Sabe quando você tem um plano mental da sua vida nos próximos dez anos e alguma coisa acontece que coloca você na estaca zero desses planos? Então, foi essa sensação que tive quando depois de quase nove anos na Ásia recebi a notícia repentina de que íamos voltar ao Brasil.
Tente entender meu pânico: Eu tinha uma rotina pessoal, um círculo de amizades, plano de estudo e profissional. Em dois meses eu iria defender a minha tese de doutorado. O plano era voltar ao Brasil em seis anos, com minha filha já pré-adolescente. Aliás, minha filha estava completamente adaptada com seus amigos, sua escola, a babá, que mais era um membro da família e tudo mais. De repente uma simples ligação transforma todos esses planos em água.
É verdade que nós mulheres expatriadas (principalmente as que estão acompanhando seus maridos) estamos acostumadas a mudanças radicais e repentinas, mas é que por mais que durante uma vida expatriada, mudar de país possa ser algo radical, (muitas mulheres expatriadas, mudam de país por várias vezes) você continua sendo expatriada, e assim, apesar das mudanças geográficas e culturais, seu estilo de vida está lá minimamente intacto.
Voltar pra casa costuma ser o sonho de consumo do “exilado”. Não havia uma única vez que eu escutasse a música sobre o exílio de Caetano, debaixo dos caracóis dos seus cabelos, que eu não chorasse, imaginando minha volta pra Santos, a minha cidade natal. A questão é que eu não estava pronta para voltar agora, e foi planejando minha volta que percebi a radicalidade do que estava diante de mim.
Acabou uma fase da minha vida. E acabou sem aviso prévio. Eu demorei a decodificar o tamanho da dor que sentiria, mas ela veio! Desde que saí do Brasil, eu já mudei de país três vezes. E não doeu assim… porque?
Porque eu sabia que estava a uma ou duas horas de avião de muitos dos destinos que faziam meu coração bater mais forte, porque sabia que poderia comer nasi goreng (arroz frito indonésio) em outros lugares da Ásia, porque que no rodízio de países que é a vida de quem mora na Ásia, eu ainda voltaria a viver perto das minhas amigas.
Mas é só isso? Não, não é só geografia, nem tampouco é apenas culinária, cultura ou economia. É que o país de onde eu vim, também não existe mais.
As “coisas” não ficaram lá esperando por mim. Vai desde você não saber mais que ônibus pegar até descobrir que na cidade onde você vai passar os primeiros dias da sua nova “velha vida” há uma gang que queima pessoas vivas, ou que na cidade onde você vai viver, há dezenas de casos de estupro por mês, sendo que um deles aconteceu dentro de uma igreja!
Eu não sei o que dizer. Eu amo o meu país, mas desacostumei a ter medo de andar na rua, desacostumei com a sexualidade exacerbada e com a falta de respeito com as crianças. Desacostumei com a perda de valores humanos, com a falta de cuidado com a família.
Encarar fatos como: não posso mais andar na praia da minha cidade pra ver o sol nascer como eu fazia antigamente, porque agora a praia a essa hora do dia é perigosa. Outra coisa: Mal pisei em terra e a primeira coisa que me perguntaram é quando eu começaria a trabalhar, e quando eu ia aprender a dirigir, ou quando eu ia tirar a minha filha do meu quarto, e parar de amamentar e e e….
Eu havia esquecido como nossa cultura é tão invasiva às vezes. Me senti sufocada, tive vontade de chorar ao ter que justificar o meu estilo de vida. Que odeio dirigir, mas que ainda que quisesse, não posso, porque voltei portadora de uma doença rara que me está acometendo os ossos, que amamento minha filha, e a mantenho no meu quarto porque sou adepta da criação por apego, e que não queria trabalhar imediatamente porque minha filha já estava passando por suficientes mudanças em sua rotina. Tento explicar, mas nem sei por que tento.
Quando recebi a notícia, chorei chorei, como diria Cauby Peixoto, até ficar com dó de mim, daí parti para a loucura da mudança, da transferência dos gatos, do preparo da minha filha, das compras de última hora e das inúmeras despedidas. Eu estaria preparada para voltar ao Brasil daqui a cinco anos. Agora não!
