Como funciona o sistema de saúde na Suíça?
Quando cheguei aqui, não tinha ideia de como era o sistema sanitário. Imaginava que a saúde pública fosse um direito também na Suíça. Ao invés disso, descobri que existe um sistema completamente privatizado gerenciado pelas seguradoras.
É verdade que o sistema de saúde na Suíça é um dos melhores do mundo, mas como por aqui nada é grátis, o custo por usufruir de hospitais com instalações de alto padrão, não enfrentar filas e ter à disposição equipamentos com tecnologia de ponta, são altos.
Por lei, qualquer pessoa que vive na Suíça é obrigada a fazer um seguro de saúde básico. E não é a coisa mais simples do mundo – existem muitas seguradoras, cada uma com preços diversos que variam conforme a idade do assegurado e o cantão onde vive. Para complicar, existem planos complementares. Cada seguradora oferece dezenas de opções como medicina alternativa, seguro viagem, odontologia, fitness, etc.
Portanto, o estrangeiro que pretende morar na Suíça tem um prazo de 3 meses, a partir da data de entrada, para escolher, tentar entender e pagar um plano de saúde em uma das muitas seguradoras existentes na Suíça. O mesmo prazo é dado aos recém-nascidos, ou seja, os pais têm 3 meses a partir da data de nascimento dos filhos para estipular um plano de saúde.
É importante saber que o sistema sanitário suíço é privado. Porém, nos últimos dez anos, existiram três tentativas de reforma do sistema. Contudo, os helvéticos continuam preferindo pagar planos privados.
A ultima proposta pretendia substituir as mais de 80 seguradoras privadas por um sistema único público que administrasse o seguro saúde obrigatório.
Por aqui, uma das poucas coisas que aumenta constantemente de preço é a mensalidade dos planos de saúde. Dizem que é por causa do envelhecimento da população, ou seja, população mais velha, sinônimo de população mais doente, mas a explicação não convence.
Demorei alguns meses para entender como funciona o sistema. A minha primeira descoberta importante foi entender que não existe uma seguradora melhor do que a outra no quesito “plano base”. Não existem diferenças simplesmente porque as mesmas não fornecem o serviço (hospital, médicos, farmácias, etc.) como é o caso da UNIMED no Brasil. Os hospitais, clínicas, farmácias, médicos e especialistas são os mesmos para qualquer plano e qualquer seguradora.
Aqui as seguradas simplesmente gerenciam as faturas e decidem o que reembolsar. O meu conselho é: escolha aquela que oferece o preço mais econômico, visto que com o plano base em qualquer seguradora você terá direito as mesmas prestações.
Seguem, abaixo, algumas das principais prestações do plano base obrigatório:
- Tratamento ambulatorial: todo assegurado tem direito a uma assistência médica completa e personalizada. O atendimento é feito em um consultório médico do cantão de residência.
- Internação: se o tratamento ambulatorial não é suficiente, o paciente tem o direito a internação hospitalar em quartos coletivos. O plano cobre todos os custos de estadia, tratamentos e exames prescritos pelo médico.
- Medicamentos: pagam-se apenas os medicamentos que estão registrados em uma lista oficial; o mesmo acontece com exames laboratoriais e esses devem ser prescritos por um médico.
- Fisioterapia: no máximo nove sessões distribuídas em 3 meses e se prescritas por médico.
- Gravidez e parto: 7 exames de controle e 2 exames de ultrassom. Se a gravidez for de risco, o plano base paga todos os exames.
- Prevenção: a vacina infantil até os 16 anos; exame preventivo ginecológico 1 a cada 3 anos; mamografia a partir dos 50 anos a cada 2 anos.
Se você quer algo mais do que o plano base, poderá usufruir do seguro complementar em que cada serviço extra como tratamento odontológico, psicoterapia, quartos privados em hospitais, fitness, seguro viagem e outros, tem um custo suplementar.
Além de todas essas informações existem a franquia que é a única opção determinante para o preço final do seu plano de saúde. Para os adultos e os jovens as franquias vão de 2500 (a mais alta) a 300 (a mais baixa). Quanto mais alta a franquia, menor será a mensalidade a pagar e vice-versa.
Como funciona a franquia?
Se você pensa que está tranquilo porque pagou a sua mensalidade e pode usufruir de tudo que oferece o seu plano de saúde sem pagar mais nada, você está muito enganado.
Na Suíça se você consulta um médico, faz fisioterapia ou fica internado, recebe uma fatura em casa para pagar. Só depois envia para a seguradora a fatura paga para eventual reembolso.
