Facebook Twitter Instagram
    BrasileirasPeloMundo.com
    • Home
    • Sobre o BPM
      • Time do BPM
      • Autoras
      • Contato
      • Na Mídia
      • Blogs
    • Colabore
    • Custo de Vida
      • Quanto custa
      • Cheguei e agora?
      • Custo de Vida Pelo Mundo
    • Países
      • Alemanha
      • Austrália
      • Áustria
      • Canadá
      • EUA
      • Espanha
      • França
      • Inglaterra
      • Itália
      • Japão
      • Polônia
      • Portugal
      • Suécia
    • Mais
      • Dicas para viajar sozinha
      • Relacionamentos online
      • Turismo Pelo Mundo
      • Vistos
    • Intercâmbio
      • Intercâmbio pelo Mundo
    Facebook Instagram
    BrasileirasPeloMundo.com
    Home»Divagações»Como mudar de cidade influencia nosso estilo de vida
    Divagações

    Como mudar de cidade influencia nosso estilo de vida

    Cristina HélciasBy Cristina HélciasApril 22, 2019Updated:April 22, 20191 Comment6 Mins Read
    Facebook Twitter Pinterest LinkedIn Tumblr Email
    Como mudar de cidade influencia nosso estilo de vida - Foto: Pixabay
    Share
    Facebook Twitter LinkedIn Pinterest Email

    Cidades têm configurações próprias que o Urbanismo e a Arquitetura definem, carregando com elas personalidades únicas que a História e a cultura têm o hábito de explicar. Quando escolhemos um novo destino, costumamos levar em consideração o fato de que viveremos nesse meio de ciência construída e ciência contada sem ter erguido tijolo ou escrito linha. Para preencher a falta de vivência e entendermos melhor o que nos espera, buscamos informações, estudamos. Com sorte, por lá já passeamos e talvez tenhamos até gostado. Mas acontece que não adianta o que contam os outros ou os livros, pouco serve a dica dos sites de expatriados e podemos esquecer a impressão guardada como souvenir das férias. É  preciso juntar o comprar o pão do todo dia à passagem por aquela esquina, para sentir no vai e vem das nossas necessidades como a alma dela nos toca.

    É que cidades têm alma e É esse sopro movedor do invisível que nos empurra por suas ruas, delineando o modo como passaremos a conduzir nossas vidas.

    Estéticas urbanas mais apelativas com fachadas bem cuidadas, construções em “tamanho humano”, ruas limpas e segurança, costumam nos acolher melhor do que o seu oposto. É fácil transitar por esse tipo de cidade e guardamos um sentimento de boa acolhida, importante à primeira vista de um recém-chegado. Comigo foi assim em Lausanne, na Suíça. Em contrapartida, o caos de calçadas esburacadas, trânsito agressivo e prédios caindo aos pedaços, pode a princípio repelir. Esta foi minha realidade em Bucareste, na Romênia. Já quando o quesito “expectativa de violência” entra em jogo, por mais que a cidade pareça bem cuidada, a ansiedade é certa. E assim foram muitos dos meus momentos em Joanesburgo, na África do Sul.

    São situações que certamente afastam quem pouco conhece, mas, com o tempo, é possível descobrir novos caminhos, entender a que hora do dia deve-se visitar tal lugar, qual o tipo de transporte mais indicado e, “pirlimpimpim”, a cidade caótica ou a cidade agressiva se abre, mostrando os seus oásis, convidando-nos a desfrutá-los como só os locais sabem.

    Leia também: Tudo que você precisa saber para morar em Portugal

    Por isso jogo fora minhas impressões de viajante. Elas não cabem nunca na vida da moradora. É certo que algumas cidades são mais convidativas, passando a impressão de que basta um bom guia de turismo para desvendá-las, como Lisboa, em Portugal. Já outras são mais ariscas e bem menos evidentes, como Dallas, nos EUA. Mas a verdade é que cidades, por mais generosas que possam ser com seus visitantes, não se entregam jamais na primeira visita, nem na segunda. Elas pedem compromisso e vão aos poucos revelando-se para quem faz delas morada. Se Lisboa é vedete e Dallas, puritana, uma ainda me conta e a outra já me explicou seus cantinhos preciosos, sussurrados de ouvido em ouvido para que não caiam na página de nenhuma revista de viagem. Aos segredos bem guardados, apenas os iniciados na arte de sorver “aquela” cidade.

    Sabem o porquê de insistir tanto em cantinhos, oásis, segredos? Porque esteja você em alguma vila primorosa da Suíça, na confusão de algum centro urbano romeno, no fuzuê turístico da capital de Portugal, ou na assepsia das ruas texanas, é preciso encontrar na nova cidade caminhos que levem a lugares seus, a ambientes de respiro e abrigo. Lugares que por mais estrangeiros que sejam espelhem um tanto de você. É preciso que a cidade nova que nos desafia e ensina, aprenda conosco a levar-nos de volta aos nossos hábitos e gostos antigos.

    Nessa hora, pegamos-lhe a mão e apresentamos o nosso mundo dentro dela: a cidade interage com a gente e respondemos de volta como parte presente de seu corpo urbano: contemplando, trabalhando, estudando, festejando, fazendo uma pausa para o cafezinho, deixando nossa marca, buscando espaço, identificando ou (re)descobrindo quem somos, no quanto e no tudo que oferece.

    É assim que aprendemos a nos soltar em seus espaços públicos, confiando nela, especialmente quando a “coisa pública” pertence a todos, sem restrições, sendo por esse todo também cuidada e preservada. Integramo-nos – tão bonito isso, o “integrar-se” – tornando parte ativa do que antes nos era estranho, adotando horários até então pouco familiares, seguindo regras legais ou de costume nunca antes ouvidas, compreendendo lógicas diferentes das nossas, adquirindo hábitos ditados pelo clima, ritmos e rumos daquele mundo.