Adeus Opera de Hanoi, adeus apresentações de dança multiculturais, adeus comidas exóticas, massagens semanais e medicina tradicional. Adeus telas de lacqua, adeus crianças do orfanato Bodeh. Adeus meus amigos e irmãos de jornada.
Daqui pra frente vou contar pra vocês tim tim por tim tim dessa saga de voltar pra casa.
Difícil viu?
22 Comments
Minha querida, de mudanças eu entendo um pouco é claro que em dist~encias bem menores que as suas, afinal eu nunca saí do Brasil, mas pude conhecer os tantos brasis que temos em um só por tantos lugares que morei. Uma coisa é certa, às vezes nosso planejamento parece perfeito e tudo muda como aconteceu com você, nestas horas não adianta tentar achar uma razão, uma explicação, é tentar curtir as coisas boas que sempre acontecem e deixar passar a dor, deixar o ar desde novo lugar te envolver. No tocante aos crimes e absurdos de nosso país podemos lamentar e agir, como você semrpe fez, a esperança ainda existe, hoje não mais sobre bandeiras de pertidos ou ideologias (como achávamos antigamente). Os anos de militência e de “esquerda” no poder deixam claro que a resposta para tantas mazelas vai além de questões eleitorais e eleitoreiras, temos um grande buraco negro cultural, um abismo social e uma ignorância e individualismo que só se rompe quando as pessoas acham que podem interferir em nossa vida e em nossas escolhas pessoais. SIM somos uma louca república de sonhadores, vivendo sob a ótica de construir um futuro melhor, sem termos que no ater ao presente. Temos muito o que aprender contigo, seja bem vinda e não vá mais embora!!! Mil beijos.
Nossa Fabi, eu so de ler seu post, me colocar no seu lugar, no meu lugar na mesma situaçao, ja fiquei em prantos! Volto ao Brasil todos os anos e fico la por 2 meses aproximadamente, viajando do norte ao sul, e é sempre lindo, mas sao duas alegrias, uma quando vou e outa quando retorno. Compreendo muito sua situaçao, o pais que voce deixo nao esta mais la, e se reintegrar com as condiçoes escassas de cosias basicas como educaçao, saude, e segurança é bravo mesmo! O povo horroriza comigo o tempo todo quando estou la porque quero fazer as coisas andando pela rua, pegar onibus, e todo mundo alarmado com o perigo que posso correr se o fizer, e eu compreendo que querem me proteger, mas eu odeio esta prisao de ter que viver como refem o tempo todo, de carro, de casa, e um ou outro lugar, é imcrivel como somos super afetivos por um lado e por outro tao “barbaros” , pois quando vejo o noticiario da dor no cora4ao de imaginar tanta crueldade, logo ali do seu lado, hoje em dia tenho amigos em BH, que sofreram diretamente coisas horiiveis ou eles mesmos ou na familia, que horror! Mas nao falemos das coisas tristes amiga, vamos nos concentrar no positivo! Vamos pensar que daqui uns 6 meses, voce vai ter achado seu espaço, quem sabe outras comunidades que tenham mais a haver com quem voce se tornou, o que percebo é que muitas vezes algumas pessoas do meu passado, continuaram no mesmo lugar, e eu mudei, de forma que o carinho estara sempre presente, mas a convivencia e a mudança de valores, aconteceram, e ai acabo achando outras pessoas que hoje me conveem mais, que sao menos intrusivas, menos toxicas, nas sua cobranças, nos seus julgamentos, no seu sistema de valor! Tenho certeza linda, que voce achara no seu caminho pessoas qeu irao te entender, em Santos ja posso te passar um contato maravilhoso, o Robeto Tuji. coaching transcultural que viveu mais de 20 anos no Japao e esta também de volta ao Brasil e em Santos! Amada te abraço apertado, e te dou meu ombro pra voce chorar até o choro ficar seco! e a gente começar a rir do choro ok?! rsrsrsr Namasté querida e vou ficar atenta aos seus posts, partilhando com a gente, suas dificuldades e suas conquistas, quando ninguem mais te entender saiba que nos te entemos! kkkkkk Bjus no coraçao! Namasté
Oi Fabi, adorei seu texto! Pois eh o texto que muitos expatriados sonham em escrever, e o pesadelo de varios outros. Hora ou outra eu me pego imaginando como seria minha vida se voltasse a morar no Brasil. A adaptacao ao contrario, se eh que isto existe. Mas nos expatriados aprendemos a ser flexiveis, entao tente focar nos pontos positivos (que afinal, existem) de morar no Brasil! Boa sorte neste nova jornada e va nos contando a sua experiencia na volta a terra Brasilis!
