dizer, sem medo de exagerar, que Brasília é a cara do Brasil. Tem uma certa sofisticação mas ao mesmo tempo guarda um charme de cidade interior, um quê de caipira, de bucólico. Por essa boa herança de seus “pioneiros”, Brasília vive as festas do interior com uma intensidade peculiar.
Praticamente toda igreja tem a sua quermesse, quadras (aqui chamamos de quadras o que no resto do país chamamos de ruas) organizam festas próprias e os clubes da cidade preparam super produções para comemorar os santos juninos.
Tudo desculpa para tomar vinho quente, quentão, comer muita canjica, pipoca e churrasquinho. Tem até maçã do amor!
Tenho que contar que engordei quatro quilos com essa brincadeira, mas não me arrependo e celebro cada grama de felicidade. É uma delícia se arrumar pra curtir um friozinho acompanhado de gostosuras e gente simpática por toda parte.
Ah Brasil, como há coisas boas na sua terra!
Pra quem tem “filhotes”, a alegria se duplica. Tem o ritual de se vestir, maquiar, comprar estalinhos, brincar. Coisa boa!
Para quem está longe e morre de saudade, aí vai uma receitinha de Arroz Doce da Fabi. É uma maneira de se transportar por alguns segundos para algum rincão bonito da nossa terra.
Daí saboreie de olhos fechados, de preferência ouvindo “com a filha de João, Antônio ia se casar…”
1 xícara de chá de arroz branco , 3 xícaras de água, 1 garrafinha de leite e coco, 1 xícara de leite, 1 lata de leite condensado , 1 lata de creme de leite , Canela em pó a gosto e raspas de casca de laranja.
MODO DE PREPARO
Cozinhe o arroz .Quando estiver quase seco acrescente o leite de coco, o leite, o leite condensado e as raspas de laranja. Cozinhe mexendo de vez em quando até engrossar um pouco. Retire do fogo e misture com o creme de leite. Coloque em uma travessa e polvilhe canela em pó por cima.
12 Comments
Puxa, Fábi! Sei bem o que é isso! Morei os últimos 5 anos na Tailandia e foi muito bom. Tb tentava fazer as nossas festas populares por lá!
E outra coincidência: tb nasci em Santos!
Hoje moro em Sampa, mas já estou mudando com a família para os EUA!
Nota: AMEIIIIIIIII SUA QUALIFICACAO! Que delícia! Qdo pensei em voltar a estudar (sou advogada) pensei na Antropologia! Acho que depois de viajar bastante da mesmo vontade, ne?
Bjka, e seja muito bem vinda de volta a Pátria!
TATA Renata Cinelli
Os Santistas estão dominando o mundo! hahahhaa
Onde você está agora?
Ai eu amo a Tailândia! 🙂
Eu também morro de saudades…
Improvisa por aí! 🙂
ficou lindo esse post! feliz como uma festa junina : )
Então ficou lindo mesmo! tem coisa melhor que cheiro de quentão? 🙂
Fabi, que coisa linda!!! Adoro ler seus posts.
Mas, me ajuda com uma dúvida boba? rsrs
Será que dá pra fazer arroz doce com arroz integral?
Beijos, saudades!
Querida, com arroz integral a receita é outra. Dá uma olhadinha 🙂
Ingredientes
1 xícara (chá) de arroz integral
4 xícaras (chá) de água
1,5l de leite integral tipo A (não serve de caixinha)
6 colheres (sopa) de leite em pó
1 xícara (chá) de açúcar mascavo orgânico
1 pau de canela
Canela em pó para polvilhar
Modo de Preparo
Leve o arroz integral para cozinhar na pressão por 30 minutos com os 4 copos de água. Desligue a chama, destampe depois que sair a pressão sozinha e adicione o restante dos ingredientes. Cozinhe fora da pressão e em fogo lento por 30 a 40 minutos até adquirir consistência cremosa mexendo. Retire o pau de canela e sirva com canela em pó.Guarde em pote com tampa por até 2 dias. O vencimento é curto, pois o arroz endurece. Se quiser inclua o vidrinho de leite de côco para ficar mais gostosinho.
Adorei o texto, Fabi! Muito bem escrito e descrito 🙂 Um belo relato desta festa tao querida por todos nós. Qdo eu era criança era minha festa favorita!! E vou provar sua receita de arroz doce, hein? Eu costumo fazer com arroz jasmim pelo sabor. Será que tem problema ou melhor usar arroz comum mesmo? Parabéns pelo texto. Delícia de leitura. Bjs
Lindas fotos! Por aqui a gente tem Skt. Hans, que seria o São João se formos traduzir, mas tirando a fogueira – que aqui se usa pra queimar a bruxa – não tem mesmo nada a ver com o São João do Brasil. Meu sonho de consumo é um dia poder ir ao São João de Campina Grande na Paraíba, que dizem ser o melhor do Brasil. Quem sabe um dia eu vou?
Aproveite as guloseimas! Bjo
Oi Fabi,
Te entendo perfeitamente, pois desde que mudei para os EUA sinto tanta falta das coisas do Brasil e a Festa Junina é uma delas. Por isso, eu também inclui no meu ‘Calendário de Saudades’ as festas das guloseimas brasileiras.
Ah! Nada contra obrigar os convidados a se vestir a caráter em festas temáticas….rs… eu faço o mesmo. Se a festa tem tem regra (tema), então deve ser seguida.
Muah!
Lulu Santos, grande fг do trabalho de Lincoln Olivetti, lembrou, em entrevista publicada em meu livro Pavхes Misteriosos – 1974-1983: a Explosгo da Mъsica Pop no Brasil (Editora Trкs Estrelas), a reaзгo negativa da crнtica musical quando Gal Costa gravou o arranjo de Olivetti para Festa do interior , de Moraes Moreira: Acho a gravaзгo de Gal um glorioso monumento а melhor MPB. Foi um estouro sem tamanho.