Em teoria, parece que a seguradora reembolsa todas as despesas com a saúde, mas não é assim. O reembolso acontece somente quando a franquia foi coberta.
Isso significa que, no caso do meu filho que tem a franquia mais alta (2500 chf), para ser reembolsado de alguma despesa ele teria que ter gasto mais de 2500 chf com despesas sanitárias. Um outro detalhe: caso tenha direito ao reembolso, ele será de 90% do valor que você gastou no ano, 10% é a taxa de retenção de custos.
Não sei se ficou claro. De qualquer forma, segue, abaixo, um exemplo real do plano de saúde do meu filho de 20 anos:
- Mensalidade plano de saúde base: 221,70 chf. Fazendo por 12 meses = 2.660,40 chf ao ano.
- Franquia: 2500,00 chf
- Despesa total com saúde em 2015: 53,60 chf
Portanto, fazendo alguns cálculos, no ano de 2015 paguei 2.660,40 chf de mensalidade e meu filho teve uma despesa de 53,60 chf (limpeza dos dentes). No meu caso, o reembolso foi de zero, visto que os gastos não ultrapassaram 2.500.00 chf. É justo pagar mesmo sem usar? Não importa, não adianta reclamar. Se quiser viver aqui você deve seguir as regras.
Em todos esses anos que estou aqui, utilizei pouco das prestações oferecidas pelo meu plano de saúde. Há dois anos, infelizmente, meu filho sofreu um acidente e pude verificar a qualidade do serviço prestado pelo atendimento dos paramédicos, médicos e enfermeiros. Talvez exista até um excessivo cuidado e um exagero no tempo de recuperação. Mas, como diz o ditado, “é melhor pecar pelo excesso do que pela falta”.
16 Comments
Quero morar na Suíça
Sou manicure tenho um filho de 5 anos , gostaria de morar num país de primeiro mundo. Parece tão perfeito, apesar das dificuldades que os estrangeiros enfrentam ao chegar. Principalmente para quem tem pouco recurso como eu.Gosta de ser convidada por algum brasileiro pra ter uma experiência. Gislene jose luiz
Oi Gislene, morar fora do nosso país de origem não é um mar de rosas como muita gente pensa; e posso te afirmar com toda certeza que, uma brasileira com um filho pequeno, sem um diploma reconhecido internacionalmente e sem falar a língua do país que pretende morar é quase impossível dar certo. Os sul-americanos que recebem a permissão de restarem na Suíça são aqueles que vieram para estudar, com a devida demonstração de ter condições financeiras para isso; aqueles que chegam já com um contrato de trabalho ou aqueles que se casaram com um cidadão suíço. Existe uma outra possibilidade que se chama “reunificação familiar”, que seria, por exemplo: uma mulher brasileira casada com um suíço e que deixou o filho no Brasil. Esse filho tem a possibilidade de viver junto a mãe na Suíça caso seja demonstrado, antes do embarque, que a mãe dispõe de meios financeiros para manter esse filho.
Espero que eu tenha sido de ajuda e obrigada por visitar o blog.
Um abraço
Olá, Selma, gostei muito do seu texto, acho interessante nós aqui do Brasil, que temos tantas deficiências no serviço público entendermos como funcionam os melhores sistemas, e porque eles dão certo, no que são melhores, quais as vantagens que o SUS apresenta, etc. Fiquei sem ter certeza, mas nesse caso que você apresentou, que o seu filho apenas utilizou um serviço de limpeza dos dentes no ano passado, você gastou 2714 CHF (12 mensalidades + despesa), é isso?
Como disse, acho interessante sabermos como funciona o serviço público em outros países, então queria saber se você tem como responder algumas perguntas…
O governo suíço dá subsídios a hospitais, clínicas ou oferece auxílio a alguma parcela da população para o pagamento dos seguros de saúde?
A saúde é de fácil acesso e universal, ou seja, os seguros de saúde oferecem qualidade e preço acessíveis a todas as camadas da população? (Sei que a renda média é alta por aí, e que existe pouca desigualdade, mas saúde é um serviço caro)
Existe algum programa de saúde preventiva? O sistema de saúde foca no acompanhamento médico, na realização de exames, existe algum trabalho de conscientização da população sobre isso?