Oh Fabi, senti a sua dor e sua angústia.
Eunão moro na França nem a 5 anos, mas já tenho minha vida, minha rotina , meus amigos, minha padaria preferida, minha bicicleta amiga, meu bar de todas as horas que posso imaginar como você está.
Mas o que mais me tocou foi o parágrafo em que você diz “eu desacostumei a ter medo de andar na rua, desacostumei com a sexualidade exacerbada e com a falta de respeito com as crianças…”isso é tão verdade, tão simples e tão complexo.
É claro que amamos nosso país mas qualidade de vida, segurança, respeito..me parecem que ainda o Brasil tem muito caminho pela frente. E como a Ana Cristina Kolb falou, essa coisa de ficar “refém “de carro, eu também já desacostumei, porque aqui o transporte público é seguro, imagina que no meu Brasil amado já fui assaltada não apenas a mão armada diversas vezes, mas inclusive dentro do meu carro e dentro do ÔNIBUS, quando eu conto isso aqui, é inpensável, e da última vez em que voltei ao Br, foi muito bom, mas melhor ainda foi voltar pra cá , pporque aqui agora é minha casa é onde eu me sinto bem e feliz.
Fabi, te desejo coragem, e alegria, pois cada mudança é um recomeço, uma renovação e se esse foi o destino, é porque tem algo muito bom a tua espera!
beejos
Acho que você tocou no “calo” de todas nós Fabi!
O retorno, que no final não em uma volta para algo conhecido e sim a readaptação a um mundo que já nos estranho…
Eu penso sempre nisso e basta uma viagem de visita que me venha uma enxurrada de dúvidas, pois é pior do que se adaptar ao totalmente novo é se adaptar ao que era familiar !! Te desejo muita sorte e força nessa nova jornada e que essa nova(antiga) descoberta traga coisas surpreendentes e maravilhosas a ti!
bjks
Ótimo texto Fabi e acho que qualquer expatriado se identifica com o que você escreve. é muito facil, estando longe, idealizar essa volta pra casa, mas vivê-la talvez seja um desafio maior que o de ir embora. Eu confesso que não tenho nenhuma vontade de voltar a viver no Brasil, como você mesma diz, “desacostumei” . Boa sorte na sua caminhada por terras tupiniquins! Bjo
Fabi… uauu… estou só há dois fora do Brasil, e dias atras passei pela situação de possivel retorno ao Brasil, e me peguei a pensar que também não estou pronta para voltar… mas felizmente veio a noticia boa de que na Asia fico pelo menos mais 2 anos…. mas como voce descreve em seu texto, o retorno a patria amada deve ser muito dolorido, principalmente depois de tantos anos… desejo muito sorte e sucesso para voce…
Oi Fabi, senti um frio na barriga ao ler o seu texto. Eu sinto uma enorme insegurança quando me perguntam “Quer voltar?”. Uma parte de mim grita imediatamente que sim. Mas ultimamente a parte que diz “não” tem ganhado mais espaço. Imagino que esse recomeço seja tão difícil quanto aquele que vc enfrentou quando saiu do Brasil. Realmente essa experiência é algo que nos transforma e a gente até estranha nossa “pátria mãe”.
