Bye Bye Ilha de Man, Hallo Holanda!
Finalmente chegou o dia da mudança. Depois de tudo organizado, eu e meu marido acordamos cedo para embarcar para a Holanda. O voo era às 15h, porém queria garantir que tudo estaria organizado para a partida, afinal não teria a oportunidade de voltar ao apartamento, caso esquecesse alguma coisa. A mudança foi levada em algumas malas. Pratiquei mais uma vez o desapego e me desfiz de desde objetos pessoais aos móveis da nossa casa. Tínhamos a opção de levá-los em um container, porém decidimos que era melhor levar o básico para minimizar o trabalho no novo país.
O contexto era totalmente diferente da minha chegada na Ilha de Man. Na ilha cheguei sozinha, era um país que eu nunca tinha ido e que nunca tinha ouvido falar. Já na Holanda cheguei com meu marido e o local já era conhecido por nós não só virtualmente, mas também presencialmente, pois já tínhamos explorado o país em duas ocasiões: em 2009 e em 2016.
Enfim, após uma conexão em Manchester, e alguns atrasos, chegamos à famosa terra das tulipas. Era sábado por volta das 22:30 e meu relógio de pulso ainda marcava o horário da ilha, que era uma hora a menos. O céu se mostrava incrivelmente rosado e o sol estava quase se pondo completamente quando o avião pousou em solo holandês. E, já de imediato eu me deparava com o primeiro desafio dessa nova terra: a língua holandesa nos dando informações sobre Amsterdam.
Na descida das escadas do avião já fui sentindo o clima e estava maravilhoso! Naquele dia ainda não sabía que desfrutaria de um verão longo, bastante quente e sem chuvas, fato que não ocorrida na Holanda desde 1976. Foi realmente uma recepção calorosa.
No momento da nossa chegada, apesar de estar de noite a temperatura estava incrível e eu pude sair do avião sem casaco ou blusa de frio. Após deixarmos a aeronave, caminhamos até chegar no controle de passaporte, quando a polícia da imigração nos perguntou: “quanto tempo ficarão no país?” Na minha cabeça veio um pensamento: “não tenho ideia, o mundo dá voltas!”, mas a nossa resposta foi: “estamos nos mudando para a Holanda”. Eu acho que temos pequenos marcos na vida, esse foi um, foi a primeira vez que entrávamos nesse país para morar e falávamos verbalmente sobre essa mudança para um agente oficial do país.
Passada a imigração, meu passaporte foi devidamente carimbado e fomos atrás das bagagens. Previamente tirei foto de cada uma das malas, para caso eu esquecesse como elas eram, afinal eram várias e a maioria foi adquirida apenas para fazer a mudança. Mas deu tudo certo, estavam todas lá!
Por um momento me lembrei de que quando cheguei na Ilha de Man minhas malas não chegaram comigo. Na verdade, elas não chegaram nem em Londres, que foi minha escala anterior à chegada na ilha. Eu fiquei sem mala uns 3 três dias e, nesse tempo usei o moletom do meu marido, bem acima do meu número, mas como o resto tinha corrido tudo bem, não eram minhas malas perdidas que iriam me chatear. Obviamente, não foi o que eu planejei, mas eu estava no aconchego do meu novo lar, então estava tudo bem.
Lembrei de uma outra coisa, antes de saber que logo chegariam minhas malas, eu saí para comprar uma roupa de frio, pois apesar de eu ter chegado na ilha na época da primavera, eu sentia como se já fosse inverno, porém não encontrei quase nada que me aquecesse, como casacos mais pesados ou botas, ao contrário o que as vitrines me mostravam eram looks levinhos e frescos para o verão que se aproximava. Foi só um adendo, voltemos à Holanda.
O sentimento de chegada na Holanda foi bem diferente porque eu não estava vindo do Brasil e já tinha alguma experiência em morar fora. Não cheguei sozinha e, pude compartilhar cada instante dessa chegada com a pessoa com quem compartilho a minha vida. Ao longo da viagem fomos conversando e sonhando com a nova vida, conversávamos sobre as bicicletas que iríamos comprar, já que adorávamos pedalar, conversamos também sobre o novo apartamento que teríamos e tudo mais que a nova cidade nos traria de novo.
Cheguei na capital da Holanda, a famosa Amsterdam, uma cidade que tem simplesmente 10 vezes mais habitantes que toda a Ilha de Man. Os sons, os movimentos, as bicicletas, os trens, os bondinhos. Sim, definitivamente eu havia chegado em uma movimentada cidade grande.
Como disse, não era minha primeira e nem a segunda vez na Holanda, visitei o país no inverno de 2009 e na primavera de 2016. E foram duas situações muito interessantes, na primeira ficamos um mês na casa do meu cunhado que passava uma temporada à trabalho no país. Era inverno e também a primeira vez que eu viajava para o exterior, foi muito emocionante e inesquecível, nessa época exploramos a Holanda, obviamente, mas também outros países da Europa. Eu não tinha noção que eu poderia explorar o mundo até fazer essa viagem.
A segunda vez eu morava em Coimbra (Portugal) e meu namorado, hoje marido, morava em Dublin (Irlanda) e em um dos nossos encontros, para matar nossa saudade, aconteceu em Amsterdam com o intuito de conhecer a famosa primavera holandesa. E essa foi outra viagem sensacional! Ou seja, já gostávamos da Holanda e o país estava no topo dos lugares mais bonitos que já conhecemos e, acho que de alguma forma o país também estava na nossa lista de lugares do mundo para morar.
Enfim, a partir de agora moramos na Holanda. Alguns conhecidos ficam perdidos com essas nossas mudanças, muitos não tem ideia de onde fomos parar, alguns ainda acham que moramos na Irlanda (eu, particularmente nunca morei lá) ou em Portugal (só eu morei em Portugal) ou Inglaterra (só estivemos de passagem) e até Estados Unidos (nunca fui), alguns continuam sem saber que a Ilha de Man existe e que é um país, uma eterna confusão! Mas a conclusão é que continuamos longe, porém mais acessíveis e com voos diretos para o Brasil, e isso é ótimo!
…
*Hallo é oi em holandês