    Se penso, por exemplo, na mobilidade, um pontinho desse universo de tantas outras mudanças, lembro que, em Joanesburgo, era a única branca andando nas ruas comerciais do bairro onde morava. Gosto de andar e o receio de muitos, naquela localidade e horário, nada justificado, não me impediu de seguir meus caminhos e nele interagir com a educação e boa vontade de quem também se permitia sair às ruas. Cheguei em Lausanne e era liberadamente livre para transitar por largos convidativos a pedestres. Aquela cidade foi feita para ser andada. Um luxo, achei eu brasileira, sem ter que me preocupar com “mãos ao alto, é um assalto” – ou coisa pior.

    Cheguei em Dallas e voltei para o carro. As distâncias imensas e a largura das ruas americanas deixavam-me confusa, estando eu habituada às proximidades apertadas da Suíça. Voltei para São Paulo e conseguia fazer muito a pé, outro tanto de carro, com a atenção desconfortavelmente voltada para a minha segurança. Por que vivemos assim? Mudei para Bucareste, era seguro, mas também era preciso andar muito para que houvesse algo de útil a ser feito a pé. O metrô me ajudava a driblar o trânsito pesado, mas quando andava, prestava atenção redobrada ao atravessar a faixa de pedestres. Acidentes aconteciam. Pousei em Cascais e os caminhos me levam para o mar que me enche dele, enchendo-se de mim.

    Leia também: Autoconhecimento: a lição mais importante ao morar fora do país

    Não há cidades iguais, nem vivemos as mesmas coisas na mesma cidade, em fases e vontades diferentes da vida. Elas se abrem em graus variados de amabilidade e não necessariamente nos chamam, de boa vontade, a tomar parte delas. É preciso ter paciência, às vezes, é preciso insistir, dar segundas chances, reaprender rotas, compreender o diferente, ser empático mesmo recebendo antipatias.

    Acho bom sabermos que podemos, sempre, ser elemento de mudança e bons ventos naquele novo lugar e que assim sejamos. Mas não podemos esquecer de que ela, cidade, mudar-nos-á nesse mesmo sempre.

    Lembre-se: cidades têm alma. Penetram-nos a pele, redefinem hábitos, ensinam coisas novas, fazem-nos sonhar, criam oportunidades, realizam vontades ao preço de se alimentarem de quem somos. Ninguém deixa uma cidade do jeito que entrou. Comigo carrego cada uma delas, por elas deixo pedaços meus. São partes minhas. São minhas. Sou eu.

    Textos relacionados

    • Lisboa ou Cascais, onde morar?
    • Como viajar para Portugal pela primeira vez
    • Visite Lisboa como um local
    • Roteiro pelo Marrocos: Trekking no Saara
    • Roteiro pelo Marrocos: como planejar a sua viagem
    • Festa de Santo Antônio em Lisboa
    Clique aqui para ler mais artigos da mesma autora
    brasileiras pelo mundo estilo de vida experiencias e aprendizados
    Share. Facebook Twitter Pinterest LinkedIn Tumblr Email
    Cristina Hélcias
    • Website
    • Pinterest

    Cristina é advogada com os pés bem fincados em mundos outros que não só o do Direito. Estudou Moda e Consultoria de Imagem e ama escrever. Após ter morado na África do Sul, Suíça, Estados Unidos e Romênia, reside atualmente em Cascais, Portugal.

    Related Posts

    Mães brasileiras em Portugal são reféns da maternidade

    October 17, 2022

    O medo da mudança

    October 13, 2022

    Melhores momentos em nove anos de Chile

    December 17, 2021

    1 Comment

    1. Sara on April 22, 2019 9:48 pm

      Que texto legal! Talvez devido à minha trajetória bastante itinerante também gosto muito de refletir sobre isso, como as cidades nos mudam, de que formar interferimos na cidade em que moramos. Me lembrei de um livro, que gosto muito, As cidades invisíveis, de Italo Calvino. Adoro ler livros sobre isso, e aceito dicas, se tiver. Abraços!

      Reply

    Leave A Reply Cancel Reply

    This site uses Akismet to reduce spam. Learn how your comment data is processed.

    • Facebook
    • Instagram
    Curiosidades Pelo Mundo

    Novas gírias e expressōes faladas nos Estados Unidos

    By Alessandra FerreiraMarch 1, 20230

    Olá! Mais um ano se passou, agora o Covid-19 e a pandemia ficaram cada vez…

    Terremoto na Turquia

    February 10, 2023

    Natal em tempos de guerra

    December 21, 2022

    10 fatos mais chocantes ao mudar para Turquia

    October 25, 2022
    Categorias populares

    Green Card e Residência permanente após o casamento

    April 26, 2015

    Como morar legalmente na Espanha

    August 7, 2015

    Como estudar no Ensino Superior em Portugal

    August 14, 2014

    Como é morar em Santiago no Chile

    June 28, 2014

    Validação do diploma brasileiro nos EUA

    May 20, 2016

    Cinco razões para não morar na Dinamarca

    April 19, 2015

    É brasileiro e reside no exterior? A Receita Federal ainda lembra de você!

    February 9, 2017

    Passo-a-passo para fazer mestrado ou doutorado com tudo pago nos EUA

    March 2, 2016
    BrasileirasPeloMundo.com
    Facebook Instagram
    • Sobre o BPM
    • Autoras
    • Na Mídia
    • Anuncie
    • Contato
    • Aviso Legal
    • Política de privacidade
    • Links
    © 2012-2023 BrasileirasPeloMundo.com

    Type above and press Enter to search. Press Esc to cancel.