Fiquei me perguntando quanto os suíços gastam em saúde por ano e quanto disso vira apenas lucro para as seguradoras, tomando esse exemplo que você citou, que no ano passado o seguro do seu filho foi “pago sem ser utilizado”. Os preços sobrem constantemente, mas os suíços rejeitam uma reforma no sistema, você acha que se mudasse o sistema a sua eficácia e a qualidade do serviço prestado seriam prejudicadas? Tem algumas ideias do que poderia ser feito diferente? (entendo que você não é especialista em gestão de saúde, eu também não sou, mas gostaria de saber a opinião de alguém que utiliza e vê de perto esse sistema, desculpe se estou te pedindo muito haha)
Por fim, gostaria de saber a sua opinião sobre o SUS, se possível, avaliar quais as vantagens do nosso sistema em relação ao sistema suíço, assim como as falhas do sistema daí. Sei que te perguntei muita coisa, e que muitas dessa perguntas não são tão fáceis de responder, mas as fiz porque senti que você deve ser uma pessoa bastante culta e inteligente, e tenho bastante interesse em entender melhor essas coisas…
Desculpe se te der muito trabalho de responder, talvez você nem veja, mas obrigado desde já pelo tempo
Oi Pedro, quero te dizer que fico muito feliz em poder responder perguntas e dúvidas que surgem sobre meus posts. Para mim é uma satisfação pessoal saber que os meus posts estimulam a curiosidades dos leitores. Bom, vou tentar responder as suas perguntas:
– Na Suíça não existe morador de rua, mendigo ou pessoas miseráveis. O artigo 12 da Constituição Federal diz:”Todo suíço que se encontre numa situação econômica de emergência e não tenha condições de sair dela por conta própria, tem o direito à ajuda do Estado para ter uma vida decente”. O cidadão que estiver em uma situação financeira difícil, deve procurar os serviços de assistência social da cidade onde vive. Depois de uma profunda análise das necessidades individuais (mesmo porque eles são bons mas não bobos), o indivíduo em questão, tem não só o seguro saúde pago, mas também o aluguel, custos de aquecimento, eletricidade e água. Sem falar da ajuda de 1.200 francos para uso pessoal. Em casos extremos, o Estado pode ajudar na compra de móveis, roupas, etc.
– A saúde (plano base) é igual a todos, independente do nível social, raça ou idade. Os hospitais são todos do nível “Albert Einstein” em relação a infraestrutura e equipamentos de última geração. A diferença está nos planos complementares, como especifiquei no meu texto. Quem pode paga um plano de saúde complementar, poderá ter direito a quarto individual, cobertura internacional, estética, odontológica, etc. Na minha modesta opinião, os bons médicos brasileiros estão um degrau acima, comparando aos bons médicos suíços.
– A coisa que me chamou muita a atenção aqui é que, culturalmente os suíços (dos 8 aos 80) fazem muito esporte, comem pouca carne (1 ou 2 vezes por semana) e usam pouco o carro. Acho que essas coisas juntas sejam a base de um programa de prevenção. Eles estão sim preocupados com os custos da saúde, mesmo porque a população não é jovem. Por exemplo os exames de prevenção do câncer de mama e útero são pagos pelo Estado. Incentivo à terapias preventivas da medicina alternativa como acupuntura, massagens orientais, reflexologia e tantas outras são um modo eficaz de evitar a visita à um medico.
– Como você mesmo disse, eu não sou uma especialista no assunto, portanto não posso só dar a minha opinião pessoal. Aquilo que eu percebo é que os suíços são muito tradicionais e não correm riscos desnecessários, aquilo que funciona não deve ser mudado. È verdade que é caro, mas é considerado um dos sistemas de saúde mais eficaz do mundo. Isso basta para que todas as reformas propostas até agora sejam rejeitadas. Eu como boa economista doméstica acho muito caro, pelo tanto que uso. Mas a política das seguradoras é justamente essa, os mais jovens pagam para os mais velhos. Os jovens um dia ficarão velhos e assim gira a roda em um ciclo perfeito.
– Sobre o SUS eu não posso te dizer tanta coisa, mesmo porque estou desatualizada e quando morava no Brasil tinha a meu plano de saúde particular pagado pelo empresa onde trabalhava. Mas, posso te contar um episódio que aconteceu com uma amiga que mora na França. Ela, casada com um francês, foi passar férias no Brasil com toda a família do marido. Aconteceu que o cunhado abusou do sol tropical e foi parar no hospital com queimaduras de 2 grau. Ele foi atendido pelo SUS, sem fila e tudo grátis. Isso pra mim foi uma surpresa saber que mesmo um estrangeiro poderia usufruir do nosso sistema de saúde sem pagar nada. Aqui na Suíça esse final não seria tão feliz.