Te desejo toda a sorte do mundo nessa nova etapa e não dê muito ouvido aos conselhos dos outros. Siga seu coração e vá ser feliz comendo muito brigadeiro e coxinha! rs
bjao
Parabens Fabi, por abrir seu coraçao, principalmente num tema que muitos que ai vivem nao conseguem entender, e muito menos aceitar, Se a cada vez que se volta de fùerias a gente se sente um peixe fora d’agua por pequenas coisas do cotidiano, como todas as amigas de sempre acharem o maximo algumas posturas machistas, tipo é lindo o gala da novela ter três mulheres ou é barbaro minha filha de 7 anos se vestir como uam mulher de30, e gente ter qu engolir e dizer aonde eu mudei?Isso sem contar a sensaçao de que se esta alienada,vendo coisas que niguem vê e ainda acha que ta tudo otimo no país das maravilhas! Que vai passar,, e nao passa, só se deixa de enxergar.Mas nós humanos achamos sempre um jeito de nos readaptar, talvez trazendo uma experiencia nova de vida ,e brigando por ela ,em pequenos grupos como os Atados(http://www.atados.com.br/site/) ou mesmo encontrando uma maneira de nao se deixar invadir,nem se contaminar, com a alienaçao geral e mesmo assim ser feliz. Você consegue, tenha paz, e nao se deixe abater, a saude agradece, e coloca sempre para fora tudo que incomoda como fez agora NAMASTE
Regina Barbosa
🙂
Fabi, eu sei bem como vc se sentiu. Nós voltamos para o Brasil em 2008 e tentamos a vida lá por 8 meses. Foi um inferno! A parte boa era a família, mas todo o resto… É o que vc falou, essa violência e as obrigações…
Não lembro quem disse essa frase, mas me marcou muito: “Voltar para casa é impossível”. E é mesmo… Quando vimos que não dava certo e meu marido recebeu uma proposta novamente na Hungria, voltei feliz como nunca. Havia me curado daquele sonho de morar no Brasil. Amo meu país e sempre vou amar, mas gosto de morar na Hungria, onde andar na rua a noite é um passeio romântico e agradável e onde não terei medo de meus filhos sairem com amigos, mais tarde, quando crescerem…
É triste ver que as coisas não são como lembrávamos e que muita coisa ruim chama a atenção no Brasil. Eu espero de coração que um dia os brasileiros possam viver nessa liberdade sem violência que conhecemos, esse é meu principal quesito para pensar em voltar.
Adorei o texto!
Beijinhos!
Depois de morar fora quase 25 anos, acho que se voltasse, acabaria sendo cobaia de laboratorio, devido aos problemas emocionais que eu viria a ter hahaha, agora falando serio, acredito que deva ser mesmo muito dificil, porque como voce mesmo disse, o que deixamos nao esta mais la..Eh o que acontece comigo, vivo de lembrancas e nem de ferias quero ir. Tento proteger o que ficou de bom dentro da minha memoria, o que me acalenta quando me sinto sem chao, sem identidade. Se uma dia essa bolha for estourada, ai sim, me sentirei compeltamente sem saber de onde vim 🙂 Boa sorte por ai! x
WOW … como comentar um texto desse onde cada palavra parece entrar dentro de no’s e nos permite sentir uma dor, uma angustia, um MEDO…. Estou fora do Brasil ha 8 anos. Cheguei na Europa com a minha familia (marido e 3 filhos, o mais velho com 13 anos e a mais nova com 8)… vivemos todas as dificuldades destas mudancas mas tambem todas as alegrias. Nao consigo me ver morando novamente no Brasil, mas sempre pode haver um ou outro imprevisto que faca voce mudar de ideia e ter que voltar, como aconteceu com voce. Em 2009 fomos todos ao Rio de Janeiro para 30 dias de ferias, apenas para passear, e minha mae teve um edema pulmonar que a levou ao hospital logo no segundo dia que estavamos la… durante os 20 dias que ela esteve internada passou de tudo pela minha cabeca, inclusive a necessidade de ficar la, voltar pra la… senti o mesmo desespero que voce, a mesma tristeza, o mesmo medo… queria estar la com a minha mae, ajuda-la e ao meu pai, mas tinha tanta “pena” de ter que deixar minha vida, minhas coisas em Lisboa… A minha mae faleceu com 22 dias de hospital, foi o tempo de resolvermos tudo para trazermos meu pai conosco e embarcar de volta. Nao sei como teria sido a minha vida la de novo… nao consigo imaginar meus filhos saindo para a “balada” no Rio de Janeiro, ou minha filha indo sozinha para a escola, ou pensando em ir estudar longe de casa…
