‘Nós vamos decidir em alguns dias sobre algumas décadas’. Uma única frase do presidente da França, François Hollande, revelou as altas expectativas acerca da COP21, a conferência que tem como proposta a discussão entre 195 países e a União Européia sobre as mudanças climáticas que já afetam a todos, independente das suas particularidades.
Depois da mais bela das fotos de família, onde todos os dirigentes do mundo posaram educadamente perante as câmeras, aparentando uma boa vontade com o objetivo maior de ‘salvar o planeta’, o real comprometimento dos governantes foi ansiosamente esperado, já que ‘os bons sentimentos não seriam suficientes’, nas palavras do próprio presidente francês.
Ao lado do temido terrorismo, a luta contra as mudanças climáticas é um dos grandes desafios mundiais a serem enfrentados, em especial como uma forma de garantir um planeta preservado para as futuras gerações.
De maneira geral, a COP21 é vista como uma grande esperança, com as reflexões profundas sobre o conflito entre o crescimento econômico individual de cada país integrante da cúpula da conferência e a proteção do meio ambiente.
Ocorre que certas pessoas não vêem a COP21 com bons olhos. Acreditam na teoria de que o Planeta Terra passa por períodos de aquecimento e de resfriamento. Assim, segundo essa tese, o termo correto não seria aquecimento climático.
Entendem que a temperatura mundial sofre constantes variações naturalmente em razão da posição do Planeta Terra em relação ao Sol. Defendem veementemente a inocência do carbono, fundamentando com fatos históricos que a origem da teoria amplamente divulgada nas mídias do aquecimento climático é a preocupação da elite britânica com a superpopulação mundial.
Assim, propõem como uma solução viável a criatividade humana como uma fonte de pesquisas de novas tecnologias que impeçam que o crescimento da população mundial afete a qualidade de vida no Planeta Terra.
Independente da teoria defendida, todos concordam com a imperativa necessidade de altos investimentos em tecnologia de ponta.
Dessa forma, após intensos debates entre os conferencistas presentes, foi aprovado o primeiro acordo global com o intuito de diminuir a emissão de gases do efeito estufa, determinando que cada país coloque em prática atitudes condizentes com a meta de que a elevação da temperatura do planeta não ultrapasse dois graus célsius até 2100, sendo exigido grandes esforços de todos para que o limite de fato não ultrapasse 1,5 graus célsius.
Apesar do grande otimismo com que foi encerrado a conferência, é de conhecimento geral as imensas dificuldades que a população mundial encontrará para cumprir metas tão altas.
O ponto chave do acordo certamente é a substituição gradual da queima de combustíveis fósseis como petróleo e carvão por fontes de energia renováveis, por exemplo, a eólica, a hidráulica, a solar e o biocombustível.
Em cidades europeias, como Paris, novas tecnologias já estão à disposição da população, como carros elétricos que podem ser alugados a qualquer momento em pontos estrategicamente centrais, mesmo que a disponibilidade não seja suficiente para um grande público nesse momento, levando em conta os altos níveis de investimento.
Considerando que países em desenvolvimento não possuem fundos suficientes para o desenvolvimento de tecnologias que resultem numa transição energética a curto, médio ou longo prazo, a criação do fundo verde por países desenvolvidos a fim de cooperar com a justiça climática mundial, totalizando 100 bilhões de dólares anuais até 2020 foi uma das mais importantes cláusulas desse acordo histórico, embora não diga claramente de que forma a divisão será feita.
Ao assinar o referido acordo, os países se obrigaram a transformar em lei as decisões a que se comprometeram durante a conferência, sem que, contudo, tenha sido estabelecido um calendário para o cumprimento das metas.
O simples ato de se comprometer em desacelerar as emissões de gases responsáveis pelo efeito estufa infelizmente não será suficiente para salvar o planeta. O acordo firmado se trata meramente de um meio para atingir a sonhada meta de impedir que a vida se torne insustentável no planeta Terra em pouco tempo.
É fato que o sucesso ou o fracasso destas resoluções terá reflexos imediatos para todos nós, habitantes do planeta Terra, independente de nacionalidade, faixa etária, classe social ou nível de desenvolvimento econômico do país que moramos. Precisamos entender urgentemente que todos, na verdade, somos um só, e que as diferenças que acreditamos existir entre nós não são nada mais que preconceitos que nos impedem de agir em prol do bem de todos.