Espero ter sido de ajuda , um abraço
Oi Selma, me ajudou muito. Depois de postar o comentário eu saí pra dar uma volta e fiquei me perguntando se o sistema suíço não funciona justamente por existir pessoas que pagam e não usam, como você falou. Então, me corrija se eu estiver errado, quem pode pagar mais e quem usa menos, acaba compensando quem usa mais, não é verdade? Isso, junto com uma diminuição dos gastos proporcionados pela prevenção, devem ser os principais motivos pro sistema funcionar. É legal ver uma sociedade em que as pessoas se preocupam com o seu próximo, e não se importam em pagar a mais ou pagar para não usar já que esse dinheiro serve para atender pessoas que precisam mais…
Infelizmente, eu vejo que aqui no Brasil não temos ainda esta consciência coletivista, e que essa palavra tem sido até demonizada no debate ultimamente, mas acredito que um dia superaremos isso, já vejo uma mudança na minha geração
Se essa lógica solidária fosse mais presente por aqui, o SUS seria bem melhor. E eu acho incrível como nosso sistema de saúde é inclusivo, aberto, apesar de todos os problemas enfrentados, todos com raízes políticas.
Também achei muito legal essa ajuda que o governo dá aos mais necessitados, com responsabilidade (para não ser bobo). Por aqui, temos o bolsa família e muitos criticam por ser ajuda demais, ainda temos muito para avançar. Acho que vou estudar a história da Suiça para entender como a sociedade se tornou tão civilizada assim.
Obrigado pela resposta ^^
Oi Pedro, o seu raciocínio não deixa de ser correto, mas esse é um tema complexo, eu teria que escrever 5 posts para me aprofundar nesse argumento. As seguradoras investem em marketing e publicidade tendo os jovens como alvo. O motivo é óbvio, jovens usam menos o sistema. Deixando claro que, como em todo plano de saúde, o valor aumenta junto com a idade do assegurado. Acho muito legal você se interessar pela história da Suíça, eu também já li muita coisa. Você vai descobrir que, mais do que planejamento e estratégia política, exista muita “sorte” do destino.
Um abraço
Também já morei na Suíça infelizmente já não moro mais e amo esse país.
Suas críticas são típicas de quem não lembra mais como é morar em um país com sistema de saúde “pública”, sim entre aspas, pois você também paga nesses sistema através de impostos sobre tudo quanto é produto, impostos sobre o salário e impostos sobre o consumo.
E além disso, em países como o Brasil além de você pagar os impostos altos você tem de pagar plano de saúde privado, também caro, se quiser ter o minimo de dignidade e não quiser morrer em uma fila do SUS.
Para uma simples consulta no SUS se tem que esperar 6 a 8 meses. Um tio meu esta esperando uma cirurgia de ponte de safena a 4 meses, em estado crítico em casa.
Você perguntou se é justo pagar pelo que não usou, ora é assim que funciona qualquer serviço de seguro.
A minha pergunta retórica é: você acha justo como no Brasil pagarmos o sistema público e ainda termos de pagar o privado? Não!
Deus salve e abençoe esse maravilhosos país chamado Suíça e a todos os Suíços.
Oi Rodrigo, obrigada pelo pela sua opinião. O objetivo do meu post è informar, em nenhum momento me lamentei ou disse que não era justo. Quando pergunto “è justo pagar sem usar?”, é uma forma provocativa, para estimular o leitor a tirar as suas conclusões e opinar, como você fez.
Obrigada por participar, um abraço.
Boa Tarde!
Estou me mudando as poucos para a Suiça e convivendo com esta questão do sistema de saude Suiço.
Entretando, posso estar enganada, achei o sistema além de confuso injusto e sem nenhum foco ao auxilio ao próximo.
Pelo que endendo, no Brasil pagamos imposto e uma parte deste vai para a saúde e se queremos ter uma “garantia extra” e um serviço diferenciado pagamos o plano de saúde privado.
Na Suiça, não se paga imposto “para a saúde” pois não existe saúde publica.
Tudo é privado e obrigatório. Ou seja, pago uma “taxa extra” que seria o plano de saúde obrigatório, mas que também não corresponde a um plano de saúde, pois qualquer visita ao medico deve ser pago, até que se atinja o valor da franquia.
Isto pra mim, parece exatamente o “imposto” que pagamos para garantir o SUS e ainda ter que pagar o plano de saude privado.
Pode ser que eu esteja errada, mas não consigo ver nenhuma diferença.
E isto na verdade me incomoda de saber que pessoas não tem acesso a saúde num pais tão desenvolvido.