Consigo sentir sua angustia e desespero… mas acredite, nada acontece por acaso, e com certeza essa sua mudanca tem uma razao para ser e voce recebera os louros e bencaos e energia positiva assim que deixar de pensar na dor, porque isso tudo ja esta ai, voce apenas nao esta conseguindo perceber 🙂
Beijinhos
Rita
As vezes a mudança é necessária, eu fui e voltei, fui e voltei…é dificil mas depois de um tempo vc se acostuma novamente com o Brasil..o dificil é vc nao curtir e não aproveitar esse “novo país” com medo do futuro quem sabe vc não volte aqui pela Asia..com meu marido de emprego novo estamos sempre vivendo um ano de cada vez confesso que não quero voltar para o Brasil não agora…mas se acaso receber essa sua mesma noticias é preparar o psicologico e bola para frente. Belo texto e Boa sorte 🙂
Ai Fabi… Li o texto há uns dias e como estou no Brasil meio férias/ meio trabalho, entendo perfeitamente o que vc fala. Voltar para nosso pais por si só já é um choque imenso, agora ainda ter que lidar com a violencia e a banalização da vida que está presente em cada esquina aqui….ah, isso é duro mesmo. Só que se é isso que nos aguarda, que tentemos encarar da melhor forma possivel. O choque é grande, mas a gente se adapta. O fato de vcs não terem voltado para sua cidade Natal, por incrivel que pareça, acho que acaba ajudando. Beijo grande e boa sorte… as coisas vão se encaixar, sempre se encaixam…
Fabi, seu texto fala tudo.
Pingback: Especial Natal – Brasil
Morei em Hanoi e foi oi unico lugar do qual saimos chorando. A dra. Huong era a minha tudo, meu filho mais velho so tomou antibiotico aos 6 anos, tb tinha massagista e a comunidade internacional era incrivel. De la fomos para NY, foi um choque horrivel mas pelo menos nao tao invasivo. Meu marido madrilenho sonha em morar no Brasil mas por minha parte nao vejo isso acontecer. Espero que seja mais um post para vc, te cuida.
Abs
Diana
Pingback: Brasil – Os Pets: A Saga
depois de quase 20 anos em Espanha, levo quase cinco meses na franá e com uma grande possibilidade de voltar ao Brasil ano que vem, sentimento, alegria, tristeza, preocupaçao, sao tantos os sentimentos pros e contars q nao tem palavras. Ameiseu texto. Bom retorno e que tudo possa sair o melhor possivel, permaneçam unidos e com força e fé sempre. te manda um grande beijo uma mae solteira de 3 filhos que se sente como vc nesse momento com a responsabilidade de ser eu so a cabeça da familia. força e fé em Deus sempre bjs
Querida, é uma loucura esse turbilhão de emoções, né?
Mas tranquiliza teu coração que Deus certamente está no commando, bjs!
Texto bonito. Eu moro na Inglaterra ha 17 anos…Sai de uma cidadezinha muito pequena no interior de Sao Paulo, Ate hoje eu nunca mais voltei pra la.
Sinto muita saudade da familia, dos amigos e tambem da tal cidade.
Mais como voce escreveu tao bem no seu texto o pais que eu deixei nao e mais o mesmo e com certeza eu mudei demais…
Nao posso imaginar voltar la e ter que me desacostumar com tudo que criei aqui para mim.. Converso com minha Irma e sobrinha quase todos os dias pela internet ou pelo telephone e a conversa e sempre a mesma. Elas nao trabalham fora, So conversam sobre a vida dos vizinhos e o quanto tempo esperam os filhos e os maridos chegarem de volta pra casa .Eu que sempre trabalhei pra me sustentar aqui, que tenho minha Liberdade como minha maior conquista, como eu poderia viver la novamente? Talvez eu seja egoista, mais viver fora do meu pais me ensinou a valorizar minha propria vida…Me desculpe, eu nao posso mais voltar a viver no Brasil!!!