Quando decidimos que iríamos nos mudar pra Bogotá, a etapa seguinte foi decidir o que fazer com nossos pertences: móveis, eletrodomésticos, utensílios, livros, coisas pessoais, recordações, brinquedos etc. No primeiro momento, pensei que seria muito difícil me desfazer da minha casa, de coisas que eu gostava, de objetos e presentes de casamento. Mas, graças a Deus, a decisão de vender (quase) tudo foi mais leve do que pensei.
Quando comecei a contar aos amigos e família que nos mudaríamos pra outro país e que, por isso, venderíamos boa parte das nossas coisas, muitas pessoas nos olhavam com pesar, como se estivéssemos diante de algo muito difícil. Nos desfazer de coisas (materiais) é muito difícil, ainda que a teoria nos diga que essas coisas são as menos importantes. Somos muito apegados aquilo que temos.
Mas alguns (poucos) me ajudaram muito, me fazendo crer que estava ficando mais leve. E pensar que eu e minha família ficaríamos mais leves me deixou muito tranquila. Com menos coisas, menos pesos, mais fáceis de carregar, mais leves para novas experiências e novas coisas. Essa ideia realmente me ajudou a desapegar de muitas dessas coisas. Essa é uma palavra muito importante, que até já foi tema de um dos nossos textos aqui do BPM.
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Colocando a mão na massa, comecei a listar e tirar foto de tudo que seria vendido e me surpreendi com a quantidade de coisa que tinha dentro da minha casa. Criei um grupo no facebook, coloquei outros itens à venda em outro grupo privado só de compra e venda de coisas usadas, e começou o arremate. Verdade também é que nessa hora nem tudo é dinheiro. Vendemos itens a preços bem camaradas e também doamos muita coisa. A cada coisa vendida ou doada, lembrança do que vivemos e gratidão e alegria por vê-lo partir e que continuaria sendo útil pra outra pessoa, casa, família. Assim, a casa foi ficando vazia, e nós, mais leves.
Mas fiquem tranquilos. Temos coisas que são “invendáveis”. Fotos, alguns materiais de estudo e trabalho, livros, recordações, cartas, alguns objetos de estimação, itens de decoração, quadros, coisas das quais gostamos muito… ah, essas coisas não se vendem. Deu pra fazer uma limpeza, tirar o excesso, e… guardar o resto, o importante, o que tem valor de verdade. Pude deixar as caixas com parte dessas coisas na casa da minha mãe.
Ao final de tudo, depois de muitos itens vendidos, muita doação e muitas bolsas de lixo, saímos do nosso apartamento no Rio com algumas malas e algumas caixas que seriam enviadas pra Bogotá, já que a empresa nos deu uma quota para essa finalidade. E assim chegamos, mais leves, com aquilo que realmente era importante pra nós.
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Claro que aqui tivemos que readquirir muitas coisas para nossa nova casa, o que também foi uma coisa muito legal, pelo menos pra mim: poder renovar, comprar pratos, talheres, panelas, lençóis, toalhas e outras coisas, com cheirinho de casa nova, de vida nova.
Se você está vivendo ou prestes a viver uma experiência como esta, minha dica, se é que posso te ajudar de alguma forma, é que você pense justamente no que pensei: ficar mais leve, com menos pesos, com mais espaço para novas experiências e novas coisas também! Essa oportunidade de renovar um pouco a nossa casa, os itens que usamos todos os dias, também nos faz muito bem e faz parte de todo este processo de mudança presente numa empreitada como a de ir viver em outro país!
Faça esse teste e, se quiser, volte pra me contar como foi sua experiência. Ficarei feliz em saber! Até a próxima!
3 Comments
Fiz a mesma coisa ao me mudar para a Irlanda: vendi carro, móveis, eletrodomésticos, roupas, livros. Meu pensamento sempre que via algo sendo entregue era: estou deixando um pedaço de mim com cada uma dessas pessoas. Fiquei mais leve e mais feliz também, uma das melhores experiências que tive. Percebemos como compramos coisas sem utilidades. Hoje penso duas vezes antes de comprar algo novo. Amo a vida minimalista !
LEgal seu texto, mas qdo vc eh expatriada com ajuda financeira da empresa são outros quinhentos. Já morei em outros e a empresa sempre paga a mudança, cada móvel
Que tenho representa a minha história , minha vida. O mais difícil acho que eh morar em outro país sem
Ajuda nenhuma, ou seja , ter que começar do zero. A Colômbia praticamente eh o quintal do Brasil e não muda quase nada além do idioma. Morar em países de primeiro mundo eh bem mais complicado.
Estou vivendo exatamente esse processo, desapegar! Mas já sou totalmente desapegada, tenho que tomar cuidado pra desapegar em excesso. ?mas decidimos doar aos amigos ou emprestar o longo prazo, caso algum dia voltarmos ao Brasil.
Dia 15/2 embarcamos pra Hamburg, Alemanha.