Li várias questões sobre essa discussão e para mim parece simplemente uma questão de lobby das “empresas de saúde”.
Sei e concordo com as falhas do sistema publico de saude brasileiro, mas existe atendimento. Pode ser demorado, mas você é atendido e não paga.
Aqui, você paga e não é atendido. E pra ser atendido precisa pagar de novo.
Se tenho o plano básico, como no seu exemplo, tenho que pagar mensalmente CHF 250, mas se estou com febre e vou ao médico, tenho que pagar: o médico, o remédio e até mesmo um exame de sangue caso seja necessário. E somente essa visita ao médico me custa mais CHF 500.
Ou então tenho a opção de não ir ao médico pois estou com pouco dinheiro e mesmo pagando por um “plano de saúde” não posso me consultar.
E quando se coloca isso a medida que a idade avança e é preciso fazer uma consulta de check up, exames periódicos e até mesmo uma virose surpresa, três coisas “simples” podem me custar proximos de CHF 2.000.
Assim no final do ano, meu custo com saúde foi 12 x 250 + 2.000 = CHF 5 mil
Para planos básicos, ficando em enfermaria, e sem nenhum atendimento muito complicado.
Para mim, o “plano de saúde” suiço não é um plano de saúde.
É uma apolice de seguro de saúde como de um carro.
Se bater “pouco” o meu carro, pago eu mesmo.
Mas se o acidente for grande, eu aciono o seguro e ele paga.
Isso não é um sistema de saude publica.
E por mais precária e por maiores falhas que tenhamos no sistema brasileiro, ele é sim um sistema solidário, que apesar de demoras, atende sem custo a qualquer cidadão brasileiro.
Pode ser que eu não tenha entendido corretamente como funciona o sistema aqui. E por isso estou escrevendo esta mensagem.
Caso eu esteja equivocada ou tenha entendido mal, poderia me auxiliar?
Sei que é apenas a sua opinião, mas gostaria exatamente de compartilhar opiniões para entender melhor.
Obrigada pela atenção.
Abç,
Marcelle
Oi Marcelle, muito obrigada pelo seu comentário. Nunca tinha pensado, mas a comparação que você fez sobre o plano de saúde suíço e a apólice de seguro do carro, é um modo sarcástico e verídico de descrever o sistema (ri muito quando li “se o acidente for grande eu aciono o seguro e ele paga”), seria cômico se não fosse dramático 🙂
A Industria Farmacêutica e as seguradoras de saúde exercem uma grande influência na política sanitária na Suíça… é o tão polêmico “lobby”. Por isso que a proposta de um sistema de saúde pública não consegue ser aprovado.
Entendo o teu ponto de vista quando fala da nossa saúde pública solidaria, mas por outro lado, a saúde publica no Brasil está anos luz de distância do sistema sanitário da Suíça, se falamos em infraestrutura, higiene e equipamentos de ultima geração.
Mas em termos de relacionamento de confiança e quase amizade, que se cultiva com um médico no Brasil; na Suíça é algo utópico.
Enfim, é verdade que o dinheiro que investimos no sistema de saúde suíço não é pouco; mas é uma das muitas coisas que temos que aceitar e tentar ver o lado positivo.
Um abraço … espero ter te ajudado. 😉
Um abraço.
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Obrigada por esse post. Me ajudou muito no trabalho da faculdade!
Maravilha seus comentários e tamanho interesse em ajudar com essas informações. Confesso que aprendi bastante com tudo que escreveu e com tudo que respondeu. Forte abs
Post muito bom! Parabéns!
Q
Só acrescento que não existe almoço grátis, como se pensa no Brasil.
Saúde é muito cara, e a cobertura que se tem no Brasil é vergonhosa. Sou radiologista e pessoas com câncer passam até 1 ano pra ter acesso a ressonância magnética, endoscopia e procedimentos de custos semelhantes. Resultado: morrem na fila ou perdem a possibilidade da cura. Morrem pelo SUS mesmo.
E não é “sem custo”. É muito caro, é mesmo assim não funciona.
Não tem a menor comparação.
Vc acha que aqui e de graça o sus? Rsrs aqui no brasil a n paga sus e ainda plano de saude. COLOCA NO GOOGLE PRA VC VER QNTS BILHOES POR ANO CUSTA O SUS, TUDO SUSTENTADO POR TRIBUTOS ARRECADADOS POR NOS CONTRIBUINTES, NADA E DE GRAÇA ABSOLUTAMENTE NADA!